PSB confirma Rafael Parente ao Buriti
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Ano XII - número 577
Brasília, 30 de julho a 5 de agosto de 2022
Pelaí – Páginas 2 e 3
Desvios de finalidade na publicidade do GDF DIVULGAÇÃO
Auditor federal Marivaldo Pereira (foto) aponta violação do princípio da impessoalidade na propaganda oficial do governo, que consumiu mais de R$ 1 bilhão de recursos públicos nos últimos três anos e meio. Página 5
PT pode trocar Agnelo por Magela na chapa de deputado Pelaí – Páginas 2 e 3
Como a alimentação influencia no seu humor?
DIVULGAÇÃO
Arruda quer que Ibaneis faça obras que ele próprio não fez Chico Sant’Anna – Páginas 6 e 7
Caroline Romeiro – Página 11
GDF desmonta Educação de Jovens e Adultos
Sinpro – Página 8
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 30 de julho a 5 de agosto de 2022 - bsbcapital.com.br
Ex pedien te
PAULO ROQUE – O Partido Novo oficializou, segunda-feira (25), a candidatura ao Senado do advogado e jornalista Paulo Roque. Durante a convenção, o senador José Antônio Reguffe (União Brasil), segundo colocado nas pesquisas pela disputa do GDF, declarou apoio ao nome de Roque à única vaga de senador em disputa neste ano. O Novo poderá se coligar. Além do União, com o PSC, o Podemos, o PSDB e o Cidadania.
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A disputa pelo comando da federação Cidadania-PSDB no DF e pela vaga de candidato ao Buriti abalou a relação pessoal entre a deputada federal Paula Belmonte (foto) e o senador Izalci Lucas (foto). Presidentes locais de seus respectivos partidos, eles travaram uma batalha que extrapolou a esfera política e foi parar na Justiça.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
VAZAMENTO – Mas o documento vazou para vários veículos de imprensa. Indignada, ela afirmou que pediu aos seus advogados providências jurídicas cabíveis. “Era um documento pessoal enviado exclusivamente ao presidente da federação no DF”, afirmou.
ATROCIDADE – As articulações de Izalci para garantir o direito de concorrer ao GDF foram consideradas pela deputada e por seu grupo político “fora das quatro linhas”. Na terça-feira (26), após a reunião da executiva nacional da federação que consolidou a candidatura de Izalci por 13 votos a 6, Belmonte disse ter sido “vítima de uma atrocidade, de uma inominável violência política e de discriminação sexista, pelo fato de ser mulher”. REGRAS – Ela prometeu denunciar o episódio ao Tribunal Regional Eleitoral, alegando que as regras da federação foram desrespeitadas. “O artigo 39 do estatuto assegura o comando das executivas regionais à legenda com maior votação para deputado federal em cada unidade federativa. Aqui no DF, o Cidadania teve muito mais votos do que o PSDB”, alega.
Ela foi ao médico, que recomendou três dias de repouso. Como tinha reunião da direção regional da federação no dia seguinte, Paula pediu um atestado e encaminhou ao presidente do colegiado – o próprio Izalci.
FIM DE PAPO – A assessoria do senador Izalci Lucas dá a disputa pela vaga de candidato ao Buriti por encerrada. “Vamos agora tratar das articulações e alianças para derrotarmos este governo que aí está”.
ATESTADO – O impasse levou a deputada a uma crise de estresse.
CONSTITUIÇÃO – Quanto à pretensão de Paula Belmonte de recorrer à Justiça, Izalci aponta o parágrafo primeiro do artigo 17 da Constituição Federal, que assegura aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna. Em relação ao vazamento do atestado médico da deputada, o Brasília Capital não recebeu retorno do senador até o fechamento desta matéria.
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 3 n Brasília, 30 de julho a 5 de agosto de 2022 - bsbcapital.com.br REPRODUÇÃO
Quarta-feira, 3 de agosto: o dia D A quarta-feira (3) é aguardada como o verdadeiro início da campanha para o dia 2 de outubro. Explica-se: é nesta data que sairá a definição se, de fato, políticos como os ex-governadores José Roberto Arruda (PL) e Agnelo Queiroz (PT), encalacrados com a Justiça, poderão concorrer livremente a um cargo eletivo. BONDE – Arruda tem declarado que disputará uma vaga de deputado federal na coligação de reeleição de Ibaneis Rocha (MDB) para o Buriti. Observadores do cenário local
não descartam que, livre e desimpedido, ele volte a sonhar com a volta ao Buriti já em 2023. Nesse bonde, o ex-governador cassado ainda espera embarcar a mulher, Flávia Arruda (PL), para o Senado. DESCONFIANÇA – Já Agnelo, embora respaldado pela direção nacional da federação PT-PV-PCdoB, sofre com a desconfiança de correligionários locais. Eles temem que, caso o ex-governador venha a sofrer algum tipo de impedimento, prejudique o quociente eleitoral, com a pos-
sível anulação de seus votos. SUBSTITUIÇÃO – Alguns petistas entendem que seria mais seguro a troca imediata de Agnelo por um nome sem problemas com a Justiça. E veem o ex-deputado Geraldo Magela como o mais viável. ATIVO – Aliás, muitos observam que, mesmo depois de indicado para coordenar a campanha presidencial de Lula no DF, Magela continua muito ativo na mídia, como se estivesse fazendo campanha para si e não para o ex-presidente...
PSB oficializa Parente
DIVULGAÇÃO
O PSB realiza sua convenção regional no domingo (31), no auditório da Câmara Legislativa. Será referendado o nome do professor Rafael Parente como candidato ao Buriti. VICES – Até o fechamento desta matéria, na quinta-feira (28), quatro mulheres estavam cotadas para vice de Parente: a ex-deputada Luzia de Paula; a ex-presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Dayse Amarildo; a professora Janaína Almeida; e Mãe Baiana, mulher negra, defensora das minorias políticas. Na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados o partido
tem três nomes fortes: o ex-governador Rodrigo Rollemberg, o deputado
federal Israel Batista e o Rapper Japão, do Viela 17, de Ceilândia.
