8 minute read

Pelaí – Páginas 2 e

AGÊNCIA BRASIL

MANINHA E FÁTIMA – O sonho petista de reunir toda a esquerda e centro-esquerda local em torno de Lula ainda passa por um possível acordo com a federação Rede-Psol, que lançou Keka Bagno ao Buriti. Do Psol poderia sair a vice de Grass – a ex-deputada Maninha ou a candidata ao GDF em 2018, Fátima Sousa. FLÁVIA E DAMARES – O imbróglio retorna à direita quando o Republicanos ensaia o lançamento da ex-ministra Damares Alves (foto) ao Senado . Aí, surgem especulações as mais diversas. Entre elas, a de que a deputada Flávia Arruda (PL) pode desistir da disputa ao Senado para pleitear o Buriti.

Advertisement

CELINA LEÃO – Neste caso, a deputada Celina Leão (PP) seria a vice numa chapa bolsonarista puro-sangue. Aí, o jogo volta ao começo. Ibaneis reconsideraria a pressão de correligionários como José Sarney e Renan Calheiros para apoiar Lula... E tudo o que foi escrito acima passaria por uma completa reavaliação...

Republicanos

Comandado no DF pelas igrejas Universal do Reino de Deus e Sara Nossa Terra, o Republicanos tentará manter, no mínimo, as duas cadeiras na Câmara Legislativa (Martins Machado e Rodrigo Delmasso) e uma na Federal (Júlio César Ribeiro). A legenda lançará 25 candidatos ao Parlamento local e nove ao federal.

DÚVIDA – Mas não há consenso quanto ao apoio à ex-ministra da Mulher, Damares Alves, para o Senado. Na chapa majoritária, o maior interesse é pela vaga de vice de Ibaneis Rocha (MDB), hoje ocupada por Paco Britto (Avante).

Roque e a Lei da Ficha Limpa

Pré-candidato ao Senado, o advogado Paulo Roque (Novo) celebrou os 12 anos da sanção da Lei da Ficha Limpa, que estabeleceu, a partir de 4 de junho de 2010, inelegibilidade para políticos, entre outras providências do artigo 14, parágrafo 9º da Constituição Federal. Foi um avanço para o Parlamento, mas é preciso mais. É preciso que deputados e senadores abram mão de privilégios como gabinetes lotados de assessores, motoristas à disposição, plano de saúde pago pelo Estado e outras regalias”.

DIVULGAÇÃO

INFORME

Seminário “Caixa: um bem público na vida das pessoas”, discutiu o papel desempenhado pela instituição

A relevância da Caixa Econômica na vida dos brasileiros

Leidiane Souza (*)

Fazer um balanço da situação da Caixa Econômica Federal e sua relevância na vida dos brasileiros. Este o objetivo do seminário “Caixa: um bem público na vida das pessoas”, realizado na terça-feira (13), com apoio e participação do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e do portal Recontaí.

O encontro reuniu diversos especialistas e debateu, entre outros pontos, “a Caixa que queremos a partir de 2023”; gestão e governança; cidades inclusivas; inovação e novas tecnologias; fundos públicos e a dinamização da atividade econômica no Brasil; o papel da cultura na reconstrução do Brasil e o reforço da identidade nacional.

Conforme lembrou Sergio Takemoto, presidente da Fenae, a história da CEF se confunde com as principais movimentações sociais dos últimos 161 anos. “A Caixa representa, ao longo dos anos, grandes mudanças na vida da população, seja no acesso ao crédito, seja por meio da contribuição com a política econômica e estabelecendo-se como ferramenta para o desenvolvimento do país”, disse.

Outro ponto discutido foi o protagonismo dos trabalhadores e da sociedade civil na direção das empresas públicas. Segundo a representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, a participação dos trabalhadores nos comitês gestores das empresas é sinônimo de avanço. “A democratização do espaço público vem a reboque do protagonismo da classe trabalhadora”, afirmou.

O economista, mestre em Estudos do Desenvolvimento, assessor pelo Dieese e representante da CUT nos Conselhos do FGTS e do FAT, Clóvis Scherer, falou da importância dos fundos. Ressaltou que existem, no governo federal, mais de 50 fundos ativos. Entre eles, Fundo Nacional de Saúde, Fundo de Assistência Social, Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) entre outros, que, somente em 2018, movimentaram R$ 870 bilhões.

“A Caixa já mostrou sua relevância no desenvolvimento social e econômico do Brasil. O banco é capaz de direcionar o futuro do País. Portanto, a eleição é apenas o começo da mudança”, explicou, referindo-se ao pleito de outubro.

(*) Colaboração para o Seeb Brasília

Use o QR Code e saiba mais

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

A fome acima de tudo, o agro acima de todos!

Júlio Miragaya (*)

AGÊNCIA BRASIL

O título acima bem poderia ser o lema do desgoverno Bolsonaro. Exagero? Vejamos: enquanto Bolsonaro e seus comparsas do agronegócio se vangloriam de o Brasil ser o segundo maior exportador de alimentos do mundo, 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Segundo a Rede Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), 17,5 milhões (10% da população) passavam fome em 2002 (FHC), contingente que caiu para os ainda inaceitáveis 8,5 milhões (4,2%) em 2013 (Dilma), voltando a subir para 12 milhões (5,8%) em 2018 (Temer) e disparando para os atuais 33 milhões.

