Jornal Brasília Capital 575

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Ano XII - número 575

Brasília não pode desistir da ética e da honestidade na política Paulo Roque – Página 3 DIVULGAÇÃO

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Em ano eleitoral, GDF desembolsa fortuna para maquiar a realidade

www.bsbcapital.com.br

Você paga (caro) para ser enganado

Brasília, 16 a 22 de julho de 2022

RICARDO STUCKERT

Olgamir Amância, Rosilene Corrêa, Lula, Leandro Grass e Geraldo Alckmin: oposição escala time para enfrentar Ibaneis e Bolsonaro

Lula dá a largada no DF Líder nas pesquisas nacionais, pré-candidato visita a capital ao lado do vice, Geraldo Alckmin, para incendiar a militância. Mais de 10 mil foram vê-lo no Centro de Convenções. Páginas 6 e 7

Cultura FM agora é rádio chapa branca a serviço do governante de turno

Chico Sant’Anna – Página 10


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 16 a 22 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

LEOA NO AR – Após ser confirmada como vice na chapa de reeleição do governador Ibaneis Rocha (MDB), a deputada Celina Leão (PP) será a entrevistada de segunda-feira (18), às 19h30, no programa Brasília Capital Notícias – parceria da TV Comunitária com o Brasília Capital e o blog do Chico Sant’Anna. Conversa com os jornalistas Orlando Pontes e Chico Sant’Anna.

Diretor de Redação

Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial

Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final

Giza Dairell Diretor de Arte

Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

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WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Forças ocultas Na terça-feira (11), o senador Reguffe (foto) publicou nas redes sociais que “forças ocultas no União Brasil” agiam contra sua candidatura ao GDF. No dia seguinte, postou fotos de mãos dadas com líderes nacionais da legenda, dando a entender que chegara a um acordo com eles. Pelas imagens, além de ocultas, as forças são calvas.

Cordão umbilical O governador Ibaneis Rocha (MDB) lançou sua chapa para tentar a reeleição, com a deputada Celina Leão (PP)

de vice e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) como candidata ao Senado. Segundo o presidente do PL,

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Valdemar da Costa Neto, a presença de Damares cria uma “relação umbilical” de Ibaneis com Bolsonaro.

Bivar já tem toalha Quem apostou que a candidatura de Luciano Bivar à Presidência da República não sairia do papel, perdeu. Apesar de não pontuar nas pesquisas, o presidente do União Brasil já tem até toalhas à venda nas ruas de Brasília. VARAL – Em frente ao Memorial JK, Bivar divide o varal com Lula e Bolsonaro. Esta semana, fechou um acordo com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que concorre novamente ao Palácio do Piratini.


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 3 n Brasília, 16 a 22 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br REDES SOCIAIS / PAULA BELMONTE

DF não pode desistir da ética e da honestidade na política DIVULGAÇÃO

Paula Belmonte comanda federação A federação PSDB-Cidadania realizou, sexta-feira (15), a primeira reunião no DF com a presença de representantes dos dois partidos. O Cidadania tem 8 titulares contra 3 tucanos, o que dá maioria no diretório à deputada Paula Belmonte. Isto compromete o projeto do senador Izalci Lucas (PSDB) de concorrer ao GDF nas eleições deste ano.

REFERENDO – No DF, o Cidadania alcançou mais votos que o PSDB. Assim, terá 70% da composição, enquanto o PSDB terá 30%. Izalci segue como presidente regional. A direção nacional da federação volta a se reunir na terça-feira (19) para referendar a decisão tomada em âmbito local. Mas a decisão quanto às candidaturas majoritárias será do colegiado local.

REGRA – O encontro reafirmou o que prevê o estatuto da federação e determinou a instalação do colegiado no diretório local. Será aplicada a regra de que o controle dos diretórios regionais cabe ao partido com maior votação em eleições proporcionais.

REGUFFE – E os representantes do Cidadania defendem apoio à candidatura do senador Reguffe ao GDF. Paula Belmonte pode ser a vice e Paulo Roque (Novo) o candidato ao Senado. A aliança tem mais seis partidos: União Brasil, PSC, Novo, Podemos, PTB e PRTB.

Tomada Taguá Os candidatos da federação PT-PV-PCdoB dedicam o sábado (16) a Taguatinga. Com Leandro Grass e Rosilene Corrêa (foto) à frente, a caravana percorrerá a feira da Vila Matias a partir das 8h. Às 9h30 tem café da manhã na Associação Comercial local (Acit) e em seguida um passeio pela Feira dos Goianos. A partir das 11h a visita será ao centro comercial Taguacenter. O almoço, a partir das 13h30, será na feira da QNL.