PO e Paco, os coringas Temporariamente fora dos planos da chapa majoritária do governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD - foto) e o atual, Paco Britto (Avantefoto), se colocam como coringas para qualquer outra candidatura ao GDF. O PSD lançou PO ao Buriti na quarta-feira (27), mas ele pode se tornar vice de Reguffe (União Brasil), caso o senador
AGÊNCIA BRASÍLIA
realmente venha a disputar o cargo. Descartado por Ibaneis,
Paco também pode integrar a coligação do União Brasil.
Agência Brasília fora do ar Diva Araújo O site da Agência Brasília, órgão oficial de divulgação das ações do Governo do Distrito Federal, ficou fora do ar desde o dia 20 de julho. Antes disso, já era observado a falta de atualização de conteúdo. Não houve nenhum comunicado oficial ou justificativa para os leitores. O Brasília Capital questionou qual o motivo para que o site fosse retirado do ar. A resposta foi que ele estava sendo ajustado de acordo com as orientações da legislação eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) durante o período de pré-campanha e campanha política, e não havia previsão de retorno. De acordo com a Instrução Normativa, “ficam suspensas a veiculação, exibição, exposição e distribuição de produtos ou serviços que compreendam a publicidade institucional, a qual engloba a divulgação de informações referentes a atos, ações, programas, obras, serviços, campanhas e resultados que apresentem caráter politicamente promocional”, diz a legislação. A reportagem questionou como ficaria o funcionamento da Agência durante esse período, o que faria a equipe de 54 profissionais da agência, se os empregos serão mantidos. A informação é que os trabalhadores continuam produzindo pautas, textos, vídeos e atendendo à imprensa. E todo o material coletado será disponibilizado no site após a campanha eleitoral. Após a publicação desta matéria no site do Brasília Capital, a Agência Brasília colocou seu site de volta ao ar e com um comunicado oficial para os leitores.
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Breve história ucraniana – 1 Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Mais de 5 meses após o início da guerra Rússia x Ucrânia, parece que ela vai se estender além do previsto pelos analistas. Mas, o que esperar dos corruptos oligarcas russos, do imperialismo norte-americano e do fantoche Zelenski? Tratarei do tema neste e no próximo artigo, com um breve histórico da Ucrânia e desdobramentos do confronto. Os ucranianos começaram a se constituir como povo distinto dos russos a partir do século XVI, quando eslavos que viviam sob o domínio da República das Duas Nações, sob a cruel servidão imposta pelos barões poloneses, se refugiaram no baixo-médio Dnieper e formaram o Zaporozhian Sich, “Estado Cossaco” semiautônomo dentro da Comunidade Polaco-Lituana, organizado para resistir aos ataques das hordas tártaras do Canato da Crimeia (atual-
mente, os oblasts de Dnipropetrovsky, Kirovohrad e norte de Zaporizhia). Em 1649, outros grupos formaram o Hetmanato Cossaco, a “margem direita do Dnieper” (oblasts de Kiev, Cherkasy, Zhytomir, Vinnytsia e Khmelnytskyi), também na órbita da República das Duas Nações, os territórios originalmente habitados pelos ucranianos. Mas as porções oriental e meridional da atual Ucrânia não eram habitadas por ucranianos. Eram territórios lituano e turco tomados pelos russos – a “margem esquerda do Dnieper” ou “Pequena Rússia” e a antiga província russa de “Sloboda Ucrânia”, ambas regiões lituanas tomadas pelos russos nos séculos XVI e XVII e constituídas como primeira linha de defesa contra ataques tártaros; os “campos selvagens”, nas bacias do Mar Negro e do baixo Dnieper pertencentes ao antigo Canato da Crimeia, protetorado turco tomado pelos russos em 1764 e denominado “Nova Rússia”, além do Yedisan, território turco tomado pelos russos em 1792. Já com os dois “Estados Cossacos” sob domínio do Czarado da Rússia desde o século XVII, essas regiões russas receberam
ao longo dos séculos XVIII e XIX fortes correntes migratórias ucranianas, mas mesmo após esses fluxos, os russos étnicos no final do século XIX ainda eram 68% em Luhansk, 63% em Kharkiv, 63% em Mariupol, 58% em Kerch, 66% em Mykolaiv e 49% em Odessa (Censo Demográfico Russo de 1897), grandes cidades de regiões russas incorporadas à Ucrânia em 1922. A Ucrânia só se constituiria como nação independente após a Revolução Russa de 1917, e essas regiões, historicamente russas, foram incorporadas ao território ucraniano em 1922 por Lênin (a Crimeia, russa, viria a ser “doada” à Ucrânia por Krushev em 1954). Sobre a delimitação da fronteira russo/ ucraniana, Lênin afirmou em 1919: “Sejam quais forem as fronteiras da Ucrânia e Rússia, sejam quais forem as formas de suas relações como Estados, não são coisas tão importantes; sobre isto se podem e se devem fazer concessões, a causa da vitória sobre o capitalismo não sucumbirá por isto”. Fica claro que Lênin defendia a autodeterminação dos ucranianos, e por priorizar a revolução proletária, defendia que a delimitação das fronteiras entre Rússia
e Ucrânia não fosse um empecilho. Foi a este processo que Putin se referiu como “parte dos territórios históricos da Rússia ‘entregues’ à nação ucraniana por Lênin e os camaradas bolcheviques”. Após a 2ª Guerra Mundial, as atuais fronteiras ucranianas ganharam forma definitiva com a incorporação da Galícia, Volínia, Bukovina e Rutênia, predominantemente habitada por ucranianos que estavam sob domínio da Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia. Passados 70 anos da criação da República Ucraniana, em 1991, 69% da população da Crimeia eram de russos étnicos e 46% do Donbass (províncias de Donetsk e Luhansk). Nos dez anos seguintes, após a independência da Ucrânia, perseguições levaram 1,5 milhão de russos étnicos a deixar a Criméia, o Donbass e demais oblasts meridionais. Esta é a breve história ucraniana. Não são versões, são fatos históricos. (Continua na próxima edição)
