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INFORME

Não é verdade que está tudo bem

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Começou no sábado (11), em Ceilândia, a campanha Sinpro com você. Ações mostrarão a política desastrada do GDF na educação

Cidadãos e cidadãs do Distrito Federal participaram, no sábado (11), na Praça da Feira da Ceilândia, do ato “Sinpro com você: não é verdade que está tudo bem”.

Uma das ações aprovadas na assembleia do dia primeiro de junho, o ato realizado pelo Sinpro chamou a população a discutir as dificuldades do dia a dia, consequência da política desastrosa do GDF, principalmente no que diz respeito à educação.

Falta de professor, falta de concurso público com vagas suficientes para suprir a demanda, salas superlotadas, escolas em estado precário, categoria há sete anos com salários congelados, são os exemplos da educação no Distrito Federal.

Mas o GDF atua com descaso em todas as áreas da gestão governamental. Pior: diz que está tudo bem, tudo normal.

Está tudo bem mesmo?

No ato em Ceilândia, os cidadãos e cidadãs foram convidados (as) a denunciar os problemas de sua cidade. Este foi o primeiro de vários “Sinpro nas cidades: não é verdade que está tudo bem”.

Outras cidades do Distrito Federal também receberão o ato, e tão logo sejam marcados, serão comunicados nas redes sociais do Sinpro-DF.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Um exemplo de combate ao analfabetismo funcional

Desde 2015, uma escola de Samambaia aplica um projeto pedagógico exitoso que já retirou muitos estudantes do analfabetismo funcional. O Leitura do CEF 407 foi criado para ensinar crianças e adolescentes a ler, entender, compreender e aprender o conhecimento ministrado na escola. Cinco anos antes da pandemia do novo coronavírus, a equipe de docentes da escola pública detectou o problema e começou a enfrentá-lo. Josuel Santos da Silva, professor de História e vice-diretor do CEF 407, é o autor, juntamente com as professoras de língua portuguesa Márcia Videira e Teresa Cunha, do projeto. “O projeto de leitura foi elaborado com a preocupação de criar formas de ensinar o estudante a gostar de ler e foi encampado pela escola. No início de cada semestre, os professores se unem para escolher um livro de literatura paradidático, que será lido por todos em todas as disciplinas juntamente com os estudantes na sala de aula, quer seja na aula de História, Geografia, Matemática ou Química”, explica.

O resultado é extraordinário. “Temos, agora, estudantes se propondo a escrever livros. Hoje, eles perguntam: ‘Professor, como posso escrever um livro?’. Ou seja, se o livro era um objeto afastado numa estante, essa criança agora pensa na possibilidade de ser um escritor, uma escritora”, comemora.

O CEF 407 de Samambaia demarca a educação com projeto de leitura e a construção de uma proposta educacional de resistência

DO MURO AO CONCRETO – Este ano, o projeto trabalha com autoras negras, como Meimei Bastos, moradora de Samambaia; Kiusam de Oliveira, Carolina Maria de Jesus e a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. O CEF 407 vem demarcando uma resistência na educação. Recentemente, a comunidade plantou um baobá (foto) no estacionamento da escola.

Para o professor Josuel, o muro da escola é uma escolha política. Aliás, o muro e o baobá são um sinal de resistência ao modelo de gestão militarizada imposto pelo governo Ibaneis Rocha (MDB) em 2019. O Gisno e o CEF 407 foram duas escolas que resistiram a esse modelo de gestão.

INFORME

GDF chama uma médica após 3 anos de emergência

Finalmente um profissional da medicina com experiência na gestão assume a Secretaria de Saúde no governo Ibaneis Rocha. Quinta titular a comandar a Pasta desde 2019, a ginecologista Lucilene Maria Florêncio de Queiroz tem sete meses para tentar recuperar o sistema.

Se, em janeiro de 2019, o GDF achou necessário declarar estado de emergência na saúde pública, é bom que a nova secretária tenha um desfibrilador permanentemente ligado em seu gabinete.

A Dra. Lucilene recebe a missão de manter viva e funcional a saúde pública do DF ao soar o alerta do crescimento dos casos de covid-19. A torcida é para que a cobertura vacinal alcançada até aqui evite que os leitos covid voltem a ser necessários.

Voltando a janeiro de 2019, quando o atual governador assumiu, uma de suas primeiras medidas foi decretar situação de emergência na saúde pública. À época foi noticiado que “o diagnóstico feito pela equipe do chefe do Buriti é de uma situação grave”.

Entre os problemas detectados figuravam o desabastecimento do estoque de medicamentos, materiais e insumos hospitalares; o déficit de pessoal; o fechamento de leitos de UTI, inclusive neonatais. Havia a notificação de 3,4 mil casos suspeitos de dengue.

E como está a situação hoje? Até o final da segunda quinzena de maio, foram notificados 45.804 casos prováveis de dengue. Faltam leitos pediátricos na rede pública, a falta de medicamentos e insumos continua ocorrendo nos hospitais, as filas de cirurgias eletivas estão praticamente paradas, e a falta de profissionais piorou – nunca tantos médicos decidiram deixar o serviço público. E gente que já está na carreira há décadas.

É a segunda vez que um secretário de saúde do atual governo se retira no limiar de um momento crítico da pandemia da covid-19. O primeiro foi Osnei Okumoto, que, em março de 2020, cedeu o cargo a Francisco Araújo, destituído em meio a uma operação policial, por suspeita de corrupção.

Em abril de 2019, a Controladoria-Geral do DF estabeleceu medidas mais rígidas de controle prévio dos gastos da Secretaria de Saúde, que foram afrouxadas em 2021. Também no início do governo, foi determinado que os subsecretários fossem investigados pelo controle interno da SES.

A decisão de colocar a Dra. Lucilene Queiroz como secretária de Saúde foi tardia, mas acertada. No entanto, pouco adianta ter alguém com experiência na função, se esse alguém não tem autonomia ou é obrigado a engolir uma lista de “intocáveis” ocupando cargos comissionados – situação aventada como motivo da última mudança na presidência do IGES-DF.

Não será em sete meses que as mazelas da saúde serão corrigidas. Hoje, o caos do setor no DF é tão grande que é possível até classificar em níveis do pior ao menos pior.

Continua sendo caso de emergência regularizar o abastecimento de medicamentos e insumos e a contratação de profissionais em número suficiente para melhorar a assistência nas unidades públicas de saúde.

Dr. Gutemberg Fialho

Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

São duas ações fundamentais para estancar o êxodo de médicos do serviço público e evitar a peregrinação dos pacientes por unidades de emergência em bandeira vermelha.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

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