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Paulo Roque

A volta do ex-governador José Roberto Arruda (PL) à cena política tem levantado algumas questões importantes. Independentemente do acerto ou desacerto da Justiça nas suas decisões, algumas perguntas não devem deixar de ser feitas: Pergunta número um: aquela cena onde o ex-governador aparece recebendo propina, ela nunca existiu? Sumiu da memória dos brasilienses? Pergunta número dois: o dinheiro que o ex-governador aparece recebendo em uma sacola, esse dinheiro é fake? Também foi apagado da memória do povo da Capital da República? Outra pergunta que fica é a seguinte: por que, a exemplo de Arruda, políticos, mesmo condenados, estão voltando à cena política com decisões liminares? Infelizmente, são cenas muito fortes de uma época que o Distrito Federal viveu. Acredito que elas estejam bem presentes na memória do cidadão comum que paga seus impostos, cumpre suas obrigações. Para esse cidadão, cumpridor de seus deveres e de suas obrigações, isso gera uma verdadeira sensação de que a corrupção vale a pena no Brasil. O fato é que o Distrito Federal não pode desistir da ética e da honestidade na política, porque se a sociedade abdica desses valores, significa que o combate à corrupção deixa de ser uma bandeira permanente da sociedade. O Brasil não pode, jamais, abandonar o combate à corrupção. O eleitor precisa refletir sobre esse retrocesso. A palavra e veredicto agora ficam por conta de quem vota. É do eleitor a responsabilidade de dizer se essas personalidades políticas devem voltar ou não. Particularmente, tenho a convicção de que o DF não desistiu da ética e da honestidade na política. É duro pagar nossos impostos? É duro. É uma fatia considerável das nossas rendas que vai para o pagamento de impostos? É uma fatia considerável? O Estado já não devolve adequadamente na forma de serviços públicos eficientes. Mas dói muito mais quando parte desse dinheiro vai para engordar o caixa de políticos mal-intencionados. A despeito, então, de todas as decisões que têm ocorrido, o eleitor tem a grande responsabilidade de dizer, nas próximas eleições, que corrupção importa sim. Que político corrupto não tem vez na Capital da República. Portanto, não podemos desistir da ética e da honestidade na política. (*) Advogado e jornalista – Pré-candidato ao Senado pelo Novo


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Bolsonaro é o assassino de Marcelo Arruda Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Tem que se dar nome aos bois. Quem puxou o gatilho pode ter sido o bolsonarista Jorge Guaranho. Mas, como nos casos de Bruno e Dom, novamente o mandante foi Jair Bolsonaro. Sim, é a sua pregação à intolerância e ao ódio a responsável pela escalada da violência política nos últimos tempos. Vejamos: Ameaça de morte à deputada estadual do Psol-MG Andreia de Jesus (“Vai morrer, macaca, seu fim será como o de Marielle”, dizia a última mensagem ameaçando-a); ataque em Uberlândia ao comício de Lula/Khalil por drone de bolsonaristas jogando fezes; ataque em Brasília com bolsonaristas jogando fezes e ovos no carro do juiz Renato Borelli que mandou prender o corrupto ministro da Educação de Bolsonaro; ataque no Rio por bolsonarista arremessando bomba e fezes no comício de Lula/Freixo na Cinelândia; ataque em Guaramirim (SC),

com disparos de tiros contra a casa dos ambientalistas Germano e Elza Woehl; culminando no assassinato de Marcelo Arruda em sua própria festa de aniversário, repetindo o assassinato do mestre de capoeira Moa do Catendê pelo bolsonarista Paulo de Santana, na Bahia ,e a agressão com garrafadas ao estudante da UFPR por bolsonaristas em Curitiba, por usar boné do MST, ambos em 2018. A violência política se soma às milhares de agressões diárias contra negros, mulheres, comunidade LGBT, migrantes, pobres, indígenas, ambientalistas, jornalistas etc, estimuladas pela apologia da tortura e da morte por Bolsonaro, com sua pregação de racismo, homofobia, xenofobia, misoginia e intolerância religiosa. A incitação à violência política por Bolsonaro não é de hoje. Em 1999, em entrevista à Band, disse: “O Brasil só vai mudar quando partir para uma guerra civil fazendo o que o regime militar (ditadura) não fez, matando uns 30 mil”. Em setembro de 2018, no Acre, simulando disparar uma metralhadora, afirmou: “Vamos fuzilar a petralhada, vamos mandar esses picaretas pra Venezuela comer capim”. Em 1928, Hitler pregava: “Na luta contra o comunismo, o marxismo, me

vejo como o escolhido para iniciar uma guerra, e não descansarei até essa praga ser removida da Alemanha”. Alguma semelhança? E como reagem as “instituições democráticas” ante às sucessivas pregações de ódio e intolerância política de Bolsonaro e a escalada da violência: apelos à razão por parte do TSE; vergonhosas tentativas de diálogo por parte do STF; apoio da maioria do Congresso Nacional (Centrão); conivência das FFAA e omissão do MPF e da PF, que sequer investigam o mega mensalão do Orçamento Secreto. Tudo sob os aplausos de banqueiros, felizes com os juros nas alturas; de empresários, satisfeitos com as privatizações da Eletrobras e Petrobras; da gang do agronegócio, livre para invadir terras públicas e indígenas; da cúpula das FFAA, presenteada com polpudas boquinhas; sob as bençãos de falsos cristãos evangélicos, que recebem mimos em barras de ouro e o conivente sorriso amarelo da classe média conservadora, feliz com a gasolina mais barata. Mas a esmagadora maioria dos trabalhadores e do povo pobre repudia Bolsonaro. São pessoas que estão entre os 120 milhões que vivem em domicílios com

rendimento de até dois miseráveis salários mínimos; os 18 milhões de desempregados; os 40 milhões de subempregados; os 33 milhões que passam fome. Ciente da eminente derrota, Bolsonaro tenta iludi-los com auxílio de R$ 600 até dezembro, vale gás etc. Mas sabe que não é o suficiente. Então, recorre ao incentivo à violência, buscando acuar, impor o medo aos 60% ou 70% da população que não querem mais 4 anos desse desgoverno que destrói o País. Qual a segurança para participar de um comício? Qual a garantia de se colocar um adesivo, bandeira de Lula ou do PT na janela de sua casa, de seu apartamento ou de seu carro e não sofrer um atentado? Se um basta não for dado pelo TSE, pelo STF, pela sociedade, o período eleitoral transcorrerá permeado de fake news, de ameaças de virada de mesa; de nova tentativa de golpe no 7 de setembro; de um “Capitólio à brasileira”; de mais assassinatos. Com a palavra as “instituições democráticas”. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Brasil, o país do caos J. B. Pontes (*)

