Jornal Brasília Capital 430

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AGÊNCIA BRASIL

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DER aplica 352 mil multas só em 2019 Infrações cometidas pelos brasilienses em 8 meses rendem R$ 78 milhões à autarquia Ano VIII - 430

Brasília, 14 a 20 de setembro de 2019

Páginas 6 e 7

Mulher morre por ser mulher

Eleições internas expõem racha no PT-DF Wilmar Lacerda afirma que possível vitória de Jacy Afonso manterá situação que “levou o partido ao gueto” Página 2

Raquel Dodge se emociona pela democracia Ao se despedir dos ministros do STF, com a voz embargada, procuradora-geral da República apela: “Protejam a democracia” Pelaí - Página 3

Demissão de administrador agita Park Way A taxa de feminicídio - assassinato de mulheres por violência doméstica ou por discriminação de gênero (por ser mulher) - voltou a crescer no Brasil em 2018. É o que mostra a 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública lançada

esta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Segundo o documento, 1.151 mulheres foram mortas, em 2017, número que cresceu 4% no ano passado. Brasília lidera o ranking nacional da violência doméstica.

Páginas 4 e 5

Para atender ao deputado Hermeto (MDB), governador Ibaneis Rocha troca José Joffre por Aline Farias e desagrada a comunidade Chico Sant’Anna - Páginas 8 e 9


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 14 a 20 de setembro de 2019 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

Eleições internas racham o PT-DF Orlando Pontes

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A chapa Unidade Petista conquistou 48% dos delegados ao 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores nas eleições realizadas no domingo (8). O bloco venceu em 11 dos 20 diretórios zonais. A segunda fase do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT será em outubro. No DF, as chapas lideradas pelo ex-deputado distrital Ricardo Vale (Chapa 400), Geraldo Magela (450) e Vilmar Lacerda (480) irão se unir para fazer frente à 499, que elegeu mais delegados. O PED-DF teve a participação 5.200 militantes. A maior disputa foi em Planaltina, com a participação de quase mil filiados e haverá segundo turno. O Congresso Regional do PT terá a participação de 300 delegados que definirão a composição do Diretório Regional e o futuro presidente. As tendências de Geraldo Magela, Ricardo Vale, Wilmar Lacerda e Antônio Sabino planejam se unir para apresentar uma candidatura nova.

O nome poderá ser de um deles ou um quinto nome ainda a escolher. Na avaliação de Lacerda, membro do Diretório Nacional e funcionário da Liderança no Senado, o adversário de Jacy Afonso ainda não foi escolhido porque não houve nenhum nome com votação expressiva e que pudesse se definir a partir da eleição. GUETO - Para Lacerda, o que não pode ocorrer é a reeleição do atual grupo que comanda o PT no DF. “Jacy é o candidato da atual situação e nós caracterizamos essa direção como a que levou o PT ao gueto. Temos a tarefa de reerguer o PT no DF”, disse. Na avaliação dele, o atual grupo levou o partido a uma participação inexpressiva nas eleições de 2018. “Esse grupo não quis definir uma candidatura a governador com antecedência e quando definiram não escolheram os melhores quadros do PT”, não defenderam os legados dos governos Lula e Dilma e muito menos os do

governo Agnelo. Não fizeram oposição clara ao governo Rollemberg e não faz oposição clara ao governo Ibaneis. Por causa dessa indefinição política do partido, que sofreu a maior derrota político-eleitoral da história do partido”. E completa: “Nosso candidato ao GDF nas eleições de 2018 teve menos votos do que o número de filiados do PT local. Como pode isso acontecer num partido como um partido que já governou duas vezes o DF e elegeu três deputados federais, cinco distritais, dois senadores?”. O presidente do PT-DF será eleito em outubro pelos delegados eleitos no último domingo. Jacy Afonso é o candidato a sucessor da deputada Erika Kokay. Além da Unidade Petista, ele conta com o apoio de mais das chapas “Diálogo e Ação Petista” e “Em tempos de guerra, a esperança é vermelha”. Jacy foi presidente do Sindicato dos Bancários, da CUT Brasília e administrador regional no governo de 1995 a 1998 no governo Cristovam Buarque.

Situação exige unidade dos grupos progressistas J. B. Pontes (*) A cada passo desse governo ficamos com a sensação de perplexidade, sem querer acreditar em tudo que está acontecendo. Estão acabando com tudo que foi construído de civilidade em nosso país. Interferem de forma agressiva e perniciosa em todos as áreas de atuação do Estado, a desrespeitar a autonomia de instituições importantes para a defesa do Estado democrático de direito, a exemplo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A pergunta é: Como tudo isso está sendo possível na vigência de uma Constituição que procurou garantir os direitos humanos, a dignidade da pessoa humana, o meio ambiente, os menos favorecidos, as minorias? Que procurou garantir a independência dos Poderes e a autonomia de atuação das instituições do Estado? Enfim, na vigência de uma Carta Magna que procurou garantir

que passaríamos a viver em um Estado social democrático de direito. A resposta é simples: A democracia não se implantará em nosso Brasil simplesmente por estar explicitada na Lei Maior. É um processo que exige ações permanentes e persistentes de todos nós, especialmente, aquelas que possam resultar na inclusão de milhões de brasileiros que nem ao menos sabem o que significa democracia e nem têm percepção clara da realidade em que estão inseridos. Se não conhecem o valor da democracia, como irão defendê-la e se esforçar para aperfeiçoá-la? O mais preocupante é que, enquanto o governo despótico avança celeremente na destruição de tudo que foi construído de civilidade nos últimos 30 anos, os grupos, ou partidos, que se autoproclamam progressistas continuam sem esboçar uma reação firme para tentar conter o avanço do fascismo, da prepotência, do autoritarismo que se

implanta no Estado. Continuam divididos, cada um a defender os seus próprios interesses, sem atentar para os do País, perigosamente nas mãos de um governo que se apresenta como tirano e opressor. Não percebem esses partidos ou grupos que o Estado está sendo dominado por um grupo de pessoas contrárias à democracia e todos os seus valores, as quais são indicadas com o principal objetivo de acabar ou barrar as ações dos órgãos e instituições que passam a dirigir. E, ao que tudo está a indicar, nada podemos esperar dos demais Poderes da República, cujos integrantes parece que se satisfazem tão somente em preservar as posições que ocupam e não demonstram disposição para empreenderem uma atuação firme na defesa da democracia e dos reais interesses do País.

