Jornal Brasília Capital 478

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Ano IX - 478

Aborto de menina de 10 anos revela hipocrisia

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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DIVULGAÇÃO

Protestos de bolsonaristas e fundamentalistas criminalizam a vítima Página 4

Brasília, 22 a 28 de agosto de 2020

Brasileirão: torcida do Vasco esnoba flamenguistas: segue o líder DIVULGAÇÃO

Gustavo Pontes – Página 11

Marcelo Ramos, o Narrador do Povão, é vencido pelo coronavírus Pelaí – Página 3

Sindicato diz que bancos não cumprem seu papel na pandemia Página 5

Adiada por tempo indeterminado a volta às aulas nas escolas públicas

A Via Crucis da Universidade Católica Crise financeira causada pela suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do novo coronavírus atinge em cheio a maior instituição de ensino superior particular do Distrito Federal, que viu o número de alunos despencar de 15 mil para 5 mil. Agora, surgem denúncias de que a UCB cobra 4 horas-aula dos alunos, que só recebem 2 horas e meia, e paga 1 hora a menos do que o trabalhado pelos professores. A reitoria nega Página 9

AGÊNCIA BRASÍLIA

Página 10

Entrevista Zélio Maia

Detran economiza e investe em educação, inovação e humanização Páginas 6 e 7


Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 22 a 28 de agosto de 2020 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com

A favor e contra o homeschooling A educação domiciliar se tornou o centro do debate sobre educação no DF nas últimas semanas. Uma audiência pública, realizada pela Câmara Legislativa, na quinta-feira (13), discutiu prós e contras do DIVULGAÇÃO

Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565

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panhe essas crianças e avalie os resultados da educação domiciliar porque o da educação tradicional nós já temos muito bem e é muito mal avaliada”. Júlia Lucy

Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

Projeto de Lei (PL) nº 1.268/2020, do Executivo, que busca instituir a denominada homeschooling no DF. E pôs em lados opostos a deputada distrital Júlia Lucy (Novo) e a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.

JÚLIO PONTES

“A gente não sabe quantas famílias praticam porque elas têm medo de falar. Não tem estatística, controle, fiscalização porque é proibido. É muito melhor dar segurança jurídica às famílias para que a gente acom-

“A grande preocupação com a educação, neste momento, por parte dos parlamentares, deveria ser com o investimento, de se colocar para derrubar a Emenda Constitucional nº 95, de 2016, que congelou os investimentos no setor de Educação por 20 anos. Falar em qualidade da educação é falar em investimento. O Brasil é um dos países que menos investem em educação e, agora, aumentou os recursos financeiros da área da Defesa, reduzindo ainda mais os da Educação”. Rosilene Corrêa

Síndrome dos trinta Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Uma curiosa coincidência tem ocorrido em nosso País. Desde 1930, a cada 30 (ou 20 e nove) anos, tivemos momentos marcantes em nossa história política (1960, 1989 e 2018), com súbitas ascensões de candidatos à Presidência da República “inventados” pela “elite”, que vencem as eleições e mergulham o Brasil em graves crises políticas e econômicas. Tudo começa com a chamada “Revolução de 30”, que não foi, exatamente, uma revolução, mas, essencialmente, uma reação das oligarquias gaúcha e mineira contra a tentativa de hegemonia exclusiva por parte da oligarquia paulista. O que se seguiu foi Vargas substituindo as manipulações eleitorais da “Velha República” pela supressão das eleições; a substituição da repressão aos sindicatos pela sua cooptação

pela máquina governamental; e até mesmo o processo de industrialização que se iniciou, deveu-se não a um projeto de desenvolvimento, mas à substituição forçada da importação de manufaturas (a crise de 1929 derrubou o preço do café no mercado mundial, limitando a obtenção de divisas pelo País para importar bens industriais, e a 2ª Guerra Mundial provocou a queda da oferta de produtos industriais pelos países centrais). De todo modo, a industrialização e a urbanização fizeram emergir uma considerável massa trabalhadora, que as elites retrógradas viam como ameaça. Trinta anos depois do “golpe de 30”, a UDN, o partido da elite liberal, após ser derrotada em 1945, 1950 e 1955, “descobre” Jânio, que, numa ascensão meteórica, se revelou o antídoto ideal contra a chapa nacionalista Lott/Jango. Apenas 7 meses após sua posse, o inepto candidato renuncia, gerando uma enorme crise política e econômica, que vai resultar no golpe e instalação da ditadura militar, em 1º de abril de 1964. Exatamente 29 anos depois da “aventura” Jânio, dois candidatos de

esquerda surgiam como favoritos na eleição para Presidente, em 1989: Brizola e Lula. Eis que a elite brasileira “descobre” o governador de Alagoas, e “turbina” o “Caçador de Marajás” Fernando Collor para vencer as eleições. Pouco mais de 2 anos depois, o candidato “inventado” se revela uma farsa e uma grave crise política e econômica leva a seu afastamento. Pois se passam mais 29 anos e, em 2018, novas eleições. Após o golpe que afastou Dilma, em 2016, emergia como favorito em todas as pesquisas o ex-presidente Lula, mas, novamente, a elite brasileira entra em cena, afasta a candidatura favorita e “descobre” um certo capitão como o candidato ideal para derrotar as candidaturas de esquerda. E mais uma vez a história se repete. Sua inaptidão é evidente e o País afunda, mais uma vez, em grave crise política e econômica. Que sina é esta!? (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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Servidores – Os três senadores de Brasília não quiseram confusão com a maior base eleitoral do DF. Reguffe, Leila e Izalci votaram contra o veto de Bolsonaro ao reajuste de servidores da saúde, limpeza urbana, segurança e educação até o fim de 2021. Mas a decisão do Presidente foi mantida pela Câmara com a ajuda de cinco dos oito deputados brasilienses (Paula Belmonte, Luís Miranda, Tadeu Filippelli, Bia Kicis e Júlio César). Flávia Arrúda se ausentou. Érika e Israel foram contra o veto.

Gritaria é o que funciona A FSB Comunicação divulga, semanalmente, um ranking de influência dos parlamentares do Congresso Nacional. O índice leva em consideração o número de seguidores dos deputados e senadores, o alcance, os posts, a eficiência, as interações e o engajamento registrados no Facebook, no Instagram e no Twitter. MAIS DO MESMO — Normalmente, Carla Zambelli (PSL-SP/foto) ocupa a primeira posição. Não foi diferente no último levantamento. Além do grande número de seguidores duvidosos e da gritaria virtual, a deputada foi o assunto do dia no Twitter quando testou positivo para covid-19.