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Após três anos e meio de desgoverno, estamos vivenciando a realidade que prevíamos inicialmente. Bolsonaro agiu de forma ousada para a consecução dos seus objetivos, anunciados desde a campanha de 2018: governar para os ricos, enfraquecer o controle do Estado e liberar a ação da marginalidade. Desde 2019 assistimos, apáticos, o desmonte dos órgãos federais de fiscalização e proteção do meio ambiente, a exemplo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e do Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Assistimos, igualmente, o aparelhamento, como jamais antes registrado, de quase todas as instituições respon-

sáveis pela prevenção e pela repressão da criminalidade e da corrupção – Polícia Federal, Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e outros. Acrescente-se a esse quadro a omissão/complacência do Tribunal de Contas da União, do Congresso Nacional e do Judiciário. A tudo isso se aliou o esforço para cooptação das polícias militares estaduais e das próprias Forças Armadas. No Parlamento, quando se viu ameaçado de impeachment, Bolsonaro se aliou ao Centrão, do qual sempre foi integrante, o qual passou a comandar o governo, desde a indicação de aliados para importantes cargos e direção de órgãos públicos até o total controle do orçamento público federal. Recursos que deveriam ser usados para custear as ações prioritárias do governo – saúde, educação, proteção do meio ambiente, saneamento básico - foram e estão sendo desviados para angariar apoio polí-

tico e comprar votos para Bolsonaro e seus aliados do Centrão. As emendas parlamentares e das bancadas estaduais, únicas com previsão na Constituição Federal, seriam mais do que suficientes para que deputados e senadores pudessem atender as demandas dos municípios e estados que representam. Mas o Centrão quis e conseguiu muito mais: o orçamento secreto e o controle dos orçamentos de órgãos do Poder Executivo. Os resultados dessa ação depredadora promovida e incentivada pelo desgoverno Bolsonaro, estão sendo expostos agora: o País dominado pela corrupção, pela violência e pela criminalidade descontrolada. A Amazônia entregue aos garimpeiros, aos madeireiros, aos traficantes, aos assassinos de aluguel. Todos agindo de forma ousada e sem possibilidade de controle dos órgãos públicos, em face da falta de recursos humanos e materiais. Os indicativos do descontrole são

claros: alarmantes índices de desmatamento e ações desenfreadas de grupos criminosos. O bárbaro assassinato do indigenista/ambientalista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips é um demonstrativo claro dessa realidade. Nas áreas urbanas, cresce assustadoramente a organização e atividades de milícias, que já dominam praticamente todas as comunidades das capitais e das principais cidades do País. E as polícias militares que deveriam atuar para reprimir as atividades desses grupos criminosos, com raras exceções, ou com eles se associam ou são bastante complacentes. A esperança é que na eleição de outubro possamos iniciar um novo ciclo de democratização e reconstituição do Estado Brasileiro, colocando nosso País sob o comando de pessoas mais dignas e comprometidas com os interesses do povo. (*) Geólogo, advogado e escritor


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Brasiliense paga para ser enganado GDF usa propaganda oficial para maquiar os dramas reais da população De jornal a blog; de mídia tradicional a alternativa; de propaganda em circuito fechado de TV em restaurantes a adesivos em ônibus. A “folha de pagamento” com anúncios e reportagens “positivas” para o governante de turno é dispendiosa para o contribuinte do Distrito Federal. No primeiro trimestre deste ano, apenas a Secretaria de Comunicação do GDF – sem contar outros órgãos da estrutura oficial, como BRB, Terracap e De-

tran, por exemplo – consumiu R$ 41.851.644,92 dos suados impostos recolhidos pela população. A tendência é de que este valor, no mínimo, dobre, quando forem publicizados os gastos do segundo trimestre. Isto em pleno ano eleitoral, o que, para especialistas, gera um desequilíbrio na disputa de 2 de outubro. “Afinal, todos os adversários do candidato à reeleição estão fora dessa mídia paga e dos “créditos” naturalmente gerados por ela junto aos veículos contemplados pela verba”, diz um publicitário experiente nesse tipo de “troca-troca”, como ele define. R$ 1 BILHÃO – O Brasília Capital já mostrou, em edições anteriores, que ao longo dos primeiros três anos e meio da gestão Ibaneis Rocha (MDB) o GDF gastou quase R$ 1 bilhão em propaganda – este valor, certamente será superado quando contabi-

lizadas as despesas do exercício de 2022. E propaga como feitos positivos eventos duvidosos para o interesse do conjunto da população brasiliense. Alguns exemplos são o baixo investimento nas escolas durante a pandemia, a militarização de unidades de ensino público, o discutível atendimento a famílias carentes nos CRASs, a polêmica obra do túnel de Taguatinga e seus benefícios para populações não atingidas por ela, e o caos nos hospitais da rede oficial. Tudo isso é apresentado como verdadeiras “conquistas” da população nos filmes e demais peças publicitárias cujo pagamento para produção e veiculação sai diretamente do bolso do cidadão que recolhe impostos. Com o talento dos publicitários e a farta distribuição de dinheiro, os dramas reais da população sempre têm um “final feliz”, como nos filmes de Hollywood.

Farra com dinheiro público Para comprovar a denúncia de malversação dos recursos públicos, a reportagem recorreu, mais uma vez, às fontes especializadas, que jogaram luz sobre os números das tabelas de pagamento de blogs, sites, jornais, rádios, TVs, produção etc. da Secom do GDF. A farra inclui publicidade em mobiliários urbanos, como outdoors, banners, adesivos, bussdoors e até TVs de circuito fechado. De janeiro a março, por exemplo, o GDF gastou R$ 114.690,84 com adesivos, conforme declara a própria Secom no Portal da Transparência. Outros R$ 320.650,00

foram torrados com fotografia. Interessante nesse item é que o GDF, na própria Secom, com um departamento de fotografia e uma equipe de vídeo da Agência Brasília. Os dois setores, juntos, têm no mínimo dez funcionários. Debaixo dessa aba de produção está o pagamento à High Connect, que recebeu R$ 400.328,13, ao site uaifacil.com.br, agraciado com R$ 199.037,16, e a Weach Publicidade: R$ 100.082,50. Jornais impressos são todos iguais? Entre os jornais impressos, a Secom trata com certa paridade os três veículos que se apresentam como diários na

Capital da República – o Correio Braziliense, o Jornal de Brasília e o jornal Brasília Agora. Eles foram aquinhoados, respectivamente, em três meses, com R$ 790.260,14; com R$ 1.028.780,36 e com R$ 580.188,75. “Há que se averiguar o impacto de mídia e o peso que cada um deles tem. É o que chamamos de mídia técnica”, diz o publicitário. Segundo ele, os dados disponíveis no Portal da Transparência precisam ser verificados pelo Ministério Público do DF e Territórios e pelo Tribunal de Contas do DF, que têm como atribuição investigar o uso do dinheiro público.

Gastos com publicidade do GDF em 3 meses SITES E BLOGS Site metropoles.com: R$ 1.782.559,10 Site correiobraziliense.com.br: R$ 983.842,47 Portal R7.com: R$ 547.284,96 Site jornaldebrasilia.com.br: R$ 313.111,00 Site diariodopoder.com.br: R$ 268.873,49 Rede MobTv: R$ 201.745,80 Site notibras.com: R$ 166.223,69 Site brasiliaagora.com.br: R$ 64.742,50 Site poder360.com.br: R$ 53.837,92 Site globo.com: R$ 53.141,20 MÍDIA ALTERNATIVA: Produção de adesivos: R$ 114.690,84 Fotografia: R$ 320.650,00 High Connect: R$ 400.328,13 Site uaifacil.com.br: R$ 199.037,16 Weach Publicidade: R$ 100.082,50 JORNAIS IMPRESSOS (DIÁRIOS) Jornal de Brasília (de 2ª a 6ª feira): R$ 1.028.780,36 Correio Braziliense (todos os dias da semana): R$ 790.260,14 Brasília Agora (de 2ª a 6ª-feira): R$ 580.188,75 Na Hora H: R$ 199.047,42 Aqui DF: R$ 175.712,00 JORNAIS IMPRESSOS COMUNITÁRIOS Alô Brasília: R$ 127.494,85 DF Notícias: R$ 62.244,00 Brasília Capital: R$ 47.851,00 Folha de Águas Claras: R$ 35.568,00 Do Guará: R$ 35.568,00 EMISSORAS DE TV Record: R$ 3.901.530,54 Globo: R$ 3.192.122,55 SBT: R$ 1.997.057,79 TV Brasília: R$ 1.457.527,53 Bandeirantes: R$ 1.080.312,67 Gênesis: R$ 638.935,70 Cultura: R$ 294.652,00 União: R$ 212.513,67 Boa Vontade: R$ 203.889,00 Mundial Telenotícias: R$ 150.428,03 Canção Nova: R$ 135.340,14 EMISSORAS DE RÁDIO Mais Brasil News FM: R$ 372.471,34 Clube FM: R$ 364.762,87 Supra FM: R$ 254.096,30 Metrópoles FM: R$ 238.375,90 CBN FM: R$ 223.720,67 Antena 1 FM: R$ 212.054,44 Band News FM: R$ 204.749,79 Clássicos da Atividade FM: R$ 202.144,80 Sara Brasil FM: R$ 201.175,14 JK FM: R$ 193.258,50 Mix FM: R$ 179.170,76 Jovem Pan FM: R$ 170.652,30 Programa na Polícia e Nas Ruas / Atividade FM: R$ 149.613,08 Positiva FM: R$ 136.380,48 Programa Show de Viola/Atividade FM: R$ 124.655,96 Atividade FM: R$ 101.072,40 Nova Brasil FM: R$ 99.035,60


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DIVULGAÇÃO/PT

REDES SOCIAIS/ RAFAEL PARENTE

“O maior problema do teto no Brasil são as milhares de famílias que viraram sem teto nas grandes cidades, morando nas ruas. Esse é o teto que me preocupa”. Sobre a Lei do Teto de Gastos

Lula dá a largada Ao lado de Alckmin, petista turbina campanhas SÉRGIO LIMA/PODER360

Diva Araújo e Orlando Pontes A passagem de Luiz Inácio Lula da Silva por Brasília, na quarta-feira (12), marcou a largada da campanha da coligação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB). A avaliação é do presidente do PT-DF, Jacy Afonso. “Lula é o nosso motor de arranque”, comparou. Também estavam no palanque os pré-candidatos ao Buriti pelo PSB, Rafael Parente, e pelo Psol, Keka Bagno e a pré-candidata ao Senado da federação PT-PV-PCdoB, Rosilene Corrêa. Acompanhado do pré-candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o petista teve uma agenda intensa. Antes de chegar ao Centro de Convenções, por onde passaram mais de 10 mil pessoas para vê-lo e ouvi-lo, Lula se reuniu com empresários na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Foi recepcionado pelo presidente da entidade, José Roberto Tadros, e pelos presidentes da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, e do Sindivarejista, Sebastião Abritta.

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CARACTERES COM Mais de 10 mil pessoasESPAÇO passaram pelo Centro de Convenções para ver e ouvir Lula, em seu primeiro ato público


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ANTÔNIO SABINO

“Acho triste, no Distrito Federal, com tantos servidores públicos, as pessoas votarem em alguém que desrespeitou tanto o funcionalismo como Bolsonaro”. Sobre o apoio de servidores ao atual presidente

em Brasília de aliados na Capital da República

Violência política A vinda a Brasília foi a primeira aparição pública de Lula após o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda. Por isso, o esquema de segurança pessoal dele e do acesso ao Centro de Convenções foi reforçado. Em seu discurso, o presidenciável lembrou o crime cometido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e recomendou: “Não quero ver ninguém aceitando provocação. São três meses em que vamos nos multiplicar nas ruas. Vamos continuar fazendo passeatas. Vamos ter de dar uma lição de moral, que nem o Gandhi deu”. Lula destacou a importância do diálogo e fez duras críticas contra a violência política e as posturas de ódio propagadas pelos apoiadores de Bolsonaro. “Estão tentando fazer das campanhas eleitorais uma guerra. Estão querendo dizer que tem uma polarização criminosa. É interessante que o PT polariza as eleições para presidente desde 1994 e não tenho nenhuma história de violência em todas as campanhas de que participei”, destacou.

O petista recordou que quando perdeu para Fernando Collor voltou para casa e, embora lamentando a derrota, começou a se preparar para outra disputa. “Nunca, em nenhum momento, falei de violência em campanha”. E reforçou: “Não precisamos brigar, A nossa arma é a nossa tranquilidade. Não temos de aceitar provocação. Se alguém provocar vocês, mandem morder o próprio rabo”. Ele citou os ataques recentes que sofreu em Uberlândia (MG), no dia 15 de junho, no qual um homem comandando um drone despejou veneno sobre militantes que o aguardavam, e no Rio de Janeiro, onde um opositor atirou uma bomba caseira com fezes sobre os participantes. “O mais grave aconteceu no domingo, quando o companheiro Marcelo Arruda, com a sua família, comemorava seu aniversário. E uma dessas pessoas, tomadas pelo ódio, pela loucura, pelo fanatismo ou pelo sectarismo invadiu o salão do dono da casa e o matou. Eu acho que a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”, enfatizou.

Dia Nacional de Luta contra demissões no Itaú Os bancários do Itaú de todo o País realizaram, na quinta-feira (14), um Dia Nacional de Luta, organizado pela Contraf-CUT, contra a reestruturação do banco, anunciada no início do mês, e que tem gerado muitas demissões. Em Brasília, o Sindicato iniciou a mobilização colando cartazes em todas as agências do Itaú, durante a madrugada, com frases como “Eu faço a cultura itubers e quero ser respeitado”, numa referência a como o banco passou a chamar o trabalhador da instituição. Os dirigentes sindicais visitaram as duas agências do Itaú em Ceilândia e dialogaram com os bancários e com a população, informando sobre os absurdos que vêm ocorrendo dentro das unidades bancárias. “Esclarecemos que a atividade é motivada por um conjunto de fatores, como as dispensas que já vinham sendo feitas pelo Itaú, o fechamento de agências, a falta de contratações, as metas abusivas, o adoecimento da categoria. Ou seja, tudo que é reflexo dessa política do banco de buscar o lucro de qualquer forma, não respeitando a categoria bancária”, pontua Sandro Oliveira, diretor do Sindicato e bancário do Itaú. E acrescenta: “Reiteramos que a população também é vítima do descaso e a exploração dos banqueiros, em função das taxas de juros e tarifas exorbitantes, das dificuldades em acessar uma agência bancária, das filas intermináveis e do péssimo atendimento pela falta de trabalhadores”. O diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do Itaú, Washington Henrique, assinalou que na última reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú ficou definido que o mote desta campanha seria #RespeiteOsItubers, como é chamado agora o trabalhador pelo banco. “Nós optamos por esse tema para fazer frente ao que o banco diz, porque consideramos um desrespeito as demissões e os fechamentos de agências, sem haver sequer uma discussão com o Sindicato. E hoje o trabalho bancário está precário devido à Acesse QR Code e lei terceirização”, disse ele. a matéria completa

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Militarização de escolas públicas:

agressão ao ECA LUZO COMUNICAÇÃO

Luciana Custódio (*) A Constituição Federal aponta que todas as pessoas devem ser tratadas de forma igual, sem distinção de cor, origem ou classe social. É o que propagam, também, alguns valores religiosos. Mas todos sabemos que esta é uma teoria que se enverga para não se tornar prática. Como exemplo, podemos falar do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aniversariou neste 13 de julho. Sancionado em 1990, o ECA representou grande avanço para os direitos dos menores de idade. E 32 anos depois, o Brasil vive um dos momentos mais tenebrosos de sua história, sofrendo os desmandos de um governo tão autoritário quanto incompetente, que não apenas se exime de sua responsabilidade de proteger as crianças e adolescentes, como contribui de forma decisiva para tornar sua vida e seu futuro piores. O ECA se choca contra a ideologia desse governo, presente nos seus diversos programas e projetos. Um deles é o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) – a militarização de escolas públicas –, bandeira de campanha do presidente genocida, que nunca escondeu seu desapreço pela educação, pela cultura e pelos valores democráticos. O Pecim vem sendo implementado a despeito das fartas deficiências que apresenta, é alvo de críticas de especialistas, estudiosos, lutadores sociais da área da educação e da defesa dos direitos de crianças e adolescentes, bem como da própria Justiça que, em diversos estados – inclusive no DF –, questiona a legitimidade e a legalidade do projeto. Uma das razões para tantos questionamentos é a afronta que ele representa ao ECA. Em alguns meses de aplicação, é fácil notar que são diversos os artigos do Estatuto contrariados pela militarização de escolas públicas. Qualquer direito à diversidade e de exercício da individualidade – seja de opinião, de crença, de vestimenta, de rela-

Luciana Custódio professora da rede pública de ensino do DF e dirigente do Sinpro-DF

cionamento – fica comprometido e ameaçado pela lógica de quartelização das escolas. A busca por homogeneização a partir da intimidação impõe a crianças e adolescentes o silêncio e a obediência servil, numa fase da vida onde afirmar sua personalidade é fundamental para o desenvolvimento humano. Os estudantes expostos a essa lógica são aqueles em situação de vulnerabilidade social. Sofrem com intimidações, repressão e ameaças, estão em escolas da periferia, vítimas da marginalização e da exclusão desde que nasceram. A sociedade vê a militarização como forma de controle social. As comunidades acreditam que será uma forma de fortalecer a disciplina. Mas, na prática, o que se vê é apenas o cerceamento de direitos e o comprometimento da atividade pedagógica. DIREITOS ATROPELADOS – O direito à liberdade de opinião e expressão e de participação na vida política, garantido no artigo 16; e o artigo 53, que garante o direito de organização e de participação em entidades estudantis, foram muitas vezes afrontados nesses meses de experiência de militarização. A participação em manifestações, por exemplo, tem sido tratada como falta disciplinar. Foi o que se viu no CED 01 da Estrutural, escola que se tor-

nou emblemática do fracasso do projeto de militarização no DF. A mãe de um ex-aluno que apoiava a militarização, percebeu na prática que o projeto é um engodo. Ela transferiu o filho para outra escola, por ele ter sofrido repressão e ameaças depois de um protesto contra a exoneração da vice-diretora. Na ocasião, uma emissora de TV veiculou vídeo gravado por um estudante, registrando os gritos do militar que exercia a função de monitor disciplinar: “Eu te arrebento”, “abaixa a cabeça porque estou mandando”, “baixa a bola”. A ação do militar contraria o artigo 17 do ECA, que assegura o direito ao respeito, que “consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”. Na prática militarizada, o livre exercício dessas individualidades é tido como falta disciplinar passível de punições, e estas são proibidas no artigo 18 do ECA, que versa sobre o direito que crianças e adolescentes têm de serem educados livres de castigos físicos. Adiante, o artigo 58 do ECA afirma: “No processo educacional respeitar-

-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura”. Em novembro de 2021, uma atividade pedagógica referente ao Dia da Consciência Negra deu início a uma série de desrespeitos ao ECA, à liberdade de cátedra e à gestão democrática no CED 01 da Estrutural, incluindo a invasão da escola por um deputado bolsonarista e a exposição pública e consequente exoneração da vice-diretora da escola. REVERTER A MILITARIZAÇÃO – Não há investimento em educação. O que há é retirada de recursos. Nesse cenário, a militarização vem como uma falsa resposta às expectativas das famílias, gerando efeitos perversos para a escola, as comunidades, os profissionais de educação e, principalmente, crianças e adolescentes. A militarização está a serviço de um projeto ideológico fundamentalista e discriminatório, que entende que o lugar das crianças, sobretudo as em situação de vulnerabilidade, é o da servidão e da subordinação a uma ordem que diariamente as agride e as exclui. As vozes dessas crianças e adolescentes são silenciadas, enquanto os que frequentam regiões ricas ou de classe média seguem seu curso sem precisar lidar com carências materiais nem com esse tipo de “disciplinamento”. Hoje, aos 32 anos do ECA, defender os direitos de crianças e adolescentes passa necessariamente por combater a militarização das escolas públicas. (*) Professora da rede pública de ensino do DF e dirigente do Sinpro-DF

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 16 a 22 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br I N FOR M E

A desassistência virou política de governo Na primeira quinzena de julho, o Hospital Regional de Taguatinga ficou um dia sem nenhum cirurgião, um final de semana inteiro sem radiologista e com falta de contraste para a realização de exames. Sem ter quem realizasse procedimentos cirúrgicos e sem laudos de exames de imagens, a realização de cirurgias tem sido prejudicada. O quadro fica ainda mais feio quando lembramos que, não faz muito tempo, o governador anunciou um mutirão para zerar as filas de cirurgias no DF. O que fizeram durante três anos e meio com a gestão do sistema público de saúde do DF? O que a gente mais escuta é que desviaram uma montanha de dinheiro para o IGESDF (com escândalos nas páginas policiais e denúncias de desvios constantes) e que inventaram a “bandeira vermelha” para barrar a entrada de pacientes nas emergências dos hospitais e das UPAs. Há poucos meses, o Conselho Regional

de Medicina do DF anunciou o indicativo de interdição ética na clínica médica da emergência do Hospital Regional do Gama. Suspendeu porque houve contratação temporária de 15 médicos (onde faltam 30). Nós, do SindMédico-DF, avisamos que não ia resolver: a remuneração está muito abaixo do mercado e as condições de trabalho assustam qualquer profissional em sã consciência. Daqueles 15 que entraram, sobraram cinco. E o HRG continua lá, funcionando sob bandeira laranja e vermelha, mandando pacientes de volta para casa ou para alguma Unidade Básica de Saúde, até o quadro clínico piorar e o pobre paciente ficar mal o suficiente para ser admitido no hospital. Os centros de atenção psicossocial (CAPS) vivem um drama constante: se não faltam psiquiatras e psicólogos (e a carência é grande!), falta assistente social. A atenção ao paciente é sempre incompleta

e os tratamentos ficam pelo meio ou são prejudicados por esse descaso do GDF, que sabe dessa situação. Mas também sabe do drama que os moradores de rua estão passando nas portas do CRAS, os centros de referência de assistência social. Parece que este governo não gosta da gente da nossa cidade. É essa a lógica da política de saúde que tem sido colocada em prática pelo atual governo: deixar tudo, inclusive os pacientes, chegarem ao limite do colapso para tomar alguma medida emergencial, normalmente extremamente onerosa aos cofres públicos, e vender essa medida como solução eficiente. Só que não é solução, é uma resposta aos problemas que o próprio governo deixou se instalarem e que levam a um aumento de gastos públicos. Nunca na história do SUS no Distrito Federal a situação esteve tão grave. Problemas

Carlos Fernando Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

sempre existiram, mas nunca a desassistência se instalou e foi normalizada como é agora pelo atual governo. A esperança de que a situação pode melhorar reside no fato de que, este ano, podemos decidir pela mudança na forma de cuidar da saúde. A chave da mudança é o voto.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Cultura FM: a nova rádio “chapa branca” do DF A portaria nº 140, assinada no dia 5 de julho pelo secretário de Cultura Bartolomeu Rodrigues, carimba a rádio Cultura FM, criada há 35 anos, como emissora “chapa branca” (cor da placa dos carros oficiais que servem às autoridades públicas antigamente). A emissora que, por lei, deveria focar numa programação educativa e cultural, passou ao comando da assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura, subordinada diretamente ao titular da pasta e comandada por profissionais comissionados, de sua inteira confiança. Em um momento pré-eleitoral como o atual, as mudanças preocupam e foram de protestos – há o temor de aparelhamento da emissora. Pelo que estabelece o artigo 3º da portaria, o chefe da assessoria de comunicação do secretário terá o poder de supervisionar direta-

DIVULGAÇÃO

Com a portaria baixada pelo secretário, slogan da emissora pode mudar: chapa branca

mente as atividades comunicacionais da Rádio Cultura, cabendo a ele, dentre outras funções, coordenar planos e programas de comu-

nicação no âmbito da emissora; definir a política de divulgação institucional do GDF e supervisionar as redes sociais da rádio.

Atentado à autonomia editorial Vale lembrar, que as assessorias de comunicação e demais órgãos seguem orientações e diretrizes da Secretaria de Comunicação Social, diretamente ligada ao governador Ibaneis Rocha (MDB). Para a representante do Centro-Oeste no Conselho Nacional de Cultura (CNPC), Rita Andrade, a Cultura FM sempre foi o ponto tradicional de conexão dos conteúdos de jornalismo, entretenimento, compromisso social e difusão cultural. “Agora, vai virar refém dos interesses governamentais, via gabinete do secretário de Cultura”. A seção distrital do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), reúne 19 en-

tidades no DF, dentre elas os sindicatos dos Jornalistas Profissionais e o dos Radialistas do DF, emitiu nota em que afirma ser a portaria um atentado contra a autonomia profissional e editorial da emissora pública, que cumpre papel fundamental na difusão das expressões culturais do DF. Para o FNDC, o ato configura intervenção na rádio. O Fórum lembra ainda que os instrumentos legais de controle social sobre a emissora vêm sendo desconstituídos paulatinamente. “Os ataques da Secretaria à rádio não são de hoje. O primeiro foi a não recomposição do Conselho Curatorial, que congregava sociedade civil, acadêmicos e

produtores culturais, com a finalidade de pensar e discutir propostas editoriais e caminhos de gestão transparente da única rádio pública do DF”, diz a nota. Após a destituição arbitrária do Conselho, único espaço de participação social na gestão da rádio, a Secretaria de Cultura retirou do ar programas históricos, alegando cumprimento de decisão do TCDF. “Faltou gestão e vontade política para solucionar um problema que afetou de maneira drástica a programação da rádio, que hoje, para se manter no ar, exige grande esforço dos jornalistas e profissionais que nela trabalham” .

GDF quis privatizar A gestão da rádio vinha sofrendo intervenções pontuais há algum tempo. Jornalistas e radialistas concursados estavam sofrendo interferências em suas atividades. Senhas dos profissionais que geriam as redes sociais da emissora foram canceladas. A última postagem no Twitter foi dia 29 de junho e, no Instagram, no início de maio. O GDF parece não saber o que fazer com a rádio. Em 2021, lançou um edital para privatizá-la com a criativa denominação de “gestão compartilhada com uma Organização da Sociedade Civil (OSC)”. Esta seria remunerada antecipadamente com R$ 1,5 milhão para cobrir as despesas de operação, produção, transmissão multimídia e integração em redes colaborativas culturais durante um ano. A reação foi grande. Partidos e entidades civis protestaram. O Psol entrou com uma representação no Tribunal de Contas do DF, que recebeu parecer favorável pela área técnica da Corte. Mas a ação foi arquivada, pois o GDF recuou da privatização.

Saiba+ O artigo 221 da Constituição dividiu em três categorias as emissoras de rádio e TV: privada, estatal e pública. Desde 1988, pela falta de uma lei infraconstitucional, perdura uma incompreensão da diferença entre estatal e pública. Há, contudo, um consenso de que a mídia pública, pode ser mantida por recursos estatais. Entretanto, haverá controle social da gestão, em especial, da linha editorial. O objetivo é evitar que esses veículos virem “chapa branca”, divulgando apenas aquilo que interessa ao governante de plantão.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro A polêmica das prescrições de suplementos É preciso avaliar de forma detalhada o consumo alimentar e fazer avaliação do estado nutricional de indivíduos para identificar os benefícios da suplementação Nos últimos dias, uma polêmica em torno de prescrição de suplementos começou a aparecer nas man-

chetes de jornais e redes sociais. Isso porque, na semana anterior, o Conselho de Biomedicina publicou uma

ESPÍRITA

José Matos A política e os religiosos Não importa que seja de esquerda ou de direita, mas que tenha preocupação com o bem-estar social e o progresso dos cidadãos A maioria dos religiosos mostra-se desinteressada por política, esquecendo-se de que tudo vem dela. Jesus, mostrou seu apreço por política quando ensinou: “dê a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. A religião cuida da evolução na vertical e a política, na horizontal. O religioso deve ser, antes de tudo, um cidadão consciente dos seus deveres e direitos. Se é interessado, não importa que seja de esquerda ou de direita, o que

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

importa é que tenha preocupação com o bem-estar social e o progresso dos cidadãos, votando, igualmente, em candidatos sinceros, que também tenham esta mesma preocupação e programa. Há, no Brasil, uma elite do atraso, de mentalidade escravista e colonial, imitada por uma classe média insensível que pensa que é rica e que ambas se opõem a qualquer política social que inclua os pobres na direção do progresso.

resolução que permite ao biomédico fazer prescrição de suplementos. E na última semana, o CREF-4, de São Paulo, também publicou resolução que diz que o profissional de Educação Física pode orientar quanto ao uso de suplementos (não prescrever, mas sim orientar). Fato é, que os nutricionistas estão questionando sobre a habilitação desses profissionais para que seus conselhos decidam que isso pode fazer parte do hall de atuação dessas profissões. Afinal, eles não têm na sua formação acadêmica nada que lhes dê esse conhecimento para que se tornem profissionais. Para a Ciência da Nutrição, é fundamental, antes da prescrição de suplementos, avaliar de forma detalhada o consumo alimentar e fazer avaliação do estado nutricional de indivíduos, pois só assim é possível identificar qual é a deficiência e quais

os benefícios da suplementação. Como profissional da saúde, o nutricionista prioriza a segurança alimentar e nutricional por meio dos alimentos. Essa ideia de que todos podem se beneficiar ou têm a necessidade de suplementação somente favorece a indústria farmacêutica e de suplementos. Portanto, no processo de promoção e proteção à saúde, entendemos que para a prescrição segura de suplementos é necessário que haja real indicação, que só ocorre após avaliação nutricional detalhada, e que isso seja feito por profissional que detenha competência e habilidade para isso. Isso é pensar na saúde da população e do indivíduo!

Inventam justificativas, mas o que querem mesmo é ter sempre pessoas muito pobres para lavar seus banheiros a preços vis. Neste meio, vemos religiosos de todos os matizes, igualmente, exploradores, que devem ser classificados como frequentadores de templos religiosos, mas não de religiosos. O verdadeiro religioso é compassivo, como pedia Buda; caridoso, como pedia Maomé; ou amoroso, como pedia Jesus. “Religioso” explorador, insensível e contra a inclusão social não é, absolutamente, religioso. Os Estados Unidos, mesmo sendo um país capitalista e não sendo exemplo, como são Suécia, Suiça, Holanda, Luxemburgo e Dinamarca, fizeram reforma agrária e incluíram os negros em cotas raciais. Não é pecado ser capitalismo ou socialismo. O pecado é não ser capitalismo social ou socialismo democrático. O capitalismo não social faliu. O comunismo sem liberdade faliu. É hora de avançar! Se não elegermos governantes que tenham compromissos com a inclusão social, teremos mais

violência que condomínios fechados, carros blindados e armas não evitarão. Armas criam mais violência. É o que vemos, semanalmente, nos EUA e agora também no Brasil. Não basta fazer caridade. É preciso ação que permita a libertação da miséria. Terra e apoio para pequenos criadores e produtores. Escola de qualidade, integral e profissionalizante para crianças e jovens. Saúde de qualidade que não só cuide da doença, mas que evite a doença. Moradias dignas com saneamento. Aumento das escolas técnicas, mais acessos à universidade pública, empregos... Religião é ação. Ação no bem. Mahatma Gandhi, exemplo de político e religioso, recomendou a leitura e prática do Sermão da Montanha, contido no Evangelho de Cristo, esclarecendo: “Se se perderem todos os livros sagrados da humanidade e restar apenas o Sermão da Montanha, tudo estará preservado”.

(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista

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