Brasília, 11 a 17 de junho de 2022
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www.bsbcapital.com.br Ano XII - número 570
Ibaneis põe mais R$ 2,5 milhões do BRB no Flamengo Dinheiro será usado na construção do museu do clube, no Rio. Produtores culturais do Distrito Federal reclamam Chico Sant’Anna – Página 10
Entrevista Rafael Parente
“Meu palanque é do Lula” Pré-candidato do PSB ao Buriti vê o Brasil numa luta entre quem é a favor ou contra a democracia. Por isso, estará ao lado do presidenciável do PT já no primeiro turno. Ele quer liderar uma ampla coligação de oposição contra Bolsonaro e Ibaneis Rocha. Ex-secretário de Educação, ele diz que foi enganado por Ibaneis: “É o pior governador da história do DF. O mais arrogante, mais Páginas 5, 6 e 7 incompetente e insensível”.
Projeto de leitura combate analfabetismo funcional em Samambaia
O que fazer para aumentar a imunidade e resistir à quarta onda de covid-19?
Página 8
Caroline Romeiro – Página 11
PT quer coligação com PSB e Psol Federação, que inclui PV e PCdoB, lança Leandro Grass ao Buriti e Rosilene Corrêa (foto) ao Senado. Pelaí – Páginas 2 e 3
VITOR ZAUPA
ACÁCIO PINHEIRO/AGÊNCIA BRASÍLIA
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 11 a 17 de junho de 2022 - bsbcapital.com.br
Ex pedien te
PERFIL – O DF tem 2.205.596 eleitores aptos a votar este ano (5,7% a mais do que em 2018). O dado faz parte do processamento dos requerimentos feitos até o fechamento do cadastro eleitoral, em 4 de maio. O trabalho traçou o perfil do eleitorado brasiliense. Águas Claras é o maior colégio do DF (160.658 eleitores). Ceilândia, com três Zonas e ainda a população de Brazlândia, reúne 368.423 votantes.
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PT quer coligação com o PSB e o Psol Após o Encontro Regional do último fim de semana definir os 16 nomes do partido que concorrerão à Câmara Legislativa, os cinco candidatos a deputado federal, 16 a distrital e escolher a professora Rosilene Corrêa como candidata ao Senado, o PT volta suas atenções para o fortalecimento do palanque do presidenciável Lula no DF. A estratégia, segundo o presidente Jacy Afonso, é intensificar as negociações com o Psol e o PSB em busca de uma coligação com a federação da qual o PT faz parte, juntamente com o PV e o PCdoB. O PT pretende abrir a vaga de vi-
ce-governador de Leandro Grass (PV) para o Psol ou para o PSB, que lançaram, respectivamente, a assistente social Keka Bagno e o professor Rafael Parente ao Buriti. Só falta combinar com Parente, que também sonha com a coligação. Com um detalhe: ele, Parente, na cabeça de chapa... (Leia entrevista nas páginas 5 a 7).
VITOR ZAUPA
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“Ibaneis não é o imbatível que pintam” Ao analisar a pesquisa do instituto Real Time Big Data, contratada pela TV Record e publicada na quarta-feira (8), o jornalista especializado em marketing eleitoral Hélio Doyle avalia que a rejeição de 48% ao governador Ibaneis Rocha (MDB) mostra que ele “não é o imbatível que pintam”. SEM ADVERSÁRIOS – Ibaneis lidera a corrida ao Buriti em todos os cenários no primeiro e no segundo turnos. “Mas, até agora, ele estava sozinho no páreo. A própria pesquisa da Record foi feita antes da oficialização do Leandro Grass
como pré-candidato da federação PT-PV-PCdoB”, argumenta Doyle. PANDORA – O levantamento traz, ainda, o inelegível ex-governador José Roberto Arruda (PL) em segundo lugar em alguns cenários na espontânea. “É uma ficção. Ele está impedido pela Justiça de concorrer”, diz o ex-professor da UnB, lembrando que Arruda foi condenado por improbidade administrativa em segunda instância no escândalo da Caixa de Pandora. SENADO – Para o Senado, a pesqui-
sa aponta empate técnico entre a ex-ministra da Mulher, Damares Alves (Republicanos) e as deputadas Erika Kokay (PT) e Flávia Arruda (PL), todas na faixa de 17%. “É outra ficção. A Erika não disputa a vaga e, provavelmente, a Damares não tenha tamanha projeção. Basta lembrar que ela transferiu o domicílio eleitoral para o DF há poucos dias”. Reguffe (União Brasil) tem 17%; Paulo Octávio (PSD), 7%; e Paulo Roque (Novo), 2%. Em todos os cenários, a soma de brancos, nulos e indecisos fica em torno de 1/3 dos entrevistados.
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Bolsonaro x Biden O encontro do presidente dos EUA, Joe Biden, com Jair Bolsonaro foi precedido da entrega ao mandatário norte-americano, na terça (7), de uma carta assinada por algumas das principais entidades da sociedade civil brasileira com um pedido: cobrar de Bolsonaro respeito pela democracia, eleição livre e proteção da floresta. Os dois líderes se encontraram às margens da Cúpula das Américas, em Los Angeles, após Biden ter evitado, por meses, qualquer contato com o brasileiro e sequer telefonou para Bolsonaro desde que assumiu a presidência.