(*) Advogado


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AMEAÇA - Usuários e servidores da assistência social do DF têm sofrido com as constantes panes no sistema de informática de cadastramento e atendimento em unidades dos Centros de Referências em Assistência Social (Cras). O sindicato da categoria (Sindsasc) recebe denúncias diárias de trabalhadores. “É rara uma semana em que não passamos pelo menos três dias com os sistemas inoperantes. A consequência é que os servidores não conseguem atender. Com isso, o público fica irritado. Essa irritação, muitas vezes, se transforma em agressões verbais e ameaças contra os funcionários”, relata o presidente do Sindsasc, Clayton Avelar.

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n Voos de envenenamento O Supremo aprovou, semana passada, a pulverização de lavouras por aviões, apesar de estudos revelarem que essa prática em outras partes do mundo foi ineficaz contra o mosquito Aedes aegypt, causador da dengue, da zika e da chicungunha. A ex-presidente Dilma enviou ao Congresso uma MP que listava ações para combater o mosquito e as doenças. Na época, o deputado Valdir Colato (MDB-SC) apresentou uma emenda que previa a pulverização aérea de inseticidas. Pelo visto, o lobby da indústria do veneno teve mais força até no STF. Este tipo de pulverização é perigosíssima para a saúde humana.

Raquel Dodge: a

democracia é o maior modelo para construir uma sociedade de maior desenvolvimento humano”

Protejam a democracia! Primeira mulher a comandar a Procuradoria Geral da República, Raquel Dodge conclui o mandato na terça-feira (17). Ela concederá uma entrevista coletiva para fazer o balanço de sua gestão. DESPEDIDA - Na quinta-feira (12), Dodge se despediu dos ministros do STF com um discurso que ela mesma escreveu, que culminou com um apelo aos magistrados. A voz embargada era o reflexo de seu sentimento. MODELO - “Protejam a democracia brasileira, arduamente erguida em caminhos de avanços e retrocessos, mas sempre sobre norte que a democracia é o maior modelo para construir uma sociedade de maior desenvolvimento humano”, disse. LAVA JATO - A procuradora afirmou, ainda, que, nos últimos 2 anos, à frente do Ministério Público Federal,

se empenhou no combate à corrupção e contestou críticas à atuação dela em casos da Operação Lava Jato. EMPENHO - “A maior parte das peças que ajuizei no STF está sob segredo de Justiça e, no tempo próprio, elas expressarão o empenho com que trabalhei no enfrentamento da corrupção naquilo que me cabe de atuação originária no STF e no STJ”, afirmou.

cebo, com alguma preocupação, muitos sinais de retrocesso no tocante às democracias liberais no mundo e eu espero que isso não aconteça no Brasil”. SABATINA - O indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Dodge é Augusto Aras. Ele será submetido à sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e depois por votação no Plenário da Casa.

ESTRUTURA – Dodge disse que deu “toda a estrutura necessária” para a atuação dos integrantes do MP na Lava Jato e que apoiou as iniciativas dos procuradores. “Tenho certeza de que dei a eles toda a estrutura necessária para o enfrentamento à corrupção”.

CONSELHO - Que ele siga o conselho de sua antecessora: “Ninguém esteja acima ou abaixo da legislação”. E entenda a importância de proteger o meio ambiente e as minorias, como povos indígenas e ciganos e LGBT.

RETROCESSOS - Ao abordar os riscos à democracia no País, Dodge se emocionou: “Muitas coisas às vezes acontecem em ondas, há avanços e também retrocessos. Per-

LEGADO - Ao saudar Dodge, o presidente do STF, Dias Toffoli, afirmou que o legado dela “ficará na história do Supremo, do Ministério Público e da Justiça brasileira”.

n Monsanto sabotou pesquisas sobre câncer Vazamentos de e-mail mostram que o CEO da Monsanto (atual Bayer) se uniu aos cientistas Wayne Parrott, da Universidade da Geórgia, e Bruce Chassy, da Universidade de Illionois, para “acabar com a raça do grupo “Moms Acros America”, ONG financiada pela indústria orgânica. Desde 2016, a empresa enfrenta processos judiciais por causa das doenças, sobretudo o câncer, provocadas pelo seu agrotóxico Roundup. A matéria, que saiu na Sam Block, da New Food Economy, mostra como a Monsanto monitorou e desacreditou jornalistas, admitindo tomar medidas legais contra ativistas e orquestrou para minar a credibilidade da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc).

n Fecomércio homenageia Geraldinho O administrador de Taguatinga, Geraldo Araújo, foi homenageado pela Federação do Comércio. Durante a reunião, com a presença do presidente do Sindivarejista e vice-presidente da Fecomércio, Edson de Castro, Geraldinho falou de suas metas para a cidade. Ao lado de Paolo Orlando Piacesi, lembrou de sua origem taguatinguense. GETULIO ROMÃO

Paolo Piacesi, Geraldo Araújo e Édson de Castro: unidos por Taguatinga


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Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que o feminicídio cresceu no Brasil, mas é muito maior entre as mulheres com pouco estudo e na idade dos 30 anos

A cada 8 horas uma mulher é morta só por ser mulher Pollyana Villareal A 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançada nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que a taxa de feminicídio – assassinato de mulheres por violência doméstica ou por discriminação de gênero (por ser mulher) – cresceu 4%. Embora o estudo mostre que a taxa de homicídios no Brasil caiu 10%, em 2018, a cada 8 horas uma mulher é assassinada. Divulgado na terça-feira (10), o estudo mostra que 1.151 mulheres foram mortas em 2017, que esse número cresceu em 2018, e que o assassinato de mulheres por violência doméstica ou por discrimi-

nação de gênero ocorre em todas as faixas etárias. Porém, é muito maior entre mulheres negras, com pouco estudo e na faixa dos 30 anos. O estudo mostra também que o feminicídio cresceu em todas as unidades da Federação e sua extensão aparece muito maior nos estados do que na média nacional. Em Sergipe, por exemplo, o feminicídio cresceu 163,9% e, no Amapá, 145,2%. O documento reúne dados baseados nos registros dos Boletins de Ocorrência enviados pelos estados ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mas, no caso da violência doméstica e feminícidio, os números podem ser piores porque a taxa de registro em BO é muito baixa.

