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BNDES dobra para r$ 2 bi recursos para setor de biocombustíveis

Programa BNDES RenovaBio já aprovou quase R$ 800 milhões desde 2021

O Banco Nacional de Desenvolvi− mento Econômico e Social (BNDES), ampliou em R$ 1 bilhão os recursos disponíveis do BNDES RenovaBio, totalizando uma dotação de R$ 2 bi− lhões até o final de 2022. O programa oferece apoio direto ao setor de bio− combustíveis por meio de crédito ASG (Ambiental, Social e Governança), no âmbito da Política do RenovaBio.

O cumprimento das metas previs− tas do RenovaBio viabilizará a redu− ção das emissões na matriz nacional de combustíveis de transporte equivalen− tes a mais de 700 milhões de tonela− das de carbono entre 2021 e 2031. Is− so se dará por meio da ampliação da produção e uso de biocombustíveis certificados no país.

Desde seu lançamento, em janeiro de 2021, o Programa BNDES Reno− vaBio já aprovou quase R$ 800 mi− lhões em financiamentos a 9 opera− ções e desembolsou R$ 558 milhões, o que aponta a existência de deman− da do programa pelo setor.

Os recursos aprovados até o mo− mento serão direcionados para 10 unidades produtoras de etanol, sendo seis no estado de São Paulo, duas em Minas Gerais e as demais no Mato Grosso e em Alagoas.

“O ritmo rápido de aprovações do BNDES RenovaBio é indicativo de que o setor está alinhado com a ne− cessidade de adoção das melhores práticas ASG. E de que o formato de linked loans é um estímulo importan− te para suportar os investimentos, com a redução de taxas de juros para as empresas que cumprirem suas metas socioambientais ” , comenta o diretor de crédito produtivo e socioambien− tal, Bruno Aranha.

Um dos diferenciais do BNDES RenovaBio é a taxa incentivada: as empresas que, ao longo do período de pagamento dos empréstimos, alcançam as metas de redução de emissão de CO2 estipuladas pelo programa pas− sam a pagar juros menores.

O valor máximo de cada financia− mento é de R$ 100 milhões por uni− dade produtora, considerando o limi− te por grupo econômico de R$ 200 milhões. O prazo total de pagamento é de até 96 meses, incluída uma ca− rência de até 24 meses.A vigência do programa é 31 de dezembro de 2022 e os financiamentos são contratados diretamente com o BNDES.

Ao vincular a redução da taxa de juros, que pode chegar a 0,4%, às me− tas socioambientais, os clientes são in− centivados a adotar práticas produtivas mais sustentáveis ao longo da vigência do financiamento.

“A oferta de linha de financia− mento que confere menores taxas de juros aos produtores que promovam aumento de sua nota de eficiência energético ambiental no RenovaBio constitui importante incentivo para garantir uma oferta crescente dos cha− mados certificados de descarbonização (CBIOs). Ou seja, trata−se de meca− nismo que contribui para o atingi− mento das metas do programa au− mentando a oferta de CBIOS ao mercado ” , explica Rafael Bastos da Silva, secretário de Petróleo, Gás Na− tural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.

É preciso exportar a tecnologia do etanol

Afirmação é do engenheiro Wanderlei Marinho, para quem o biocombustível pode ser empregado mundialmente também como redutor de CO2

O etanol tem papel fundamental diante a transição energética e como redutor de emissões de CO2. Mas é preciso aproveitar estas estratégias e exportar a tecnologia brasileira do biocombustível.

Diante disso, o engenheiro eletri− cista Wanderlei Marinho, membro da Sociedade de Engenheiros Automo− tivos (SAE Brasil), alerta: conseguire− mos exportar esta tecnologia?

“É preciso ter suprimento para além da capacidade brasileira ” , relata ele nesta entrevista ao JornalCana, on− de avalia, também, os próximos passos da eletrificação e o espaço dela para os motores híbridos.

Jorn nalCana − Qual l é o papel dos s bio ocombustíveis di ian nte da perspec− ti iv va de mú últiplas s rotas s tecnológicas s da in ndú ústr ria auto omo obilística e, por ou utro lado, da nec cessid da ade de redu− zi ir r as emi issões de e CO O2 já qu ue os s tr ra an nsportes conce ent tr ra am 25% das s em mi issõ õe es g globais?

O papel é fundamental. Temos uma qualificação, uma capacitação e produção de etanol que têm corres− pondido às expectativas.

A questão é: conseguimos expor− tar essa tecnologia? É preciso ter su− primento do biocombustível para além da capacidade brasileira.