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STJ suspende condenação de Izalci O senador Izalci Lucas (PSDB) obteve, terça-feira (7), a suspensão de uma condenação que o deixaria inelegível. A decisão foi do ministro Joel Ilan Paciornick, do Superior Tribunal de Justiça. Pré-candidato ao GDF, o tucano mantém uma agenda intensa e reuniões com possíveis aliados, como o deputado distrital Leandro Grass, referen-
dado pela federação PT-PV-PCdoB, o ex-governador Rodrigo Rollemberg e o candidato do PSB ao Buriti, Rafael Parente. Com a vitória no STJ, Izalci não tem qualquer restrição de ordem legal para sua campanha. Resta garantir a vaga dentro da federação PSDB-Cidadania, onde concorre com a deputada Paula Belmonte (Cidadania).
Niver de Cláudia Pereira A publicitária Cláudia Pereira, irmã do empresário Paulo Octávio, ganhou uma bela homenagem da socialite Ana Maria Gontijo, que abriu sua casa no Lago Sul para um almoço, na segunda-feira (6), em comemoração ao aniversário da amiga (foto).
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Mães deixam caixão no STJ O Superior Tribunal de Justiça alterou, quarta-feira (8), o entendimento sobre a cobertura de planos de saúde. Tratamentos caros que estão fora da lista da Agência Nacional de Saúde podem ser interrompidos. Há uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em tramitação no STF que pode mudar o entendimento do STJ. Na quinta (9), após um protesto em frente à Corte, mães deixaram um caixão de criança na escada de acesso ao STJ em Brasília (foto).
Os números comprovam: a maior obra do GDF está no cuidado com as pessoas.
Josiane Gonçalves Beneficiada com o Cartão Prato Cheio
28 175 360 350
milhões
DE REFEIÇÕES SERVIDAS POR APENAS R$ 1,00.
mil pessoas BENEFICIADAS PELO CARTÃO PRATO CHEIO.
mil cestas
DISTRIBUÍDAS PELOS PROGRAMAS CESTA VERDE E CESTA BÁSICA.
mil pessoas BENEFICIADAS COM O CARTÃO GÁS.
Com ajuda do Cartão Creche, foram abertas 15 mil novas vagas nos últimos 3 anos. O Cartão Material Escolar garante o material de estudo para 100 mil alunos da rede pública todos os anos. O Renova DF e o Qualifica DF já têm mais de 19 mil profissionais qualificados. Esses números comprovam o quanto o GDF pensa no bem-estar das pessoas. Esta é a maior obra do GDF.
Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 11 a 17 de junho de 2022 - bsbcapital.com.br
Arroz, feijão, saúde, educação! Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Desde as lutas contra a carestia gerada pela política econômica da ditadura militar no fim dos anos 1970, a palavra de ordem do título acima vem embalando passeatas e manifestações Brasil afora. Quem nunca a gritou ou com ela concordou? Provavelmente, banqueiros, latifundiários, grandes empresários e outros endinheirados, para quem a escassez e preços elevados desses bens e o não provimento pelo Estado desses serviços não fazem a menor diferença. Mas, para a grande maioria do povo brasileiro, tem um vital importância, pois trata-se da sobrevivência da família e a perspectiva de um futuro melhor. Pois é precisamente isto que estará em jogo em 2 de outubro próximo. Embates com o STF, voto impresso e auditável, proibição do aborto, moto-
I N FOR M E
ciatas. Tudo não passa de tentativas de um presidente despreparado para desviar a foco do principal: o retumbante fracasso de seu governo em atender as mais elementares demandas do povo. Sim, o balanço de três anos e meio de desgoverno Bolsonaro é de total fracasso na área econômica: maior inflação desde 1995, juros nas alturas, déficit fiscal e dívida pública recordes. E na área social, o cenário é igualmente catastrófico: elevada taxa de desemprego e crescente precarização do trabalho; queda da renda dos trabalhadores; a saúde pública vivendo o caos, com ministros da área atuando como cúmplices da pandemia; a educação pública enfrentando, além do mais absoluto abandono, tentativas de militarização das escolas etc etc. Para coroar o desastre, a propagação da fome, com o povo sendo massacrado por uma cavalar inflação dos itens da cesta básica (arroz, feijão, mandioca, óleo comestível, açúcar, carne etc). A tudo isso se somam aumentos absurdos nos preços do gás de cozinha, energia e combustíveis. Neste cenário dantesco, enquanto
cantores sertanejos bolsonaristas continuam fazendo apologia do agronegócio e sugando o escasso dinheirinho de prefeituras miseráveis e a Paraná Pesquisas - que firmou contrato de R$ 1,62 milhão com o Ministério das Comunicações - divulgando que Bolsonaro está a apenas 6 pontos de Lula, resta ao povo, até 2 de outubro, gritar a plenos pulmões: arroz, feijão, saúde, educação!
Mudanças climáticas e desastres naturais? A mudança no clima que acontece no planeta Terra, e que se acentuou nos últimos 40/50 anos, não é nada casual ou castigo divino. Ela decorre da desenfreada exploração que o capitalismo executa sobre os recursos naturais, aumentando de forma exponencial o número de desastres naturais em todo o mundo. E quando este cenário se associa a um total descaso do poder público na prevenção e mitigação desses desastres, o problema assume contornos de tragédia. É o caso das enchentes e deslizamentos de terra no Brasil, que sempre ocor-
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
“Vamos falar sobre assédio?”