FEMINICÍDIO NO DF - A 13ª edição do Anuário mostra que o DF é uma das unidades da Federação massacradas pelo crime do feminicídio. Para o movimento de mulheres, chega a ser perigoso ser mulher na capital do país. Os índices de 2018 mostram que foram registrados 45 homicídios de mulheres e 28 foram feminicídios. Um aumento de 52,3% em relação ao mesmo período de 2017. De acordo com o Anuário, houve o registro de 1,7 ocorrência a cada 100 mil mulheres. Isso confirma o número reduzido de registros e também o aumento da violência. Assim como no resto do país, no DF as vítimas eram, majoritariamente, negras (61%) de 30 a 34 anos (16,1%), companheiras ou separadas do agres-

sor (88,8%) e possuíam apenas o ensino fundamental (70,7%). Além disso, a imensa maioria (65,8%) foi assassinada dentro da própria casa. ESTRUPO NA CAPITAL - O Anuário indica que houve queda nos registros de estupros e tentativas de estupros em Brasília. Com 789 casos consumados – 100 a menos que 2017 –, o DF vivenciou queda de 9,3% nas denúncias do crime. Quanto às ações não consumadas, foram 96 ocorrências, em 2018, contra 111 no ano anterior, com queda de 11,6% nas tentativas de estupro. O Anuário mostra ainda que o principal alvo dos agressores são meninas de 10 a 13 anos (28,6%), negras (50,9%) e que têm relação com o autor (75,9%).


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Movimento de mulheres Uma pesquisa intitulada “Raio X do Feminicídio”, coordenada pela promotora Valéria Scarance, do Ministério Público de São Paulo, indica que somente 4% das vítimas do feminicídio haviam registrado um BO contra o agressor antes de serem assassinadas, e apenas 3% tinham medida protetiva. Mas os números do feminicídio podem ser piores. Isabela Guimarães Del Monde (foto), co-fundadora da Rede Feminista de Juristas, afirma que “houve aumento da violência contra as mulheres e do feminicídio, e não apenas o aumento no número de denúncias feitas pelas mulheres”. Ela explica que o crescimento reflete a falta de investimento do orçamento federal em políticas públicas de proteção à mulher e de combate ao feminicídio. “Desde 2016, houve uma drástica redução do orçamento federal destinado a políticas públicas de proteção às mulheres. O resultado é o aumento da vulnerabilidade que o grupo enfrenta”. No entendimento da Rede Feminista de Jurista e dos movimentos de mulheres os números reais desse crime só serão computados quando a sociedade parar de responsabilizar a mulher pela violência que ela sofre. “Só quando for criada a cultura da denúncia e do acolhimento à vítima e à sobrevivente”, afirma Isabela.

Brasília lidera o ranking Em 2018, foram registrados 14.983 casos de lesão corporal dolosa (violência doméstica), 402 a mais se comparado ao ano anterior, ou 5% de aumento. O DF está no sexto lugar entre os maiores índices do país, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina. A cada 100 mil mulheres, 503,7 foram vítimas de violência doméstica. A média da capital do país é a mais alta do Brasil. Mato Grosso registrou 396,5 casos a cada cem mil mulheres. Para a deputada distrital Julia Lucy (Novo), procuradora da Mulher no DF, os números de agressões domésticas comprovam um método progressivo da violência contra a mulher até o feminicídio. “Raramente o agressor vai matar de primeira. Começa com xingamentos, privações econômicas, e só depois as agressões; é uma escalada de violência”, comenta. PERFIL – O feminicídio ocorre em todas as faixas etárias, mas é maior entre mulheres em idade reprodutiva, sendo 29,8% de vítimas entre 30 e 39 anos; 28,2%, entre 20 e 29 anos; e, 18,5%, entre 40 e 49 anos quando foram mortas. Na maioria dos casos (88%) foram assassinadas pelos próprios companheiros ou ex-companheiros. As negras são as que mais morrem. São 61% das vítimas, contra 38,5% de brancas, 0,3% indígenas e 0,2% amarelas. Em 70,7% dos casos, tinham no máximo ensino fundamental.

Deram um nó na informática da saúde pública do DF O sistema público de saúde do Distrito Federal está vivendo um fenômeno semelhante ao episódio bíblico da Torre de Babel. Explico: só em relação a prontuário eletrônico, são três sistemas que não se comunicam entre si – o que cria preocupação entre os profissionais que atuam na ponta da assistência, porque em algum momento entre um e outro sistema o paciente desaparece. Fora esses, ainda existem outros também não interligados, que aumentam o gasto de tempo com burocracia nas consultas e apresentam outros problemas: Sisleito, Siscan e Sisreg. O sistema de prontuário eletrônico do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (IGES-DF), é o Soul MV. As unidades básicas de saúde (UBS) usam o e-SUS AB, da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde. O restante da rede pública usa o TrackCare. Nenhum deles é interligado. Isso quer dizer que o paciente encaminhado da equipe de Saúde da Família para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) some do radar do médico que o acompanha no centro de saúde. Se esse paciente é encaminhado para atendimento de alta complexidade que só o Hospital de Base tem, lá no HRT também se perde o fio da meada. A informação fica fragmentada e a atenção geral ao paciente fica comprometida, podendo haver até mal encaminhamento de situação por falta das informações completas de prontuário. Tão grave quanto essa situação é o que ocorre com o sistema de regulação de leitos, o Sisleito. Esse sistema cria filas, com classificação e estratificação, para ocupação de leitos de internação hospitalar. Era de se esperar que ele levasse critérios técnicos e legais em consideração para “organizar” a fila. Mas não é bem isso o que acontece. O sistema tem um padrão de pontuação com as categorias branco (paciente de cuidados paliativos), azul (sem risco), verde (baixo risco), amarelo (médio risco), vermelho (alto risco) e roxo (paciente com mandado judicial). O diagnóstico médico e a condição (aguda ou crônica) do paciente não são o que determinam a colocação dele nessa fila, tampouco as determinações legais do Estatuto do Idoso e do Estatuto da Criança.

