Jornal Brasília Capital 474

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Corona

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Foram 499 votos a favor e 7 contra. Falta agora o Senado

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Câmara atropela governo e aprova Fundeb

BB tem privilégios para teste da covid-19

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Brasília, 25 a 31 de julho de 2020

Morte de garçom revela discriminação contra funcionários Página 9

Cloroquina

Garoto-propaganda do remédio, Bolsonaro testa positivo pela terceira vez para a covid-19, após tratamento de 15 dias. Vendas de hidroxicloroquina cresceram 358%, no Brasil, desde o início da pandemia. Sua eficiência não foi comprovada no caso do Presidente. Ele e o remédio viralizaram na Internet Página 4

DIVULGAÇÃO

Luto no Gama

Informe Publicitário

Túnel de Taguatinga

Adeus ao Palhaço Pirulito, torcedor-símbolo do Verdão

Nota do Sinpaf compromete Jamal Bittar, presidente da Fibra

Trânsito muda no centro da cidade. Obras vão durar 2 anos

Esporte – Página 12

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Via Satélites – Página 10


Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 25 a 31 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

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x p e d i e n t e

CHICS: novos tempos, novas oportunidades Paulo Medeiro (*) DIVULGAÇÃO

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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Até pouco tempo atrás, falávamos sobre cidades inteligentes para plateias que encaravam o assunto sem nenhum interesse. A grande maioria dos gestores públicos e políticos brasileiros considera o assunto de pouco interesse nacional. Entretanto, surge de forma global uma devastadora praga que trouxe medo e destruição à economia mundial. O resultado de tudo que estamos vivenciando, mas que a maioria dos nossos gestores continua negligenciando, é que o mundo, e principalmente as cidades, pessoas, empresas e serviços públicos, jamais serão os mesmos. O mundo como conhecíamos acabou! Esta nova ordem, que já começa a despontar e que dominará o nosso dia a dia, já está em fase

de construção e suas bases começam a surgir planeta afora. É fato que a covid-19 deixará marcas profundas na sociedade, mas será fato que a nova realidade social exigirá cidades resilientes para a sua sobrevivência? Nossos governantes estão preparados para esta nova realidade? Os fracassos no combate à covid-19, nas maiores e mais preparadas cidades do mundo, se deram por irresponsabilidade ou incompetência de seus gestores, que foram míopes em suas decisões. Não são necessários profundos exercícios de filosofia para perceber que as mudanças, assim como a propagação desse vírus, e de outros, acontecerão numa velocidade inimaginável aos seres contemporâneos. Nas cidades, as catalisadoras das mudanças serão, sem sombra de dúvidas, as empresas, que já iniciaram a transformação de seus processos para a era do pós-covid-19. Clientes preparados para o mundo virtual consumirão ainda mais

das empresas do “mundo novo”, e, após provar deste novo modelo de gestão, jamais voltarão a consumir no “mundo físico” da mesma forma que antes, pois saberão que o “mundo velho” é mais perigoso. Contudo, não faltam oportunidades em meio ao caos atual. Não há momento mais propício para a transformação de processos do que este que estamos vivendo. A tarefa não é fácil, mas é estratégica. Não tenho o espelho de Nostradamus, e acredito que para analisar este momento não seja tão necessário, pois já conseguimos visualizar os sinais da transformação. Vejo um pouco assustado e ansioso, mas com esperança de que as mudanças, que estão acontecendo em diversas partes do mundo, possam ajudar, com brevidade, o nosso Brasil, deixando todas as nossas metrópoles CHICS (Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis). (*) Subsecretário de Inovação do GDF

PIB na gangorra 2 Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Vimos no artigo da semana passada que a economia brasileira, após ter disputado com a China e o Canadá a condição de oitava maior do mundo no fim da década de 1970, refluiu para o 16º posto na virada da década de 2000 (US$ 508 bilhões, em 2002) e voltou a subir no ranking nos anos seguintes do governo Lula. Fechou a década com crescimento econômico recorde de 7,5% e, com o aumento de 4%, em 2011, o PIB brasileiro alcançou seu maior valor histórico em dólares nominais correntes (US$ 2,62 trilhões), disputando com Reino Unido e França a condição de quinta maior economia do planeta, suplantada apenas por EUA, China, Japão e Alemanha. Se de 2011 e 2013 o desempenho ainda foi razoável (crescimento

médio de 3,0% ao ano), a partir de 2014 uma série de equívocos provocou o descarrilamento da economia que perdura até hoje e iniciou nova derrocada. Começou com o oba-oba da Copa, quando se priorizou investimentos em estádios em vez de se buscar atender às demandas em saúde, saneamento e educação; passou pelas vultosas desonerações (isenções fiscais) a, praticamente, todos os segmentos empresariais, liquidando o superávit primário. Essa onda culminou com a nomeação do neoliberal Levy para a Fazenda e a sabotagem do governo via pauta bomba de Cunha. Estava desenhado o roteiro para o golpe que levou Temer ao Planalto. Ocorre que, mesmo com o baixo crescimento em 2014 e a queda do PIB em 2015, a economia brasileira perdera apenas duas posições (para Itália e Índia) e se manteve entre as dez maiores do mundo. Mas a retomada da economia prometida pelos neoliberais não veio e as reformas trabalhista e previdenciária só fizeram agravar a situação. Temer entregou ao País queda de

3,3% do PIB em, 2016, e crescimentos pífios de 1,3% em 2017 e 2018, de forma que, em 2018, o PIB brasileiro caíra para US$ 1,86 trilhão. Além de ter se distanciado das economias do Reino Unido e da França e sido superado pelos da Itália e Índia, foi também suplantado pela Coréia do Sul, Rússia e Canadá, além da Indonésia (pelo critério de Paridade do Poder de Compra). Para piorar, em razão do pífio crescimento de 1,1% do PIB, em 2019, do violento tombo previsto em 2020 (-10%) e da forte desvalorização cambial nesses 2 anos, o PIB nominal brasileiro deverá fechar o ano (e a década) abaixo de US$ 1,3 trilhão. Assim, o Brasil deve ser superado pelas economias da Espanha e Austrália, refluindo para o 15º do mundo, como no fim do governo FHC. E já vendo México, Holanda e Turquia pelo retrovisor. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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Chupando Pirulito – Morreu Pirulito. O Palhaço era o símbolo do Gama. Não tinha parentes. Vivia como morreu: só. Pediu ajuda para comer, pagar contas, aluguel. Ninguém ajudou. Internado, a torcida do time fez vaquinha na Internet. Nada. Com a repercussão de sua morte, políticos fizeram fila nas redes sociais para chupar a popularidade do velho palhaço. Entre outros, Jaqueline Silva, Paula Belmonte, Izalci Lucas e Rodrigo Rollemberg. Até morto Pirulito faz rir.

