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Governo Federal lança Plano Nacional de Fertilizantes para reduzir importação . . . . . . . . . . . . . . .8 e

Objetivos do PNF

Além da redução da dependência externa, o PNF ainda apresenta opor− tunidades em relação a produtos emergentes como os fertilizantes or− ganominerais e orgânicos (adubos or− gânicos enriquecidos com minerais, por exemplo) e os subprodutos com potencial de uso agrícola, os bioinsu− mos e biomoléculas, os remineraliza− dores (exemplo, pó de rocha), nano− materiais, entre outros.

O desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao ambiente tropical de produção brasileiro e a formação de redes de apoio tecnológico ao produ− tor rural e aos técnicos também com− põem o Plano e integram a Caravana Embrapa FertBrasil.

A ação, realizada pela Embrapa, prevê visitas técnicas aos principais polos agrícolas. Ao abordar questões práticas de como aumentarrelaciona− das ao aumento da eficiência dos fer− tilizantes, a Caravana terá impacto imediato capaz de promover uma economia de até 20% no uso dos fer− tilizantes no Brasil já na safra 2022/23, o que pode resultar em até um US$ 1 bilhão de economia para o produtor rural brasileiro.

As diretrizes do PNF também abordam uma política fiscal favorável ao setor, incremento de linhas de fomen− to ao produtor, incentivos a ações pri− vadas, expansão da capacidade instala− da de produção, melhorias na infraes− trutura e logística nacionais.Tudo isso para ampliar a produção competitiva de fertilizantes (abrangendo adubos, cor− retivos e condicionadores) no Brasil.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que o plano possi− bilitará ampliação da cadeia produti− va.

“O Brasil é uma potência mineral, agroambiental e vai fazer, na verdade, do ponto de vista econômico, um aprofundamento da cadeia produtiva ” . Já o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou que a consolidação do PNF reflete a postura do governo, que segue integrando competências e gerando instrumentos fundamentais para o desenvolvimento do País. “O Plano Nacional de Fertili− zantes é fruto da excelência alcançada nesse empenho conjunto contendo di− retrizes e ações que contribuirão para continuarmos transformando, de for− ma sustentável, os recursos naturais em prosperidade e bem−estar social para os brasileiros ” , enfatiza o ministro.

Importância dos fertilizantes

Responsáveis por fornecer um ou mais nutrientes para as plantas, os fertilizantes são insumos essenciais na produção brasileira e associam−se à implementação de novas fontes e tecnologias em nutrição de plantas para permitir melhores padrões de produtividade por hectare cultivado. Considerado celeiro do mundo, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo), sendo responsável por 7,8% da pro− dução total mundial.

Por isso, o PNF considera que, para o Brasil atingir as expectativas nacionais e mundiais de produção de alimen− tos, é preciso melhorar o ambiente de negócios, investir em ciência e tecnologia para o ambiente tropical e garantir in− vestimentos na produção nacional, de forma a reduzir a dependência de insumos importados.

De acordo com previsões do Department of Econo− mic and Social Affairs Population da Organização das Nações Unidas (United Nations, 2019), a população mundial deve alcançar cerca de 9,6 bilhões de indivíduos em 2050, tornando imprescindível a utilização de terras cultiváveis com a maior produtividade possível e de for− ma agroecológica.

A cadeia de fertilizantes é de alta complexidade, inte− ragindo com o setor de produção de alimentos, de ener− gia, com as indústrias química, de mineração, de óleo e gás, além do comércio exterior.

Mesmo com custo elevado, alta dos preços assegura margem de lucro da safra 2021/22

Segundo o Pecege, para a safra 2022/23 a tendência é de que os custos continuem subindo e os preços se estabilizem

Uma safra ruim em termos de produtividade, mas não tão ruim em termos de lucratividade. Esse é o re− sumo do balanço da safra 2021/22 apresentado pelo Programa de Edu− cação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), no se− minário “Expedição Custos da Cana ” , realizado no início do mês de março.