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Os dilemas criados pelo atual desgoverno J. B. Pontes (*)
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Um dos mais notáveis dilemas criados pelo desgoverno de Jair Bolsonaro (PL) foi a publicação ilegal do “pacote de bondade” – aumento do valor do programa Auxílio Brasil para R$ 600; auxílios mensais de R$ 1 mil para caminhoneiros e auxílio para taxistas (valor ainda indefinido), entre outros. Tudo até dezembro, o que escancara o objetivo de compra de votos com recursos públicos. Apesar de ilegal e imoral, a oposição ficou em dilema, e quase por unanimidade votou a favor ao pacotão, para não ser acusada de estar impedindo o “bondoso governo” de ajudar os pobres – o que ele não fez em todo o período anterior. O segundo dilema está ocorrendo nas populações de pequenas cidades do interior, onde os parlamentares do
Centrão estão desovando os recursos das emendas do orçamento secreto e aqueles outros provenientes do assalto aos orçamentos de órgãos do Executivo, cujo controle lhes foi entregue por Bolsonaro em troca de apoio político. Neste último caso, estão o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), o Ministério do Desenvolvimento Regional e outros. Nas comunidades interioranas está ocorrendo a segunda fase do escândalo orçamentário criado pelo Centrão: a desova fraudulenta dos bilhões de recursos distribuídos aos seus integrantes e aliados. E aqui precisamos entender alguns aspectos: Os beneficiários desses recursos espúrios – parlamentares e aliados do Centrão - precisam, com urgência, utilizá-los. E o fazem, sem nenhum planejamento, por meio de empresas sob controle deles, mediante licitações direcionadas, superfaturadas e com
objetos elegidos por critérios de conveniência política. A preocupação principal é a garantia de que parte dos recursos retorne para seus próprios bolsos. A Codevasf vem sendo usada pelos integrantes do Centrão para desovar os recursos de emendas parlamentares e do orçamento secreto, mediante licitações fraudadas e superfaturadas, vencidas por empresas de fachada ou sem condições técnicas de realizar os objetos licitados, como vem demonstrando o jornal Folha de S.Paulo. E, com certeza, o modelo adotado na Codevasf está sendo replicado em outras partes do País. As populações das cidades beneficiadas, escolhidas por critérios políticos como receptoras de parte desses recursos, encontram-se em verdadeiro êxtase. E não se dão conta de que esses recursos têm origem desonesta, vez que: a) foram obtidos em troca de apoio para aprovação de matérias que prejudicaram os interesses dos trabalhadores e das populações carentes, a exemplo
das reformas trabalhistas e da previdência; b) parte deles é desviada para os bolsos dos parlamentares beneficiários, mediante licitações superfaturadas; c) foram desviados em prejuízo dos orçamentos da educação, da saúde pública e de outras áreas de atuação governamentais essenciais; d) estão sendo aplicados atendendo unicamente a critérios de conveniência política; e e) a distribuição desses recursos prejudica os interesses de outros municípios, tendo em vista que não está sendo feita de forma igualitária, de acordo com as necessidades de cada um deles, definidas por critérios técnicos. Por tudo isso, a população precisa refletir sobre o nosso futuro como Nação e nas eleições de outubro não votar em quaisquer integrantes do Centrão(**). (*) Geólogo, advogado e escritor (**) Partidos Integrantes do Centrão: PL, PP, Solidariedade, PTB, União Brasil, PSD, MDB, PROS, PSC, Avante e Patriota
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Desvios de finalidade na propaganda do GDF FOTOS: DIVULGAÇÃO
Auditor federal Marivaldo Pereira aponta irregularidades no uso da verba de publicidade da Secom “A comunicação paga do governo tem de ter como objetivo informar a população sobre algo do seu interesse ou de caráter educativo, como orientações de cuidados que se deve ter contra doenças endêmicas, como a dengue, por exemplo. Tudo o que for além disso é desvio de finalidade”. A explicação é do auditor federal e advogado popular Marivaldo Pereira. O auditor refere-se ao emprego da publicidade governamental que deveria ser padrão de todo governo. Mas sabe-se que não é assim que funciona. E a maior praticante desse descalabro com verba carimbada está justamente aqui, nas
Marivaldo Pereira questiona Weligton Moraes: GDF usa critério técnico ou político para definir a mídia oficial?
barbas do poder, mais precisamente, no Palácio do Buriti, e atende pelo nome de Secretaria de Comunicação (Secom). Marivaldo Pereira acompanha de perto as peripécias da Comu-
nicação do governo Ibaneis Rocha (MDB). “O secretário Weligton Moraes – que, aliás, já ocupou o mesmo cargo em diferentes gestões do GDF – parece dar de ombros à regulamentação do uso da
verba da publicidade oficial, e reproduz o que vem fazendo desde o final da década de 1980: ganha publicidade o veículo que falar bem do governo”. COPIA E COLA – O auditor federal diz que tem o hábito de acompanhar, “como fiscal do dinheiro público”, a propaganda do governo pelos diferentes meios – TV, rádio, jornais, blogs e até as “mídias exteriores” (painéis e televisões de circuito fechado, panfletos etc). “Não precisa nem ter conteúdo. Pelo critério político do GDF – que na verdade deveria ser um critério técnico, com comprovação de tiragem, periodicidade, audiência, entre outros – são aquinhoados jornais e blogs sem qualquer conteúdo próprio. Basta copiar e colar as matérias da Agência Brasília, de órgãos como o BRB e a Secretaria de Saúde ou reproduzir conteúdos ‘fabricados’ dentro do Palácio do Buriti”.