Carabineiro Não bastasse ser alvo de várias investigações por irregularidades ocorridas em sua gestão no Buriti, Agnelo Queiroz (PT - foto) ainda guardava uma carabina em sua casa no Lago Sul. A espingarda, sem registro, foi localizada pelos agentes do Gaeco ao cumprir mandado de busca e apreensão, quinta-feira (23), na Operação Alto Escalão, que apura suposto esquema de compra de leitos hospitalares em 2014. FIANÇA – Levado para a Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organiza-

do (Cecor), o ex-governador prestou depoimento, pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado. Além da arma, foi encontrada uma mala recheada de cédulas de real e de dólar (cerca de R$ 250 mil). O dinheiro estava com Adriana Aparecida Zanini, no Sudoeste. NA ATIVA – À época, Zanini era vice-presidente do Instituto Brasília para o Bem-Estar do Servidor Público. O Ibesp faria parte do esquema investigado pelo MP. Atualmente, Adriana é diretora da agência de publicidade Fields. ALEX FARIAS/PHOTOGP

Ineficazes Pesquisa feita por médicos brasileiros com 667 pacientes em 55 hospitais públicos e privados descarta efeito benéfico da hidroxicloroquina e da azitromicina contra o novo coronavírus. Os

pacientes ainda tiveram efeitos cardíacos e hepáticos adversos. Os resultados da pesquisa foram publicados na, quinta-feira (23), no periódico científico “New England Journal of Medicine”.

Dinheiro retido Relatório do Tribunal de Contas da União aponta que o governo federal gastou, até 25 de junho, apenas R$ 11,4 bilhões, do total de R$ 38,9 bilhões, do dinheiro emergencial para o combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo o TCU, o valor retido pelo Ministério da Saúde para os estados e municípios corresponde a 71% dos recursos previstos. OMISSÃO – O ministro Benjamin

Zymler, relator do processo sobre a resposta da Pasta da Saúde à pandemia, determinou, na quarta-feira (22), que o ministério demonstre, em até 15 dias, a “lógica de financiamento” dos fundos estaduais e municipais, além de detalhar as estratégias utilizadas no combate ao novo coronavírus. A auditoria do TCU ajudará a provar se houve omissão deliberada do governo Bolsonaro no tocante ao assunto.

Ato falho Briga pela vacina Para o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klejner, a competição pela vacina da covid-19 já começou. E isso dificulta as previsões de quando os brasileiros serão imunizados contra o coronavírus. “Eu acho que a gente chega a uma vacina até o fim do ano. Resta saber quando ela estaria disponível para nós, brasileiros, em vista da competição que vai existir”, diz Klejner. ADIANTADO – Na quarta-feira (22), o presidente dos EUA, Donald Trump, pagou adiantado US$ 2 bilhões e fechou a compra de 100

milhões de doses da vacina desenvolvida pela aliança germano-americana Biontech/Pfizer. Uma prova de que as populações de países ricos terão prioridade no processo de imunização. ESPERANÇA – O que pode fazer com que o Brasil consiga as primeiras doses, em 2021, são os acordos com a Universidade de Oxford e com a empresa chinesa Sinovac, feitos pelo governo de São Paulo, que preveem o direcionamento de algumas amostras para o País. A mesma coisa prevê a parceria da FioCruz com a Universidade de Oxford.

“Não dá para evitar pandemia se você não ficar isolado”. Do Presidente Jair Bolsonaro para apoiadores, quinta-feira (23), no Alvora-

da. No mesmo dia, ele quebrou o isolamento. Passou de moto pelo Palácio e conversou, sem máscara, com um grupo de garis.

Jornalismo na veia O jornalista e radialista Ricardo Noronha (foto) passou 30 dias internado após sofrer uma queda de bicicleta. Mas nem assim deixou de trabalhar. No leito, continuou observando o que acontecia ao seu redor. Teve alta na quinta-feira (23). Já na sexta, escreveu uma bela reportagem-depoimento. A história emocionante, em dois capítulos, pode ser lida no blog sosbrasilia.com.br. Vale a pena.

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Vírus de Bolsonaro vence a cloroquina DIVULGAÇÃO

Mesmo usando o remédio, Presidente testa positivo para a covid-19 por três vezes consecutivas Na terça-feira (22), Jair Bolsonaro revelou que continuava contaminado pela covid-19. Foi o terceiro teste positivo do Presidente da República para a doença. Este, feito 15 dias após a confirmação de que o chefe do Executivo foi infectado pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, Bolsonaro, além de negar a alta letalidade da doença, que, até quarta-feira (23), contaminara 2.227.514 e matara 82.771 brasileiros, insiste em dizer que a hidroxicloroquina cura a covid-19. Contudo, os fatos têm mostrado ao Presidente que a doença não é “uma gripezinha” e, tampouco, que a hidroxicloroquina é a panaceia para a covid-19. Nos hospitais, nos quais os médicos usam outros protocolos para socorrer os conta-

Ciência nega eficácia da cloroquina do presidente garoto-propaganda Bolsonaro

minados pelo coronavírus, a média de tempo para a liberação dos pacientes é de 14 dias. Portanto, pelo menos em Bolsonaro, o remédio não surtiu o efeito esperado. O Presidente anunciou ter testado positivo para a covid-19 em 7 de julho. Desde então, afirmou em várias ocasiões ter visto sua saúde melhorar devido ao medicamento. Mas saiu pela tangente quando questionado se recomendava a hi-

droxicloroquina contra a covid-19. “Eu não recomendo nada. Eu recomendo que você procure seu médico e converse com ele. O meu, no caso, médico militar, foi recomendada a hidroxicloroquina. E funcionou. Estou bem, graças a Deus. Ontem de manhã fiz exame”, declarou Bolsonaro em transmissão ao vivo na manhã de terça (22). “À noite, deu resultado que ainda estou positivo para o coronavírus”, completou.