Leidiane Souza (*) Mais de 60% dos bancários brasileiros afirmam ter sofrido algum tipo de assédio – moral e/ou sexual – no ambiente de trabalho. O dado é resultado de pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com o Fundo para Igualdade de Gênero (FIG). Além dos resultados alarmantes, o levantamento revelou, ainda, que as mulheres são as principais vítimas de discriminação. Essas e outras informações sobre assédio podem ser conferidos na cartilha “Enfretamento ao assédio Moral, assédio sexual e discriminação no trabalho bancário”, lançada recentemente pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, em parceria com a LBS Advogados. Para divulgar a cartilha e realizar debates sobre o combate às práticas nocivas de assédio, o Sindicato lançou o concurso de frases “Vamos falar sobre assédio?”. A atividade, idealizada pela Secretaria de Mulheres do Sindicato, via intensificar a luta coletiva contra o assédio moral, sexual e a discriminação no ambiente trabalho, bem como trazer informações e fomentar a discussão acerca do tema,
reram e que sempre geraram muitas vítimas - quase sempre pessoas pobres que, sem alternativa de moradia, foram se fixar na beira de rios e em encostas na periferia das grandes cidades - mas que, com Bolsonaro, bate recordes. A razão é que os recursos destinados pelo governo para obras de contenção de encostas em áreas urbanas caíram de R$ 997,1 milhões em 2012 (Dilma) para R$ 36,6 milhões em 2021. Ou seja, 25 vezes menos. O resultado é que, se em seis anos, de 2013 a 2018 (governos de Dilma e Temer), o número de mortos em decorrência de chuvas somou 496 (média de 83/ano). Nos três anos e meio de desgoverno Bolsonaro, quadruplicou, somando 1.280 (320/ano), sendo que 470 só neste ano, notadamente na Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Mas, para Bolsonaro, assim como na pandemia, essas centenas de pessoas iriam morrer mesmo! Faltam 4 meses!
bre o combate aos diversos tipos de assédio e, de quebra, garantir ingressos para as sessões de cinema no Liberty Mall. Convocamos todos os companheiros de luta a participarem desta atividade”, conclamou a secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado. Ela ressaltou, ainda, que, diante do aumento significativo nas denúncias de assédio recebidas pelo Sindicato, mais que nunca é fundamental fortalecer esta luta. “Este é um enfrentamento que o Sindicato faz todos os dias, e a nossa luta é para que os bancários tenham um ambiente de trabalho saudável e, principalmente, uma vida digna. Seguimos em busca de uma sociedade mais justa e igualitária para todos. Esse é o nosso compromisso”, concluiu a dirigente. ainda visto como tabu na nossa sociedade. O concurso tem duas etapas. Na primeira fase, iniciada no dia 30 de maio, os bancários e bancárias sindicalizados que quiserem participar da atividade deverão elaborar e encaminhar, até 10 de junho, frases relacionadas à importância da luta, do combate ao assédio moral, sexual e à discriminação e das suas consequências. Na segunda fase, de 10 a 24 de junho, a cate-
goria escolherá, no Instagram, as melhores frases. Os autores e autoras das nove frases mais curtidas ganharão pares de ingressos para sessões de cinema do Shopping Liberty Mall. “Além da incansável luta em defesa dos direitos da categoria, o Sindicato dos Bancários de Brasília é conhecido também por sua ampla atuação na promoção da cultura. Pensando nisso, nada melhor que alinhar a discussão so-
(*) Colaboração para o Seeb Brasília
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Brasília Capital n Cidades n 5 n Brasília, 11 a 17 de junho de 2022 - bsbcapital.com.br
Entrevista Rafael Parente O senhor é o único dos pré-candidatos ao GDF que nunca foi testado em urnas. Acha que isso atrapalha as tratativas com os outros partidos? – Estou sendo super-testado em pesquisas (risos). A gente tem dados. Eu sou cientista. Acredito nas pesquisas. Todo mundo (marqueteiros e cientistas políticos) se embasa em dados para criar suas estratégias. A última pesquisa pública, do Metrópoles, colocou que na estimulada o Reguffe estava à nossa frente. Mas eu estou empatado com a senadora Leila. Na espontânea, eu estou em segundo lugar, logo depois do Ibaneis. Depois aparecem Leila e Reguffe. O presidente do PT, Jacy Afonso, disse que o interesse da federação, que inclui o PV e o PCdoB, é uma coligação com o PSB e o Psol. O que o senhor acha disso? – A gente tem conversado tanto com a federação do PT quanto com outros partidos. Há conversas avançadas com o grupo do senador Reguffe e da senadora Leila com o ex-deputado Joe Vale. Mas a gente continua acreditando que aconteça uma coligação com a federação do PT. O senhor abdicaria da sua candidatura para a construção de uma frente mais ampla? – De jeito nenhum! A minha candidatura vai até o fim. Então, a condição para uma frente única teria que ser em apoiamento ao seu nome ao GDF? – De acordo com todas as pesquisas que todos os pré-candidatos fazem, o meu nome é o que tem a curva mais inclina-
ACÁCIO PINHEIRO/AGÊNCIA BRASÍLIA
“O Brasil está numa luta a favor ou contra a democracia”
“Meu palanque é do Lula” Orlando Pontes
P
ré-candidato do PSB ao Buriti, Rafael Parente, 44 anos, garante que seu palanque será o do presidenciável do PT no DF. Em entrevista ao programa Brasília Capital Notícias, parceria da TV Comunitária com o jornal Brasília Capital e o blog do Chico Sant’Anna, ele afirmou que negocia com outros concorrentes para formar uma frente única de oposição a Ibaneis Rocha e Bolsonaro. Mas que não há hipótese de abrir mão da cabeça de chapa. Ex-secretário de Educação, ele diz ter sido enganado por Ibaneis. “É o pior governador da história do DF, o mais arrogante, mais incompetente e insensível”.