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

Outros fatores rendem pontos para conseguir um leito nesse sistema: ser analfabeto, não ter água tratada em casa e ter baixa renda – mesmo que nada disso seja relevante no momento da necessidade de internação do paciente. Se o paciente é alfabetizado, tem água tratada e tem renda não tão baixa pode até estar em situação mais grave, mas vai para o fim da fila da espera de leito. Se o paciente é o menos grave de todos os que estão na espera, mas consegue mandado judicial, passa na frente de todo mundo – o juiz não tem como saber a condição dos demais pacientes. Isso pode ser um fator determinante do aumento da judicialização na saúde pública, como já ocorre com os leitos de UTI. Além de tudo, os médicos da ponta do atendimento é que vão ter de preencher os formulários eletrônicos do Sisleito, além do prontuário eletrônico e eventualmente o Siscan e outros, o que vai aumentar a demora na consulta médica em caso de necessidade de internação – mesmo se estiver sozinho para atender a fila de espera por consulta. A proposta do Sisleito é dar maior transparência à gestão dos leitos de internação. É uma demanda antiga dos órgãos de controle, que têm razão em cobrar isso. Mas o sistema que foi criado e a forma de alimentação dele são problemáticos e precisam de revisão. Também é urgente a necessidade de integração dos sistemas de prontuário e demais sistemas de fluxo de trabalho que afetam tanto o atendimento dos usuários do sistema público de saúde quanto a gestão, o faturamento e o planejamento administrativo da Secretaria de Saúde do DF.


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DER recolhe R$ 78 milhõ Pardal da 104 Sul disparou 42 mil vezes A previsão é de que, em 2019, o número de multas ultrapasse o do ano anterior. De janeiro a agosto deste ano, o DER já registrou 352.191 multas nos seus 628 equipamentos de fiscalização eletrônica. Em 2017, o pardal situado no Eixo Rodoviário Sul, na altura da 104 Sul, sentido Aeroporto, foi o que mais registrou multas por alta velocidade. Esse equipamento sozinho flagrou 42.420 motoristas em velocidade acima da permitida (80 Km/h). Em 2016, esse mesmo pardal registrou 52.280, ou seja, uma multa a cada 10 minutos. “Não é possível isso. Durante um ano

quase todo mundo que passou pelo Eixão Sul levou multa na altura da 104?”, questionou Juliana Cardoso, profissional de Tecnologia da Informação, moradora de Santa Maria e trabalhadora no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). “Um dos motivos que deixei de vir de carro para o trabalho foram as multas que recebi na via marginal da Candangolândia ao passar pelo pardal a pouco mais de 60 Km por hora. O problema é que há placas indicando que a velocidade permitida é 80 Km/h, mas, de repente, muda para 60 Km. A gente nunca sabe qual é a velocidade real da via”, reclama Juliana.

Na chegada a Taguatinga pela EPTG (DF-085), o DER controla o trânsito pela faixa exclusiva para ônibus e investe na conclusão das obras no viaduto de acesso à cidade

Na Candangolândia, 11 infrações por hora Dados do DER-DF indicam que, em 2018, esse pardal da Candangolândia registrou 11 infrações por hora por excesso de velocidade e oito mil multas por mês. “Em apenas 5 meses de funcionamento, esse pardal recordista da Epia superou o segundo colocado no ranking do DER, mesmo ele tendo “trabalhado” o ano inteiro”, informa a matéria no site da autarquia. Há duas semanas, o Brasília Capital noticiou o número exorbitante de multas e arrecadação do Detran-DF numa cidade mal sinalizada, carente de campanhas de educação de trânsito, com vias problemáticas em termos de engenharia de trânsito e asfalto precário, proibição de estacionamento nas áreas centrais das principais cidades do DF sem o devido esclarecimento à população, entre outros problemas.

Assim, se o Detran-DF ganha milhões com multas – sem contar outras fontes de arrecadação, como licenciamento e emplacamento de veículos –, o DER-DF também não perde tempo. De janeiro a dezembro de 2017, arrecadou R$ 96,8 milhões só em multas, e gastou, no mesmo período, R$ 76.223.267,59. Tanto no Detran-DF como no DER-DF, a maior parte da arrecadação advém das multas. A população reclama da maneira pouco educativa de se posicionar os pardais. “Acho que não visa à educação do condutor. Tem um pardal na DF-075 que o objetivo é arrecadatório: ele está posicionado no acesso ao SMPW e Arniqueiras. Quando a gente entra na faixa para reduzir a velocidade e entrar no retorno, leva a multa”, relata Juliana.