Redes sociais não perdoam Nas redes sociais, internautas ironizaram a obsessão do Presidente. “Poxa, mas e a cloroquina, simba?”, escreveu a nadadora pernambucana Joana Maranhão. Outros milhares de comentários seguiram a mesma linha com as #forçacovid e a palavra cloroquina. “Mais uma vez a cloroquina mostrando sua grande eficácia”. “Há 3 semanas que Bolsonaro testa pra covid-19 e o resultado continua dando positivo, mesmo que, segundo ele, esteja tomando a milagrosa cloroquina. Talvez o Presidente precise sentir na pele que o remédio é ineficaz para o coronavírus, já que ele insiste em renegar a ciência”, escreveram outros no Twitter.

Referências à “gripezinha”, como o Presidente classificou a covid-19, em 24 de março, foram usadas. Também foi lembrado quando o Presidente disse que possui “histórico de atleta” e que, por isso, não tinha chance de ser tão afetado pela doença. Grande parte das piadas foi a respeito do uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia cientificamente comprovada. COLATERAIS – Embora defenda o uso do fármaco, Bolsonaro não ignora os efeitos colaterais que a cloroquina pode causar. Por isso, tem se submetido a dois eletrocardiogramas por dia – uma das

reações previstas na bula é a aceleração dos batimentos cardíacos, devido à alta toxicidade que a cloroquina pode ter. Em uma transmissão ao vivo, no Facebook, no dia 14 de julho, Bolsonaro disse que não faz propaganda do remédio e sugeriu que a resistência a ele se deve ao fato de ter um custo baixo ou por questão ideológica. “Não estou fazendo nenhuma campanha por medicamentos, afinal de contas o custo é baratíssimo e talvez por causa disso que tem muitas pessoas contra. E outras, parece, por questão ideológica. Parece. Mas o que na verdade está ocorrendo? Está dando certo”, disse.

Presidente ou garotopropaganda? O j o rnal O Estado de S. Paulo revelou quem são os empresários que lucram com a cloroquina, cujo consumo aumentou em 358% desde que o Presidente passou a exaltar suas supostas qualidades no combate ao novo coronavírus. Um detalhe os une: são todos bolsonaristas declarados. Um deles é Renato Spallicci, dono do laboratório Apsen. Em abril, ele triplicou a produção de Reuquinol, à base da substância, aproveitando a onda criada por Bolsonaro. Em 26 de março, a caixinha do produto apareceu no mundo todo ao ser exibida pelo Presidente num encontro virtual com líderes do G-20. Como militante, gosta de compartilhar na Internet o que Bolsonaro faz, e aproveitou as redes para divulgar as imagens do Presidente exibindo seu remédio. No dia 9 de julho, já com diagnóstico positivo da covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixinha de hidroxicloroquina durante sua live semanal, assistida por 1,6 milhão de pessoas. Dessa vez, era a versão genérica do medicamento, produzida pela EMS. A empresa faz parte do grupo controlado por Carlos Sanchez, também dono do laboratório Germed, outro autorizado a vender a cloroquina no País. O empresário está na lista da revista Forbes como o 16º homem mais rico do Brasil. Uma fortuna avaliada em U$ 2,5 bilhões. Outro fabricante de cloroquina, o empresário Ogari de Castro Pacheco viu o laboratório Cristália, do qual é cofundador, ser prestigiado, pessoalmente, pelo Presidente no ano passado. Filiado ao DEM, Pacheco é segundo-suplente do líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), e eleitor de Bolsonaro.


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n f o r m e

P

u b l i c i t á r i o

Nota de esclarecimento A respeito das notícias veiculadas na última semana envolvendo o presidente do Sindaf-DF, temos a fazer os seguintes esclarecimentos: - Paulo Sérgio Pereira foi admitido no Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), em 1977, no cargo de auxiliar administrativo, e não de garçom. - Em 1993, o Sesi tentou demiti-lo, sem justa causa, o que resultou em uma ação judicial que tramitou por 9 anos, assegurando sua reintegração. - Nessa decisão, o juiz determinou também que se incorporasse as horas extras e todos os outros benefícios ao salário, razão pela qual o salário dele hoje chega ao valor que está sendo noticiado. - Paulo Sérgio é dirigente sindical e tem a segurança do emprego, não podendo ser demitido sem justa causa. - Em 2017, o Sesi, reagindo a uma manifestação do Sindicato, que denunciou malversação nos recursos públicos transferidos ao Sesi, instalou 10 (dez) inquéritos judiciais na Justiça do Trabalho, pedindo a demissão de 10 (dez) diretores do Sindicato, entre eles Paulo Sérgio Pereira. - O presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Jamal Bittar, e a própria Fibra, ingressaram na Justiça com queixa-crime contra os dez diretores do sindicato, ação esta que já foi até o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e inocentou todos os dirigentes sindicais. - Jamal Bittar denunciou os dez dirigentes sindicais na Delegacia de Polícia sobre suposto furto de um pen drive, que resultou em um inquérito. Ao final, o Ministério Público determinou o arquivamento por ausência de crime.

- Na Justiça do Trabalho, os processos ainda não se encerraram, mas, nos que já foram julgados, o Sesi também se sucumbiu em todos eles, ou seja, os trabalhadores, diretores do sindicato, com as decisões do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), permanecem empregados do Sesi. - Com essas ações, o Sesi está criando um passivo trabalhista imenso. São dívidas que estão sendo acumuladas pelo afastamento dos dez dirigentes sindicais. - É injustificável e desproporcional a reação de Jamal Bittar ao tornar pública uma situação salarial de alguns empregados do Sesi, até porque, quem define tais salários é ele próprio. Notadamente, o propósito é constranger o presidente do Sindaf, sua família e toda a diretoria. Mas fiquem certos de que isso ele não vai conseguir. A diretoria do sindicato se renova com mais ânimos para enfrentar os desmandos da pior gestão do Sesi e Senai no DF. - Paulo Sérgio Pereira, sua esposa e seu cunhado são empregados do Sesi há mais de 35 anos. Seus salários atuais são compatíveis com a política salarial que até então se praticava naquela instituição. - Vale registrar que, em nenhum momento, a definição de salário é feita pelos empregados. Ela é feita pelos empregadores. No caso, foram os gestores do Sesi que definiram esses salários. E por irresponsabilidade deles é que os salários chegaram onde chegaram por causa das decisões judicias, como no caso de Paulo Sérgio Pereira, que teve as incorporações ao seu salário. - A partir de 2017, travou-se essa disputa judicial: o Sesi tentando, a todo momento, desconstituir