Temos um trabalho a fazer neste sentido se a gente quiser mostrar para o mundo que a transição lá fora está muito forte por razões óbvias e prin− cipalmente na Europa, por razões ób− vias, devido à utilização e consumo de combustíveis fósseis e das consequen− tes emissões de CO2 devido aos mo− tores a combustão.

Aqui a situação será muito ajusta− da às nossas capacidades. Ou seja: um bom tempo teremos as necessidades atendidas. Será que as montadoras manterão os motores a combustão cá no Brasil diante da evolução do que acontece lá fora [de avanço da eletri− ficação]? Exp pl li iq qu ue mais, por favor.

É preciso considerar o veículo como um todo, não apenas do chassi para baixo, onde se encontra a parte da propulsão, mas também do chassi para cima, onde se encontram os sis− temas de controle e automação dos veículos. Lembro que nos veículos híbridos a parte de propulsão eletri− ficada é proporcionalmente compa− rável à utilizada em um carro pura− mente elétrico.

Quando somamos as potências do motor a combustão e do motor elé− trico é formado o que denominamos de um veículo híbrido ou de propul− são híbrida.

Considerando este contexto, a tecnologia de propulsão do veículo puro elétrico a bateria (VEB ou BEV – Battery Electric Vehicle) é fácil de ser alcançada porque já é dominada, e no híbrido esta arquitetura formada pelo motor elétrico, inversor e con− versores eletrônicos e baterias de Íons de Lítio já está sendo utilizada.

Vejo que no Brasil o etanol tem papel importante ainda por algum tempo, para os veículos com motores a combustão flex, ou mais recente− mente nos veículos híbridos flex. Mas, temos que olhar para fora do país e ter ciência de que a evolução está sendo pensada, desenvolvida e concebida para o veículo como um todo e que essas tecnologias desen− volvidas no exterior, devem contri− buir para o que formos produzir no Brasil, até que a eletrificação se esta− beleça também por aqui.

Digo isso porque o mundo está investindo mais nos sistemas de pro− pulsão com a configuração de pro− pulsão puro elétrico, sabidamente mais eficiente e menos poluente do que os veículos com propulsão a combustão ou mesmo híbridos, co− mo comentamos.

Em m r re ece ente apres sentação online, o sr r inform ma, ,a partir de dados da Anfavea, que e os mo otores flex e a diesel serão mai io or ria a n no o Brasil em 2035. I Isso reforça a i imp po or rtân ncia dos biocombustíveis?

Sim, os dados da Anfavea apresen− tam esse cenário. Um cenário plausí− vel diante do estágio atual da utiliza− ção do etanol combustível no Brasil e da capacidade tecnológica do País em acompanhar esse movimento mundial pela eletrificação automotiva.

Durante esse período de transição, os biocombustíveis terão papel im− portante até alcançarmos um grau adequado de eletrificação também sustentável. É possível inferir então, que vamos conviver harmonicamente com estas tecnologias de propulsão, flex, híbrida e pura elétrica.

Podemos considerar que vamos percorrer esse caminho com a calma necessária para manter o mercado consumidor abastecido e as montado− ras se preparando gradualmente e atuando adequadamente, entregando produtos/veículos adequados a essa transição e seus contextos.

Há também que se considerar no caminho da eletrificação a impor− tante participação dos veículos pe− sados e também dos veículos e má− quinas utilizados no setor agrícola, uma fonte importante de recursos para o Brasil.

Lembro também que a eletrifica− ção automotiva necessita da infraes− trutura de recarga dos veículos híbri− dos Plug−In e puro elétricos em pro− porções que sustentem percorrermos este caminho.

Neste caso voltamos nossa atenção também para as energias limpas e re− nováveis, oriundas, por exemplo, dos painéis de geração de energia solar, dos geradores eólicos, combinadas com nossa geração hidroelétrica, têm um papel importante na geração e no su− primento de energia para este futuro próximo da eletrificação automotiva. Notamos aqui que temos que atuar no que denominamos de ecossistema da mobilidade elétrica para obtermos re− sultados esperados.

Em sua apresentação no webi inar r Híbrido e e E Etano ol − O M Motor do Fu− − turo, e em 06 6 d de e abri il, , o sr. destaca que e gostaria de ve er no Br rasil o que oco or− − re na Europa, em m que há um m mapa com os in nvestime entos feitos em mo− − tores elétricos e híbridos. Com mo o esta a− − mos?

O que apresentei no seminário sobre o motor do futuro foi um estu− do da empresa Deloitte que mostra o roadmap dos investimentos previstos até 2030 das montadoras em veículos híbridos e, principalmente, nos veícu− los puramente elétricos.

No Brasil, estamos observando atentamente esse caminho adotado pelas montadoras. Pensando ainda

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