O

Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) arrecadou, só com multas, R$ 78.494.457.03 milhões de janeiro a julho de 2019. De acordo com a planilha de Receitas e Despesas disponível em seu site, a institui-

ção já gastou R$ 37.954.699,80 no mesmo período. Somados aos R$ 88.624.255,85 aplicadas pelo Departamento de Trânsito (Detran) de 1º de janeiro a 29 de agosto, significa que os brasilienses já pagaram, somente neste ano, R$ 167.118.712,88 em multas. Em 2018, apenas o radar ele-


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ões com multas em 2019 FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BSB CAPITAL

Interesse não é apenas arrecadatório O DER-DF explicou que não há interesse meramente arrecadatório. No caso da Candangolândia, a explicação é o fato de, no ano passado, ter sido um pardal novo que as pessoas não estavam acostumadas e o equipamento estar situado numa via marginal com velocidade máxima permitida de 60 Km/h numa saída de via expressa cuja velocidade máxima permitida é 80 Km/h. Esse pardal é famoso. No ano passado, o número de multas do

DER-DF registrado nele foi notícia no G1, canal que notificou também as vias com mais incidência de multas. E deu como campeão pardal da DF-003 (Epia), altura da Candangolândia. Em segundo, está o pardal situado na DF-075 (EPNB) Km 7,4, sentido Riacho Fundo/ Samambaia, faixa exclusiva: 33.103. O terceiro, na DF-075 (EPNB) Km 2,2 sentido Núcleo Bandeirante/Riacho Fundo, faixa exclusiva: 22.195.

Em Taguatinga Centro, o Detran faz rondas até três vezes por dia no mesmo local para multar carros estacionados

Detran pune mas não dá condições

trônico situado na via marginal à DF-003 (Epia), Km 21,1 sentido Norte, altura da Candangolândia, disparou o flash 42.156 vezes em apenas 5 meses. Considerado o pardal campeão em multas do DF, ele começou a operar em agosto do ano passado. Outro pardal instalado na

EPNB, na faixa exclusiva para ônibus no sentido Samambaia, é o vice-campeão: registrou 33.103 multas em 2018. Informações da Assessoria de Imprensa do DER dão conta de que a autarquia registou 387.315 multas nas rodovias sob sua circunscrição durante todo o ano de 2018.

Um exemplo do terror dos órgãos de fiscalização de trânsito contra os condutores ocorre diariamente no centro de Taguatinga. Num local em que as vagas de estacionamento são escassas e é grande o número de lojas e estabelecimentos bancários, os agentes do Detran chegam a fazer três “visitas” à C-8 e quadras residenciais próximas no mesmo dia. “Parece que eles dão preferência aos dias de pagamento dos servidores públicos, quando o fluxo de carros aumenta e as pessoas não conseguem vagas para deixar o carro enquanto vão

ao banco. Isso é péssimo porque afugenta nossos clientes”, afirma o cabeleireiro Guaracy, que trabalha num salão na quadra. O garçom Paulo, que trabalha num restaurante na C-8, lembra que a disposição do Detran de apresentar alternativas para os motoristas e condutores não é a mesma que os agentes têm para punir os infratores. “Eles não marcam as vagas de estacionamento ao lado do meio-fio. Assim, muitos motoristas param o carro ocupando o lugar de até dois veículos. E as faixas de pedestres estão sempre apagadas”, aponta.


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Por Chico Sant’Anna

Demissão de administrador ger

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esponsável pela indicação do administrador do Park Way, Núcleo Bandeirante e Candangolândia em troca de apoio ao Buriti na Câmara Legislativa, o deputado Hermeto (MDB) fez gestão para trocar 35 dos 37 cargos comissionados da regional. Com isso, criou uma crise política interna sem precedentes no órgão e também desagradou grande parte dos 25 mil moradores do bairro. Na noite de quarta-feira (11), uma edição extra do Diário Oficial do DF trouxe a exoneração do administrador José Joffre do Nascimento. A notícia chegou no exato momento em que a comunidade debatia uma forma de demonstrar junto ao governador Ibaneis Rocha (MDB) a insatisfação com a interferência do distrital nos assuntos internos do bairro. JOSÉ JOFFRE – Neto do pioneiro engenheiro Joffre Parada, primeiro presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-DF) – José Joffre foi o único administrador que permaneceu na transição do governo Rollemberg para o atual. Quando instadas a apresentar uma lista tríplice para apontar suas preferências para a direção do bairro neste governo, as doze organizações e coletivos lá existentes fecharam o consenso de indicar apenas um nome: José Joffre do Nascimento. E agora, ele é exonerado para abrir caminho para um aliado de Hermeto.

CHICO SANT’ANNA

José Joffre (à esq.), o preferido da comunidade, perdeu espaço. Hermeto (dir.) escolheu Aline Gomes de Farias (no detalhe)

Preocupação com o meio ambiente O Park Way possui um dos maiores territórios dentre as cidades do DF, e a maior parte formada por áreas verdes. O bairro está na Apa Gama Cabeça do Veado, responsável pelo suprimento de um terço da água que chega ao Lago Paranoá. Por isso mesmo, é alvo constante de grileiros. Os moradores, por meio de suas entidades e movimentos, como a Amac Pak Way, Conseg e ACPW, têm tido êxito, com a ajuda da Administração, de impedir a ampliação da grilagem. Mas o temor com as mudanças é que o apoio oficial acabe. A comunidade teme as ações supostamente patrocinadas por Hermeto de regularização de áreas públicas ocupadas irregularmente, muitas delas em áreas de proteção ambiental. A principal delas é a Ipê-Coqueiros, nos fundos da Quadra 13. A área vem sendo alvo de permanente ocupação. A Polícia Ambiental

e a extinta Agefis já agiram múltiplas vezes no local. Na madrugada de terça-feira (10), o 25º Batalhão da PM apreendeu no local armas de grosso calibre, munições e drogas. O avanço de ocupações irregulares, coincidentemente ou não, tem se dado com o aumento das ocorrências policias. Segundo um gestor do GDF, a partir da entrada do pessoal indicado por Hermeto, o foco de preservação do meio ambiente ficou em segundo plano. “Existe uma grande turbulência na Administração. O deputado vem trocando os comissionados por pessoas dele, despreparadas para a função e focadas no atendimento de áreas como a Vila Cauhy, a Invasão Coqueiros, na SMPW 13, a invasão do Córrego da Onça, além dos invasores remanescentes nas quadras de 15 a 28 e as ocupações ao longo da via férrea na Quadra 3,” informou o gestor.