da. O segundo ponto é que, de acordo com as nossas pesquisas quantitativas e qualitativas, a gente é quem mais amplia. Desde o início, eu propus que a gente tivesse critérios claros de como essa chapa fosse construída e que a gente fizesse pesquisas juntos e pudéssemos negociar. Propus isso há mais de seis meses. Eu quis que
essa construção fosse coletiva, porque o nosso campo é democrático. A gente não pode aceitar que essa construção ocorra em cima de carteirada ou de chantagens. Mais do que nunca, nós precisamos de um grupo unido, que defenda a democracia e o estado de bem-estar social, e defenda os valores democráticos. A
gente precisa desse resgate de valores, e ele precisa ser feito dentro de uma discussão democrática. Então, na hipótese de não haver essa construção, o senhor seguirá numa candidatura solo do PSB? – Quero deixar bem claro que a minha candidatura segue até o final. Ou
meu nome não é Rafael Parente. Sou 100% favorável à união do campo democrático, mas eu não posso aceitar que um projeto que comprovadamente está sendo o de melhor aceitação, que amplia mais do que os outros, que tem um candidato com mais experiência que os outros pré-candidatos, que pode fazer uma campanha melhor do que os outros, não prevaleça. Pragmaticamente, quando a gente leva em consideração todos os outros elementos, não tem nenhuma razão para que eu abra mão desse projeto. O que lhe inspira tanto? Qual o seu projeto? O que o senhor mudaria em Brasília? Afinal, o seu principal cabo eleitoral é o ex-governador Rollemberg, que perdeu para o atual governador. O que o senhor mudaria em relação aos dois últimos governos? – A gente sabe que o DF está completamente abandonado. Este é o pior governador da história do DF, o mais arrogante, mais incompetente e insensível. Mas o senhor foi secretário dele... – Exatamente. Eu não sabia que ele ia ser tudo isso. Ele chegou para mim e falou: “olha, Rafael, você vai fazer uma revolução na Educação. Você vai ter completa autonomia para ter sua equipe, para implementar todas as políticas públicas que você achar que vai conseguir os melhores resultados. A gente vai ter um governo progressista. O PCdoB está com a gente. A gente tem o Cidadania... Você é dessa cota progressista. Você vai fazer uma revolução na Educação. Venha comigo”.
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Entrevista Rafael Parente E aí impôs a militarização das escolas... – Não só isso. Ele muito rapidamente provou que estava me enganando. Eu, como a maior parte da população, fui enganado. O que está acontecendo com o DF, na saúde, na educação, no transporte, na segurança, na iluminação, na limpeza, enfim, em todas as áreas, é um descalabro. Dia 5 de janeiro de 2023, data da posse dos novos governadores, seu primeiro ato seria revogar a militarização das escolas? – O que a gente pode fazer como governador e secretário de Educação é oferecer novas propostas, mais modernas e efetivas para as escolas. Isto implica que as escolas, na gestão democrática, devem escolher o que é melhor para
baixo, estará sendo contraditório com a ideia da gestão democrática. Então, o que eu acho que precisamos é oferecer a todas as comunidades escolares uma solução que resolva o problema da violência, da indisciplina, da falta de respeito. E que coloque na mão dos professores e dos diretores essa solução. E que eles entendam que é uma forma mais moderna, mais efetiva, que vai levar às crianças e aos jovens uma educação do século 21, que não é essa educação que aí está. Mesmo diante da nova postura do Ministério Público, que revogou a nota técnica que dava sustentação à militarização, o senhor cogita em manter onde a comunidade entender que deve manter? – Se
“O DF está completamente abandonado. Ibaneis é o pior governador da nossa história” as comunidades escolares. Como pedagogo, não acha que, quando tem essa votação nas escolas, o que vem à mente de muitos pais, e até de professores, é a questão da violência que circunda a escola e que, às vezes, entra pelo portão principal? – Se a gente oferecer uma solução de cima para
o Ministério Público sugerir ao governo que este modelo seja extinto, então a gente extingue o modelo. Se não há sustentação legal, então precisa ser revogado. O senhor ampliaria ou reduziria o número de administrações regionais? Há uma proposta de dividir Planaltina em duas
regionais e estudos para criar a do Assentamento 26 de Setembro, uma área que ainda é irregular. – A questão não é quantas administrações a gente tem, mas se elas conseguem oferecer um serviço de qualidade para a população. Para quê aumentar o número de administrações se elas não conseguem oferecer esses serviços? Elas precisam atuar como miniprefeituras. É preciso dar às administrações autonomia para que elas possam oferecer à população serviços de qualidade. Como seria essa autonomia? – Elas precisam, por exemplo, tapar buraco da rua. O Na Hora pode estar relacionado às administrações regionais. A gente está estudando juridicamente a possibilidade de dar orçamentos para elas, como existe o PDAF para as escolas. Assim, as administrações poderão ter algum tipo de autonomia orçamentária para fazer pequenos consertos. Mas isso não implicaria nas administrações terem seu próprio pessoal – engenheiros, arquitetos – para, por exemplo, emissão de Habite-se – Nós deveríamos ter menos administrações, e elas funcionarem como prefeituras, descentralizando essas questões todas para que elas pudessem ter mais autonomia para oferecer serviços para a população. Qual seria sua política habitacional, principalmente para a classe média? Investiria, como Ibaneis, na Cidade Urbitá, que será construída com financiamento de R$ 20 bilhões do BRB? – Não. O problema no DF é que a gente nunca conse-
guiu ter um planejamento urbano à frente do crescimento populacional. Hoje, não ocorre um crescimento urbano tão acelerado como teve nos anos 1990. Então, não tem porque ter essa agonia. É preciso dar uma freada e fazer com que esse crescimento seja de fato organizado. Estudos técnicos anteriores à criação de Brasília diziam que é necessário preservar 50% do bioma Cerrado do DF, por conta da questão da água. Hoje, se considerar as áreas exploradas pelo agronegócio, as manchas do Cerrado são mínimas. E o GDF criando loteamento atrás de loteamento. Qual a sua proposta ambiental para o DF, face a essa expansão urbana? – Eu não sou contra o desenvolvimento econômico. Mas a gente precisa ter um desenvolvimento sustentável e olhando para essas questões ambien-