MICHEL JESUS/ CÂMARA DOS DEPUTADOS

TOP 20 — Não só Zambelli entendeu que “gritaria” é sinônimo de sucesso nas redes. Dos 20 mais

bem avaliados, sete são do PSL, ou dissidentes, três do PSoL e um do PCdoB. Em tendência de queda está o jovem Kim Kataguiri (DEM-SP), eleito com apoio do Movimento Brasil Livre (MBL). Recentemente, um dos líderes do grupo foi acusado de participar de esquema de corrupção em São Paulo. Kim despencou para a 20ª posição. DF — Entre os parlamentares do DF, a melhor colocada é a bolsonarista Bia Kicis, que perdeu a vice-liderança para o filho zero três do Presidente, Eduardo Bolsonaro. Paula Belmonte (Cidadania) subiu 30 posições e, pela primeira vez desde o início do mandato, está entre os 70 melhores.

Namoro Bolsonaro e MDB... Jair Bolsonaro (sem partido foto) surpreendeu os brasileiros ao anunciar que seu antecessor, Michel Temer (MDB), representaria o Brasil numa missão no Líbano. Afinal, ele se elegeu criticando antigos governantes e, em especial, partidos como o MDB.

MARCOS CORRÊA/PR

RENATO ALVES/ AGÊNCIA BRASÍLIA

XADREZ – E no tabuleiro político, Ibaneis trouxe Celina Leão (PP) para a Secretaria de Esportes, abrindo caminho para o suplente Tadeu Filippelli, na Câmara dos Deputados, um voto mais garantido em matérias de interesse do governo.

LIMONADA – Aparentemente, Celina chegava num momento difícil, em plena pandemia. Mas, transformou o limão em limonada. Liderou a reabertura dos parques no DF e garantiu grandes espaços na mídia. De quebra, ampliou sua base com esportistas da capital.

... COMEÇOU NO DF – Antes, Bolsonaro se aproximou do governador do DF, Ibaneis Rocha (foto). Em abril, no início da pandemia, chegou a declarar-se “apaixonado” depois que o emedebista flexibilizou medidas de isolamento social. RECÍPROCA – Logo depois, Ibaneis declarou ao O Estado de S. Paulo que a covid-19 deveria ser tratada como uma gripe, como fizera Bolsonaro. E disse que o interino Eduardo Pazuello é o melhor ministro da Saúde da história do Brasil.

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Adeus, Narrador do Povão A voz grave e vibrante de Marcelo Ramos silenciou na quinta-feira (20). O “Narrador do Povão” tinha 67 anos e não resistiu às complicações da covid-19. Faleceu no Hospital Regional de Santa Maria. Morava em Ceilândia, cidade que amava. Apaixonado por futebol, torcia para o Atlético Mineiro, para o Gama e para o Botafogo. Durante muitos anos, apresentou programas esportivos na rádio Capital AM e um dominical com músicas do Rei Roberto Carlos, de quem era fã. Há 2 anos, afastou-se da cobertura política do Palácio do Buriti, em que acompanhou as gestões de vários governadores do DF, desgostoso com a perda de Marcelo Ramos Júnior, um dos 5 filhos que teve com Maria Ramos, com quem foi casado por 31 anos. Vai com Deus, Narrador do Povão! A covid-19, que vitimou Marcelo Ramos, já contaminou 3,5 milhões de brasileiros e matou cerca de 113 mil. No DF, são 143 mil pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus e 2,2 mil que não resistiram à doença.


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Um país adoecido pela violência e a hipocrisia Pollyanna Villannova A sociedade brasileira está doente. Não bastasse a covid-19, que já matou mais de 110 mil pessoas em cinco meses, vivemos uma epidemia de violência doméstica. E o pior: alastrou-se entre nós a praga da hipocrisia. Há poucos dias, uma menina de 10 anos estava grávida do tio-avô, que a estuprava há 4 anos. O fato ocorreu no Espírito Santo e o criminoso foi preso em Minas Gerais. A Justiça determinou o aborto do feto. A gravidez era de alto risco e fruto de violência. Decisão amparada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Numa reação histérica e sem amparo na moral cristã, evangélicos e militantes bolsonaristas, que dizem colocar Deus acima de tudo, responsabilizaram a criança pelo estupro. Ela teve de viajar para Pernambuco, onde a gravidez que lhe custaria a vida foi interrompida. A extremista Sara Winter, que divulga fake news nas redes sociais e prega o fechamento do Congresso e do STF, localizou o hospital em que a criança dera entrada para o procedimento e promoveu, na Internet, todo tipo de agressão à criança, ao médico e a quem mais os defendesse. Uma pequena multidão foi ao hospital hostilizar o médico e tentar impedir a cirurgia.

Aumenta a violência doméstica Essencial para a saúde pública, o isolamento social por causa da covid-19 aumentou os casos de violência doméstica. Relatório lançado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em junho, confirmou crescimento de 22,2% nos feminicídios em março e abril. Os dados relacionados a crianças são mais assustadores. “Sabíamos que o Brasil enfrentava uma epidemia de violência doméstica, que estava entre os cinco países a liderar o ranking das agressões a mulheres. E que três crianças ou adolescentes são abusadas sexualmente a cada hora, pelos registros do Ministério da Saúde, segundo levantamento de O Globo, de março. Acima dos números, são mulheres e crianças violentadas, na maior parte das vezes, dentro de suas casas”, comenta Hellen Frida, ativista feminista, gestora e produtora cultural, co-fundadora da Casa Frida, em São Sebastião, que acolhe vítimas da violência doméstica. As chamadas para o 180, para atendimento à mulher, aumentaram 34% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magis-

trados Brasileiros (AMB) lançaram a campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica, que tem as farmácias e drogarias como locais silenciosos de denúncia. Nesta série sobre o Agosto Lilás, mês em que se comemora a Lei Maria da Penha, o Brasília Capital tenta entender a violência que ocorre no País, apesar de ter uma das melhores lei mundiais de proteção à mulher e aos vulneráveis. Especialistas de direitos humanos asseguram que, sobretudo neste contexto de pandemia, o aumento desse tipo de violência ocorre em razão da falta de políticas públicas e governamentais à altura do cenário de calamidade pública. Hellen conta que, só em abril, o governo federal recebeu 19.663 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, um aumento de quase 50% em relação a 2019 (13.404 denúncias). Os dados da Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos registram notificação menor em março (aumento de 85% em relação a 2019, que teve 11.232 registros). Em março de 2020, foram 20.771. Mas as denúncias podem ser menores pela falta de suporte no contexto de isolamento.