Princípio da impessoalidade O Brasília Capital já mostrou, em suas últimas edições, que a gestão Ibaneis Rocha torrou mais de R$ 1 bilhão com propaganda nos últimos três anos e meio. “Com isso, a Secom garante a ‘boa imagem’
do governo nos veículos de comunicação, levando para debaixo do tapete o caos instalado nas escolas, principalmente as militarizadas; na rede pública de saúde (UPAs e hospitais privatizados para o Iges) e na
assistência social, que vive um drama sem precedentes”. “Ao enaltecer a figura do governo, você está ferindo o princípio da impessoalidade. Agindo em desvio de finalidade. O certo seria tratar
todo mundo de forma igual. E não dirigindo a publicidade só a quem fala bem dele. Desta forma, o GDF está cometendo um erro e ferindo a legislação, que não permite essa distinção”, avaliou Marivaldo.
Cartão Gás: mais propaganda que benefício Marivaldo Pereira foi autor de denúncia no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e no Tribunal de Contas do DF (TCDF) sobre gastos suspeitos de publicidade para divulgar o programa Cartão-Gás do GDF. Segundo levantamento feito por ele, o GDF gastou mais com propa-
ganda, de setembro a dezembro de 2021, do que fornecendo o benefício para a população carente. A concessão ocupou espaços pagos em jornais, em horários nobres na TV e no rádio e em mais de uma centena de blogs. Tudo isso para mostrar o quão “bonzinho” é o governador Ibaneis. Nos últimos três meses de 2021, o
GDF gastou R$ 10.499.700 com o Cartão-Gás. Sendo R$ 100 para cada dois meses, com 69.998 famílias atendidas. E R$ 10.072.835 só com publicidade. “Considerado um programa de proporção pequena, não se justifica a ampla publicidade com peças na TV e nos mais diversos meios de comunicação”. E Marivaldo completa: “Esse
imenso poder econômico, por outro lado, é usado para retaliar os veículos que não rezam pela cartilha da Secom, mesmo que tenham um alcance de público comprovado, o que evidencia o critério político em detrimento do critério técnico”. Com a palavra os órgãos de controle do uso do dinheiro público...
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Brasília Por Chico Sant’Anna
Arruda quer que Ibaneis toque obras que ele não fez FOTOS: DIVULGAÇÃO
No acordo imposto pelo presidente Jair Bolsonaro ao ex-governador cassado José Roberto Arruda (PL) e ao atual ocupante do Buriti, Ibaneis Rocha (MDB), para que se unissem, Arruda teria condicionado – segundo vídeo gravado por ele – a retomada de uma série de obras que ele próprio deixou pra trás. Arruda nem pode alegar a cassação de seu mandato no âmbito da Operação Caixa de Pandora. Eleito em 2006, governou até 16 de março de 2010. Não realizou as obras porque não o quis. Em várias, contava com recursos federais para executá-las.
Metrô para o Gama e Santa Maria Modelo do VLT exposto durante o governo de Arruda e ruínas metálicas do que restou
O ex-governador está certo ao dizer que a não realização de algumas dessas obras parou Brasília no tempo. De fato. A não conclusão da linha do me-
trô e a implantação do VLT trouxeram prejuízos grandes em termos de qualidade de vida, mobilidade urbana e geração de empregos e renda para o DF.
Lula repassou R$ 1,2 bi do PAC para o DF Em janeiro de 2007, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com investimentos de R$ 504 bilhões até 2010. Dentre as prioridades, transporte. Ao DF foi alocado, à época, R$ 1,2 bilhão para levar o metrô até o Setor O (Ceilândia); à expansão de Samambaia e ao início da Asa Norte. Desse montante, R$ R$ 277 mi-
lhões destinavam-se ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre o Aeroporto e o Setor Policial Sul. Arruda fez a festa. Colocou em exposição, no Setor Comercial Sul, um vagão do futuro bonde elétrico. A cidade se destacaria num sistema de transporte sustentável, se igualando às grandes metrópoles europeias. Nesse tempo, uma das raras iniciadas foi o viaduto no final da
W-3 Sul, que daria a passagem ao VLT, ligando até o estádio Mané Garrincha. Para essa ampliação, o governador envolvido no dinheiro do panetone contava com as boas relações internacionais de Lula e negociou um financiamento com o governo francês. Também fez gestões com a Corporación Andina de Fomento, uma espécie de BNDES latino-americano, que financiava grandes obras pelo continente.
Ficou só no marketing Mas tudo ficou só no marketing. Ainda em 2010, a 7ª Vara de Fazenda Pública do TJDF paralisou a obra do VLT por suposta fraude na licitação que escolheu o consórcio vencedor. Ficou para trás um grande buraco na saída Sul da W.3, onde seria erguido o viaduto da interseção da linha do VLT e a Estrada Parque Polícia Militar, concluído somente na gestão de Agnelo Queiroz (PT) para a Copa do Mundo. Do VLT, hoje, só restam as ruínas metáli-
cas, próximo ao Jardim Zoológico. A conclusão do metrô também não foi pra frente. O modelo de licitação pensado pela gestão Arruda, no qual a empresa vencedora para fazer a obra seria a responsável pelo projeto técnico, foi considerado irregular. Seria como contratar alguém para fazer uma casa sem se saber previamente a área a ser construída, a quantidade de quartos ou o tipo de acabamento. Sem projeto técnico, sem dinheiro federal.