tais. Um desenvolvimento verde. Inclusive, trazer muito mais investimentos internacionais, desde que respeitem essas regras. A gente não pode colocar em risco as nossas bacias e continuar esse crescimento desordenado sem respeitar os nossos biomas. Nesse crescimento econômico, qual a sua proposta para a geração de emprego? – Em primeiro lugar, a gente precisa trazer mais investimentos nacionais e internacionais. Eu acredito que tenho mais condições do que os demais candidatos de conseguir atrair investimentos. Tem muito dinheiro em São Paulo. A gente pode trazer novas empresas, novas indústrias. Para que setores? – Turismo, indústria criativa, tecnologia. A gente precisa criar estímulos para as empresas e indústrias que já estão aqui
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Pré-candidato do PSB ao Buriti quer coligação com PT-PV-PCdoB e aliança com Leila e Reguffe contra Ibaneis e Bolsonaro
para que criem mais empregos. E pode utilizar – aí lembrando dos educadores sociais voluntários, não como uma questão de precarização do emprego, mas pensando numa política que foi implementada pelo Márcio França, ex-governador de São Paulo, do nosso partido – o Serviço Civil Voluntário. Se a gente pensar nas pessoas que estão desempregadas, que hoje são cerca de 300 mil no DF, e oferecer a 100 mil dessas pessoas uma bolsa, formação, e a possibilidade de elas fazerem algum tipo de serviço na Educação, na Saúde, numa delegacia, num parque, e elas receberem uma bolsa de R$ 600 a R$ 1.200, é melhor do que deixá-las paradas, trancadas dentro de casa. Ao mesmo tempo que estarão fazendo algum tipo de serviço, que não seja uma precarização de emprego, estarão se formando, se qualificando para voltar ao mercado de trabalho.
Como está sua interlocução com o setor produtivo para a implementação desse tipo de proposta? – Está muito bem. Tenho recebido sugestões do Sebrae e de outros interlocutores que têm me passado contatos e feito pontes com empresários locais. Obviamente, também trazem sugestões para diminuir, dentro do possível, os impostos, para estimular o desenvolvimento econômico. Nós temos vivenciado um fenômeno muito comum em momento de pré-privatização de estatais, que é a precarização do Metrô. Qual a sua política para essa área? O senhor defende a privatização do metrô, do VLT, da saúde? – Não. Eu acredito que para que uma privatização aconteça é preciso ter certeza de que o setor privado vai prestar um serviço melhor, mais
efetivo, e que a população vai de fato ter um ganho. E isso pode acontecer, como foi no setor de telefonia, quando a privatização gerou uma competição entre empresas e provocou melhoria e barateamento do serviço. Isso não acontece no caso de empresas que não terão concorrentes, como o Metrô e a Neoenergia. Portanto, eu não sou absolutamente contrário à privatização, mas o que aconteceu com a CEB foi um absurdo. O GDF privatizou uma parte da empresa e a gente passou a ter um serviço muitas vezes pior. Enquanto na maior parte do mundo, inclusive em países extremante capitalistas, acontece um movimento contrário, de reestatização de empresas estratégicas que haviam sido privatizadas. Até nos Estados Unidos a gente está vendo reestatizações. Então, esse movimento não pode acontecer. O metrô pode ser uma empresa lucrativa, com parcerias de comunicação, de propagandas. O BRB pode ser um banco mais lucrativo, de fomento, para ajudar a desenvolver o Distrito Federal economicamente, patrocinar e reabrir o Teatro Nacional, o desenvolvimento social, econômico e cultural de diversas formas. Eu realmente não vejo por que falar em privatizações. O senhor seguiria algum modelo de onde a estatização de serviços tem funcionado? – Acompanhei, no Maranhão, a criação de uma empresa pública para resolver os problemas da saúde. E fiquei encantado com o que vi. Lá, não faltam medicamentos para os cidadãos, não tem fila. As pessoas conseguem atendimento, conseguem fazer cirurgias. É ou-
tro mundo. O ex-governador Flávio Dino tem uma equipe sensacional, e se eu conseguir me eleger, vou querer trazer o Carlos Lula para ser o secretário de Saúde do DF. Ele é genial. Vi o Hospital da Ilha que eles acabaram de abrir. Não perde em absolutamente nada para qualquer hospital privado aqui do DF. Impressionante! Para chegar ao Buriti, como sua candidatura está se colocando nesse cenário de pré-campanha? – A gente tem uma situação mais confusa aqui no DF do que em outros entes federados. Felizmente ou infelizmente, a situação pode ser clareada no começo de julho e mostrar quais serão realmente os candidatos, devido a indefinições relacionadas à Justiça. Tem
continua tentando enganar todo mundo. Por isso é chamado de ‘Inganeis’. Promete o que pode e o que não pode. Diz que quer conversar com Lula, mas coloca todo mundo para falar que o palanque dele é bolsonarista. Promete coisas para os bolsonaristas, para a esquerda, para o centro. Atira para todos os lados, mas não quer se comprometer com ninguém. E o senhor? Qual o seu palanque? – É o palanque do Lula. Não tem o que questionar. O Brasil está numa luta a favor ou contra a nossa democracia. A gente tem de um lado o Alckmin com o Lula e do outro um projeto fascista. Todas as pessoas que querem a continuidade da democracia no Brasil e veem todos os retrocessos na educação,
“Quero deixar bem claro que a minha candidatura segue até o final. Ou meu nome não é Rafael Parente” também a briga política no bolsonarismo. O presidente tem se articulado com seus ministros do Supremo e o governador Ibaneis com a sua influência sobre o Judiciário. Bolsonaro quer uma chapa para chamar de sua no DF. O que as pessoas comentam é que ele não confia no Ibaneis. Já Ibaneis, atira para todo lado e
na saúde, no meio ambiente, na imagem do Brasil no exterior (que nunca foi tão ruim), precisam se unir. São tantos absurdos de violência e truculência acontecendo no País! São retrocessos na democracia e aumento da miséria e da fome. Então, não tem muito o que questionar. Estamos com Lula já no primeiro turno.