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Hellen Frida: “A cada hora, quatro crianças de até 13 anos são estupradas”

Rede de solidariedade Ganhadora do Prêmio FAC Equidade de Gênero na Cultura 2016, Hellen atua com rodas e palestras sobre gênero e culturas periféricas, cuidado e autocuidado entre mulheres. Trabalha com assessoria de gênero para o Poder Legislativo e, durante a pandemia, coordena a Rede de Solidariedade do DF. Ela acha difícil dissociar os dados de violências na pandemia

dos de violência que já acontecem contra parcelas da população já desrespeitadas. “A cada hora, quatro crianças de até 13 anos são estupradas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019. São 26 mil partos por ano de meninas de 10 a 14 anos. Todos fruto de estupros. Adultos não podem esperar consentimento de crianças para estupro!”, afirma.

Damares orquestrou o festival de absurdos Hellen Frida acha que a extremista Sara Giromini, nome real de “Sara Winter”, deve ter os benefícios revistos e voltar a ser presa. A conduta dela em outros casos e, sobretudo, neste da menina, é suficiente para enquadrá-la no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. “Ela usou as redes sociais para incitar ódio e provocar aglomerações, divulgou dados sigilosos da menina, expondo e praticando violência contra uma criança, tentando impedir o direito legal dela, expondo a equipe médica e tentando impedir seu trabalho de salvar a vida da criança. Temos diversas representações contra ela”. E alerta para o que diz merecer

reflexão: “Sara Giromini teve holofote suficiente e não se deve tirar o foco de quem, possivelmente, orquestrou essa situação. A nota da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos dizia que foram feitas reuniões para garantir atendimento à criança e ao bebê. A ministra Damares fala do estupro como ‘um bebê a ser protegido’”. Em um país com tantos estupros de crianças, “a atitude primordial de Damares deveria ser assegurar o direito ao aborto legal e seguro para a criança e não emitir sua opinião fundamentalista”, disse.


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Entrevista Kleytton Morais Como os bancários estão se organizando para a campanha salarial 2020? – Podemos dizer que a campanha nacional dos bancários se baseará em três eixos principais: o resultado do sistema financeiro nacional em meio à pandemia; o não cumprimento do papel social que caberia aos bancos, especialmente os privados, no enfrentamento à covid-19; e o aumento muito conservador da provisão do sistema sobre os devedores duvidosos. Explique melhor cada um desses pontos? – O resultado do sistema financeiro nacional, mesmo na pandemia, continua sendo bilionário. Veja o lucro do Itaú, do Santander e do Bradesco. Os três maiores bancos privados lucraram R$ 19,5 bilhões só no primeiro semestre deste ano, enquanto o PIB caiu 1,5% só no primeiro trimestre, e a previsão é de que tenha caído por volta de 10% no segundo trimestre. Podemos destacar que apenas com relação à cobrança de tarifas e serviços dos clientes, a receita foi de R$ 40,66 bilhões desde o início de 2020. Enquanto isso, as despesas com pessoal (pagamento de salários e benefícios, distribuição de lucros e resultados etc.) ficou em R$ 26,46 bilhões. O Santander, por exemplo, arrecadou quase duas vezes mais do que o valor necessário para fazer o pagamento de salários, benefícios e PLR dos seus funcionários (a cobertura das despesas de pessoal pela receita de tarifas no primeiro semestre de 2020 foi: Itaú, 164,1%; Bradesco, 127,1%; Santander, 187,2%). O sistema financeiro tem contribuído da forma como poderia nas políticas de combate à pandemia? – Infelizmente, não. O sistema financeiro nacional, em especial os bancos privados, não contribui para a retirada do País da crise e para o enfrentamento à covid-19. E não o faz porque estrangula a oferta de dinheiro, burocratiza a oferta de crédito para as pequenas e médias empresas, retraindo o acesso às linhas de financiamento e aumentando as condicionantes para liberação dos recursos. E isso, do ponto de vista das empresas, é um horror. Os

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“Bancos não cumprem seu papel no combate à covid-19” Orlando Pontes

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campanha salarial dos bancários deste ano extrapola os interesses da categoria. A luta pela manutenção de empregos e melhores condições de trabalho se soma à defesa da vida de milhões de cidadãos ameaçados pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, doença que matou mais de 112 mil brasileiros, até a sexta-feira (21), e contaminou 3,5 milhões de pessoas em todo o País. Nesta entrevista ao Brasília Capital, o presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Kleytton Morais, explica como está a mobilização da categoria e denuncia a pouca participação do sistema financeiro nas iniciativas para conter o avanço da pandemia, que necessita de pesados investimentos dos setores público e privado.

bancos privados têm direcionado a liberação de crédito para as grandes empresas (entre março e o fim de julho liberaram R$ 238,8 bilhões para grandes empresas e só R$ 92,8 bilhões para micro, pequenas e médias empresas – para pessoa física liberaram R$ 94,40 bilhões). Enquanto isso os bancos públicos focaram a liberação e renegociação de crédito para as empresas menores (micro, pequenas e médias empresas tiveram R$ 50,7 bilhões contra R$ 41,7 bilhões para grandes empresas), e nas pessoas físicas, que tiveram liberação de R$ 107,7 bilhões até julho). Por que os bancos públicos não se encarregam dessa função? – Na verdade, para sermos justos, os bancos públicos, em especial o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco da Amazô-

nia (Pronampe) têm exercido esse papel, principalmente, por meio do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que já teve mais de R$ 15,9 bilhões de recursos subsidiados em linhas de crédito (até julho, espera-se a liberação de mais R$ 12 bilhões a partir do fim de agosto): Caixa e Banco do Brasil sozinhos foram responsáveis pela concessão de R$ 9,2 bilhões em empréstimos do programa, e, dos grandes bancos privados, só o Itaú aderiu à primeira rodada de liberação de crédito. Mas poderiam ser mais atuantes. Os bancos, públicos e privados, foram afetados pela crise? Eles têm lucrado menos do que previam antes da pandemia? – Os bancos têm mantido a sua lucra-

