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Usinas do Grupo Virgolino de Oliveira serão vendidas como UPIs
Companhia, que não vai moer nesta safra, dispensa maioria dos funcionários
O Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), da família Ruete de Oliveira, apresentou novo Plano de Recupera− ção (RJ) em Assembleia Geral de Credores realizada no dia 13 de maio, o qual reflete o atual estágio de nego− ciações com os credores. Com dívidas que chegam à casa de R$ 3 bilhões, o grupo possui quatro unidades sucroe− nergéticas no interior de São Paulo (Catanduva; Itapira; José Bonifácio e Monções) além de outras empresas.A empresa entrou com pedido de RJ em 28 de maio de 2021, sendo aprovado em 8 de junho de 2021.
O processo segue em curso pe− rante aVara Única da Coarca de San− ta Adélia – SP, tendo como adminis− tradora judicial nomeada pelo Juízo da Recuperação, a R4C Administração Judicial Ltda. De acordo com a em− presa, a apresentação deste novo pla− no em consolidação substancial é in− dispensável para assegurar o sucesso da RJ e o soerguimento do GVO.
“Diante da existência de dificul− dade da companhia em cumprir com suas atuais obrigações financeiras, o novo plano prevê a realização de me− didas que objetivam o reperfilamento do endividamento do grupo; a gera− ção de fluxo de caixa operacional ne− cessário ao pagamento da dívida e a geração de recursos necessários para a continuidade das atividades das recu− perandas, devidamente dimensionadas para a nova realidade do Grupo Vir− golino de Oliveira ” .
Segundo o documento a ser ho− mologado, a atual situação do GVO decorre não de um único fator, mas, sim, de um conjunto de fatores res− ponsáveis pelo desencadeamento de uma grave crise que se construiu pouco a pouco, durante anos de ati− vidade empresarial pelo Grupo. Entre elas, cita os contínuos prejuízos há mais cinco anos; constantes bloqueios judiciais em contas correntes das re− cuperandas; cenário de incerteza eco− nômica que se projeta para os próxi− mos anos, em razão dos efeitos nega− tivos da pandemia da covid−19 e di− minuição da matéria−prima (cana− de−açúcar) disponível para a moagem, em razão da dificuldade em manter parceiros diante da dificuldade finan− ceira experimentada pelo GVO, que dificultou a aquisição da cana.
Diante deste cenário, as usinas do grupo não irão moer nesta safra, o que ocasionou na dispensa da maioria dos funcionários na última sexta−feira. Segundo a empresa, as dispensas foram feitas de acordo com o novo PRJ. Como solução mais eficiente para a equalização e liquidação de parte substancial do passivo do Grupo, o novo plano prevê a reestruturação do passivo das recuperandas e sua reorga− nização societária; a distribuição aos credores de parte dos resultados líqui− dos auferidos pelas empresas ao longo do exercício de suas atividades; a pos− sibilidade de captação de novos recur− sos para a implementação da retoma− da operacional; e a preservação de in− vestimentos essenciais para a manu− tenção das atividades das empresas.
Além da alienação de bens, orga− nizados ou não em unidades produti− vas isoladas (UPIs). Neste caso, serão constituídas a UPI Usina José Boni− fácio; a UPI Usina Catanduva; UPI Usina Itapira; UPI Usina Monções; a UPI Terras – Parte I; a UPI Terras –Parte II; a UPI Imóveis; a UPI Terras – Parte III e a UPI Créditos IAA.
“O Grupo Virgolino de Oliveira, agindo com transparência e boa−fé, visando à celeridade dos trâmites ne− cessários para a implementação da alienação de cada UPI, à maximização do valor dos ativos e à redução de custos no procedimento, entende por bem dispensar a realização de avalia− ção judicial, com o que, desde já, os credores concordam mediante Apro− vação do Plano ” , esclarece a compa− nhia.
Cada UPI será alienada mediante a realização de processo competitivo específico, na modalidade de propos− tas fechadas. Após 120 dias corridos contados da homologação do plano, o GVO deverpa contratar corretores ou quaisquer outros assessores com ex− pertise na área de alienação de usinas e imóveis rurais para o auxiliar na alienação das UPIs e dos demais bens na forma do novo plano.
De acordo ainda com a empresa, com a homologação do plano, os cré− ditos serão novados, ou seja, surgirá uma nova dívida do devedor em rela− ção ao credor, com o desaparecimen− to da original.