a diretoria do sindicato, demitindo seus dirigentes, não tendo êxito. E agora, querendo constranger não só os dirigentes sindicais, como também a Justiça, que tem decidido corretamente. - O Sesi foi ao Ministério Público do Trabalho (MPT) pedir providências para reduzir o salário de Paulo Sérgio Pereira. Mais uma vez o Sesi saiu derrotado. O MPT despachou arquivando tal pretensão, sob o fundamento de que o acordo que foi feito, em 2001, na reintegração de Paulo Sérgio, foi benéfico ao Sesi porque o passivo, naquele momento, era da ordem de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) e o Sesi pagou cerca de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Portanto, foi benéfico ao empregador. - Houve uma redução de 30% (trinta por cento) para que se fizesse um acordo e pagasse, porque, naquele momento, já estava penhorada a unidade de Sobradinho de propriedade do Sesi para garantir o cumprimento da decisão judicial. - Portanto, o que o MPT fez foi correto: determinou o arquivamento e não deu seguimento à pretensão do Sesi porque entendeu que a decisão judicial transitada em julgado não se discute. - Certo de sua derrota em todos os sentidos, neste momento, Jamal Bittar tenta constranger os dirigentes do Sindaf. Ele deveria se preocupar com o que está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União, que é resultado das denúncias feitas pelo sindicato de supostos desvios de finalidade com o recurso público que é repassado ao Sesi e ao Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

- O senhor Jamal Bittar precisa explicar por que mora em um apartamento alugado e pago pelo Sistema S – o Sesi e o Senai transferem recursos para o IEL (Instituto Euvaldo Lodi) e, este, paga o aluguel do senhor Jamal Bittar, na Asa Sul de Brasília, além de outras despesas que são bancadas por essas entidades. - Isso, sim, talvez esteja causando um desfalque nos recursos do Sesi que deveriam ser destinados a atender seus objetivos, que é a prestação de assistência aos trabalhadores da área da indústria. - Até onde se sabe, a empresa da qual o senhor Jamal Bittar, supostamente, é proprietário não está abrindo as portas. Essa é mais uma questão que ainda tem de ser apurada – o porquê de não estar funcionando. - Certamente, logo teremos novidades sobre as investigações no TCU em relação a esses desmandos que acontecem nas instituições. - Portanto, o que o senhor Jamal Bittar faz hoje é, meramente, querer constranger Paulo Sérgio Pereira e sua família, nessa disputa política que se instalou a partir desta desastrosa gestão do Sesi contra o Sindicato e os trabalhadores.

Sindicado dos Empregados em Entidades de Assistência Social e de Formação Profissional do Distrito Federal – SINDAF-DF


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O futuro do Brasil agradece Deputados federais se unem e transformam o Fundeb em política permanente de financiamento da educação básica Pollyanna Villannova Com 499 votos favoráveis e sete contrários, a Câmara dos Deputados aprovou, terça-feira (21), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2015, retirando o caráter transitório do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que passa a ser uma política permanente de Estado. A matéria segue para o Senado e passará por duas votações. A Câmara votou as emendas. A aprovação do texto da relatora, Professora Dorinha Rezende (DEM-TO), foi considerada histórica. Ocorreu um dia após o previsto por causa do tumulto criado, na segunda-feira (20), pelos parlamentares da bancada governista. O Novo Fundeb marca uma nova fase na educa-

ção pública porque torna permanente o que era transitório e transforma o fundo de financiamento da educação em política inscrita na Constituição. “Tínhamos uma proposta de 20% e votamos uma de 23%, assegurando que a educação básica tenha prioridade em um país que 6,5 milhões de crianças estão fora da escola. A educação infantil, pela primeira vez, terá prioridade. E prioridade se faz com financiamento, recursos e investimento. Queremos escola boa, com profissional respeitado, boa formação e comprometido”, disse Professora Dorinha. COSTURA – A aprovação, quase unânime, não foi fácil. Ela só teve esse placar por causa do acordo de líderes costurado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os sete deputados da base governista contrários foram Márcio Labre (RJ), Luiz Bragança (SP), Junio Amaral (MG), Filipe Barros (PR), Chris Tonietto (RJ) e Bia Kicis (DF), todos do PSL; e Paulo Martins do PSD-PR. Um destaque do Partido Novo, que eliminaria a vinculação de no mínimo 70% dos recursos à remuneração dos profissionais da educação, foi derrubado: 399 votos contra e 19 a favor.

Estados mais pobres serão beneficiados Os recursos vão aumentar, gradativamente, nos próximos 6 anos. Hoje, a União responde por 10%. Em 2026, transferirá R$ 10,8 bilhões (bi) a mais do que o repassado em 2020 – 75% para estados e municípios mais pobres e, 25%, por resultados educacionais. A PEC beneficia os estados com maior desigualdade na educação. Para as transferências aos mais pobres, simulações com dados de 92% dos municípios indicam que mais da metade dos novos recursos vão para Bahia, Maranhão e Ceará. Em 2020, a Bahia recebeu R$ 3,2 bi do Fundeb; em 2026, receberá R$ 5,3 bi. Uma diferença de R$ 2,1 bilhões.

A vitória é dos 45 milhões de estudantes que dependem do Fundeb para terem educação. Em 2020, o Brasil tem quase 2 milhões de crianças e adolescentes fora da escola que precisam do fundo para serem incluídos. Também ganharam os 2,5 milhões de professores. “Foi pensando no estudante que acorda todos os dias sem a certeza de um futuro melhor e que vê os seus sonhos sendo abandonados que, nos últimos meses, a Frente Parlamentar pela Educação trabalhou pelo novo texto do Fundeb”, afirmou Tábata Amaral (PDT-SP).

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Dorinha disse que é a primeira vez que a educação infantil terá prioridade

Fundeb foi criado no governo Lula A deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou que o Fundeb foi criado, em 2007, durante o governo Lula. Antes, o Brasil tinha o Fundef, que destinava 1% para a educação. Com o Fundeb, se ampliou para 10%. Mas, na última hora, o governo Bolsonaro propôs a extinção do Fundeb para 2021”. Ela destacou que o Fundeb é, hoje, responsável por 63% dos recursos da educação básica.