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Não é verdade que está tudo bem
Começou no sábado (11), em Ceilândia, a campanha Sinpro com você. Ações mostrarão a política desastrada do GDF na educação Cidadãos e cidadãs do Distrito Federal participaram, no sábado (11), na Praça da Feira da Ceilândia, do ato “Sinpro com você: não é verdade que está tudo bem”. Uma das ações aprovadas na assembleia do dia primeiro de junho, o ato realizado pelo Sinpro chamou a população a discutir as dificuldades do dia a dia, consequência da política desastrosa do GDF, principalmente no que diz respeito à educação. Falta de professor, falta de concurso público com vagas suficientes para suprir a demanda, salas superlotadas, escolas em estado precário, categoria há sete anos com
salários congelados, são os exemplos da educação no Distrito Federal. Mas o GDF atua com descaso em todas as áreas da gestão governamental. Pior: diz que está tudo bem, tudo normal. Está tudo bem mesmo? No ato em Ceilândia, os cidadãos e cida-
dãs foram convidados (as) a denunciar os problemas de sua cidade. Este foi o primeiro de vários “Sinpro nas cidades: não é verdade que está tudo bem”. Outras cidades do Distrito Federal também receberão o ato, e tão logo sejam marcados, serão comunicados nas redes sociais do Sinpro-DF.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Um exemplo de combate ao analfabetismo funcional Desde 2015, uma escola de Samambaia aplica um projeto pedagógico exitoso que já retirou muitos estudantes do analfabetismo funcional. O Leitura do CEF 407 foi criado para ensinar crianças e adolescentes a ler, entender, compreender e aprender o conhecimento ministrado na escola. Cinco anos antes da pandemia do novo coronavírus, a equipe de docentes da escola pública detectou o problema e começou a enfrentá-lo. Josuel Santos da Silva, professor de História e vice-diretor do CEF 407, é o autor, juntamente com as professoras de língua portuguesa Márcia Videira e Teresa Cunha, do projeto. “O projeto de leitura foi elaborado com a preocupação de criar formas de ensinar o estudante a gostar de ler e foi encampado pela escola. No início de cada semestre, os professores se unem para escolher um livro de literatura paradidático, que será lido por todos em todas as disciplinas juntamente com os estudantes na sala de aula, quer seja na aula de História, Geogra-
O CEF 407 de Samambaia demarca a educação com projeto de leitura e a construção de uma proposta educacional de resistência
fia, Matemática ou Química”, explica. O resultado é extraordinário. “Temos, agora, estudantes se propondo a escrever livros. Hoje, eles perguntam: ‘Professor, como posso escrever um livro?’. Ou seja, se o livro era um objeto afastado numa estante, essa criança agora pensa na possibilidade de ser um escritor, uma escritora”, comemora. DO MURO AO CONCRETO – Este ano, o projeto trabalha com autoras negras,
como Meimei Bastos, moradora de Samambaia; Kiusam de Oliveira, Carolina Maria de Jesus e a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. O CEF 407 vem demarcando uma resistência na educação. Recentemente, a comunidade plantou um baobá (foto) no estacionamento da escola. Para o professor Josuel, o muro da escola é uma escolha política. Aliás, o muro e o baobá são um sinal de resistência ao modelo de gestão militarizada imposto pelo
governo Ibaneis Rocha (MDB) em 2019. O Gisno e o CEF 407 foram duas escolas que resistiram a esse modelo de gestão.
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GDF chama uma médica após 3 anos de emergência Finalmente um profissional da medicina com experiência na gestão assume a Secretaria de Saúde no governo Ibaneis Rocha. Quinta titular a comandar a Pasta desde 2019, a ginecologista Lucilene Maria Florêncio de Queiroz tem sete meses para tentar recuperar o sistema. Se, em janeiro de 2019, o GDF achou necessário declarar estado de emergência na saúde pública, é bom que a nova secretária tenha um desfibrilador permanentemente ligado em seu gabinete. A Dra. Lucilene recebe a missão de manter viva e funcional a saúde pública do DF ao soar o alerta do crescimento dos casos de covid-19. A torcida é para que a cobertura vacinal alcançada até aqui evite que os leitos covid voltem a ser necessários. Voltando a janeiro de 2019, quando o atual governador assumiu, uma de suas primeiras medidas foi decretar situação de emergência na saúde pública. À época foi noticiado que “o diagnóstico feito pela equipe do chefe do Buriti é de uma situação grave”.