tividade, mas aumentaram a provisão sobre devedores duvidosos de forma muito conservadora: no Itaú, o aumento da provisão foi de 111,2% com relação ao ano passado, e o valor total alocado em provisões pelos quatro maiores bancos (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) alcançou R$ 56,28 bilhões no primeiro semestre, o que revela um crescimento de 61,13%, e isso diminui, estrategicamente, o lucro dos bancos divulgados no primeiro semestre e projeta um lucro gigantesco para este semestre. E isso, de alguma forma, é repassado aos trabalhadores do setor? – Os bancos não têm compromisso com a manutenção dos empregos e ameaçam a retirada de direitos dos bancários. Em meio a tudo isso, os bancários ainda precisam se preocupar com a constante ameaça de privatização dos bancos públicos, agora ressaltada pela política do ministro da Economia, Paulo Guedes... – Pois é, paralelo a essas questões estratégicas, tem-se, ainda, em termos de desafios, as iniciativas do governo Bolsonaro de atentar e tentar privatizar os bancos públicos. Começou pelo Banco do Brasil, a partir da venda da carteira de créditos para o BTG Pactual. Agora, vem a MP 995, que promove a abertura de capital das empresas subsidiárias da Caixa, abrindo o caminho para privatizações. Acredita que, no fim da pandemia, o teletrabalho será uma realidade no sistema financeiro? – O disciplinamento do teletrabalho, o home office, também é uma pauta. Com certeza será um dado a ser considerado num futuro muito próximo e que precisará de um acompanhamento rigoroso dos sindicatos para evitar abusos. Em meio à pandemia, os bancos têm seguido os protocolos para evitar a contaminação dos trabalhadores e clientes? – Até certo ponto, sim. Mas os sindicatos têm atuado com rigor para evitar desrespeitos às normas, o que colocaria em risco a vida dos bancários e dos clientes.


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Entrevista Zélio Maia Que rumo o senhor pretende dar ao Detran em sua gestão? – O Detran não administra carros, e, sim, 3 milhões de pessoas. Ao assumir, pensei no tripé humanização–educação–inovação. A imagem era desgastada. O cidadão era maltratado com atendimento demorado. Humanização não se alcança sem educação. Uma entidade de trânsito que apenas multa era muito ruim. Obviamente que, no meio do processo de educação,

Maia quer deixar como legado uma administração profissionalizada e um órgão educativo, não mais, meramente, um arrecadador de multas se pode chegar a multar. Mas, primeiro, tem de esclarecer e orientar. E, o terceiro ponto, é a inovação. Isso significa investir em tecnologia. – Também. Mas falo de gestão. Percebi que teria de colocar mais uma perna, formando um “quadripé”: a economia de gastos. Cite exemplos. – No dia

17/3, começou a suspensão das atividades devido à pandemia. Chegou à mim um orçamento de R$ 5,75 milhões para comprar máscaras e luvas. Chamei todos os fornecedores do Detran e falei: “Vocês trabalham aqui há vários anos, recebendo dinheiro. Então, cada um fará uma doação à entidade”. Hoje temos duas mil máscaras sobrando e não gastamos nenhum centavo. Outro exemplo foi quando analisei contratos. Sou procurador de Estado e professor de Direito Administrativo. Tenho facilidade para analisar contratos. Veio uma licitação de R$ 58 milhões de pardal para aprovação. Existia outro contrato e estava sendo lançada uma nova licitação por 30 meses. Chamei o presidente da comissão e falei: “Aqui tem um primeiro levantamento de R$ 25 milhões, vamos fazer com base neste de 25”. “Mas isso vai fazer com que não apareça empresa”, ele argumentou. “Eu banco”, decidi. Feito o pregão eletrônico, assinei o contrato, no dia 24/7 por R$ 15 milhões, uma redução de R$ 40 milhões, 300% a menos. É aquilo que falei: eu tinha a ideia de um tripé: humanização–educação–inovação, mas adicionei a economia. O que será feito com o dinheiro economizado? – Entre outros, investiremos na educação, na humanização e na inovação (também tecnológica). Temos um aplicativo pelo qual o cidadão tem na palma da mão os serviços do Detran e um novo portal. Por essas ferramentas é possível fazer agendamentos para vários serviços do Detran. O investimento em educação vai melhorar os canais de comunicação do Detran com a socie-

dade? – Com certeza. Não podemos esquecer o exemplo da faixa de pedestres. O que transformou Brasília em referência no respeito à faixa foi educação e informação, com a campanha Paz no Trânsito. É preciso enxergar o que já existiu de bom e replicar. O foco são os condutores? – Educação é de todos: do condutor, da criança, do ciclista, do pedestre, do corredor de rua. Hoje, temos novos condutores, profissionais e autônomos entregadores de aplicativo. Todos têm de ser educados para compartilhar o mesmo espaço. Sua condução no Detran é semelhante a um motorista que faz um cavalo de pau para mudar de direção. Não teme ser “multado”? – Se fôssemos falar de todas as situações de economia que já proporcionei, ficaríamos aqui mais meia hora falando. Outra foi a manutenção de veículos. O Detran gastava até R$ 900 mil por mês. Agora, gastamos R$ 156 mil. Óbvio que mexemos em muitos interesses. Algumas empresas de tecnologia, literalmente, estão pedindo para sair. É como a gente diz na Paraíba: não aguentam o arrocho. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Vai sobrar pirão para os usuários do Detran? – É aquela coisa: “o Detran tem dinheiro sobrando”. Não. Pode sobrar se aplicado corretamente. Tem-se a noção de que, por ser dinheiro público, não vale. Pelo contrário, o dinheiro público é aquele com que se deve ter mais cuidado. Como gestor, não tenho direito de gastar mais; tenho a obrigação de gastar o menor valor possível para adquirir aquele produto. Não tenho outra opção. Tenho de escolher o menor preço.

Economizar educar e h Orlando Pontes

O

governador Ibaneis Rocha (MDB) convidou e Zélio Maia, 53 anos, aceitou assumir a direção-geral do Detran em março. Quinze dias depois, a cidade parou para isolamento social devido à pandemia. Ele teve um mês para projetar o que faria em sua gestão. Após 5 meses, Maia garante que inaugurou um novo tempo na autarquia, em que as políticas de trânsito têm foco na inovação, educação, humanização e economia. Formado em direito pelo UniCeub, advogado há 30 anos, ex-conselheiro da OAB-DF, professor universitário e escritor, Maia tem feito um pente-fino nos contratos. Paraibano de Catolé do Rocha, ele brinca com os fornecedores que não resistem

São exigências da Lei 8.666 – Exatamente. E da Constituição. Como isso reflete, na prática, no atendimento ao público? – Por exemplo, quando assumi, atendíamos 1.200 pessoas, presencialmente, em

Taguatinga. Criamos um sistema de agendamento e, hoje, atendemos a 200 pessoas. Essas mil pessoas são atendidas remotamente. Antes, 20% dos atendimentos no balcão eram pagamento da segunda via do CRLV. Hoje, é zero. Você baixa pelo celular.


Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 22 a 28 de agosto de 2020 - bsbcapital.com.br

FOTOS: PAULO H. CARVALHO/AGÊNCIA BRASÍLIA

Reestruturação oferece segurança, estabilidade, agilidade e interface moderna

para inovar, humanizar à sua política de redução de preços na compra de serviços na área de tecnologia que estão pedindo para sair. “É como a gente diz na Paraíba: não aguentam o arrocho”. Ele segue o exemplo de Luís Miúra, ex-diretor do órgão, falecido, na segunda-feira (17), que implantou o respeito à faixa de pedestre. Maia assume a missão de preservar vidas e estimular a civilidade no trânsito. Está fazendo uma revolução no parque tecnológico do Detran. Lançou um aplicativo com serviços virtuais e um portal com mais segurança, estabilidade, interface moderna a agilidade. Outra grande preocupação é o cuidado com o dinheiro público. Conheça as ideias de Maia nesta entrevista ao Brasília Capital.

E tem validade no celular ou a pessoa precisa imprimir? – Basta andar com o celular na mão, igual quando você vai fazer embarque no avião. Pode imprimir. Mas tem de tomar cuidado com o QR Code, que precisa estar claro porque o agente de

trânsito vai ler o QR Code para saber se o veículo é, realmente, o que consta no documento. Teria outros exemplos de solução tecnológica para facilitar a vida do cidadão? – Na quinta-feira (13), assinei uma Instrução

de Serviço autorizando os cartórios fazerem comunicado de venda ao Detran eletronicamente. A pessoa vendeu o carro, preencheu o DUT, colocou “autorizo a transferência do veículo para Fulano”. Entregou o carro. Não precisa mais comunicar a venda ao Detran. Com isso, no momento em que o vendedor for ao cartório reconhecer firma, o cartório comunica ao Detran, remotamente, e o cidadão não precisa mais fazer nada. O comunicado de venda foi feito. Outro exemplo: emprestei meu carro para Fulano, que andou a 200 km/h numa via de velocidade máxima de 60 km/h. Um dia, recebo a notificação. Antigamente e até uma semana atrás, tinha de falar com ele, pedir os dados para transferência da multa e abrir o processo para transferir os pontos na CNH. Hoje, no nosso aplicativo, coloco o número da infração e o CPF de quem foi o infrator e está resolvido. O senhor acha viável a criação da chamada Zona Verde em Brasília? – O Detran participa dessa discussão, colateralmente, porque o projeto da Secretaria de Mobilidade é pegar um espaço público destinado a estacionamento e cobrar por isso. O Detran não tem o poder para definir essa política. Ela é da Semob. Uma vez concluído que o espaço A ou B pertence à Zona Verde, uma empresa vai cobrar pela ocupação, que não é administrado pelo Detran. Os espaços que sobrarem competirão ao Detran, que poderá até multar pela ocupação irregular. No seu plano de trabalho está prevista uma reestruturação administrativa. Existe previsão

de concurso público? – Quando falo naquele tripé que virou “quadripé”, temos a inovação. E uma delas é a inovação administrativa, que envolve a inovação tecnológica. Sempre tive em mente termos a consultoria de uma instituição de respeitabilidade inquestionável, como uma Fundação Getúlio Vargas, a UnB, a USP, para profissionalizarmos o funcionamento do Detran. Começamos pela tecnologia porque não posso fazer um estudo dessa magnitude, para reestruturar o administrativo do órgão, sem inová-lo tecnologicamente. Ao trazer a tecnologia, proporcionamos uma reestruturação natural dos espaços. E quanto ao concurso? – Hoje existem dois processos de seleção de pessoal em curso. Um para atividades administrativas e, outro, para agente de trânsito.

Estão na Secretaria de Economia. Sou, totalmente, favorável. Temos de ter renovação, principalmente, no policiamento, na fiscalização, uma atividade que aumentou muito e, há 10 anos, não tem concurso. Precisamos, sim, de novos efetivos. Qual a carência hoje? – No administrativo, cerca de 150 e, no policiamento, de 100 a 120. Proporcionalmente, 20% de agentes de trânsito. Os salários seriam os mesmos. Se pensarmos que, há 10 anos, fizemos o último concurso e, de lá para cá, tivemos um incremento de 50% da frota, obviamente, precisamos de mais mão de obra. Hoje não temos muitas aposentadorias no Detran porque as carreiras são novas (70% são jovens). No entanto, esses dois processos, que têm nosso apoio para andar, estão na Secretária de Economia, que é quem conduz os concursos. É ela que libera o dinheiro? – Não. A Folha de Pagamento é nossa.

Reestruturação administrativa e tecnológica trouxe inovação e o Detran substituiu muitos atendimentos presenciais por serviços virtuais

Daqui a 20 anos, como Zélio Maia quer ser lembrado? Qual será o seu legado? – A melhor coisa da nossa vida é acontecer como ocorreu com o Miúra, que, mais de 20 anos depois, é lembrado por coisas positivas. Essa nova ordem é um cavalo de pau na direção do Detran? – Exatamente. É uma mudança de conceito. Quando as pessoas viajam para fora do Brasil, para onde existe o respeito ao trânsito e às normas, voltam dizendo: “Nossa! Como é bom ver isso”. Queremos que, em algum momento, as pessoas não sintam mais essa diferença. E passa, exclusivamente, pela educação. Sem educação isso jamais será possível.


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VIA

Satélites

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Mais 3,5 mil m² de calçadas – A Novacap iniciou, dia 10 de agosto, a construção da calçada da Avenida Hélio Prates a um condomínio residencial com 5 mil moradores na M Norte, com acesso à Unidade Básica de Saúde (UBS) 7 de Taguatinga. Serão 3,5 mil m² de calçada, na lateral do cemitério São Francisco de Assis. Neste ano, R$ 1,3 milhão foram investidos em obras de 14 mil m² de calçamento na cidade.