Se a proposta do governo tivesse sido aprovada, iria provocar prejuízo para 94% dos estudantes da rede pública de ensino do País. “A ampliação do Fundeb vai incluir dois milhões de crianças e adolescentes. Sem o Fundeb, 60% dos municípios não teriam como investir em educação e mais de mil municípios entrariam em uma crise profunda na educação”, disse a petista.

PEC revoga Ato das Disposições Transitórias Dois anos depois de apresentada, a PEC, de autoria da deputada Raquel Muniz (PSC-MG), modifica o financiamento da educação básica ao tornar o Fundeb instrumento permanente de financiamento da educação básica pública, incluir o planejamento na ordem social e inserir novo princípio no rol daqueles com base nos quais a educação será ministrada, e revogar o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Atualmente, o Fundeb é composto por impostos estaduais, municipais e federais e garante o reforço de caixa de estados e municípios para investimentos da educação infantil ao Ensino Médio. Os recursos do Fundeb são usados para pagamento de salários de professores a reformas de escolas.

Em 2019, os recursos equivaleram a R$ 166,6 bilhões. O fundo acabaria no dia 31 de dezembro de 2020 e precisava ser renovado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Ele financia cerca de R$ 6,5 de cada R$ 10 investidos nas escolas públicas brasileiras. Hoje, 90% dos recursos do Fundeb vêm de impostos coletados nos âmbitos estadual e municipal, e os outros 10% vêm do governo federal. A renovação do fundo é essencial para garantir o reforço de caixa de estados e municípios para investimentos na educação básica. Sem o fundo, haveria um caos no financiamento das escolas públicas porque não haveria garantia de dinheiro para pagar desde professores e funcionários até o transporte escolar.


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gov_df

99532-1873

df.gov.br

Dengue. Para ninguém mais morrer, não deixe o mosquito da morte nascer. De uns anos pra cá, o mosquito da dengue também passou a ser relacionado com doenças como a zika, a chikungunya e a febre amarela. É um inseto mortal capaz de infectar até 300 pessoas durante o seu curto ciclo de vida. Mas pouco adianta o GDF investir no combate ao mosquito se você não colaborar. Na guerra contra a dengue, o soldado mais importante é você.

O QUE O GDF ESTÁ FAZENDO:

O QUE VOCÊ PRECISA FAZER:

Por meio do Programa Sanear-DF, mais de 200 homens e 130 veículos estão nas ruas, todos os dias, removendo lixo e entulho, lavando áreas públicas e pulverizando saneantes e inseticidas.

Não juntar lixo. Com as chuvas, ele se torna o principal criadouro do mosquito.

O GDF também faz o monitoramento de residências, instalando armadilhas e checando os possíveis focos do mosquito. Além disso, o GDF comprou produtos e insumos e capacitou centenas de novos servidores para reforçar as equipes de combate à dengue.

Mais informações, baixe o app da Agência Brasília.

Lave as mãos com frequência.

Use álcool gel.

Impedir que a água fique acumulada em qualquer tipo de recipiente capaz de abrigá-la, tais como: garrafas, tampas, vasos, pneus, baldes, tonéis, calhas, etc. Denunciar pelo 160 a existência de casas e terrenos abandonados que possam servir de criadouro para o mosquito. Solicitar a remoção de lixo e entulho pelo 162 ou 3451-2521.

Use máscara, é obrigatório.

Evite aglomerações.


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Heróis da Pandemia

Água de beber: saúde durante a pandemia CAESB ARQUIVO 13/03/2020

Enquanto a população precisa ficar em casa, muitos profissionais seguem trabalhando para manter os serviços essenciais. Dentre eles, o pessoal da Caesb Em tempos de combate à pandemia, trabalhadores de vários segmentos se expõem, diariamente, para manter serviços essenciais funcionando. Na edição 473, o Brasília Capital mostrou os esforços – às vezes com o sacrifício da própria vida – de médicos, enfermeiros, vigilantes, bancários, comerciários, dentre outros. Na terça-feira (21), o Brasil atingiu 2.159.654 infectados pela covid-19, com 81.487 mortos. O DF ultrapassou os 84 mil contaminados; 1.015 não resistiram. O quadro assusta, mas a situação ainda tem algum controle em razão do trabalho dessas pessoas.

Kelly Almeida com o presidente da Caesb, Daniel Rossiter, e a secretária-geral, Claudia Marques

O fornecimento de água e a coleta e tratamento de esgotos são essenciais. A equipe da Caesb tem se dedicado para que esses serviços não sofram interrupção. São operadores de estações de tratamento de água e esgoto, equipes de manutenção industrial e de redes, do controle de qualidade e operacional, além das obras, leituristas e colaboradores que fazem o atendimento à população.

Graças a eles, a água potável chega, ininterruptamente, nas residências, nos hospitais, enfim, a todo o DF. “A Caesb fez todas as adaptações para preservar a saúde dos empregados, dos colaboradores e da população, mas não parou de trabalhar um só dia. A direção da empresa só tem a agradecer a cada um deles”, diz a secretária-geral Cláudia Marques, primeira mulher a ocupar o cargo em 5 décadas.

Assistentes sociais pedem proteção Responsáveis por uma área de alto risco, os servidores da assistência social do serviço funerário reclamam que não têm recebido todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para se proteger da covid-19. “O pessoal recebe, preca-

riamente, os EPI, embora o trabalho deles seja altamente insalubre”, diz o presidente do Sindsasc (Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF), Clayton Avelar. A entidade também denuncia a falta de caixões para o sepultamento

social de adultos. A responsabilidade pelo fornecimento das urnas funerárias é da Secretaria de Desenvolvimento Social. “A população pobre é a mais prejudicada neste momento de pandemia, marcado pelo aumento da mortalidade”, diz Avelar.

Seis policias militares mortos O sargento Ranulfo de Araújo foi o sexto PM morto pela covid-19 no DF. No início da semana, a corporação registrava 829 profissionais diagnosticados com a doença,

136 recuperados e 89 afastados. Ranulfo deu entrada no HRAN, no dia 3 de julho, e foi transferido para a UTI da UPA do Núcleo Bandeirante. Foi le-

vado para o Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, e faleceu na sexta-feira (17). A causa da morte foi covid-19 com pneumonia bacteriana.