Entre os problemas detectados figuravam o desabastecimento do estoque de medicamentos, materiais e insumos hospitalares; o déficit de pessoal; o fechamento de leitos de UTI, inclusive neonatais. Havia a notificação de 3,4 mil casos suspeitos de dengue. E como está a situação hoje? Até o final da segunda quinzena de maio, foram notificados 45.804 casos prováveis de dengue. Faltam leitos pediátricos na rede pública, a falta de medicamentos e insumos continua ocorrendo nos hospitais, as filas de cirurgias eletivas estão praticamente paradas, e a falta de profissionais piorou – nunca tantos médicos decidiram deixar o serviço público. E gente que já está na carreira há décadas. É a segunda vez que um secretário de saúde do atual governo se retira no limiar de um momento crítico da pandemia da covid-19. O primeiro foi Osnei Okumoto, que, em março de 2020, cedeu o cargo a Francisco Araújo, destituído em meio a uma operação policial, por suspeita de corrupção. Em abril de 2019, a Controladoria-Geral
do DF estabeleceu medidas mais rígidas de controle prévio dos gastos da Secretaria de Saúde, que foram afrouxadas em 2021. Também no início do governo, foi determinado que os subsecretários fossem investigados pelo controle interno da SES. A decisão de colocar a Dra. Lucilene Queiroz como secretária de Saúde foi tardia, mas acertada. No entanto, pouco adianta ter alguém com experiência na função, se esse alguém não tem autonomia ou é obrigado a engolir uma lista de “intocáveis” ocupando cargos comissionados – situação aventada como motivo da última mudança na presidência do IGES-DF. Não será em sete meses que as mazelas da saúde serão corrigidas. Hoje, o caos do setor no DF é tão grande que é possível até classificar em níveis do pior ao menos pior. Continua sendo caso de emergência regularizar o abastecimento de medicamentos e insumos e a contratação de profissionais em número suficiente para melhorar a assistência nas unidades públicas de saúde.
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
São duas ações fundamentais para estancar o êxodo de médicos do serviço público e evitar a peregrinação dos pacientes por unidades de emergência em bandeira vermelha.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Por Chico Sant’Anna
Ibaneis põe mais R$ 2,5 milhões do BRB no Flamengo Produtores culturais do Distrito Federal indignaram-se com o Banco de Brasília e o que chamam de descaso do GDF para com a cultura local. Vivendo momentos difíceis, em decorrência da pandemia e da falta de recursos – ainda mais depois do veto presidencial às leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo –, a cultura de Brasília vê agora um apoio milionário deixar a Capital para financiar projeto no Rio de Janeiro. Trata-se do novo aporte de R$ 2,5 milhões do BRB ao Clube de Regatas Flamengo. A verba patrocinará, até 2024, o museu do Flamengo, ainda a ser reaberto. Produtores culturais da cidade lamentam que os valores não sejam aplicados no DF.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
R$ 2,5 milhões do BRB, que poderiam agitar a Cultura do DF, vão pro Flamengo, no Rio
A paixão do governador Ibaneis Rocha pelo rubro-negro é sabida. No atual governo, o clube virou o xodó do BRB, instituição pública cujo propósito de existência é fomentar o desenvolvimento do DF.
Produtores culturais pedem foco na Capital Ex-secretário-adjunto de Cul tura do DF, o flamenguista Romário Schettino considera um “disparate” o BRB destinar verbas para apoiar um museu do Flamengo em outro estado. “Não tem o menor sentido. É o mesmo que querem fazer com o tal museu da Bíblia. Enquanto isso, mantém a Teatro Nacional fechado. Gasta dinheiro do povo como se fosse dele”. Falta de opções para dinamizar a cultura brasiliense não foi o motivo para expatriar o apoio cultural. O BRB poderia ter optado tanto entre iniciativas do próprio GDF, quanto outras que trariam benefícios sociais importantes.
A reforma da sala Martins Penna do Teatro Nacional parece que, após oito anos, vai sair do papel, embora o GDF tenha perdido R$ 33 milhões alocados pelo Fundo de Direitos Difusos do Ministério da Justiça, devido à morosidade administrativa governamental. Outra opção seria investir na Cultura FM. A rádio do GDF padece do abandono e do envelhecimento dos equipamentos. A rede interna de dados é instável. O travamento de um computador interrompe a transmissão via internet. A mesa de áudio, de tão antiga não pode receber novos microfones (a que mantém a rádio no ar é de 1980).
No esporte, contudo, prefere investir mais lá fora. Assinou contrato com o Flamengo que prevê um aporte fixo de R$ 32 milhões/ano e mais R$ 2,5 milhões ao basquete do clube. E agora
o BRB decide investir num projeto cultural rubro-negro. Em 2013, o clube havia obtido apoio da Adidas, de R$ 2,4 milhões, para concluir o Museu. Mas a verba, segundo o portal Coluna do Fla, foi aplicada em outra área. R$ 1,08 bilhão – Em 2021, o clube foi o que mais faturou no Brasil: R$ 1,082 bilhão, segundo levantamento do portal Sports Value. Sozinho, o time carioca faturou o equivalente a 15,7% de tudo o que os 20 clubes que mais conquistaram receita obtiveram juntos. Certamente, essa verba do BRB não lhe faria falta para tirar do papel o novo projeto, terceirizado à empresa Mude Brasil Administração de Museus Esportivos Ltda.
Faculdade Dulcina Se preferir ações fora do GDF, teria como opção resgatar a Faculdade de Artes Dulcina. Integrante do Conselho Nacional de Política Cultural e presidente do Conselho de Curadores da Fundação Brasileira de Teatro, a produtora cultural Rita Andrade salienta:
“Se investissem essa verba no Dulcina, teríamos condições de reabrir as portas de uma faculdade de artes responsável por capacitar professores, artistas, técnicos das artes no DF e Entorno”. Outra opção citada por Rita é a recuperação do patrimônio histórico da Vila Planalto.