Fatores como falta de chuvas, gea− das, incêndios, baixa taxa de reformas e alta do preço dos insumos, deram um tom dramático para aquela que está sendo considerada a “ safra das la− mentações ” , avalia o gestor de proje− tos do Pecege, João Rosa.

“Saímos de uma safra (2020/21) de 80 toneladas de cana por hectare para 71,55 toneladas de cana. Queria chamar atenção para um dado o NU− CI, que é o nível de utilização da ca− pacidade instalada, ou seja, o quanto nós estamos usando da planta indus− trial. Na safra passada (20/21) ele es− tava num patamar de 90% de utiliza− ção. Como a safra quebrou, esse nú− mero foi para 75%, ou seja, 14% em média das usinas ficaram ociosas. Lo− go, do ponto de vista agronômico e disponibilidade de matéria−prima, foi uma safra de lamentar ” .

Segundo o Pecege foi uma tem− porada em que se gastou mais por hectare, e se produziu menos por hec− tare.

“Um dos responsáveis pela ele− vação dos custos, foi a alta dos preços dos insumos, que subiram em função do câmbio desvalorizado e restrições na logística dos produtos ” . Rosa lem− bra que os insumos só não impacta− ram mais, porque muitos já estavam com estoques comprados, e que o problema será mais sentido nesta pró− xima safra, que se inicia.

Também impactaram a alta dos custos, o aumento do preço do diesel, a menor quantidade de cana, reduzin− do a diluição dos custos fixos, as gea− das que provocaram mudanças no planejamento de colheita e o impac− to natural dos preços, os arrendamen− tos foram pressionados pela competi− ção por grãos, sem contar a questão das mudas e tratos culturais.

Com isso, o custo de produção da tonelada de cana saiu da casa de R$ 100,00 por tonelada do ponto de vis− ta de custo operacional, e foi para a casa de R$ 140,00 por tonelada. Os setores que apresentaram maiores altas foram na questão do arrendamento, seguido pelo corte e transbordo e de− pois pela formação do canavial.

Segundo Rosa, o processamento industrial também apresentou alta nos custos, com elevação de 75% da mão de obra, 70% de insumos e registra também aumento nos custos de ma− nutenção.

“Mas se os custos subiram em média 40%, em compensação os pre− ços subiram na casa dos 56%, ou seja, apesar de todas as lamentações foi uma safra maravilhosa na formação de margens ” , afirmou João Rosa. Ele ci− tou que, do ponto de vista das usinas, na safra 2021/22 foi mais negócio produzir cana, ao custo médio de R$ 143,00 por tonelada, do que comprar de fornecedores, pagando uma média de R$ 167,00.

De acordo com o analista, essa al− ta dos preços possibilitou, de forma geral, que os produtores fizessem um colchão na safra passada, ficando mais capitalizados, pois aumentaram a sua margem de lucro. Com relação à bio− eletricidade, a energia para quem co− gera se mostrou um ótimo negócio.

Segundo João Rosa usando a teo− ria do copo, para aqueles que olham o copo meio vazio a safra 2021/22 foi catastrófica do ponto de vista climá− tico, com alta do preço de insumos e aumento dos custos de produção, e a competição com grãos, principal− mente com a soja. Mas para os que veem o copo meio cheio, se o custo subiu 40% e o preço sobe 60%, foi uma safra maravilhosa.

“Aumento do preço do ATR em 58%. Subiu os insumos? Sim, mas par− te dos insumos usados na 21/22 já ha− viam sido comprados. Do ponto de vista de margem, foi uma das melho− res dos últimos 15 anos. Os produto− res tiveram oportunidade de capitali− zar bem e devem direcionar esses in− vestimentos nas lavouras, em novas tecnologias a fim de aumentar a pro− dutividade, já que a próxima safra se− rá mais curta, devendo−se tomar um maior cuidado ” , ressaltou.

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