Líder dos Invasores No dia 12 de agosto, Ibaneis nomeou Ivani Macedo Rodrigues de Abreu para a Diretoria de Aprovação e Licenciamento da Regional do Park Way. Ela é presidente da Associação dos Moradores de Invasões da Área Verde da Quadra 601 do Recanto das Emas (Asmiv). Ou seja, a representante dos interesses dos invasores de uma área no Recanto iria gerir uma área sensível e estratégica no Park Way. A nova titular, protegida de Hermeto, seria a responsável pela emissão de alvarás de construção, habite-se e autorização de funcionamento de empreendimentos econômicos. Em seu currículo também consta o fato de ser sócia da NI Construtora Ltda. Essa condição de sócia administradora de empresa é um impedimento para a assunção de cargos públicos no GDF. MENSAGEM - Com a rejeição da comunidade, o mesmo decreto que exonerou o administrador estampou a demissão de Ivani Macedo. Ainda na noite de quarta, Hermeto fez chegar aos moradores do Park Way um áudio em que felicita a posse da nova administradora, Aline Gomes de Farias, que era chefe de gabinete da regional. E prometeu fazer com que seu gabinete apoie a gestora, inclusive com emendas parlamentares. E se comprometeu a trabalhar pela preservação do meio ambiente do bairro.


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A argentina Flybondi voará para o Brasil usando Florianópolis como destino

Brasília perde voos internacionais O Brasil vivencia um momento em que novas empresas aéreas internacionais passam a operar tendo destinos cidades brasileiras. Algumas delas são regionais, outras não tinham a tradição de voar para a América do Sul. Algumas, de baixo custo. Nos últimos 15 dias, a Anac anunciou a autorização para a Companhia Aérea Chilena JetSmart - pertence ao fundo americano Índigo Partners e que já tinha a autorização para operar voos entre o Brasil e a Argentina – realizar a rota Chile-Brasil. Desde o início do ano, a chilena Sky Airlines, a euro-

peia Norwegian e a argentina Flybondi passaram a voar para o Brasil. Há poucos dias, a britânica Virgin também anunciou o início, em 2020, de seus voos desde Londres. OPORTUNIDADES - Mas nenhuma voará para Brasília. Seus destinos são Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e, no caso da Flybondi, Florianópolis. Por falta de uma política proativa, o DF tem perdido a oportunidade de trazer não só os voos dessas empresas, mas de contar com Hub (base de operações) de outras na capital federal.

Centro geográfico da América do Sul Brasília está no centro geográfico da América do Sul e possui voos para Chile, Argentina, Panamá, Paraguai e Peru. E é a única ligada diretamente a todas as capitais do Brasil. O aeroporto é o terceiro mais pontual do mundo e raramente é fechado em decorrência de intempéries climáticas. Assim, passageiros provenientes do hemisfério norte poderiam fazer aqui suas conexões para outros destinos nacionais ou sul-americanos. Em 2017, a Air France montou seu Hub em Fortaleza. De quebra, a KLM foi junto. As duas empresas foram atraídas por uma política de redução do ISS. O GDF precisa fazer gestões junto à Anac para que novas autorizações contemplem Brasília. Deve ir em busca de novas empresas que operam lá fora. A criação de um Hub propicia mais do que conforto aos viajantes. Gera emprego e entrada de moeda estrangeira. Tudo que o DF, com 320 mil desempregados, precisa.

Rorizinho e Bessa de olho no Miranda Se o deputado Luís Miranda (DEM) vier a ser cassado por causa das supostas maracutaias cometidas nos EUA, sua vaga poderá ficar para Joaquim Roriz Neto (Pros). O neto do ex-governador precisa que a Justiça Eleitoral condene Miranda por abuso de poder econômico. Nesse caso, seus 65.107 votos seriam anulados, alterando

o quociente eleitoral e um novo cálculo de distribuição de cadeiras seria feito, beneficiando o filho de Jaqueline Roriz. Se Miranda for cassado, mas a sentença não configurar abuso de poder econômico, quem assume é Laerte Bessa (PR). Este também tem em seu currículo algumas dores de cabeça com a Justiça.

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Curitiba para além de Moro SITE/ÓPERA ARTE

Orlando Pontes, enviado especial Distante mais de mil quilômetros do mar, nada mais natural que o brasiliense, ao pensar em curtir férias, sonhe em passar uns dias n’alguma cidade praiana. No entanto, o turismo no Brasil é muito mais do que litoral. E uma excelente opção é Curitiba. A capital do Paraná transformou-se centro das atenções políticas nos últimos anos pela atuação do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, no comando das investigações contra políticos em conjunto com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Mas a cidade onde estão presas várias ex-autoridades da República, com destaque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai muito além de Moro e seus procuradores. Curitiba oferece muitas atrações para quem a visita. E o grande destaque, sem dúvidas, são a gastronomia e os parques.

Construído onde antes era uma pedreira abandonada, o Teatro de Arame é passeio obrigatório na capital paranaense

De bar em bar x

Boas companhias valorizam o passeio O passeio fica ainda mais aprazível e interessante se o visitante estiver em boa companhia. De preferência, de pessoas dispostas a caminhar e que conheçam os meandros curitibanos, especialmente as casas onde se pode saborear boa comida e ótimos vinhos a preços honestos. Há pouco mais de um ano, a advogada Elaine Wetzel divide o seu tempo entre Brasília e Curitiba. Ela faz companhia à filha Victoria, que estuda veterinária na capital paranense e mora sozinha. Nas horas vagas, Elaine aproveita para desvendar os segredos curitibanos. Adepta de caminhadas, a advogada dispensa carro particular. Quando precisa se deslocar com mais rapidez ou para locais

distantes, usa táxi, serviços de aplicativos ou ônibus, que são muito eficientes, num padrão que deveria ser modelo para o restante do País. Um dos passeios imperdíveis é a Ópera Arte Teatro de Arame. O complexo inclui – além do teatro, onde acontecem grandes shows – um restaurante que atende, simultaneamente, mais de 300 pessoas. Ali, o charme especial fica por conta de uma varanda com visão para uma lagoa, onde se apresentam músicos num palco flutuante. O detalhe é que tudo isso foi feito numa antiga pedreira abandonada, revitalizada – como grande parte dos espaços públicos de Curitiba – durante os governos do arquiteto Jaime Lerner (PDT).