Vacinas trazem esperança Em meio a lutas de trabalhadores para minimizar os efeitos da pandemia e das milhares de mortes causadas pela covid-19, as boas notícias vêm da ciência. Na segunda-feira (20), foram anunciados resultados de pesquisas para desenvolvimento de vacinas na China, no Reino Unido e na Alemanha. A vacina da AstraZeneca, desenvolvida na Universidade de Oxford, produziu resposta imune em ensaios clínicos em voluntários saudáveis, informaram cientistas da instituição. O imunizante AZD1222 não provocou efeitos colaterais graves e desenvolveu respostas imunes a anticorpos e células T, de acordo com o estudo publicado na revista médica The Lancet. Os resultados referem-se às fases 1 e 2 de testes. A terceira etapa está sendo testada em 50 mil pessoas, incluindo 5 mil brasileiros. “Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do vírus para que a vacina proteja as pessoas por um período prolongado”, disse Andrew Pollard, um dos autores do estudo da Universidade de Oxford. A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a vacina, caso ela se mostre eficaz e obtenha aprovação regulatória. A empresa afirmou que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia. Outro imunizante em estágio avançado de teste é a da Sinovac Biotech. A vacina chinesa chegou, na segunda-feira (20), ao Brasil e deve entrar em fase de testes. SÓ EM JUNHO – Mesmo positivas, as notícias devem ser recebidas com cautela. A vacina de Oxford, a mais avançada, só deverá ter o registro liberado em junho de 2021. Normalmente, a vacina levaria 18 meses para ser aprovada. Mas os cientistas estão confiantes de que conseguirão encurtar esse período para 12 meses se os resultados forem positivos.


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Banco do Brasil tem privilegiados da covid-19 DIVULGAÇÃO/GUT

Sindicatos denunciam que testes são aplicados na alta cúpula e negados aos demais funcionários e terceirizados Pollyanna Villannova Silvério Silveira* era garçom de uma empresa terceirizada e atendia ao gabinete da presidência do Banco do Brasil. Mesmo durante a pandemia, continuou trabalhando. Ele contraiu o novo coronavírus. Depois de internado por alguns dias, morreu devido às complicações da covid-19. De acordo com informantes do Sindicato dos Bancários de Brasília, a ordem do presidente do BB, Rubens Novaes, era para não dar publicidade ao ocorrido. Mas a “rádio corredor” passou a informação para a entidade, que procurou detalhes no Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação e Servi-

Isabel Caetano diz que terceirizadas omitem número de contaminados e mortos

ços Terceirizáveis (Sindserviço-DF). Maria Isabel Caetano dos Reis, presidente do Sindserviço, diz que a situação de Silvério Silveira* – nome fictício, a pedido da família –, contratado pela empresa Alimentares, é igual à de centenas de empregados terceirizados do DF. Levantamento da entidade dá conta de que, de março a julho, 400 trabalhadores do setor foram contaminados com a covid-19; oito deles tiveram a morte registrada no sindicato. “Só na Saúde, 10% dos infectados são da limpeza e vigilância”, denuncia a líder sindical. Ela afirma, ainda, que a maioria

das mais de três mil empresas terceirizadas que atuam em Brasília está omitindo os casos de covid-19 e proibindo os funcionários de denunciarem o número de contaminados e mortos. “Eles proíbem os funcionários contaminados de dizerem que estão com a doença e, assim, ninguém se protege nos locais de trabalho. Não fazem testagem. Não oferecem os instrumentos de proteção, como máscara, álcool em gel e distanciamento. E não permitem a entrada do sindicato nas empresas para reunir os trabalhadores e identificar o problema”, denuncia.

FRAGILIDADE – O Sindicato dos Bancários e o Sindserviços têm recebido denúncias de que altos executivos em distintas áreas do BB, como governo, tecnologia, secretaria executiva, vice-presidências, diretorias e até assessoria especial da presidência do banco testaram positivo para covid-19. “Isso expõe a situação de fragilidade. Não há informação de que, nesses casos, o banco tenha cumprido o protocolo, que seria colocar em isolamento social e testar todos os colegas que compartilharam o ambiente de trabalho”, observa Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários. Ele lamenta que o desfecho das omissões no BB tenha chegado a público após a perda de uma vida. “A notícia do óbito do trabalhador terceirizado, garçom que atuava junto à presidência do BB, é profundamente lamentável. Manifestamos a nossa irrestrita solidariedade aos familiares, amigos e colegas”. O Brasília Capital procurou a Diretoria de Marketing e Comunicação do BB para esclarecimentos, avisou do deadline, mas até o fechamento desta edição, às 17h30, de sexta-feira (24), não havia respondido a nosso e-mail.

Sindicatos atuam em conjunto Kleytton Morais reiterou que o Sindicato dos Bancários vai atuar em conjunto com o Sindserviços. O objetivo é apurar as denúncias de que, mesmo sabendo que a cúpula está contaminada pela covid-19, o presidente Rubens Novaes não implantou a testagem geral, não decretou isolamento, mantendo esse direito apenas a privilegiados. O sindicato informa que o banco dificulta a testagem dos trabalhadores que atuam na li-

nha de frente, que se expõem ao risco de contaminação pelo novo coronavírus, mas oferece testagens periódicas a altos executivos da sede administrativa, na 201 Norte, em Brasília. #VIDASIMPORTAM – A representante dos trabalhadores na Mesa de Negociação do BB e secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários do DF, Marianna Coelho, informa que a entidade convocou a cate-

goria, trabalhadores terceirizados e clientes a se manifestarem pela hashtag #TodasAsVidasTrabalhadorasImportam. “O momento é, extremamente, delicado e jamais admitiremos negligências com a vida. Não há efetividade numa política de segurança quando apenas uma parcela dos funcionários é abrangida e testada periodicamente”, destaca. Kleytton afirma que o Sindicato dos Bancários exige que a

testagem da covid-19 seja assegurada a todos os bancários e terceirizados. “Em hipótese alguma pode figurar como privilégio, restrito a um grupo seleto. Se isso de fato estiver ocorrendo, é um escandaloso e completo absurdo”. O presidente informa, ainda, que o sindicato buscou a empresa e apresentou essas denúncias nos últimos dias e requereu imediata averiguação e explicação do banco em relação à situação, o que não ocorreu até agora.