Por Lorrane Oliveira

Letícia Fialho no Portfólio Sala Brasília

DISTRITO FEDERAL

Incentivo à prática esportiva A secretária de Esporte e Lazer, Celina Leão, se reuniu com os administradores regionais de Arniqueira, São Sebastião, Recanto das Emas e Riacho Fundo I para firmar o compromisso de ceder materiais esportivos para o desenvolvimento de várias modalidades nas quatro regiões administrativas. Celina propôs parcerias em projetos e apoios a eventos esportivos. Em Arniqueira, a administradora Telma Rufino sugeriu a construção de um pequeno Centro Olímpico e Paralímpico no Parque do Areal. Por meio do Fundo de Apoio ao Esporte (FAE), serão ad-

quiridas bolas de futebol de areia, de campo, de futsal, de vôlei de praia, de vôlei de quadra e equipamentos para outras modalidades. AGÊNCIA BRASÍLIA

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pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus e que tenham pedido médico. O teste rápido, também chamado de IgG-IgM, é feito a partir da coleta de sangue, e tem por finalidade encontrar anticorpos específicos para o vírus. O resultado sai entre 10 e 30 minutos.

Leilão de veículos No dia 31 de agosto, a Polícia Civil realizará um leilão on-line de veículos, sucatas e equipamentos de carros. São 14 automóveis e cerca de 20 produtos diversos, como celulares e alto-falantes. Modelos como Gol, Palio e Celta estão disponíveis em preços a partir de R$ 3 mil.

transmitido pelos canais do YouTube do Sindicato dos Bancários do DF e do Portfólio Sala Brasília. Projeto foi idealizado pelo músico Adriano Rocha e realizado com o apoio cultural do Sindicato dos Bancários do DF. Telefones para contato: Assessoria Sindicato dos Bancários (61) 3262-9090 e Comunicação Portfólio: (61) 98182-4555

ARNIQUEIRA

Terracap inicia regularização

UBS recebem 50 mil testes rápidos A Secretaria de Saúde distribuiu, nesta semana, 50 mil testes rápidos para covid-19 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do DF. Os exames foram adquiridos em 2 de julho, mas estavam indisponíveis devido a uma decisão judicial. Agora, eles estão prontos para serem usados por

A compositora, cantora e instrumentista Letícia Fialho é a convidada do projeto Portfólio Sala Brasília deste domingo (23). Graduada em Letras pela UnB, ela passou por importantes instituições de ensino formal de música, como a Escola de Música de Brasília e a Escola de Choro Raphael Rabello. O programa começa às 20h e será

Devido à pandemia, a visitação aos carros será controlada nos dias 26, 27 e 28. Eles estão no pátio da Leilomaster, na QS 9 Rua 100 Lotes 15/17, em Taguatinga. Os outros produtos poderão ser visualizados pelo site da empresa. Os bens pertencem ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad).

A Terracap e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Seduh) trabalham para viabilizar o registro cartorial da regularização fundiária do Setor Habitacional Arniqueira. Mais de 2.700 lotes estão aptos e devem come-

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çar a ser registrados ainda neste mês. A proposta é que 1,4 mil moradores possam legalizar seus imóveis por meio de venda direta. O investimento da Terracap em infraestrutura na localidade é estimado em R$ 160 milhões.

SOL NASCENTE

Churrasqueiro pede ajuda para realizar sonho Churrasqueiro profissional, Luís de Jesus (foto) perdeu o emprego devido à pandemia e hoje pede ajuda em um semáforo em Águas Claras para abrir um comércio de espetinho perto de onde mora, no Sol Nascente, em Ceilândia. Casado, pai de dois filhos, Luís paga aluguel. Quem quiser ajudar o churrasqueiro a realizar seu sonho pode entrar em contato pelo (61) 99413-1353.

DIVULGAÇÃO/FACEBOOK


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Crise abala Universidade Católica de Brasília FOTOS: SITE DA CATÓLICA

Orlando Pontes Uma das mais tradicionais instituições de ensino superior do Distrito Federal, a Universidade Católica de Brasília, fundada há 45 anos, enfrenta uma grave crise financeira, que se agravou com a pandemia do novo coronavírus e a proibição de aulas presenciais decretada pelo GDF no dia 12 de março. Desde então, mais de 200 funcionários foram demitidos, a maioria professores. Denúncias de pais e de alunos que chegam ao Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep) dão conta de práticas que serão levadas ao Ministério Público e à Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon). Segundo o diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, alunos da Católica revelam que pagam 4 horas-aula e recebem apenas 2 horas e meia. Para piorar, a universidade só estaria pagando aos professores 3 das 4 horas de trabalho virtual. E eles estão sobrecarregados devido à demissão de colegas sem a contratação de substitutos. Na UCB, funcionários e alunos, que pedem para não serem identificados, também apontam a falta de responsáveis técnicos nos laboratórios e na clínica, onde os estudantes de medicina fazem estágio – a residência médica. A informação é a de que esta orientação partiu da União Brasileira de Educação Católica (Ubec), mantenedora de instituições de ensino católicas no País, para contenção de despesas. A Vigilância Sanitária será acionada. Caso a denúncia se confirme, esses espaços poderão ser interditados. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – A saída encontrada pela atual direção para continuar funcionando é o Ensino a Distância (EaD) e as aulas virtuais. Contam os funcionários que a UCB tem incrementado uma parceria com a Cruzeiro do Sul, dona do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF). E a receita é a mesma: o corte de gastos e a concentração das atividades virtuais e EaD.

UCB vive seu pior momento em 45 anos. Reitor Ricardo Calegari (acima) e Pro-Reitor Édson Cortez têm relação conturbada com funcionários e alunos

A UDF, de acordo com o Sinproep, demitiu 80% do quadro de professores e passou a centralizar as aulas virtuais em São Paulo. “Temos informações de que apenas um professor dá aulas para milhares de alunos”, afirma Rodrigo de Paula, reforçando que o procedimento já é do conhecimento do MP. Casos semelhantes ao da Católica e da UDF, de acordo com Rodrigo de Paula, ocorrem na Universidade Paulista (Unip) e em outras faculdades particulares de menor porte. Na Católica, a situação está mais crítica devido à queda abrupta do número de matrículas. A instituição, que já teve mais de 15 mil alunos, hoje não passa de 5 mil. No último vestibular, ingressaram apenas 124 novos estudantes, sendo cerca de 60, em medicina; 40, em odontologia; e, pouco mais de 20, nos mais de 55 cursos de graduação restantes. Além dos problemas financeiros, a UCB vive um momento político complicado. O novo reitor, Ricardo Calegari, que veio de São Paulo e acumula a Pró-Reitoria Acadêmica, e o Pro-Reitor Édson Cortez não têm boa relação com os corpos docente e discente. Professores e alunos chegam a qualificá-los como “arrogantes” e “prepotentes”.