Cultura periférica O rapper Darlan Ribeiro ressalta a carência de espaços culturais na periferia. “Na Ceilândia, precisamos de um centro sociocultural para difundir as possibilidades que o hip hop pode alcançar. Um espaço que envolva os elementos da cultura urbana (rap, DJ, break e grafite);
um ambiente que reúna criadores de conteúdo, poetas, rappers, dançarinos, oficineiros, palestrantes, artistas plásticos, sociólogos. Com esses R$ 2,5 milhões que o BRB vai mandar para o Flamengo, seria possível dar essa força à cultura periférica de Brasília”, exemplifica.
Planejamento estratégico O BRB informou que o patrocínio “está em linha com o planejamento estratégico de nacionalização e expansão do BRB” e que “a contrapartida para o banco é a divulgação da marca em toda a comunicação do
museu, inclusive com aplicações na identidade visual do ambiente físico, reforçando a visibilidade nacional da marca”. Não respondeu se, aplicados no DF, os recursos poderiam trazer mais benefícios para os brasilienses.
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NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Quarta onda de covid e imunidade: o que fazer? Redução de uso de máscaras e pessoas mais próximas devido ao frio favorece o vírus. É preciso se hidratar e se alimentar bem Estamos acompanhando o número de casos de covid-19 aumen-
tando novamente no Brasil e, especialmente, no Distrito Federal. Isto
ESPÍRITA
José Matos Um político fracassado no Além “Morri. E agora?”. Livro de Vera Lúcia Marinzeck conta as agruras de um corrupto no mundo espiritual A política é uma das atividades mais úteis e nobres que o ser humano pode desempenhar. Não obstante, poucos políticos são conscientes da responsabilidade e da grandeza com que ela deve ser exercida. Quase todos buscam apenas locupletar-se e exaltar o ego. O ideal de todo político deveria ser o de Tiradentes, referindo-so Brasil: “Se dez vidas eu tivesse, dez vidas daria”.
Vera Lúcia Marinzeck, em seu livro “Morri! E agora?”, relata o drama de um político após a morte. Vejamos: “...estava num leito daquele hospital moderno, acordei, e não abri os olhos (...) pela primeira vez indaguei-me: o que seria morrer? Havia frequentado, socialmente, muitas igrejas e templos, apenas pra arrecadar votos, e ouvido vários sermões, aos quais,
se deve muito ao fato de estarmos numa estação de temperaturas mais baixas, o que favorece que as pessoas fiquem em ambientes fechados e mais aglomeradas. Além disso, o fato de não haver mais a obrigatoriedade do uso de máscaras e a redução dos cuidados sanitários, como lavar as mãos frequentemente e usar álcool em gel para higienizá-las contribui bastante! Considerando esses fatores, o que você pode fazer para melhorar a sua imunidade? E isso não significa que você não corre o risco de ser contaminado pelo novo coronavírus, mas de, pelo menos, garantir uma melhor resposta do seu corpo à infecção. A hidratação é um ponto muito importante para combater qualquer infecção. Ou seja, se normalmente você
bebe 2 litros de água por dia, prepare-se para aumentar para 3 litros! Garantir nutrientes que fortalecem as células do sistema imunológico, como os carboidratos complexos que vêm dos cereais, raízes e tubérculos, e micronutrientes antioxidantes como vitamina C (acerola, laranja, morango), zinco (peixes e castanhas), selênio (castanha do Pará), vitamina D (leite e derivados) e E (semente de girassol, castanhas e abacate). Fontes vegetais variadas, frutas, peixes e carnes magras também devem compor a dieta. Se você precisar de suplementos, procure um nutricionista!
infelizmente, não dera atenção. “Mas algumas coisas do que ouvira vieram, naquele instante, à minha mente: eu acabaria com a morte? Ao pensar neste fato, me apavorei (...). Desencarnarei como dizem os espíritas? se houver uma sentença por certo não me darei bem. (...) perguntei: morri e agora?”. “Agora ficará aí pra ver e ouvir outros hipócritas como você”, falou um vulto, gargalhando (...). “Foi um horror; apelei mentalmente e pedi: Deus, misericordioso Pai, ajude-me!”. “Quantos lhe pediram por Deus? Você os atendeu?” (...). “Notei, então, que três vultos estranhos estavam do lado de trás do meu caixão e fora um deles quem falara e falou novamente: “Agora verá o que é de fato a morte pra você, que é ladrão e corrupto. Ficará aí dias, junto ao corpo de carne que tanto cultuou. Aproveite pra pensar no que fez de errado (...). Você merecia ficar aí até seu corpo carnal virar
pó. Mas o chefe quer julgá-lo...”. “Me deixaram num salão e senti muito medo. Eu, acostumado a mandar, receber agrados e elogios, estava sendo humilhado e tratado como um ser desprezível. (...) Fui condenado (...): Será escravo. Colocaram um aro de ferro em meu pescoço e fiquei preso a uma corrente”. “Começou pra mim um longo período de sofrimento (...) Um grupo de homens aproximou-se. Tiraram minha roupa. Bateram--me muito. Cuspiram em mim e me xingaram. Sofri horrores; foram muitos anos de padecimento e humilhação (...). Por que reclama, perguntavam meus carrascos. Você se importava com as pessoas que sofriam? O dinheiro que roubou não foi causa de sofrimento dos outros? Arrependi-me, passei a ajudar outros infortunados e fui tirado dali pra tratamento e reeducação”.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
Professor e palestrante
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rar 4º Ofício R3-103.127
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