Essa pendência atravessou os governos Arruda, Rogério Rosso, Agnelo e Rollemberg. A Caixa Econômica Federal, responsável por liberar a verba, deu por perdido definitivamente os recursos. Ao logo desses quatro governos, o GDF não realizou os estudos técnicos necessários. Recentemente, o Metrô lançou novo edital para conclusão da linha até a Expansão de Samambaia (duas novas estações, 3,6 Km de vias, a um custo R$ R$ 362,5 milhões.
Arruda também condicionou o apoio a Ibaneis à construção da linha do metrô para o Gama e Santa Maria, mais uma obra que contava com recursos para ser executada e foi substituída por um paliativo: o BRT-Sul, que começou a ser gestado no governo dele. A ideia de linhas de Bus Rapid Transit, na época de Arruda identificadas por cores, começou pela EPTG. Um corredor central de ônibus foi executado, mas por anos nenhum ônibus com portas do lado esquerdo foi comprado. Isso só foi resolvido por Rollemberg. Agnelo preferiu investir na linha para o Gama e Santa Maria, inacabada até hoje. O projeto, feito na gestão Arruda, estava pronto e o dinheiro alocado para a construção da linha do metrô Gama-Rodoferroviária, projetada ainda na gestão de Joaquim Roriz, foi redirecionado para a adaptação da EPIA. Esta, talvez, seja a única obra de uma rodovia do mundo que foi tocada por uma empresa de metrô. A um custo que se aproximou de R$ 1 bilhão (se computadas as adaptações do Balão do Aeroporto e da EPAR), o BRT-Sul não acabou com os engarrafamentos.
Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 30 de julho a 5 de agosto de 2022 - bsbcapital.com.br
DIVULGAÇÃO/CONTRAF/CUT
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Arroubos sem planejamento Arruda também quer retomar a via Interbairros, de Samambaia ao Setor Policial Sul, e criar a Saída Norte 2 – eu chamaria de Nordeste –, com duas bilionárias pontes sobre o Lago Paranoá, e uma linha de metrô para Sobradinho e Planaltina. Esses arroubos de metas demonstram a total falta de planejamento. As duas propostas rodoviaristas são antigas, de tecnologia superada. A realidade ambiental e a redução do uso de combustíveis fósseis exigem novas propostas. Se pretendem uma linha de
metrô rumo a Planaltina, não há motivos para se construir a Saída Norte 2, ainda mais se a Saída Norte 1 ainda não foi concluída. As ampliações da EPIA e da EPIG demonstraram que mais faixas de rolamento não solucionam o trânsito. Em menos de oito anos, a EPIA voltou a engarrafar. A retomada da Interbairros, que Arruda também colocou dentre suas exigências, será apenas mais uma autoestrada a jogar um volume imensurável de carros no Plano Piloto. Em breve, o engarrafamento será nas vias internas das Asas Sul e Norte. AGÊNCIA BRASIL
Trilhos e aeromóvel X panetones Urge em Brasília mais transporte sobre trilhos. Há estudos de uma empresa chinesa sobre o aeromóvel rumo a Sobradinho e Planaltina, tecnologia já em uso na Bahia que vence fácil e mais economicamente os desníveis de relevo. Trilho também deve ser a op-
ção para a Interbairros. Um itinerário bem pensado atenderia aos moradores do Riacho Fundo e do Núcleo Bandeirante sem devastar o Parque do Guará. Mas tudo deve ser feito sem o olho grande do superfaturamento e dos acordos que podem produzir novos panetones.
O Santander divulgou o aumento em duas horas de atendimento gerencial nas agências
Bancários do Santander fecham agências e cobram respeito O escárnio do Santander com os bancários e bancárias foi motivo de manifestação dos trabalhadores na terça-feira (26). Contra o processo de reestruturação, ampliação do horário de atendimento gerencial, sobrecarga e precarização do trabalho, os empregados do Santander promoveram mais um Dia Nacional de Luta, com fechamento de agências. No DF, a atividade se concentrou no Plano Piloto. “O Santander quer impor trabalho aos finais de semana e ampliar o horário de atendimento nas agências, mas continua demitindo bancários e desrespeitando quem fica, além de precarizar o atendimento a clientes e usuários”, aponta o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) José Avelino. Indignados com a postura do banco, os representantes dos trabalhadores manifestaram preocupação com os impactos dessas mudanças no dia a dia de bancários e bancárias. “O que a gente tem visto são colegas adoecidos, expostos à sobrecarga de trabalho e, ao mesmo tempo, ao medo de perder o emprego. Cobramos a volta do horário de funcionamento anterior, que é seguido por todos os outros bancos”, afirma José Anilton, diretor da Fetec Centro Norte e bancário do Santander. Os dirigentes do Sindicato e da Fetec Centro Norte dialogaram com os trabalhadores sobre os problemas decorrentes da reestruturação que assola o quadro funcional do banco espanhol há anos. Enquanto os lucros seguem na casa dos bilhões, o
Santander segue com uma política de demissões e desrespeito. Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, “é inadmissível essa ampliação do horário de atendimento dos gerentes e dos bancários de agências com clientes de alta renda. Esses trabalhadores estão padecendo com a super intensidade de carga de trabalho, a falta de funcionários e o aumento das demandas. Não vão mexer no nosso final de semana, tampouco na nossa jornada de trabalho”. Atendimento gerencial – Há duas semanas, sem negociação prévia com os trabalhadores, o Santander divulgou um comunicado sobre o aumento em duas horas do atendimento gerencial nas agências, que passou a ser das 9h às 17h. Representantes dos bancários do Santander procuraram a direção da empresa para rever a alteração e pautaram o entrave na mesa de negociação específica, dentro da Campanha Nacional dos Bancários de 2022. Depois dos protestos, o banco entrou em contato com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e se comprometeu a conversar presencialmente para tentar chegar a uma solução para o caso.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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GDF desmonta Educação de Jovens e Adultos Dificultar para inviabilizar
Letícia Sallorenzo A Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal desconhece os seus próprios dados sobre Educação de Jovens e Adultos na rede pública local. As turmas de EJA estão cada vez mais reduzidas e, em várias escolas, multisseriadas (mais de uma série por turma). Procurada para informar sobre alunos, unidades escolares e demanda de EJA no DF, a SEEDF disse não ter os dados disponíveis. Mas, se procurasse em seu próprio site https://www.educacao.df.gov.br/eja-2/, atualizado em 3 de fevereiro deste ano, saberia que há 105 unidades escolares oferecendo ensino de jovens e adultos, para 38.212 estudantes, que se dividem em 36.881 presenciais, 1.331 na educação combinada (profissionalizante) e outros 2.006 estudando a distância, segundo o Censo Escolar de 2020 atualizado em junho/21.