Nota de esclarecimento (...) Em atenção à matéria publicada no dia 20/8, no site Brasília Capital, a Universidade Católica de Brasília apresenta os esclarecimentos: (...) O mundo todo e nosso país vêm sofrendo com uma grave crise de saúde pública, motivo pelo qual o governo federal declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pelo novo Coronavírus (2019-nCoV). (...) Dessa forma, neste momento atípico, a UCB, assim como todos os estudantes, precisou se adaptar à nova realidade e tem empreendido esforços e investimentos para garantir o engajamento de estudantes em atividades acadêmicas remotas, buscando promover uma aprendizagem efetiva mediada por tecnologia. (...) Passou a ofertar as disciplinas presenciais por meio de aulas remotas, resguardando a presencialidade das aulas práticas que puderam retornar com segurança (...). (...) Essas aulas são diferentes do chamado Ensino a Distância, por resguardarem similitude com as aulas presenciais. (...) Não são procedentes as informações sobre a quantidade de horas aulas ofertadas aos alunos, pois mantivemos o nosso calendário acadêmico e as respectivas cargas horárias, não houve alteração de matriz curricular. Em adequação às medidas de ensino remoto,

as atividades supervisionadas serão registras por meio do nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem, devidamente orientadas pelos nossos docentes. (...) (...) As reestruturações vivenciadas na instituição estão fundadas nas constantes melhorias dos nossos serviços diante do quadro de pandemia e não estão ligadas ao desligamento de profissionais. (...) Mesmo na pandemia, a Católica fez diversas contratações, mantendo em seu quadro mais de mil colaboradores. (...). Com relação aos laboratórios e espaços de aprendizagens práticas, a IES encontra-se legalizada e com os devidos licenciamentos de responsabilidade técnica registrados, com ajustes sem prejudicar a operacionalização desses espaços. (...) (...) Sobre as qualificações citadas na reportagem sobre o reitor, Ricardo Calegari, e pró-reitor de Administração, Edson Cortez, a reitoria está comprometida com a perenidade da instituição e a qualidade dos serviços ofertados. (...) Estamos abertos ao diálogo franco, honesto e transparente com a comunidade acadêmica, veículos de comunicação, órgãos e entidades associadas (...) Por fim, a UCB informa que está preparada para o retorno das atividades em seus campi e os estudantes terão suporte técnico para o bom andamento das atividades.


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Covid-19: desinformação só piora a pandemia O cálculo mudou, mas a soma da quantidade de óbitos de pessoas vítimas da covid-19 no Distrito Federal continua a mesma: são mais de 2,2 mil cidadãos mortos em decorrência da doença e, também, de uma gestão, no mínimo, confusa. E é um número assustador, que deve, sim, desassossegar, em especial, aqueles que nos governam. Desde o início de pandemia no DF, uma série de medidas precipitadas foi tomada pela gestão local. Fecharam o comércio fora de hora, reabriram o comércio fora de hora, criaram, tardiamente, um hospital de campanha sob suspeita da Justiça e sem suporte de oxigênio para todos os leitos, insumo fundamental à assistência do paciente para tratar uma doença, eminentemente, respiratória. No auge da pandemia, é im-

portante lembrar também, até as crianças ficaram sob ameaça, na indecisão de fecha escola ou abre escola, com a perspectiva de retorno das aulas presenciais. E não apenas elas: professores, pais, avós e outros familiares estão na mira da doença, diante da constatação científica de que crianças e jovens com covid-19 têm carga viral superior à de adultos hospitalizados. O erro não está na forma de divulgação do número de mortes. Ele está nas escolhas de um desgoverno que não sabe assumir a responsabilidade pelos seus atos. Que quer negar à população do DF a veracidade dos fatos: não é o momento de relaxar. Não é a hora de ficarmos tranquilos e relaxarmos as medidas de proteção. Com esse comportamento, o governo, no mínimo, induz os ci-

dadãos ao erro de acreditar que está tudo bem. Não está. O acesso à informação, de forma transparente, é uma garantia constitucional, sancionada em 2011, que consolida, também, a democracia brasileira. Não podemos nos esquecer disso. Sem um processo transparente na divulgação de dados, a saúde da população e até os profissionais de Saúde ficam à revelia dos desmandos da gestão. Um desgoverno que, com essa atitude, nega até à ciência o direito de pesquisar e propor soluções para um problema que existe, sim, e é muito grave. Não se enganem. O momento é de cuidado redobrado. Agora é a hora de fortalecer as ações de combate à doença. Não há motivo para sossegar ou ficarmos tranquilos. Protejam-se e prote-

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

jam quem está por perto. O uso de máscara e o distanciamento continuam sendo armas importantes contra a covid-19. O novo coronavírus é uma ameaça real. Assim como a lamentável e preocupante falta de transparência do Governo do Distrito Federal.

Aulas adiadas por tempo indeterminado A retomada do calendário escolar presencial da rede pública do Distrito Federal está adiada por tempo indeterminado. A decisão foi tomada, quarta-feira (19), pelo Governo do Distrito Federal, como precaução para evitar o aumento de contaminações pela covid-19 a partir do convívio de crianças, adolescentes e adultos no ambiente escolar. Nas escolas particulares, após 6 horas de audiência no Tribunal Regional do Trabalho do DF (TRT-10), na sexta-feira (21), não houve conciliação. Sendo assim, a retomada das aulas presenciais permanece suspensa. Nova audiência foi marcada para a segunda-feira (24). Nas escolas públicas, até a última decisão do GDF, o retorno gradual dos alunos às salas de aula estava marcado para 31 de agosto. “A data era de referência, mas, neste momento, apesar de as escolas es-

MARY LEAL/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Aumento descontrolado de contágio e mortes por covid-19 levou à suspensão

tarem prontas para o retorno, isso será adiado pela vida e saúde de todos”, disse o secretário de Educação, Leandro Cruz, ao explicar que o comportamento está sendo acompanhado para que as providências de retorno às aulas presenciais sejam tomadas de forma segura.