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População valoriza profissionais de saúde, governos não Não chegamos a ter, no Brasil, a rotina dos aplausos na janela, como na Itália, mas o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus fez subir o reconhecimento da população ao trabalho dos médicos. Isso foi revelado em recente pesquisa encomendada ao Instituto DataFolha pelo Conselho Federal de Medicina. Essa aprovação e reconhecimento populares, no entanto, não revertem nem mesmo em garantias de segurança aos médicos e demais profissionais de saúde que estão nas trincheiras contra a covid-19. Em discursos públicos, governantes usam termos como “heróis” e “guerreiros” para se referir a esses trabalhadores, mas deixam seus paladinos sem equipamentos de proteção em quantidade e qualidade adequadas, sem testagem de contaminação pelo

vírus e sem compensação financeira pelo aumento do risco no exercício de suas atividades. Aqui mesmo, no Distrito Federal, não está sendo feito o pagamento a esses profissionais do adicional de insalubridade no grau máximo, previsto na Lei nº 6.589, de 4 de junho. A testagem quinzenal prevista na Lei nº 6.554, de 23 de abril, não está sendo cumprida, assim como o fornecimento de equipamentos de proteção individual nunca deixou de ser motivo de preocupação em muitas das unidades públicas de saúde. O descaso chegou ao ponto de institutos e organizações sociais, que administram unidades públicas de saúde e contratam profissionais pela CLT, deixarem de fazer a comunicação de acidente de trabalho quando um desses profissionais é contaminado pelo

novo coronavírus em decorrência de sua atividade laboral. Isso está acontecendo em Brasília, plena capital da República. Caso venham a desenvolver alguma sequela pela contaminação pela covid-19 em decorrência da infecção, terão problemas para receber auxílio doença, e suas famílias, em caso de morte, vão receber pensão em valor inferior ao que receberiam caso fosse considerado o acidente de trabalho. Juntam-se a isso o aumento da alíquota de contribuição previdenciária, o congelamento de salários, o impedimento de progressão funcional e a perspectiva de novas reformas que vão implicar em desvalorização dos salários e perda financeira. O Congresso Nacional até chegou a aprovar o PL nº 1.826/20, que garante indenizações de R$

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Satélites

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Por Lorrane Oliveira

Os desvios de trânsito para a execução das obras do túnel de Taguatinga entraram em vigor na quinta-feira (23). O trajeto está interditado para condutores que vêm do Sol Nascente/Pôr do Sol sentido Plano

Piloto. Rotas alternativas podem ser adotadas na Avenida Samdu, além do Pistão Norte, antes de retomarem a Estrada Parque Taguatinga. O fluxo no sentido contrário não sofrerá qualquer interdição.

DISTRITO FEDERAL

50 leitos no Centro Médico da PM O Centro Médico da Polícia Militar do DF ganhou 50 novos leitos. São 30 UTI e 20 enfermarias. Outros 34 leitos devem entrar em funcionamento até o fim

de julho. A unidade já conta com 104 camas hospitalares, 80 monitores, 50 ventiladores mecânicos, 160 bombas de infusão e um raio-X digital.

Internet de graça – A Secretaria de Educação do DF vai abrir um edital de credenciamento de operadores para disponibilizar pacote gratuito de Internet para estudantes de baixa renda da rede pública. Cada escola deve fazer um mapeamento para chegar ao número oficial de estudantes sem acesso à rede munial de computadores, para que todos sejam contemplados pelo programa Escola em Casa DF. O anúncio foi feito após a divulgação das datas de retorno das aulas presenciais, previstas para 31 de agosto.

Toda a iluminação pública do DF será feita por lâmpadas de LED nos próximos 2 anos. A meta do GDF faz parte das ações e programas voltados para a eficiência energética e expansão da área atendida pela rede da

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50 mil por morte ou incapacitação para o trabalho. Mas essa pretensa compensação por uma tragédia não pode substituir a garantia de salário digno e de retribuição previdenciária, que são pressupostos legais e direitos básicos do trabalhador.

Iluminado por LED em 2 anos

TAGUATINGA

Túnel altera tráfego no centro

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

CEB. Desde 2019, foram investidos mais de R$ 17 milhões para instalação de 18.704 luminárias de LED em mais de 80 endereços. A troca total das lâmpadas no DF demanda um investimento de R$ 300 milhões.

RECANTO DAS EMAS

GDF inaugura UBS A inauguração, realizada na sexta-feira (24), faz parte do trabalho de ampliação da rede assistencial contra covid-19. A construção foi supervisionada pela Companhia Urbanizadora da

Nova Capital (Novacap). A UBS conta com oito consultórios médicos, sala de prontuários, sala de inalação e de acolhimento, além de uma farmácia e espaços dedicados à parte administrativa.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro À espera de um milagre! O sistema imunológico é uma rede complexa e dependente de nutrientes provenientes de nossa dieta Todos os dias recebemos compartilhamentos de vídeos e receitas milagrosas relacionadas à covid-19 e sua cura ou prevenção. Recentemente, um grande pesquisador na área de nutrição

e imunologia, Dr. Philip Calder, publicou um trabalho que tratou muito bem do que, de fato, pode ser efetivo para nos ajudar a ter uma maior proteção vinda do nosso sistema imunológico.

ESPÍRITA

José Matos Você é um ser em missão Vida é plantação e colheita. Abuso cometido no passado, carência no presente. Abuso no presente, carência no futuro Você não nasceu por acaso. Você nasceu por uma causa. As condições em que você foi gerado podem, aparentemente, ter sido por acaso, mas você, enquanto espírito que encarnou em um corpo físico, já existia e veio fazer um aprendizado e cumprir uma missão para beneficiar e beneficiar-se, de acordo com os critérios

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

de merecimento, necessidade e capacidade. Os desvirtuamentos que possam acontecer correm por sua conta. Segundo André Luiz, “a cada um foi dado algo diferente para que haja intercâmbio, e daí surja o amor”. Você não nasceu numa família rica para humilhar e explorar o pobre. Você nasceu nessa condição para colaborar e

No corpo humano, o sistema imunológico é uma rede complexa e dependente de nutrientes provenientes de nossa dieta. Nesse trabalho, Dr. Calder traz os principais elementos que devem estar presentes na dieta, tais como fontes de vitaminas A, B6, B12, folato, vitaminas C, D e E, além de elementos como zinco, cobre, selênio e ferro. A microbiota humana tem papel fundamental nesse processo. Para isso, probióticos e fibras prebióticas também devem estar presentes na nossa alimentação. Se fosse para traduzir aqui o que esse artigo traz como importante, eu diria que voltamos ao básico: alimenta-