Dados brigam com o IBGE O governo Ibaneis informa que “sobram vagas na educação de jovens e adultos” https://www.educacao.df.gov.br/ sobram-vagas-na-eja/, mas faltou combinar essa informação com os dados do IBGE, que dão conta de que há 66 mil analfabetos na capital da República. Desse total, metade têm mais de 60 anos (6,3% dos homens do DF com mais de 60 anos são analfabetos, índice que salta para 10,6% entre as mulheres. Por que, então, Ibaneis não oferece educação a 66 mil cidadãos brasileiros? Em 2014, sob a administração Agnelo Queiroz, https://agenciabrasil. ebc.com.br/educacao/noticia/2014-05/ DF%20recebe%20selo%20de%20territ%C3%B3rio%20livre%20do%20analfabetismo, o DF foi o primeiro a receber o selo de Território Livre do Analfabetismo do Ministério da Educação, conferido a unidades da federação que atingem 96,5% de alfabetização segundo o censo do IBGE. Era uma época em que o
secretário de Educação dizia que o desafio era “buscar as pessoas e convencê-las a se alfabetizar”. Foi, também, a época em que o Plano Distrital de Educação foi aprovado. O PDE ainda está em vigor, e suas metas 8 a 11, que devem ser usadas como horizonte para o trabalho de planejamento da Secretaria de Educação, são ignoradas. Lá estão previstos, dentre outros objetivos, a gestão pedagógica e administrativa do EJA e a elevação da taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 99,5% até 2018. Mas esse monitoramento, que deveria ser constante, aparentemente cessou em 2018. (https://www. educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/01/Relat%C3%B3rio-de-Monitoramento-PDE-2018.pdf). Como dizer que sobram vagas de EJA se não se monitora a real demanda desse público? E como fazer a busca ativa, se não há o monitoramento da demanda populacional?
Falta ação para captação de estudantes O Grupo de Trabalho Pró Alfabetização do Fórum de Educação de Jovens e Adultos (GTPA/DF) entende que não existe, por parte da SEEDF, uma ação ativa para captação de estudantes para EJA. O desafio demanda tão somente planejamento e gestão de dados e recursos. Mas o projeto do governo Ibaneis Rocha (MDB), no DF, assim como o de governo Bolsonaro (PL), no plano nacional, é de desmonte. A pandemia causou uma grande evasão escolar em todos os segmentos da educação, processo foi ainda mais preocupante na EJA, pelo fato de o perfil dos alunos dessa modalidade ser de trabalhadores que têm como prioridade a sobrevivência, o trabalho. Se a SEEDF tivesse proporcionado, de fato, os meios, um incentivo para que os estudantes permanecessem, não haveria uma evasão tão exacerbada e, consequentemente, a necessidade de (nem desculpas para) realizar a multisseriação.
Para o Sinpro-DF, a “estratégia” do GDF é dificultar para inviabilizar e, assim, aumentar ainda mais a evasão escolar dos jovens e adultos. Turmas que precisariam estar espalhadas por diversas áreas do DF estão concentradas nos locais errados. É o caso do CEM 304 de Samambaia. Há 4 anos o GDF sofre pressão do Sinpro e da comunidade escolar para não fechar as turmas do primeiro segmento do EJA. Agora, anuncia que a oferta será em uma turma multisseriada. “O problema das turmas multisseriadas é a dispersão de temas. Os estudantes têm formação e conhecimentos diferentes. Logo, a demanda por estudos é diferente. Juntar uma turma heterogênea para ministrar conteúdos de diversos anos do ensino fundamental é contraproducente e desestimulante, ainda mais se levarmos em consideração que o primeiro segmento é o que cuida da alfabetização dessas pessoas”, analisa o diretor do Sinpro, Cláudio Antunes. Além de multisseriadas, essas turmas estão em locais com pouca demanda. As novas regiões habitacionais, como o Assentamento 26 de Setembro, na Estrutural, deveriam ter unidades educacionais ofertando EJA, pois seu perfil populacional coincide com o perfil do EJA: pessoas com muita idade, baixa escolaridade (várias analfabetas), negras, e de baixíssimo poder aquisitivo.