São quase 17 milhões no Norte/ Nordeste (22% da população); 11,5 milhões no Sudeste (13%), 2 milhões no Centro-Oeste (12,7%) e 3 milhões no Sul (9,8%). Isto porque, enquanto diminui a cada ano a área plantada com arroz, feijão, mandioca, banana e outros alimentos básicos – e, dada a limitação da oferta, os preços disparam, tornando-os inacessíveis aos mais pobres – a “turma do agronegócio” praticamente tornou o campo brasileiro numa imensa plantação de soja e milho voltada para alimentar porcos, vacas e aves no Brasil, na Ásia e na Europa.

Produzem e exportam, ainda, açúcar, carnes, café e outros produtos, enriquecendo cada vez mais, pois faturam em dólar e são isentos de tributos, enquanto, para o povo pobre e miserável, sobram ossos e pés de galinha. Até no único aspecto positivo gerado pelo agronegócio no Brasil (o saldo na balança comercial), o resultado deve ser relativizado pelos crescentes gastos com a importação de insumos, como fertilizantes (U$ 15,2 bilhões em 2021).

Aliás, aqui se observa mais um dos males da política neoliberal num setor estratégico, que impacta a segurança alimentar. Com a imposição, em 1997, de tarifa zero para fertilizante importado; com a venda em 2017 dos ativos da Vale Fertilizantes para a Mosaic (Cargill) e com a desativação/arrendamento/abandono das plantas da Petrobras (capacidade de 7 milhões de toneladas/ano), o parque industrial de fertilizantes no Brasil mingou. O resultado foi a elevação das importações, de 40% da demanda em 1987 para 86% em 2021.

Este é o “Agro”. Mediante grilagem, expulsam posseiros, roubam terras públicas, invadem terras indígenas e quilombolas; desmatam e degradam o meio ambiente; exploram trabalho infantil e escravo e montam bandos de jagunços para ameaçar e matar camponeses e indígenas. O Agro não é pop, como diz a Rede Globo, o Agro é podre!

Conflitos e assassinatos no campo

Historicamente, uma das atividades dos “homens de bem” do agronegócio é ocupar terras públicas e roubar terras dos camponeses. Segundo levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da CNBB, nos três primeiros anos do desgoverno Bolsonaro, ocorreram nada menos que 4.078 conflitos por terra no Brasil, recorde histórico.

Apenas em 2021, foram 1.769 conflitos, envolvendo 897 mil pessoas numa área de 71,2 milhões de hectares com 1.730 trabalhadores resgatados do trabalho escravo. Entre as vítimas dos conflitos, 26% são indígenas; 17% são quilombolas; 17% são posseiros; 14% são sem terras e 8% são assentados. Entre os causadores, 41% são fazendeiros/ empresários, 13% são grileiros, 6% são madeireiros, 5% são garimpeiros e 17% são agentes de governo.

Desses conflitos resultaram, nos últimos dez anos, 403 pessoas assassinadas, sendo que 313 (77%) na Amazônia Legal. Possivelmente os desaparecimentos de Bruno e Dom engrossarão essas tristes estatísticas. Aliás, por que as FFAA, em vez de ficarem “empetelhando” o TSE, não combatem a criminalidade na Amazônia?

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Insegurança alimentar: “ecos” da pandemia?

Fátima Sousa (*)

DIVULGAÇÃO

O estudo “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, lançado recentemente, aponta que a incerteza quanto ao acesso aos alimentos e o comprometimento da qualidade da alimentação atingem 28% dos brasileiros.

A restrição quantitativa aos alimentos alcança atualmente mais de 30% dos domicílios, dentre os quais 15,5% têm convivido com a fome. São mais de 33 milhões em situação de fome atualmente no Brasil e 125 milhões de pessoas vivendo diuturnamente com a insegurança alimentar batendo em suas portas.

Isso se deve à crise sanitária sem precedentes que vivemos e, sobrepostas a ela, as crises política e econômica. As iniquidades da garantia do direito humano a uma alimentação adequada e saudável, expressas pelo acesso desigual e insuficiente a renda, bens e serviços, e por políticas públicas ineficazes, que preterem os que mais necessitam, não somente têm contribuído para o perpetuar-se das desigualdades, como também fizeram com que o Brasil retornasse ao Mapa da Fome.

E no Distrito Federal?

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2020, mostram que 49 mil famílias do DF vivem em situação de fome, agravada pelas dificuldades econômicas da pandemia, e 319 mil domicílios estão em situação de insegurança alimentar.

O governador Ibaneis Rocha afirmou que a fome em 2021 seria um grande problema a enfrentar. Mas o que tem sido feito? Enquanto esse cenário é “analisado”, famílias lutam por uma refeição com arroz, feijão e carne. Em alguns lares, doações e auxílios têm sido as únicas possibilidades para se ter mais que água na geladeira.

Progressivamente, a população padece do desemprego e vem empobrecendo. Como se isso não fosse o bastante, é estratosférica a alta dos preços dos alimentos “básicos”, limitando o poder de compra de grande parte da população ou, por vezes, demandando dela a substituição dos alimentos na mesa.

Mudar esse cenário requer a adoção de políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição, acesso e consumo de alimentos de qualidade, além de promoção da saúde e de uma alimentação adequada e saudável, de forma equânime e universal.

Fazer isso cabe a cada um de nós! Juntos, podemos fazer mais pelo Distrito Federal. Governantes são eleitos pelo povo e governam para (e com) o povo.

This article is from: