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SINDICATO DOS BANCÁRIOS
Ano XII - número 576
Clientes do BRB denunciam programa Avança DF TCDF investiga cobrança de juros elevados de pessoas superendividadas
Brasília, 23 a 29 de julho de 2022
Página 5
JR ROSA E NINA QUINTANA
Entrevista / Rosilene Corrêa
A SENADORA DO LULA NO DF
Pré-candidata da federação PTPV-PCdoB se diz motivada a ser a senadora do Lula. “Precisamos de gente lá que sustente o nosso presidente”. Ela ainda aposta numa grande aliança de esquerda contra o bolsonarismo no DF. Páginas 6 e 7
ALEXANDRE MOTA
PAULA BELMONTE É A NOVIDADE NA CORRIDA AO BURITI
Em meio ao imbróglio com Izalci Lucas, deputada lança précandidatura ao GDF. Pesquisa da ACDF mostra que ela tem potencial para crescer e rejeição de apenas 1,3%. Pelaí – Páginas 2 e 3
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 23 a 29 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
Ex pedien te
Vácuo – A indecisão do senador Reguffe em se lançar candidato ao GDF reafirma a tese de que em política não existe espaço vazio. O vácuo deixado por ele, aos poucos vai sendo preenchido por potenciais aliados que apoiariam sua candidatura. Entre eles, a senadora Leila Barros (PDT), o professor Rafael Parente (PSB) e a deputada Paula Belmonte (Cidadania), além de Leandro Grass (PV).
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Paula Belmonte, a novidade
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Numa semana de muitas movimentações no cenário eleitoral, com a desistência do ex-governador cassado José Roberto Arruda (PL) de disputar o GDF em nome de uma composição com o atual titular do Buriti Ibaneis Rocha (MDB), a novidade foi a deputada Paula Belmonte (Cidadania - foto), que lançou sua pré-candidatura ao GDF. AMEAÇA – Com Arruda fora da disputa, Paula Belmonte desponta como o nome capaz de empolgar o eleitorado de centro que não se identifica nem com Arruda nem com Ibaneis e se tornar uma ameaça à reeleição do atual governador. CRESCIMENTO – Pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias mostram que esse cenário pode se materializar. Segundo o Instituto Iveritas, em levantamento contratado pela Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), Paula tem a menor rejeição (1,3%) na corrida ao GDF. REJEIÇÃO – A pesquisa Iveritas aponta que 40,2% dos eleitores desaprovam a gestão de Ibaneis Rocha. A alta rejeição, somada ao desgaste do acordo com Arruda com parte do eleitorado que re-
jeita corrupção, mostra que Paula tem um grande potencial de crescimento capaz de fazer frente à liderança de Ibaneis – detentor, juntamente com o novo aliado, das maiores rejeições. SENADO – Para o GDF, de acordo com a Ia pesquisa encomendada pela ACDF, Paula tem 7,2% dos votos. Pesquisa Quaest, divulgada pelo Correio Braziliense, mostra Paula com 9% na disputa ao Senado. IMBRÓGLIO – Para Paula Belmonte tenta decolar de vez, porém, falta
definir o imbróglio na federação PSDB/Cidadania. Ela e o senador Izalci Lucas lançaram suas pré-candidaturas e apenas um deles pode ser o candidato oficial. VIABILIDADE – Segundo decisão da executiva nacional da federação, o critério para a escolha será a viabilidade política e eleitoral. E neste quesito Paula saiu na frente pois já articulou o apoio de várias legendas. Em um hipotético cenário testado pela Iveritas em que ambos disputassem o governo, Paula teria 7,2% dos votos, contra 4,3% de Izalci.
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Como evitar a debacle candanga
Seguindo Ricardo Nogueira Viana (*)
Chico Sant’Anna Os números da pesquisa Quaest, contratada pelo Correio Braziliense, trazem para os partidos de centro, centro-esquerda e esquerda um difícil cenário na disputa pelo Buriti, com potencial ausência dessas legendas num virtual segundo turno. Pelos números, divulgados antes do acordo anunciado na terça-feira (19) entre o ex-governador cassado Arruda e o atual, Ibaneis, os dois iriam para o segundo turno. Agora, eles dizem estar unidos, numa negociação patrocinada pelo presidente Bolsonaro ((PL). A expectativa, com isso, é de vitória já no primeiro turno. O levantamento acendeu o sinal de alerta nas candidaturas de centro – Reguffe (UniãoBR), Leila do Vôlei (PDT), Izalci Lucas (PSDB) e Paula Belmonte (Cidadania). Mas a pesquisa revela que há um caminho que os opositores de Ibaneis e Arruda podem trilhar para não serem derrotados já na primeira rodada eleitoral: a união. O acordo dos dois candidatos de direita pode quebrar uma tradição na história política do DF. Historicamente, o PT sempre polarizou com algum outro candidato. Foi assim nos embates contra Joaquim Roriz. Nas duas últimas eleições, os partidos progressistas foram representados por Rodrigo Rollemberg (PSB).
Frente elegeu Cristovam em 1994 A formação de uma frente, semelhante à que levou Cristovam Buarque ao Buriti em 1994, poderia criar uma onda pró-mudanças. Naquele ano, no segundo turno, Cristovam reuniu na Frente Popular, além do PT, o PCdoB, PCB, PSTU, PSB, PPS, PV, PDT e até o PSDB, à época liderado por Maria Abadia. Política não é uma ciência exata, mas num exercício, poderíamos estimar que o candidato que liderasse essa frente somaria perto de 21%. Se Reguffe decidisse se juntar, aí o jogo das preferências poderia se inverter, somando 32 pontos. UNIDADE DIFÍCIL – Na matemática as equações são mais fáceis de se resolver do que na política. A primeira dificuldade é fazer com que o individualismo, o sectarismo, o egoísmo partidário e as divergências fiquem de lado.
Um programa de governo bem elaborado pode aglutinar a todos. Há de se encontrar um denominador comum que reúna todas essas forças. Mais ou menos o que o Lula faz, ao chamar o ex-tucano Geraldo Alkimin (PSB) para compor a chapa.
O exemplo de Lula O esforço nacional de Lula visa salvaguardar a democracia e evitar uma debacle total do Brasil. Mas isso não se repete no DF. O PT, que reúne o PV e o PCdoB numa federação, não chegou (pelo menos até a quinta-feira, 21), a bom termos com o PSB. Houve até um esforço, no ano passado, de costurar uma candidatura unificada, com a senadora Leila Barros à frente. Mas ela rejeitou. Foi para o Cidadania e quando viu que as promessas que lhe foram feitas não iriam se materializar, pulou fora novamente, dessa vez para PDT. Não há motivos palpáveis que expliquem porque o PSB de Rollemberg não siga o exemplo nacional e se coligue com a federação PT-PV-PCdoB, a não ser rusgas pessoais passadas. Outro partido que se somou à chapa Lula-Alkimin é o Psol. A federação com a Rede, numa estratégia de se fortalecer, lançou Keka Bagno, que até agora pontua apenas 1%, segundo a Quaest. CAOS – O que se deve perguntar às lideranças progressistas candangas é se elas priorizam evitar uma debacle local. Todos sabem o que representa um segundo governo de Ibaneis com Arruda. Ibaneis levou ao caos a assistência social, a educação pública e conseguiu o êxito de ter seu secretário de Saúde preso na Papuda. Em relação a Arruda, quem precisar refrescar a memória basta abrir na internet os vídeos que mostram o Mensalinho do Democratas: parlamentares enchendo as bolsas, meias e cuecas com maços de dinheiro. Sem contar as cenas em que o próprio Arruda recebe boladas de dinheiro, que depois foram justificadas como destinadas à compra de panetones. Evitar que essa realidade se repita está nas mãos dos eleitores, é claro, mas também nas das lideranças políticas. Cabe a elas montar a estratégia em que a mudança seja possível. Resta saber se os arquitetos partidários terão o pragmatismo, o protagonismo e a sabedoria para construir esse novo caminho.
DIVULGAÇÃO
Passou daquele portal, porão era o destino. Sangue, suor e urina, é o que rege o nosso hino. Aos sofridos que se esmagavam, ali ninguém rezou, diante de tanto castigo, não se crê no superior. O mar que sacudia, jazia o que não sobrava, o coração que parava, o tubarão devorava. Quem nessa terra chegou, sossego não encontrou, pois aqui foi comprado por quem se disse superior. Cabelo liso e brancura era a receita do sucesso, que até hoje maquia, a tal da ordem e progresso. Vovó padecia e de castigo morria, negro que aguentava, sonhava com alforria. Um bocado morreu, após 300 anos de maldade, aí veio uma tal princesa e assinou a liberdade. Não usaram mais o tronco e tiraram a palmatória, mas deixaram as amarras que impediam a trajetória. Sem terra pra plantar e dinheiro a receber, jogaram o negro no mundo pra da sorte vencer. Seguiu vagando, pedindo e pelejando, foi na favela e no gueto que veio habitando. Aos que falam em meritocracia, olhem lá trás, o retrato dessa covardia. Protesto e contesto diante de tanta hipocrisia, abre a cabeça seu negro, pois somos a maioria. Nem pense que é um poema, pois jorro inquietude, é difícil sobrevier nesse pacto da branquitude. Cota pra nós não é esmola nem agrado, é miséria pra quem teve o seu sangue jorrado. Aqui e agora é 2022, um ano que pode sobrar 2, polarizado ou não, pense no que vem depois. Envio a você, que é negro ou simpatizante, pois ao nosso lado tá cheio de delirante. (*) Delegado Chefe 6ª DP e professor de Educação Física
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Brasil de hoje reproduz a Alemanha de 90 anos atrás Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Antes de enviar milhões de judeus para campos de concentração e matá-los nas câmaras de gás – antes de invadir a Polônia em 1939 e a União Soviética em 1941 e assassinar 30 milhões de poloneses, russos e ucranianos – Hitler tinha, desde 1921, nas hordas da SturmAbteilung (SA), sua tropa de choque voltada para intimidar, atacar e assassinar sindicalistas, comunistas e socialistas. Mas seu Partido Nazista não tinha expressão na sociedade alemã. Nas eleições legislativas de 1924, obteve pífios 3% dos votos. Já os dois grandes partidos de esquerda, o Partido Social-Democrata Alemão (SPD) e o Partido Comunista Alemão (KPD) tiveram, somados, 36%, e os partidos de centro-direita, 61%. Na eleição de 1928, os dois partidos de esquerda cresceram para 40% e a centro-direita caiu para 57%,
tendo o partido de Hitler meros 2,6%. Na eleição seguinte, em 1930, com o agravamento da crise econômica provocada pelo crack de 1929, seguida de forte agitação operária, muito temerosa a burguesia apostou suas fichas no Partido Nazista, que disparou para 18,2% dos votos, enquanto os dois partidos de esquerda trocavam farpas entre si (votação somada caiu para 37,7%) e a centro-direita tinha nova queda, para 44% - ainda majoritária. Mas, em novembro de 1932, enquanto a centro-direita definhava (29,6%) os dois partidos de esquerda – agora majoritários (37,3%) – se acusavam mutuamente, recusando um entendimento, permitindo que o Partido Nazista, com 33,1%, assumisse o governo em janeiro de 1933. O resto, todos sabemos: prisões e assassinatos de lideranças sindicais e políticas; eleições em março sob forte coação, na qual o Partido Nazista se fortaleceu, obtendo 43,9% dos votos, com a votação no SPD e KPD caindo para 30,6%; banimento dos partidos de oposição e terrorismo eleitoral em nova eleição em novembro de 1933, com o Partido Nazista obtendo 92,1% dos votos. Na Itália de Mussolini,
havia ocorrido roteiro similar. Esta lição vale para o Brasil de hoje, para os partidos políticos que prezam pela democracia; para os candidatos que defendem a democracia, casos de Lula e Ciro (talvez de Simone e Janones); para as organizações sindicais e populares e as diversas organizações civis da sociedade brasileira. A mais ampla unidade das forças populares e democráticas é crucial em momentos como o que estamos vivendo. O bolsonarismo, tal qual o nazismo há 90 anos na Alemanha, conta com amplo apoio e os fartos recursos das classes dominantes, que jogam todas as suas cartas na perpetuação de um país para poucos, na manutenção de privilégios. Para preservá-los, conta com centenas de milhares de forças policiais e pessoas armadas, a quem Bolsonaro chama de “seu exército”. As ameaças de Bolsonaro têm sido explícitas: “Não se pode esperar chegar 2023, olhar para trás e nos perguntarmos o que nós não fizemos. Parece que será preciso nós tomarmos as decisões que precisam ser tomadas”. Não há como ser mais claro!
DESPREZO À VIDA – O desprezo à vida é característico dos fascistas e é próprio de Bolsonaro. Admirador do torturador Brilhante Ustra, Bolsonaro lamenta que a ditadura não tenha matado 30 mil no Brasil, como o fez na Argentina. Não podemos jamais nos esquecer que o Brasil caminha para 700 mil mortos pela covid-19 por obra do genocida. Seu discurso negacionista continua matando, e nas últimas semanas, segundo a Johns Hopkins University, o Brasil superou a Rússia, Alemanha, Índia e até os EUA, e hoje, com 1.700 mortes semanais, é o país onde mais se morre pela doença no mundo. Neste ritmo, são cerca de 90 mil mortes por ano. Mas a morte foi naturalizada, pois, para Bolsonaro, “já iam morrer mesmo”. É o mesmo desprezo à vida que esteve presente nos massacres perpetrados pela polícia do Rio no Jacarezinho e na Vila Cruzeiro e no assassinato de Genivaldo de Jesus pela PRF em Sergipe. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Risco de ruptura democrática é iminente J. B. Pontes (*)
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Bolsonaro foi alertado pelo comitê de sua campanha de que atacar o sistema eleitoral não rende votos. Mas está claro que ele não quer ganhar voto, mas sim impedir as eleições de outubro próximo. Convicto de que irá perder, manipula para impedir e desrespeitar a manifestação da vontade do povo. As pesquisas confiáveis estão a demonstrar que a eleição será decidida já no primeiro turno. E a cada passo que Bolsonaro dá, mais complica a sua credibilidade e aumenta a sua rejeição. Assim, a única alternativa que se apresenta para ele é impedir a eleição, por meio de um golpe contra a frágil democracia brasileira. A cada resultado de pesquisas apontando o crescimento de sua rejeição, mais aumenta o desespero dele e os ata-
ques mentirosos contra o sistema eleitoral e contra as instituições e as autoridades constitucionalmente responsáveis pela condução do processo eleitoral. O ato mais recente foi convocar os embaixadores estrangeiros para derramar sobre eles informações sabidamente mentirosas sobre fraudes não provadas no processo eleitoral. Como se isso fosse o maior problema e a maior preocupação do País. E as nossas instituições, que há muito tempo deveriam ter agido para impedir as investidas desse irresponsável, insano e mentiroso contra a democracia, quedam-se omissas ou são coniventes com o golpe iminente. Tudo está a indicar que o atentado contra a democracia será chancelado pelas Forças Armadas, que, por meio do ministro da Defesa, estão respaldando os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. E o cúmulo do absurdo: levantam dúvidas sobre o pleito de 2018 que elegeu o próprio Bolsonaro, sob a alegação risível e sem provas de que ele teria
sido eleito no primeiro turno. O que falta mais inventarem de mentiras? Lamentavelmente, os militares, depois de um curto período de respeito à Constituição e à democracia, voltam a mostrar a índole golpista e estão dando respaldo para o golpe arquitetado por Bolsonaro. E pasmem: estão ao lado de um desgoverno sabidamente antidemocrático e corrupto, conduzido por um ex-capitão expulso das fileiras do Exército. Não restam agora dúvidas de que os militares não têm compromisso com o País e muito menos com o povo. O compromisso deles é com os seus próprios interesses, privilégios e benefícios pecuniários. E o atual desgoverno, que bem sabe disso, atendeu a todas as suas expectativas. De fato, o desrespeito à vontade popular tem uma longa tradição nas FFAA, presente desde a proclamação da República e nos sucessivos golpes que se sucederam, culminando no longo período da malfadada ditadura militar de 1964. E agora, incentivados pelo atual desgoverno, essa tradição golpista voltou com força.
Um povo faminto e sem consciência do elevado valor da democracia, sob o comando de uma classe política corrupta, completamente desqualificada e sem qualquer compromisso com a Nação, contribui para incentivar o golpe que está em curso. A contestação injustificável do sistema eleitoral, em vigor há anos, sem qualquer prova de fraude, é o sinal claro de que o desgoverno Bolsonaro não vai aceitar o resultado da eleição. Melhor: vai fazer de tudo para tumultuar e impedir a sua realização. Acordem brasileiros! Vamos defender a nossa democracia! Parece inútil esperar que as instituições responsáveis atuem com firmeza para fazer isso. É urgente que a exigência de respeito à vontade popular e ao sistema eleitoral seja defendida por meio de robustas manifestações pacíficas e democráticas nas ruas. (*) Geólogo, advogado e escritor
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TCDF investiga programa Avança DF do BRB Clientes superendividados denunciam que juros são maiores do que os praticados pelo próprio banco durante a pandemia José Silva Jr Em 14 de março deste ano, o Banco de Brasília (BRB) lançou com estardalhaço o programa Avança DF. Segundo a direção da instituição e o Governo do Distrito Federal, o objetivo era estimular o desenvolvimento e a economia no período pós-pandemia de covid-19.
Um dos atrativos do Avança DF eram as melhores taxas e condições do mercado. Para as pessoas físicas, por exemplo, o BRB operaria com o crédito consignado a partir de 1,15% ao mês. O prazo de pagamento seria de até 144 meses, com o vencimento da primeira parcela em até 90 dias. Era muito bom para ser verdade. Mas, ao procurar o banco para tentar obter um novo crédito e juntar todos os empréstimos em um, servidores endividados – ou superendividados – deram com a cara na porta do banco oficial do GDF. A informação padrão dos gerentes era de que os juros aplicados na pandemia eram menores do que os oferecidos pelo Avança DF. Por causa disso, choveu de reclamações contra o BRB. Denúncias que convergiam para as mesmas tipifica-
ções: fazer propaganda enganosa e que o banco está descumprindo a Lei do Superendividamento (Lei Nacional 14.181/21). A normativa define como superendividado o consumidor de boa-fé que assume a impossibilidade de arcar com todas as dívidas que contraiu sem comprometer o mínimo para a sua sobrevivência. DENÚNCIA CHEGA AO TCDF – Uma das denúncias parou no Tribunal de Contas do Distrito Federal. O servidor público e correntista do BRB Gabriel Magno Pereira Cruz, morador do Jardins Mangueiral, juntou o exemplo dele e de vários colegas que não conseguiam obter o crédito por meio do programa e entregou à corte de contas. Gabriel citou o caso de uma co-
lega de 70 anos, aposentada, que está em tratamento de câncer e com dívidas até o pescoço. Segundo ela, o BRB negou a renovação do empréstimo por meio do Avança DF alegando que os juros do programa são maiores do que os empregados no empréstimo dela. “Desse jeito, os mais de 21 mil servidores que o próprio BRB afirma estarem superendividados não poderão se beneficiar do programa”, lamentou ela. Gabriel também teria passado pelo mesmo constrangimento ao procurar a agência do BRB onde possui conta corrente. “Vi nesse programa a chance de diminuir e prorrogar os descontos a juros menores e diferenciados. Mas foi pura decepção e engano. Essa possibilidade não existe”, lamentou o servidor público.
I N FOR M E
Solidariedade aos empregados da Caixa Trágico. É assim que empregados e empregadas definem os recentes acontecimentos que envolvem a gestão da Caixa Econômica Federal. Depois das denúncias de assédio moral e sexual que fizeram Pedro Guimarães perder a presidência do banco, a morte ainda nebulosa de Sérgio Ricardo Faustino Batista nas dependências do edifício-sede, em Brasília, levou dezenas de trabalhadores a um protesto na frente do Matriz I, na quarta-feira (20). O abraço, acompanhado de um minuto de silêncio, reforçou o pedido pelo fim de um clima organizacional adoecedor. No tradicional pátio do Matriz I, juntaram-se os lutos pela morte simbólica das vítimas de assédio e pela morte real do diretor de Controles Internos e Integridade, responsável pelas investigações dos casos envolvendo o ex-presidente da empresa. A manifestação, que destacou a situação como urgente, cobrou apuração rigorosa dos acontecimentos. Emocionado, o presidente do Sindicato contou detalhes do ofício enviado à direção da Caixa. “Todos nós precisamos de tempo para processar
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Servidores da Caixa abraçam prédio da Matriz I, em ato que cobra respeito aos empregados
tudo o que tem acontecido na empresa. No documento, pedimos abono do ponto de hoje (quarta), além de decreto de três dias de luto na CEF; expansão do teletrabalho até o final da semana; revogação imediata das reestruturações e o fim dos descomissionamentos”, listou Kleytton Morais. O dirigente disse ainda que “o assunto não pode ser tratado com banalidade. Precisamos de gestões comprometidas em estancar o assédio para que este mal
não vitime outros colegas. Não vamos nos curvar diante desse absurdo. O local onde a gente trabalha deve ser o lugar onde a gente encontra nossa dignidade, não pode ser um local de sofrimento”. Presente ao ato, a deputada Erika Kokay (PT-DF), empregada aposentada da CEF, afirmou que “o que a gente vê é que a Caixa e seus empregados estão sofrendo um processo de desprezo, expondo esta grande empresa a recorrentes tragédias. Estamos
vendo várias expressões de sofrimento entre os colegas, e é preciso dar um basta nisso”. Enilson Plattner, diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/ CN) e empregado da Caixa há mais de 30 anos, lembrou das diversas manifestações e momentos históricos já vividos no pátio que dá acesso ao Matriz I. “Da assembleia para a jornada de 6 horas ao ato recente de coragem das mulheres nos escandalosos casos de assédios da gestão de Pedro Guimarães, este pátio foi palco de luta e de resistência. Não podemos mais usá-lo para o luto”, frisou Enilson. Devido à mor te do diretor do banco, a Caixa cancelou as negociações da Campanha Nacional 2022 marcadas para esta semana.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Entrevista / Rosilene Corrêa Pesquisas mostram um retrato não muito bom para os partidos progressistas. Como a senhora analisa o cenário atual da campanha no DF? – Primeiro, tem muito pouco tempo que confirmamos nossas pré-candidaturas. Não se pode comparar o período de campanha de quem tem mandato e o de quem se coloca agora. Mas estamos com uma agenda intensa, andando pelas cidades, conversando com as pessoas. Isto tem sido feito há pouco tempo. Talvez este seja o que influenciou no resultado dessas pesquisas. Isso não nos assusta. Até porque nós estamos com um desempenho melhor. Isto mostra que à medida que a gente se apresenta, a tendência é aumentar o nosso potencial de voto. A preferência por nomes do centro e da direita para o GDF e para o Senado não impõe a necessidade de os partidos progressistas repensarem a estratégia? – O PT sempre insistiu nesse caminho da unidade dos partidos progressistas. Ainda temos tempo até o início de agosto. E isso pode acontecer. Há algumas pedras no tabuleiro para serem mexidas. É coerente uma das pesquisas mostrar que boa parte do eleitorado do Lula no DF vota na candidata do PL, Flávia Arruda, para o Senado? – O Lula é o candidato da maioria da população brasileira. E é muito recente a minha pré-candidatura e a do Leandro Grass, que somos a chapa do Lula em Brasília. Então, as pessoas já têm a opção pelo Lula. É claro que à medida que tomarem conhecimento de que o Lula tem uma candidata ao Senado aqui, há uma tendência natural de mudança. Se essas pessoas estão optando pelo Lula, é porque entendem que é preciso mudar o País. Para isso, o Lula precisa ter uma bancada no
Senado e Câmara. E à medida que conheçam que tem uma chapa do Lula, a tendência é de que deem sustentação às nossas candidaturas. Um dos problemas que vocês têm é o desconhecimento junto à população... – Eu era apenas uma liderança do sindicato da minha categoria (professores). Não se pode comparar com o peso do mandato de uma deputada federal, por exemplo. Qual impacto terá o pacote de bondades do Bolsonaro na campanha e no resultado da eleição? – Quando se fala de necessidade e carência, especialmente com as mulheres que estão com os filhos passando fome, não tem como cobrar que não aceitem qualquer benefício. Essa pessoa que está precisando e que quer matar a fome do filho não está errada em aceitar ajuda. Não é dela
“O Lula precisa ter uma bancada no Senado e na Câmara. À medida que as pessoas saibam que existe uma chapa do Lula, a tendência natural é de que deem sustentação às nossas candidaturas” que temos que cobrar. Não se brinca com fome. Não dá para esperar. O que está errado é políticos agirem assim. E esse pacote tem data de vencimento marcada... – Exatamente. O governo nem está mentindo, porque está dizendo que é até dezem-
bro.. Está muito na cara que é só para enganar durante o processo eleitoral. E aí é bom lembrar que era proposta do PT e da oposição, ainda em meio à pandemia, que o benefício fosse de 600 reais e o governo não aceitou. E agora, na véspera das eleições, toma essa medida, assim como a redução do ICMS, que é outra farsa. Nós somos favoráveis a reduzir impostos para o consumidor. Mas não tirando da Saúde e da Educação, que já não têm, como foi feito pela Emenda Constitucional 95. Ibaneis reproduz Bolsonaro no DF? – Estamos assistindo aqui a cópia do que se faz lá. A reforma da Previdência local foi mais dura do que a Reforma Previdenciária federal. Ibaneis aplicou uma alíquota para os aposentados maior do que o Bolsonaro. Precisamos nos unir contra as práticas maléficas de Ibaneis e Bolsonaro, como militarizar escolas e privatizar a Saúde e a CEB. Qual é a estratégia da federação para enfrentar as máquinas do GDF e do governo federal? Militância de rua e cyber-militância? – Tem que ter uma combinação das duas coisas. Nas últimas eleições, as redes sociais – fake news especialmente – tiveram um peso gigante. E as mentiras vão continuar, infelizmente. Tenho andado pelo DF. E posso afirmar com muita segurança: nada substitui a militância na rua. Faz a diferença a pessoa olhar no olho do candidato. Nada substitui isso. E o PT tem tradição de fazer campanha na rua... – Exatamente. Agora mesmo nossa militância está dando uma demonstração de responsabilidade. Todo mundo acompanhou a decisão da federação de que o candidato ao governo seria do PV e abraçou a campanha do Leandro Grass. Estamos caminhando juntos, e a militância está fa-
“Ser a senad no DF me Chico Sant´Anna e Orlando Pontes
“N
ão podemos eleger pessoas que sustentam esse projeto bolsonarista, que traz a fome e tudo de ruim que nós estamos vivendo. Brasília não pode apoiar parlamentares que votam a favor da retirada de direitos das crianças, não defendem as creches públicas, não fiscalizam
zendo bonito, como sempre fez, com toda a empolgação. Nós temos um carro-chefe, que é o presidente Lula, e temos aqui um governador aliado do Bolsonaro que, sozinho, não daria conta de fazer tudo de ruim que está fazendo. Então, é preciso que as pessoas compreendam que precisamos derrotar o Bolsonaro, mas também derrotar os aliados que sustentam tudo isso. E não só no Executivo... –
Exatamente. As deputadas federais do DF, com exceção da Erika Kokay, sustentam esse projeto que está aí, que traz a fome e tudo de ruim que estamos vivendo. Votam a favor de todos os projetos que retiram direitos das crianças, não defendem as creches, não fiscalizam as ações nefastas do governo, são favoráveis ao homeschooling, à escola sem partido. Enfim, andam na contramão e fazem um discurso de boa mãe.
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JR ROSA E NINA QUINTANA
“É possível que tenhamos a campanha mais violenta da História. Precisamos falar de política, e não bater nos políticos”
dora do Lula e motiva” as ações nefastas do governo, são favoráveis ao homeschooling, à escola sem partido”. A declaração é da pré-candidata da federação PT-PV-PCdoB ao Senado, Rosilene Corrêa, em entrevista ao programa Brasília Capital Notícias, parceria da TV Comunitária com o jornal Brasília Capital e o blog do Chico Sant’Anna. A professora diz que ser a senadora do Lula a motiva. “Precisamos ter gente lá que sustente o nosso presidente”.
Qual a sua estratégia para evitar as abstenções e votos nulos para senador, que em 2018 chegaram a 50% dos eleitores que foram às urnas? – O Senado elitizou-se demais. Há um distanciamento do Senado da vida das pessoas. E resulta nisso. É como se não fosse importante votar no senador. Meu mandato tem que mudar essa lógica desse Senado lá longe, tomando decisões sem prestar contas de nada.
Você já tem algum projeto para esse mandato? – Temos de criar mecanismos para um mandato participativo. Na própria categoria dos professores eu percebo que existe um questionamento sobre de que forma o Senado vai alterar a vida das pessoas. Mas o Senado tem outros poderes. E isto não é muito falado. Há três meses, em entrevista ao Brasília Capital, a senhora disse que em hipótese
alguma disputaria outro cargo que não fosse de governadora. O que a fez mudar de ideia? – A coletividade. Quando coloquei meu nome para discussão para o GDF eu tinha muita clareza do que eu queria, que era estar com as pessoas, falando dos interesses diretos delas, desde o buraco da rua, ao atendimento no hospital, da árvore no Plano Piloto que não tem em Taguatinga. Nas a gente precisa ter compromisso. E a necessidade de apoio ao Lula é maior, é central. Quando eu pude argumentar, eu o fiz. Mas não poderia discordar da decisão tomada. Aí veio a discussão do Senado. Foi uma decisão coletiva, porque uma candidatura não é de uma pessoa, é do partido. E, no nosso caso, da federação. Houve um debate e o convencimento. Eu insisti na candidatura ao governo porque entendia que seria a oportunidade de o PT reafirmar o seu nome, de se reapresentar para a população do DF. Há muito tempo o PT não tem um senador no DF... – Aí vem exatamente a discussão do espaço estratégico que é o Senado. De também ser uma candidatura majoritária, de também fazer a defesa do partido e, principalmente, porque precisamos ter gente lá que sustente o Lula. Então, tornar-me a senadora do Lula foi algo que motivou. A sua motivação de ser candidata a governadora era porque tinha projetos e ideias para aplicar no Executivo. Eles foram absorvidos pelo Leandro Grass? – Sim. Eu estava na coordenação do Muda DF, que era a construção do programa de governo do PT e que agora é dos três partidos. Tudo está sendo recepcionado pela federação. E as bandeiras do Leandro são as mesmas nossas. Fazendo essa caminhada com ele, cada dia fica mais claro que ele realmente representa esse campo dos partidos da federação.
Há possibilidade de aproximação com o PSB? – Sempre foi disposição nossa. Estamos aguardando que o PSB-DF tome essa decisão. Ainda há tempo. Entendemos que é preciso seguir o exemplo do nacional e de outros estados, Tem espaço para todo mundo. Há condições de construirmos esta aliança. Os rancores pessoais atrapalham? – Acredito que não. Assim como o Psol tem uma necessidade legítima de protagonismo, isto também ocorre no PSB. A candidatura
“As pessoas vão compreender que precisamos derrotar o Bolsonaro e os aliados dele que sustentam tudo isso aqui no DF e no Congresso Nacional”
ou há espaço para mudanças? – A princípio, não há nenhuma intenção de mudança, até porque insistimos muito, antes que esses nomes fossem definidos, e não houve possibilidade. Nada é definitivo. Não tem registro ainda, e mudanças sempre poderão acontecer. Mas a disposição de nossa parte é de agregar sem causar crise interna. Mas estamos abertos ao diálogo. Até 5 de agosto tudo é possível, e nós queremos muito que outros partidos venham integrar o nosso time. Como vocês estão se preparando para ir às ruas nesta campanha que promete ser uma das mais violentas da história, tomando por base o assassinato do militante petista em Foz do Iguaçu? – O risco é imenso. Às vezes, mesmo sem você aceitar a provocação, pode ser agredido, Para tudo tem um limite, e a gente precisa ter controle disso. É muito grave e triste o que aconteceu, e sabemos que não é um fato isolado e que estamos correndo risco sim. É possível que tenhamos a campanha mais violenta, sem sombra de dúvida. E pensar que já tivemos uma “guerra” de bandeiras azuis contra vermelhas... – Mas naquele tempo as pessoas não andavam armadas. E agora há uma motivação e incentivo para isso.
majoritária coloca o partido no protagonismo. Seria uma unidade mantendo os nomes já escolhidos pela federação PT-PV-PCdoB
Como evitar esse confronto com possível derramamento de sangue? – Há uma preocupação muito grande por parte dos dirigentes, orientando os militantes para evitar andar sozinhos. Tem muita gente, inclusive, insegura para colocar um adesivo no carro, para vestir uma camiseta. Está muito grave. A gente precisa falar disso. Queremos resgatar a democracia e o espaço para o bom debate. Precisamos falar de política, conversar sobre política. E não bater ou agredir os políticos.
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Projeto Histórias na sua Escola incentiva a leitura FOTOS: DIVULGAÇÃO
Luís Ricardo (*) Chegou ao auge, na quinta-feira (23), no Centro de Ensino Fundamental 418 de Santa Maria, o projeto literário Histórias na sua Escola, que contou com a participação de 40 unidades escolares de toda rede pública de ensino do Distrito Federal. O projeto visa a produção literária pelos estudantes das escolas públicas a partir do incentivo à leitura e cultura, formando futuros (as) escritores (as). Victor de Oliveira Cavalcante, de 9 anos, aluno do terceiro ano, foi o vencedor do concurso, tendo seu livro Rafael e o Menino do Teatro publicado. O estudante teve direito a um momento de autógrafos, com a presença de autoridades. Para a diretora do CEF 418, Gabriela de Resende, a iniciativa fomenta em crianças de escolas públicas a possibilidade de acesso à cultura e à literatura.
O projeto visa a produção literária pelos estudantes das escolas públicas, incentivando a leitura e a cultura
(*) Jornalista do Sinpro-DF
Comunidade Santa Luzia recebe reservatório d’água DIVULGAÇÃO
Luís Ricardo (*) Após 26 meses de espera e muita luta, a Comunidade Santa Luzia, na Cidade Estrutural, recebeu um reservatório para a água consumida pela população local. O reservatório beneficiará mais de 17 mil moradores que enfrentam várias dificuldades devido à falta de saneamento básico. A vitória é fruto do projeto Vida & Água na ARIS/DF, que tem parceria da Universidade de Brasília (UnB), do Sinpro e de um coletivo de movimentos e instituições sociais. Os dois primeiros reservatórios instalados (Santa Luzia e Sol Nascente) foram comprados com o apoio do Sinpro-DF. Segundo o professor do Departamento de Serviço Social (SER/UnB) e coordenador do projeto, Perci Coelho, existe um chafariz da Caesb em Santa Luzia, mas que não atende os moradores das ruas mais afastadas. “Daí a importância de um reservatório, que é provisório, para mobilizar a comunidade a lutar pela instalação definitiva da rede geral da Caesb no local”. Perci Coelho lembra que, sendo uma ARIS, a Chácara Santa Luzia também tem direito ao acesso a água encanada da Caesb. Ele informa que até o momento foram inauguradas sete casas: na Estrutural/Santa Luzia (CEF 02); no
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A iniciativa beneficia 17 mil moradores da Estrutural sem acesso a saneamento básico
Porto Rico, em Santa Maria (EC 01; na Dorothy Stang (CEF 04 – Sobradinho); no Vale do Amanhecer (CED Vale do Amanhecer); na ARIS – Recanto dos Encantados – Sobradinho (Povo Indígena – Xukuru); no Sol Nascente (EC-66); e no Itapoã (CED Zilda Arns).
A Casa Vida & Água é um projeto de interesse comunitário, de caráter associativo, provisório e emergencial até que seja instalada uma sala de situação nos termos do abaixo-assinado protocolado no GDF em 25 de junho de 2020. Essas Casas são constituí-
das de uma parceria tripartite: Escola/universidade + Trabalhadores (as) da Comunidade Escolar parceira + Comunidade organizada na forma de associações de moradores. O projeto ainda se compromete em favorecer o empoderamento da população mais pobre e vulnerável sem conexão com o sistema da Caesb, sendo, assim, um estímulo à convivência pacífica comunitária popular. A expectativa é de crescimento para outras localidades das 47 ARIS legalmente constituídas pela Câmara Legislativa na última revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). Até o momento, a Caesb só autorizou três localidades para serem servidas pelo carro-pipa nos reservatórios articulados pela UnB: Santa Luzia (Estrutural), Fazendinha (Sol Nascente) e quadras 203/204, no Itapoã. Mas o projeto quer apoiar todas as 47 ARIS a terem direito fundamental à água potável e tratada.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Pandemia virou justificativa para o injustificável A pandemia da covid-19 virou justificativa para tudo, inclusive para desvios, erros e inércia da gestão pública da saúde no Distrito Federal. Em agosto do ano passado, dizia-se que havia uma estimativa de 40 mil pessoas na fila de espera por procedimentos cirúrgicos na rede pública de saúde local. O motivo alegado foi o represamento de procedimentos provocado pela pandemia da covid-19. Em fevereiro deste ano, foi divulgado pela imprensa que havia uma fila de 21 mil pacientes aguardando cirurgia na rede pública do DF. A justificativa da Secretaria de Saúde para a não realização dos procedimentos foi “represamento provocado pela pandemia”. Em abril, esse número passou para 24 mil e a pandemia era a justificativa. Agora, virou notícia uma fila de mais de 12 mil pacientes aguardando uma tomografia – o que pode ser indicativo de que a fila por procedimentos cirúrgicos pode ser ainda maior do que o noticiado. Aqui, realmente, a pandemia é a justificativa: a crise no abastecimento de
contraste de fato existe e especialistas em exames de imagem vêm discutindo alternativas para evitar maiores prejuízos ao estado de saúde dos pacientes. Em março, condenado em um processo judicial por ter deixado um paciente fora da lista de espera para procedimento médico eletivo, em sua defesa, o GDF argumentou que o sistema público está sobrecarregado e os recursos não são suficientes, razão pela qual caberia à administração pública decidir as prioridades de atendimento para garantir o direito de todos. É difícil acreditar na argumentação, mas está registrada na página eletrônica do TJDFT (https://bit.ly/3PGOcju). Diferente dos médicos, que, no caso da falta de contraste para exame de tomografia procuram alternativas clínicas para dar aos pacientes a assistência necessária, o GDF responde em processo judicial que adotou uma política de estabelecer prioridades e de lavar as mãos em relação aos demais pacientes. A justificativa no citado
processo é a expressão da mesma atitude que motiva a adoção das bandeiras vermelha e laranja nos serviços públicos de emergência hospitalar. E novamente é a população a prejudicada ao ficar sem atendimento, porque a gestão define que o paciente não está “suficientemente mal” para ter atendimento. O sistema de saúde do DF virou um caso de emergência constante, e todas as unidades de saúde, até as básicas, antigos postos de saúde, estão sendo orientadas para o atendimento emergencial. E quem cuida para o paciente não agravar? Este é o grande problema: não se pode esperar todo problema de saúde, crônico ou eventual, se tornar agudo para dar a assistência ao paciente, sob pena de atropelar toda a concepção de atendimento por níveis de complexidade do SUS e tornar tudo um imenso serviço de emergência em saúde. Nessa toada, os custos da saúde vão explodir e muitas vidas vão continuar se perdendo à toa, por causas evitáveis. Nossa esperança é
Carlos Fernando Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
que na gestão que assumir após as eleições deste ano seja revisto o conceito de prestação de assistência à população e que sejam respeitados os princípios e a estrutura do SUS, com valorização dos profissionais e ênfase na atenção primária à saúde. Não podemos mais deixar tudo evoluir para emergência na saúde.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Brasília
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Por Chico Sant’Anna
A cruel calculadora eleitoral entra em ação Conhecido o total de eleitores do Distrito Federal, divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana, as maquininhas de calcular dos candidatos começam a funcionar a todo vapor, comparando colégios eleitorais, comunidades, segmentos sociais etc. Somos 2.203.054 cidadãos aptos a votar (5,69% a mais do que em 2018). Agora, os estrategistas entram em campo para decidir onde investir tempo e dinheiro na campanha, que começa em 5 de agosto, último dia para a realização das convenções que escolherão candidatos e formalizarão coligações (para senador e governador). A conta é mais complexa para os candidatos a cargos proporcionais federais e distritais. As legendas terão não só que obter votações suficientes para alcançar o quociente eleitoral. A junção de três regras – redução do total de candidatos de cada parti-
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Cláusula de barreira
do, fim das coligações proporcionais e superação das cláusulas de barreiras – torna a eleição para deputados federais uma das mais difíceis. Em 2018, quando as coligações proporcionais eram permitidas, Flávia Arruda (ex-PR, hoje PL) foi a campeã de votos (121.340). Seu desempenho deu carona a Luís Mi-
randa, à época no DEM. O bom desempenho da segunda mais votada, Bia Kicis (à época no PRP), não conseguiu eleger outro nome da coligação que reunia o PRTB. Além disso, em decorrência do mau desempenho em todo o País, o PRP foi extinto e ela migrou para o PSL. Isolado, o PT só elegeu Erika Kokay.
Matemática eleitoral O quociente eleitoral é obtido pela divisão do total dos eleitores pelo número de vagas em disputa: 24 para a Câmara Distrital e 8 para a Federal. Teoricamente, eles seriam, respectivamente, de 91.794 e 275.381 votos. Na prática, contudo, as metas serão um pouco menores, pois o eleitorado que conta para a equação é aquele que efetivamente votou. Abstenções, votos nulos ou em branco são desconsiderados. Assim, o eleitor que não vota acaba dando uma mãozinha aos candidatos, reduzindo o volume de votos que deverão obter. Em 2018, 2.084.357 pessoas estavam aptas a votar, mas 388.633 não compareceram às seções eleitorais. No primeiro turno, 1.695.724 cidadãos votaram e 59.212 deles anularam o voto e 31.995 votaram em branco. Ao todo, 479.840 não opinaram. Isso equivale a
23,02%, votos suficientes para eleger um senador. Resultado: 1.604.517 eleitores efetivamente votaram. Aplicando-se esse percentual ao universo atual de eleitores, poderíamos estimar que nessas eleições 1.695.910 exercerão plenamente o direito e dever de votar. Assim, os quocientes eleitorais para CLDF e Câmara Federal, devem cair para algo próximo a 70.663 votos e 211.989, respectivamente. Meta que transforma as eleições do DF numa das mais competitivas, ainda mais se considerarmos que não haverá coligações. Voto do candidato do partido vizinho não ajudará. Cada sigla ou federação dependerá de seus próprios valores para eleger alguém. Esta deve ser a razão que motiva experientes políticos a recomeçar inclusive pela Câmara Legislativa.
PARTIDOS BUSCAM PUXADORES DE VOTOS – Para assegurar a posse dos seus mais votados, partidos se esmeram em lançar seus melhores puxadores de votos. O PT tem Erika Kokai, a segunda mais votada em 2018, e pretende trazer o ex-governador Agnelo Queiroz, se ele conseguir ser reconhecido como elegível. O ex-governador Rodrigo Rollemberg deve ser o puxador de votos do PSB. No Psol, a prioridade é a professora Fátima Sousa, que em 2018 obteve 5% dos votos para o GDF. Mesmo assim, especialistas apostam que no DF nenhum partido alcançará o mínimo necessário. Ocorrendo isso, prevalecerá a votação individual de cada candidato. Como se fosse uma eleição majoritária. Os oito mais votados conquistariam as cadeiras federais. São as chamadas “sobras”.
Com a lei 14.211/2021, podem concorrer à distribuição das “sobras” candidatos que tiverem no mínimo 20% dos votos do quociente eleitoral, se seus partidos conquistarem o mínimo de 80%. Assim, os 8 futuros deputados federais do DF serão os mais votados dentre os partidos ou federações que alcançarem 169.591 votos. Cada um deles terá que receber no mínimo 42.398 votos. Meta ambiciosa. As ausências de Flávia Arruda, que concorrerá ao Senado, e de Celina Leão, vice de Ibaneis, assustam os companheiros de legenda. No PP, muitos candidatos, sabedores de que não conseguirão o quociente, pretendem sair a distrital, ou desistir. No PL há quem sonhe com uma eventual candidatura do ex-governador cassado a Federal. Por que não concorrer a distrital, que exige menos votos? O limite de inscrição de candidatos é no máximo 25 por partido ou federação. As siglas precisam superar a cláusula de barreira para sobre-existir. Em 2022, a exigência é no mínimo 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 dos estados, mínimo de 1% dos votos válidos em cada um. No DF, algo entre 34 mil, para a primeira exigência, 17 mil para a segunda.
Brasília Capital n Geral n 11 n Brasília, 23 a 29 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro O que você deve comer para gerar filhos saudáveis? Alimentação dos genitores influencia a saúde da prole É isso mesmo. A forma como os seus pais viveram e como eles se alimentaram teve influência na sua saúde. A ciência chama isso de “Epigenética”. São variações não genéti-
cas adquiridas ao longo da vida. É como se fossem marcas que ficam no nosso DNA como consequência do estilo de vida, que fará com que alguns genes sejam ex-
ESPÍRITA
José Matos A vida tem sentido? Ou você acha que tudo é obra do acaso ou acredita que não há acaso... Há duas maneiras de enxergarmos a vida: uma é achar que tudo é obra do acaso; a outra é acreditar que não há acaso, que estamos aqui dentro de uma programação e que há um governo oculto do mundo. Se os primeiros estiverem certos, a vida não tem nenhum sentido. Se forem os crédulos, a
vida tem todo sentido. Mas precisamos descobri-lo. Neste caso, temos três maneiras de comprovação: a primeira é pelos efeitos, ensinada por Allan Kardec. A segunda é pela iluminação, ensinada por Vivekananda, discípulo de Ramakrishna. A terceira é pela saída do corpo (desdobramento ou projeção astral),
pressos ou não. Isso pode proteger ou favorecer o desenvolvimento de doenças nas gerações futuras, pois você passará o seu material genético para os seus filhos, Então, a partir de hoje, se você pretende ter filhos, é bom cuidar da sua alimentação e praticar exercícios de forma regular. Se você fuma, pare de fumar! Afinal, a partir de agora você sabe que essas mudanças farão bem para você e para os seus futuros filhos. Vários nutrientes são capazes de interagir com nossos genes. A essa influência chamamos de Nutrigenética. A utrição é portanto, muito mais do que algumas pessoas imaginam – ou seja, apenas para “matar a fome”. A nutrição tem se destacado cada vez mais na prevenção de doenças,
e desde antes do nascimento. Claro que você pode mudar esses fatores ao longo da sua vida, se mantiver uma alimentação saudável e rica especialmente em frutas e vegetais. Esses alimentos são grandes moduladores dos nossos genes, e trazem proteção, por promoverem um ambiente celular saudável. Ah e que fique claro: não somente a alimentação da mãe é importante, mas também a alimentação do pai! Ambos têm essa responsabilidade com as gerações futuras. Então, se você pretende ser pai ou mãe, ainda dá tempo de fazer uma programação metabólica para gerar filhos saudáveis.
desenvolvida por Waldo Vieira. Jesus, em suas orações, dirigia-se ao Pai e ensinava que Ele é como a chuva que cai sobre a terra do bom e do mau. E Maomé se dizia o profeta de Deus. O certo é que sem a crença num propósito e na continuidade da vida, a vida não tem sentido. E sem sentido o futuro é a barbárie. A rebeldia contra as vacinas na pandemia atual, patrocinada pelos negacionistas com suas falsas justificativas, é o exemplo de desvalor à vida. Tiradentes, afirmando que “se dez vidas tivesse, dez vidas daria”, é o exemplo de valor à vida. Do mesmo modo, Shindler, salvando centenas de judeus da morte nos campos de concentração nazista foi outro grande exemplo de valor à vida. Os pais atuais, em geral, têm esquecido de criar os filhos moti-
vando-os para o sentido da vida, superação das adversidades. Por isto há tantos suicídios, drogadição, violência e alcoolismo. Nos Estados Unidos, esta geração já é conhecida como geração flocos de neve, porque são frágeis para enfrentar os desafios da vida. Aqui vale lembrar de Osho, um mestre sempre atual: “A vida é uma luta, é árdua, mas é assim que você chega ao topo”. Vale lembrar Jesus: “No mundo tereis perturbações, mas tenha bom ânimo”. Bom ânimo. Você é um projeto de gente. Tornar-se gente e dar sua contribuição é com você. “Não chores, meu filho/ Não chores, que a vida é luta renhida/ Viver é lutar/ A vida é combate/ Que os fracos abate/ Que os fortes, os bravos/ Só pode exaltar”.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
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