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Fundação Solidariedad aponta experiências ESG no setor sucroenergético

Fundação Solidaridad aponta experiências ESG no setor sucroenergético

“Não somos donos da terra, cuidamos dela ” , lembra Paula bellodi santana, da fazenda belo Horizonte, apontada como um dos exemplos de prática EsG

Em dezembro do ano passado, a Fundação So− lidaridad promoveu o webinar “ESG: Casos práticos de sustentabilidade na cadeia da cana ” , onde empre− sas do setor, associações de produtores e profissionais falaram sobre suas experiências de sucesso na imple− mentação do conceito em seus negócios.

Participaram do evento o diretor de negócios agrícolas da Raízen, Ricardo Berni, o coordenador de operações de carbono para Brasil e Argentina da Bayer CropSciences, Carmino Bertolino, o superin− tendente da Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana), Rafael Kalaki, o diretor no Brasil da Fundação Solidaridad, Rodrigo Castro, e a gerente de projetos de cana−de−açúcar da institui− ção, Aline Silva.

Uma das palestrantes foi a produtora rural Paula Bellodi Santana, titular da Fazenda Belo Horizonte, localizada em Jaboticabal (SP). Formada em admi− nistração, a produtora é a quarta geração de uma fa− mília de canavicultores.

A Fazenda Belo Horizonte possui 175 hecta− res, dos quais cerca de 100 HA são destinados ao cultivo de cana−de−açúcar e 26 HA para Áreas de Preservação Permanente (APP) e Áreas de Reser− va Legal (ARL).

“Para mim, ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) é um conjunto de práticas que visam a construção de um negócio próspero, mas consciente, que visa um mundo melhor ” , co− mentou Paula. Entre as ações realizadas na proprie− dade destacadas pela administradora, a principal é o amor e respeito ao meio ambiente. Prova disso foi a restauração de 15% da propriedade ao longo dos úl− timos 40 anos. “Não somos donos da terra, cuida− ” , lembra.

Com foco no social, a fazenda tem grande res− peito à legislação trabalhista, segurança e saúde do trabalhador. Para a letra G de Governança, a produ− tora destacou a importância de pagar em dia não apenas os salários, mas também todas as obrigações de seus colaboradores.Além disso, boas práticas con− tábeis e transparência nas práticas administrativas são fundamentais.

Ricardo Berni ressaltou sua experiência e posi− cionamento da empresa. “Para a Raízen, a sustenta− bilidade é uma base estratégica desde sua fundação, somos líderes no setor e precisamos ser exemplo. O ESG é para nós o perfeito equilíbrio, entre susten− tabilidade, social e uma governança cada vez mais transparente. Mais do que um modismo, é uma ten− dência sem volta ” , disse.

Berni citou o programa ELO, que desde 2014 é desenvolvido em parceria com a Solidaridad junto aos fornecedores de matéria−prima da Raízen. “Es− te é um programa de impacto. Não de prateleira. Ele muda a vida das pessoas, dos produtores. Nos previ− ne não só dos problemas legais, mas sobretudo tem como pano de fundo um mundo melhor e de me− lhores práticas, além do que determina as legisla− ções ” , detalhou o executivo.

Carmino Bertolino comentou sobre o programa Bayer Carbono Brasil, com iniciativas como o Pro Carbono, que incentiva o agricultor a ter uma pro− dução sustentável. Inicialmente desenvolvido para grãos, o projeto passou a ser desenvolvido também para a cultura da cana. “Em linhas gerais, contempla protocolo de aferição do carbono em solo e incen− tivo de práticas de sustentabilidade visando o au− mento de produtividade e rentabilidade ” , explicou.

Paula Santana Ricardo Berni

setor já pratica a EsG

Por parte das associações, Rafael Kalaki discor− reu sobre o apoio que a Socicana fornece para a sus− tentabilidade nas propriedades associadas. “Temos o papel de orientar, levar ferramentas e soluções, ca− pacitar, facilitar a vida do produtor.Além disso, mos− tramos que ele muitas vezes já pratica a sustentabi− lidade, em outras ele só precisa de uns ajustes. E o mais importante: ele faz no momento dele, com os recursos que tem disponíveis ” , disse.

Para o diretor da Fundação Solidaridad, Rodri− go Castro, cada elo da cadeia e cada ator nela inse− rido estão unidos pelo desafio da sustentabilidade. “Um depende do outro para que a gente possa avançar de forma eficiente com o ESG no setor da cana de forma eficiente. Cada um tem uma contri− buição gigantesca para a melhoria contínua da ca− deia ” , afirma.

A Fundação Solidaridad é uma organização in− ternacional da sociedade civil que atua há 12 anos no Brasil para o desenvolvimento de cadeias de va− lor socialmente inclusivas, ambientalmente respon− sáveis e economicamente rentáveis da agropecuária. Ela tem um papel importante na cadeia canavieira, por meio de vários projetos que apoiam práticas sustentáveis nas propriedades, integram produtores aos programas de melhoria contínua das usinas e as− sociações e trabalham para melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras.

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