Também não se pode deixar de conhecer o Museu Oscar Niemeyer (MON). Além do acervo do arquiteto que projetou Brasília, há exposições permanentes e rotativas de outros artistas nacionais e internacionais. Um banho de cultura e um colírio para os olhos de quem aprecia o talento de pintores, escultores e artesãos. Bom lugar para se comprar souvenirs da cidade. Como nem só de pão vive o homem, recomenda-se momentos de reflexão em um dos templos católicos, evangélicos ou de outras religiões espalhados pelos quatro cantos de Curitiba. Um deles é a igreja Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro Batel. Em seguida, vale uma esticadinha ao aprazível Jardim Botânico.

Curitiba também tem seus lugares sagrados para a boemia. No centro da cidade, o ponto de quem tem tempo para bebericar uma cervejinha e jogar conversa fora é o tradicional Stuart. Na rua de trás, a pedida é o Ostra Bêbada. E, como diz o próprio nome, ostras fresquinhas são tira-gosto obrigatório. O Fresh Live Market é outra excelente pedida. À noite, a massa da Famiglia Caliceti di Bologna é indispensável. A carta de vinhos é variada e contempla todos os bolsos. Quem preferir, pode optar pelas carnes e o chope do Outback do shopping Curitiba ou o refinamento do luxuoso Shopping Pátio Batel. Outra atração da cidade são os cafés em padarias onde o desjejum matinal pode ser acompanhado de champanhe, como prefere o engenheiro Luiz Bezerra. Ele indica dois locais que considera excelentes: o Bee-O, que tem uma pegada de comidas orgânicas, e o Empório Muf’s. “Curitiba foi uma grata surpresa. Não imaginava encontrar tanta diversão numa capital sem praia. Além do mais, a limpeza, a organização e a educação do povo fazem a gente se sentir como se estivesse na Europa. Uma delícia”, diz a professora Tatiana Barros, após passar um fim de semana prolongado na capital paranaense.


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ESPÍRITO

José Matos Viver é enfrentar problemas O modo como você os enfrenta é que faz a diferença “Viver é enfrentar problemas. O modo como você os enfrenta é que faz a diferença”, ensinava Lair Ribeiro. Na mesma direção, o ex-deputado Ulysses Guimarães lembrava: “Onde está o homem está o problema”. Na Canção do Tamoio, o escritor e poeta Gonçalves Dias também se reportou ao assunto de forma magistral:

“Não chores, meu filho; não chores, que a vida é luta renhida: viver é lutar. A vida é combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos, só pode exaltar”. E Jesus ensinou: “No mundo tereis problemas, mas tendes bom ânimo. Eu venci o mundo”. Aprender sempre, sem desanimar, melhorar-se, fortalecer-se, superar.

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Eleições do CRN1 Chapa Somos Todos Um é eleita com 2.191 votos Nos dias 6, 7 e 8 de setembro de 2019, ocorrreram eleições para o Conselho Regional de Nutrição (CRN1), que abrange toda a região do Distrito Federal, Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Saiu vencedora a cha-

pa Somos Todos Um: O CRN em defesa do nutricionista, com 2.191 votos, seguida da Valorização e Proteção, com 1.146. Em terceiro ficou a Novos desafios (936 votos) e, em quarto , a #CRNmerepresenta (829 votos). O

Este é o processo do viver. Quanto mais sabedoria, mais fácil será a vida e o viver. Não são os problemas em si que causam sofrimento. É a forma inadequada como se enfrenta-os”. Quanto mais revolta, desânimo e desespero, mais sofrimento. Mas por que há tanto sofrimento na humanidade? Predominantemente, por falta de sabedoria. Mesmo pessoas com nível superior, dificilmente se interessam em conhecer e praticar as leis que nos ensinam a viver com qualidade, mesmo com problemas. As principais delas são: Lei de Progresso, Lei de Solidariedade, Lei dos Afins, Lei de Ação e Reação, Lei de Harmonia, Lei de Atração. Viver é nós. Todos se ajudando. Todos aprendendo com todos. Problemas, para serem resolvidos, às vezes, precisam de tempo, inteligência, perseverança. Se não podem ser re-

solvidos devem ser administrados da melhor maneira possível. Resolvendo-os ou administrando-os, aparecerão afins pedindo sua ajuda. Viver é topar em pedras e retirá-las para que outros não topem. Errar, aprender, corrigir, ensinar, para que outros não errem. Este é o processo completo: Ignorância, erro, arrependimento, expiação, reparação. Fale boas palavras, mesmo diante de acontecimentos ruins. Palavras ruins repetidas tornam-se vício e atraem mais coisas ruins. Não deu certo? Não maldiga. Às vezes, o errado, é o melhor que poderia acontecer. Tenha mais atenção, mais organização, mais compreensão. Pense! Avalie! Mude e supere!

mandato dos eleitos é de três anos. Ao todo, 5.792 nutricionistas compareceram às urnas. Houve ainda 273 votos em branco e, 417, nulos. Foi a primeira vez na história do CRN1 que ocorreu disputa entre quatro chapas e que houve debate entre os candidatos, transmitido ao vivo e que ficou disponível na página do CRN1 no Facebook.