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Má gestão da saúde no DF deixa esqueletos e agita bandeiras Passando pelo Setor Central do Gama, a gente se impressiona com a grandiosidade do Hospital Santa Lúcia, e quase não percebe, aos pés dele, o esqueleto do que foi o Centro de Saúde 8. Abandonado desde 2015, o prédio ocupa uma área nobre da cidade. Mas sua reforma, que nunca saiu – e já virou reconstrução –, é um monumento ao descaso do GDF com a saúde. A má gestão da saúde no DF deixa esqueletos e agita bandeiras. O imóvel ocupa uma área de 3 mil m² e poderia abrigar uma policlínica que ajudaria a desafogar a emergência do Hospital Regional do Gama. Como acontece todo ano, desde que o prédio foi abandonado, este ano anunciaram novamente a retomada da obra: mais uma Unidade Básica de Saúde. Dizem! Mas esbarramos aí em alguns problemas. O primeiro e mais importante é a falta de pessoal para fazer funcionar esse novo equipamento de saúde. O próprio HRG não funciona adequadamente por falta de profissionais. O atendimento da clínica médica, por exemplo, está contingenciado e permanentemente com
restrição – a famigerada bandeira vermelha. O presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Dr. Gutemberg Fialho, denunciou há mais de um ano que não havia condição de funcionamento da unidade com o quantitativo de médicos clínicos existentes no quadro do hospital. Pacientes internados passavam mais de três dias sem serem medicados em função da falta de pessoal e até casos de óbitos por desassistência ocorreram. O sindicato chegou a pedir ao Conselho Regional de Medicina a interdição ética no HRG, para evitar que mais vidas de pacientes fossem perdidas. Por duas vezes a Secretaria de Saúde do DF afirmou que resolveria a situação com a contratação temporária de médicos clínicos. Avisamos que não resolveria, porque os salários estão defasados e as condições de trabalho assustam qualquer profissional, por mais comprometido que seja. Dos 15 contratados em setembro de 2021, ficou uma médica, que não vai renovar o contrato este ano. Em abril deste ano, diante da ameaça de interdição ética, foram contratados outros 15
temporários – sem que fossem corrigidos os problemas apontados pelo SindMédico-DF. Obviamente, a maioria dos contratados (os poucos entre os aprovados que assumiram as vagas) já desistiram. Sobraram cinco dos 15 novos contratados. E não vão permanecer. Voltemos ao abandonado Centro de Saúde 8 do Gama: de que adianta a reforma do prédio se não há profissionais suficientes nem para preencher os postos de trabalho vagos nas unidades de saúde já existentes? E médicos de família e comunidade são ainda mais difíceis de contratar do que clínicos, que existem em maior quantidade no mercado de trabalho. Por duas gestões o GDF cometeu o absurdo de deixar abandonado um equipamento de saúde importante para a comunidade e continua errando, porque anuncia a reconstrução sem planejar adequadamente o pleno funcionamento da unidade que eventualmente será reinaugurada – se a obra sair do papel. O desperdício e a falta de planejamento pelo GDF são, assim, escancarados a toda a comunidade do DF, cada vez que anun-
Carlos Fernando Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
ciam a retomada da obra da UBS 8 e cada vez que se levanta a bandeira vermelha na emergência do HRG. E é tudo questão de organização, planejamento e uso responsável dos recursos públicos arrecadados em impostos que cada um de nós paga ao Estado.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Reverência à mulher negra latino-americana O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da Diáspora, comemorado em 25 de julho, foi celebrado na terça-feira (26) no projeto Arte/Fato, uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de Brasília. O evento gratuito, aconteceu presencialmente no Espaço Cultural Renato Russo e transmitido ao vivo, pelo canal do Sindicato no YouTube. Estiveram no palco a cantora Dhi Ribeiro e a escritora Nanda Fer Pimenta. Dhi tem na música sua expressão artística, enquanto Nanda encontrou na literatura e na moda o caminho para dialogar com o mundo através das artes. DHI E NANDA – Ambas vieram de fora, mas foi ao se mudarem para Brasília que firmaram suas carrei-
ras como artistas. Natural do Rio de Janeiro, Dhi Ribeiro (foto) canta há mais de trinta anos. Já transitou por vários estilos até se estabelecer no samba, tornando-se a grande intérprete e divulgadora da levada brasiliense pelo país. Poeta, performer e romancista, Nanda Fer Pimenta tem dois livros publicados: Dengo (2021), e Sangue (2018), este último premiado com o Troféu Dente de Ouro - Dente Feira de Publicações. Nanda também é fashion designer e sócia-fundadora do projeto de moda urbana
Boom Alternativa. No Arte/Fato, declamou seus poemas e leu trechos de suas obras publicadas. OUTRAS ATRAÇÕES – Também se apresentaram o músico Tiago Sá, cantor, compositor e produtor, filho da bancária aposentada da Caixa Econômica e ex-diretora do Sindicato dos Bancários Ana Maria Castro de Sá; o grupo Nascente do Samba, fundado por Edilson, funcionário da Caixa; e Leandro Ferraz, gerente de relacionamento do Banco do Brasil, entusiasta das artes, que tem o desenho como expressão predileta e a escultura como predominante. O 26º Arte Fato foi apresentado pela palhaça Ana Luíza Bellacosta (foto), representante das mulheres negras na arte da palhaçaria, a qual exerce como um ato de enfrentamento. Brasiliense, ela apresenta sua produção artística em festivais e casas de espetáculos Brasil afora e no exterior.
Saiba+ A data foi instituída em 1992, a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-Americanas e Afro-caribenhas, ocorrido na República Dominicana e representa a união de mulheres afrodescendentes de todo o continente para dar voz à luta das mulheres negras na região. FOTOS: DIVULGAÇÃO
Livro resgata a pedagogia revolucionária do CIEM Sant’Anna Na década de 1960, uma escola pública de ensino médio era o sonho de todos os adolescentes em Brasília. Na época, praticamente, não existiam cursos privados. Funcionando como uma espécie de colégio de aplicação da Universidade de Brasília (UnB), o Centro integrado de Ensino Médio (Ciem) revolucionou a pedagogia. Ensino em tempo integral para os sonhos e projetos de cada aluno. Ali a pedagogia preconizava mais do que o ensinamento, visava a preparação de um projeto de vida. Do Ciem surgiram engenheiros, automobilistas, presidente da República, senadores, arquitetos, jornalistas, todos com grande destaque em seus campos de atuação. Certa vez, Darcy Ribeiro declarou que o “Ciem foi a melhor experiência em educação secundária feita no Brasil”. O projeto pedagógico foi feito
por Anísio Teixeira, considerado “o pai da escola pública no Brasil”. Além de Anísio, o próprio Darcy participou, assim como Lauro de Oliveira Lima e José Aloísio Aragão, primeiro diretor da escola. Um colégio tão revolucionário não poderia escapar aos grilhões da Ditadura Militar. O Ciem também foi vítima dos anos de chumbo. Em 1970 foi fechado. Agora, dentro das comemorações dos 60 anos da UnB, o jornalista Antônio de Pádua Gurgel – ex-aluno do Ciem – traz ao público “CIEM: uma escola para a Vida”. O lançamento do livro acontece por ocasião da 74ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da UnB. A proposta não é o resgate do movimento estudantil de então, já alvo de outros livros de Padu, como os amigos tratam o autor. Ele focaliza o Ciem enquanto laboratório pedagógico da Faculdade de Educação.