ção baseada em alimentos in natura ou, minimamente, processados, especialmente de origem vegetal, variada e equilibrada. Com essa conclusão, eu lhe pergunto: por que insistimos em buscar milagres? Por que é tão difícil fazer o básico? Bom, se eu puder lhe dar uma dica, confie na natureza e busque uma alimentação baseada em vegetais para lhe ajudar nesse processo. Se tiver dificuldade ou quiser algo específico para suas necessidades, procure sempre um nutricionista!

elevá-lo. A função do superior é elevar o inferior. Tudo tem função sábia oculta. O rico ajudando o necessitado desenvolve solidariedade e compaixão. O pobre recebendo, desenvolve humildade e gratidão. Você tem o livre arbítrio para não ajudar o necessitado ou mais necessitado que você, mas, assim, você criará um carma e será arrastado para a situação idêntica à dele porque você descumpriu a Lei de Solidariedade e de Progresso. Isso não é resultado de um Deus que castiga, mas da Lei de Retorno, que age para corrigir e humanizar os seres indiferentes ou maus. Não obstante, nem tudo é carma. Há pobres, cegos, aleijados, feios, negros, doentes que pediram essa condição para se aprimorarem. Vida é plantação e colheita. Todo abuso cometido tornar-se-á carência

no futuro. Abuso no passado, carência no presente. Abuso no presente, carência no futuro. Você não é o corpo. Você é um espírito eterno, temporariamente, habitando um corpo de carne, em missão, aprendendo, realizando. Aceite seu corpo. Aceite-se. Esse é o corpo que Deus lhe deu. Você deve cuidar dele. Trata-se de um mecanismo tão bonito, que permanece ativo durante muitas décadas continuamente. Esteja dormindo ou acordado, consciente ou não, seu corpo funciona em total silêncio. Seja grato. “Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. Nosso objetivo é observar, aprender, crescer e amar... E depois vamos para casa”.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

José Matos Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 25 a 31 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

BRB investirá R$ 6 milhões no futebol do DF Patrocínio, que valerá até 2022, foi anunciado após polêmica da parceria com o Flamengo Gustavo Pontes Após polêmica por causa do patrocínio ao Flamengo, o Banco de Brasília (BRB) iniciou, ainda em junho, conversas com a Secretaria de Esportes e com alguns clubes para aumentar o apoio ao futebol do Distrito Federal. A parceria foi fechada na quinta-feira (23). O contrato de R$ 6 milhões valerá até o fim de 2022. O valor será dividido entre os clubes profissionais e amadores de futebol e futsal. A cota que cada clube irá receber ainda não foi divulgada. Porém, é provável que Gama e Brasiliense, representantes do DF na Série D, em 2020, recebam uma parte maior do montante.

PODERIA SER MELHOR – O valor oferecido pelo BRB para patrocinar o Candangão não foi o que muita gente esperava após o parceria superior a R$ 30 milhões (pode chegar a R$ 50 milhões) com o Flamengo. É válido questionar o apoio do Banco de Brasília a um clube do Rio de Janeiro, mas é fato que o rubro-negro trará mais visibilidade à marca BRB. Os clubes profissionais de Brasília estão certos em cobrar mais apoio do governo local, do BRB e de empresários. Mas, será que oferecem algum retorno? Poucos são os times do DF que investem em marketing e valorizam seus patrocinadores perante os torcedores, seja nos estádios ou nas redes sociais. O caminho para que mais empresas passem a investir no futebol de Brasília é o mesmo que o próprio Flamengo percorreu nos últimos anos: gestão profissional, valorização do marketing, da comunicação e dos torcedores.

RENATO ALVES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Clubes do DF cobram apoio do GDF, mas não oferecem mesmo retorno do Flamengo

CALENDÁRIO 8 de agosto – Gama x Real Brasília (partida atrasada da 10ª rodada) 12/13 de agosto – quartas de final (jogo de ida) 15/16 de agosto – quartas de final (jogos de volta) 19 de agosto – semifinal (jogos de ida) 22 de agosto – semifinal (jogos de volta) 26 de agosto – final (jogo de ida) 29 de agosto – final (jogo de volta)

Candangão volta com jogos no Entorno Mesmo sem a liberação do governador Ibaneis Rocha (MDB) para que possam acontecer jogos oficiais de futebol no Distrito federal, clubes e Federação se reuniram e decidiram uma data para o retorno do Campeonato Brasiliense. As partidas podem

ser realizadas em cidades do Entorno, a partir de 8 de agosto. O primeiro jogo da volta do Candangão será entre Gama e Real Brasília, único pendente da fase de grupos. O jogo vale, principalmente, para o Gama, que precisa apenas de um empate para manter a

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Morre o Palhaço Pirulito, a alegria da torcida do Gama Morreu, na manhã de sexta-feira (24), o torcedor-símbolo da Sociedade Esportiva do Gama, o Palhaço Pirulito (foto). José dos Santos Cavalcante, 54 anos, não tinha parentes em Brasília. Dizia que sua família eram a torcida e a comunidade do Gama, onde morava. Seu corpo foi sepultado no fim da tarde no cemitério da cidade. Pirulito sobrevivia da venda de balões e algodão doce. Levava a vida caminhando e comercializando suas mercadorias pelas ruas do Gama. Era presença marcante em todos os jogos do clube do coração, especialmente, no estádio Bezerrão, que ele considerava ser sua casa. Ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e estava internado há vários dias no Hospital Regional do Gama (HRG). Devido às dificuldades financeiras que enfrentava, a torcida do Gama chegou a organizar, na última semana, uma “vaquinha virtual”, para ajudá-lo a pagar contas, como água, luz e aluguel. Antes do AVC o próprio Pirulito usou as redes sociais para pedir ajuda.

primeira colocação e ter vantagem nas próximas fases. Os oito classificados para as quartas de final já estão definidos, até mesmo com o Alviverde e o Leão do Planalto. Os outros times são: Brasiliense, Formosa, Taguatinga, Capital, Luziânia e Sobradinho. (GP)

202 Sul

Taguatinga Norte


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