A mesma lógica serve para o nutricionista. Além disso, o conselho atua junto a outros órgãos de classe para garantir direitos dos profissionais. Com isso, temos a parte da fiscalização por meio dos conselhos. Mas os conselhos não somente fiscalizam. Eles também têm o papel de orientar os profissionais que já estão no mercado. Bom, escolhida a nova gestão para o CRN1 para o próximo triênio, agora é trabalharmos para obter novas conquistas para todos os nutricionistas. Dúvidas? Acessem o site do CRN1: www.crn1.org.br

IMPORTÂNCIA - Ter o conselho ativo e a obrigatoriedade do registro dos profissionais nos conselhos de classe garante maior segurança de atuação profissional adequada e ética, o que tem o objetivo de proteger a sociedade de maus profissionais. Imaginem se os médicos não precisassem se registrar no seu conselho e qualquer um pudesse fazer consultas, cirurgias etc.?

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutriocionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


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O Folclore Encanta

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Livro de Maria Gláudia Férrer Mamede leva o leitor a entender as particularidades da criação de escritores e artistas populares Mario Pontes Muitos autores dignos de atenção, em virtude da qualidade e extensão de suas ideias, já contribuíram, de diferentes modos e medidas, para despertar e manter o interesse dos leitores pelas formas básicas e os episódios evolutivos do fenômeno secularmente denominado folclore (vocábulo criado em 1846 por William Jones Thomas, mediante a reunião de duas raízes saxônicas: volk ¬= povo; e lore = conhecimento). No Brasil já é grande o número de publicações dedicadas ao assunto. São raros, porém, os autores que se dispuseram a escrever livros destinados a orientar o leitor em seus passos iniciais pelo rico, variado

mundo das lendas e práticas artísticas populares. Em seu recém-lançado O Maravilhoso folclore brasileiro (Ed. Italiamiga, RJ, 1019) Maria Gláudia Férrer Mamede, presidenta da ACCLARJ (Academia Cearense de Letras e Artes no Rio), recorre ao encantamento como meio de chamar a atenção do leitor de primeira viagem, orientar seus passos iniciais, levá-lo a deslumbrar-se e em seguida entender as sempre interessantes particularidades da criação de escritores e artistas plásticos populares, com elas ilustrar-se e conviver. SUPERSTIÇÕES - O livro de Gláudia não é volumoso; mas nas suas 86 páginas há espaço para informações básicas, iniciatórias, sobre

O livro de Maria Gláudia Férrer Mamede (centro) é uma peça de iniciação à arte que atravessou séculos de anonimato

algumas dezenas de figuras (de constituição e aparência não raro fantástica), perturbadoras pelo anonimato dos seus criadores, surpreendentes pelo contraste entre a modéstia dos meios como foram realizadas e o seu alto grau de expressividade, o conhecimento e a

Camila Pintaga faz temporada em Brasília A peça “Por que não vivemos?”, da obra Platonov, de Anton Tchekov, com direção de Márcio Abreu estará em cartaz no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, até o dia 29 de setembro. A estreia foi na quinta-feira (12). . Inédita no Brasil, a montagem tem elenco formado por Camila Pitanga, Cris Larin, Edson Rocha, Josi Lopes, Kauê Persona, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini e Rodrigo Santos. As apresentaçoes serão de quinta-feira a domingo, às 19h30. Os ingressos estão à venda.

POR QUE NÃO VIVEMOS? - Após se dedicar à criação de dramaturgias originais, montagens e traduções de autores contemporâneos inéditos, a Companhia Brasileira de Teatro retorna aos clássicos sem perder o caráter de inovação. Escrita pelo dramaturgo russo Anton Tchekhov (18601904), a história do professor Platonov foi descoberta nos arquivos do seu irmão após a sua morte, e publicada em 1923. Inédita no Brasil, a obra recebeu, nesta adaptação da Companhia Brasileira de Teatro, o nome “Por que não vivemos?”.

Por ser uma obra sem título oficial, o grupo batizou a peça com uma pergunta chave que está inserida no texto: por que não vivemos como poderíamos ter vivido?. “Essa questão, que se abre para tantas outras, é um pouco a alma da peça”, diz Marcio. Serviço: “Por que não vivemos?” De 12 a 29 de setembro. de quinta a domingo, às 19h30. Local: CCBB Informações: 3108-7600. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Clientes BB têm 50% de desconto

sabedoria que podem oferecer e dividir. Mas, além dos entes mitológicos que povoam o livro, nele ainda há um pouco de espaço para superstições, festejos populares, artesanato e as bem diferenciadas culinárias das várias regiões do país.

Por tudo isso e mais o que não pode ser dito em tão pouco espaço, vale a pena ler essa esforçada peça de iniciação à arte dos que atravessaram séculos de anonimato antes de terem reconhecidos os seus méritos, nos quais, não raro, evidencia-se o toque sutil da genialidade.

Festa do Boi do Seu Teodoro No sábado (14) e domingo (15) acontece em Sobradinho a 56ª Festa da Morte do Boi de Seu Teodoro, com o ritual do Bumba Meu Boi, tradicional no Maranhão. No enredo, o boi brinca até fugir depois da meia-noite. No dia seguinte, os bailantes vão à procura do boi e o levam para o terreiro. Com uma corda, o vaqueiro começa a tentar laçar o boi. Enquanto isso, os bailantes vão brincando, dançando e cantando as toadas. No momento em que o vaqueiro consegue laçar o boi, o bicho é levado e amarrado no pé do mourão para ser sacrificado. É a língua do boi que pai Francisco quer para satisfazer o desejo de sua esposa Mãe Catirina, grávida. É feita a reza no pé do mourão e, em seguida, no altar da Casa da Brincadeira, após o boi morrer, seu sangue é servido simbolicamente (vinho tinto suave). A Festa da Morte do Boi de Seu Teodoro reúne artistas da cultura popular, promovendo o intercâmbio local e, quando possível, até nacional. Na programação tem a participação do Tambor de Crioula de Seu Teodoro, também criado pelo Mestre Teodoro Freire, falecido há sete anos. É montada praça de alimentação com comidas típicas nordestinas e área de recreação Infantil. A entrada é franca.


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