DIVULGAÇÃO
Antônio de Pádua Gurgel – ex-aluno do Ciem e autor do livro “CIEM: uma escola para a Vida”
Na década de 1960, eram testadas técnicas pedagógicas que só agora estão sendo disseminadas
para as escolas públicas de todo o Brasil, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Essa escola de educação integral em tempo integral estimulava os alunos a desenvolverem suas competências socioemocionais. Com suas práticas educativas vocacionais, o Ciem já continha um embrião para o chamado Projeto de Vida, que agora se torna a linha mestra do ensino médio”, salienta Padu. O AUTOR – Jornalista e escritor Antônio de Pádua Gurgel, ingressou no Ciem em 1967. Duas outras publicações dele focalizam aspectos dos 60 anos da UnB. A rebelião dos estudantes é uma reconstituição histórica dos fatos mais importantes do movimento estudantil em 1968, e o Jornal da Década de 70, que reproduz jornais alternativos de Brasília daquela década e traz a retomada do movimento estudantil a partir de 1974 na UnB.
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NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Como a alimentação pode influenciar seu humor? Saiba onde encontrar o neurotransmissor tiptofano e as vitaminas e minerais que favorecem o alto astral Você sabia que o que você come, desde alimentos isolados ao padrão alimentar como um todo, pode influenciar o seu humor? Exatamente! Alimentos ricos em triptofano favorecem o
bom humor. Níveis reduzidos desse neurotransmissor podem acarretar desequilíbrios no humor, sendo que não só o seu precursor triptofano, mas também as coenzimas rela-
ESPÍRITA
José Matos A existência é uma orquestra A felicidade vem quando você estiver em harmonia com o Todo “Somos pequenas notas, pequenos instrumentos. Podemos tocar em sintonia com o Todo; isto traz felicidade”. A sua vida e única e atende a necessidade única. Procure aprender com todos, mas não se compare. Assim não invejará ninguém. “A Vida é uma história divina.
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Sempre que você sentir-se miserável, lembre-se de que você está fazendo algo contra o Todo. Corrija isso”. A felicidade vem quando você viver em harmonia com o Todo. “Miséria e êxtase são grandes professores, se pudermos simplesmente observar e aprender...” Se até hoje você viveu em di-
cionadas à sua conversão devem ser monitoradas na dieta (vitaminas e minerais, especialmente a piridoxina). Isto leva as concentrações de serotonina a alcançarem níveis ótimos no cérebro, o que significa, em termos não técnicos, dizer que devemos ter na dieta alimentos fontes de triptofano. São eles: aves (frango), peixes (salmão, sardinha, bacalhau, atum), iogurte e kefir, sementes de girassol, abóbora, nozes e amêndoas, além de arroz integral, feijão, lentilha e ervilha. Mas o grande alimento fonte de triptofano é a banana! Sim, nossa banana, rica em potássio, carboidratos e triptofano pode te ajudar a dormir bem e ter um bom humor ao longo do dia. Claro que o conjunto da ópera faz a diferença. Então, um padrão alimentar rico em antioxidantes,
com alimentos ou suplementos anti-inflamatórios, também irão nos ajudar, como o Ômega 3. Ah! e um intestino que não funciona bem também pode te deixar de mau-humor. Não à toa, o mau-humor muitas vezes é considerado sinônimo de “enfezado”, que na origem está relacionado a uma pessoa constipada. Quadros de depressão e ansiedade também sofrem influência do que nós comemos. Mas depois falaremos especificamente sobre esses dois temas. Por enquanto, vamos ficando por aqui, sobre esse interessante poder que os alimentos têm até no seu humor! Portanto, quer ter bom humor, é melhor procurar um bom nutricionista!
ficuldades, não significa que continuará assim. Viva com atitudes éticas e amorosas e verá que, gradativamente, sua vida mudará. “A vida é uma bela jornada se for um processo de constante aprendizado e exploração”. Viva a sua programação e seja feliz. Eu, você, nós. Vivemos num regime de interdependência. Você só poderá ser feliz amando-se e colaborando para a felicidade dos outros. “Observe as estrelas; deite-se na terra; vá para o mar; observe as ondas chegando, relaxe, simplesmente um deleite de energia...” Acredite: “quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor. O novo humano tem que ser universal. Ele vai transcender todas
as barreiras de raça, religião, sexo, cor etc”. Os problemas são carentes. Se você lhes der importância, eles engordam e ficam. Portanto, “dance quando vier a tempestade; quando os problemas perturbarem a sua vida. Mesmo o sofrimento , tomado corretamente, é uma bênção”. Cada pessoa vem à Terra de acordo com um propósito. O Dharma (dever), quando exercido com amor, muda ou anula o Carma! Tudo pode ser melhorado ou piorado. Tudo depende de como se vive. “Crescimento significa que você está absorvendo algo novo todos os dias, e esta absorção é possível somente se você estiver aberto”.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
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