Mesmo sem data para o retorno presencial dos alunos da rede pública, o ensino remoto continuará em vigor e as escolas seguem sendo preparadas para a volta das atividades. Durante a semana, a operação para desinfecção e higienização das escolas da rede

pública chegou a 91,2% das unidades. Já o programa Escola em Casa DF, com a plataforma Google Sala de Aula, tem cadastrados 470 mil estudantes e 72 mil profissionais da educação. PARTICULARES – O caso da rede particular de ensino está judicializado e caberá ao TRT-DF decidir a data do retorno às atividades presenciais. Os sindicatos que representam as escolas propõem o retorno da educação infantil no dia 21 de setembro. Já o Ministério Público do Trabalho argumenta que a retomada das atividades presenciais representa risco aos trabalhadores e aos alunos e defende que continuem suspensas as aulas presenciais. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), já foram 1,5 mil demissões no setor.


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ESPÍRITA

José Matos Superação – lute, vença ou adeque-se! A vida deve ser encarada como “o bom combate” de que falava o Apóstolo Paulo Toda superação e toda virtude vêm da compreensão e do treinamento. Não alimente inveja; não se compare; não compare sua situação com a dos outros; mude o pensamento quando essa comparação vier. Não diga que não é possível. Experimente! Você não está bem, carente, encontra o amigo que

está bem, compara-se e sofre. Não inveje o lugar dele. Você não sabe o futuro dele. A necessidade e o merecimento dele são dele. Todo mundo inveja? Não. Inveja quem se compara com os outros. Você é único, com missão única na Terra. Não comparando, não invejando. Mas, mesmo assim, se a inveja lhe pegar,

mude o pensamento. Tente até conseguir! A amiga feliz pergunta pelo namorado que você não tem? Não. Ela quer apenas falar que está namorando. O colega quer saber da sua nota que foi péssima? Não. Ele quer apenas falar da boa nota dele. Você também faz isso. Cale-se sobre seus êxitos, planos e projetos. É por fazer propaganda que, às vezes, as coisas não dão certo. Tédio, desgosto de viver, insatisfação. Tudo isso é mensagem da alma para você viver, mudar, buscar realizar seu ideal. Acorde! Se você não está no caminho que se programou, parado ou na contramão, o seu Eu interno reclamará e você poderá entrar em depressão. Depressão, geralmente, chega devagar. Você vai sentindo tédio, insatisfação, desgosto. Descubra a causa, aja e evite-a! “Simplifique a vida, valorize os amigos verdadeiros, não leve a sério o que pouco significa, não

Neymar é o Brasil na Champions League Gustavo Pontes A Champions League ganhou cara de Copa do Mundo nesta temporada. Devido à pandemia, os jogos das fases finais da competição foram todos em Portugal e em partidas únicas, que, para muitos, trou-

xe mais emoção aos confrontos. E chega à final com um confronto inédito entre o PSG e o Bayern de Munique, favorito após golear o Barcelona de Messi por incríveis 8 a 2 nas quartas de final e bater o Lyon na semifinal. MELHOR DO MUNDO – A final de do-

Brasileirão: segue o líder O Campeonato Brasileiro começou com muitas surpresas, especialmente em relação aos clubes cariocas. O Flamengo, atual campeão, está sentindo a falta do treinador Jorge Jesus e tem apenas uma vitória em quatro jogos, na zona de rebaixamento. No alto da tabela, o surpreendente Vasco tem 100% de aproveitamento, e lidera a competição pelo saldo de gols, com um jogo a menos. O Botafogo mostrou bom futebol ao vencer o Atlético-MG, um dos favoritos

ao título, no meio de semana. O Fluminense segue oscilando. Perdeu fora de casa para o Bragantino, ficando com a mesma pontuação do rival rubro-negro, mas fora do rebaixamento pelos critérios de desempate.

Resultados Flamengo 1 x 1 Grêmio Bragantino 2 x 1 Fluminense Internacional 3 x 0 Atlético-GO Goiás 1 x 3 Fortaleza

mingo vale mais do que o título do principal torneio de clubes do planeta. Neymar e Lewandowski são os favoritos ao prêmio de melhor jogador do mundo na temporada. E quem conquistar o troféu pela sua equipe pode levar vantagem também na competição individual.

Corinthians 3 x 1 Coritiba Athlético-PR 0 x 1 Palmeiras Botafogo 2 x 1 Atlético-MG São Paulo 1 x 1 Bahia Ceará 0 x 3 Vasco Sport 0 x 1 Santos Sábado Athlético-PR x Fluminense –16h Internacional x Atlético-MG – 19h Goiás x Atlético-GO – 21h Domingo Flamengo x Botafogo – 11h Vasco x Grêmio – 16h Palmeiras x Santos – 16h Bragantino x Coritiba –16h Sport x São Paulo –19h Ceará x Bahia – 20h Corinthians x Fortaleza – 21h30

perca tempo com o que nada acrescenta, destine sua energia àquilo que lhe faz feliz... Simples, tal como um sorriso na alma!”, Equilíbrio é tudo. Mantenha-o no sucesso e no fracasso, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, na vida e na morte. Não deixe que o orgulho e a vaidade tomem conta da sua vida. Seja sempre aluno, sempre aberto a aprender e a cooperar. É assim que você cumprirá seu Dharma, ou programação existencial. “Quando você se ilumina, toda a existência se ilumina. Quando você está na escuridão, toda a existência está na escuridão. Tudo depende de você”. A vida deve ser encarada como “o bom combate” de que falava o Apóstolo Paulo. Lute, supere e vença!

José Matos Professor e palestrante

Candangão: a um passo da final Os dois maiores campeões do Candangão estão perto de fazer a final de 2020, como foi em 2019. O Brasiliense venceu o Real Brasília fora de casa, por 1 a 0 e, o Gama, foi a Formosa e bateu o time local por 3 a 1.

Jogos de volta: Brasiliense x Real Brasília Domingo, 11h, Mané Garrincha Gama x Formosa Domingo, 16h, Bezerrão

Davi Araújo no Botafogo O atacante Davi Araújo, de 21 anos, é o mais novo reforço do Botafogo, do Rio. Promessa do futebol brasiliense, o jovem foi eleito a revelação do Candangão 2019 pelo Paracatu. No Real Brasília, foi o principal jogador do sub-20, em 2019, na classificação para a Copa São Paulo de Futebol Júnior.



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