4 minute read

Eletrificação cresce no mercado automotivo com vantagem para os híbridos flex a etanol Shell, Raízen, Hytron, USP e SENAI formam parceria

Eletrificação cresce no mercado automotivo com vantagem para os híbridos flex a etanol

Veículos leves superam a marca de 100 mil carros emplacados. Ônibus e caminhões também avançam no segmento

Eletromobilidade. Cresce a venda de carros elétricos no Brasil. Dados da Associação Brasileira deVeículos Elé− tricos (ABVE) apontam que em julho deste ano, o emplacamento de elétri− cos superou a marca de cem mil veí− culos. Números colhidos até o dia 27 de julho, indicam a venda de 100.292 elétricos, sendo 3.136 somente no mês de julho.

Segundo o presidente da ABVE, Adalberto Maluf, o mercado de ele− trificados leves segue em crescimento em 2022, em nítido contraste com a evolução do mercado doméstico total de veículos leves no mesmo período, mantendo uma tendência que se con− solidou nos últimos três ano.

Enquanto os elétricos e híbridos avançam, o mesmo não acontece com as vendas do mercado doméstico de automóveis e comerciais leves em geral, cujo volume caiu 13% na comparação entre janeiro e julho de 2022 e 2021.

No acumulado de janeiro a julho deste ano foram 23.563 veículos elé− tricos, contra 17.524 de 2021, uma variação de mais de 34,5% sobre o mesmo período do ano passado. En− quanto o mercado de veículos do− méstico, de janeiro a julho deste ano vendeu 1.020.511 contra 1.168.997 do mesmo período do ano passado, uma retração de −13%.

Além dos veículos leves, a venda de caminhões e ônibus elétricos tam− bém começam a ganhar corpo, ainda que de forma tímida, nas estatísticas. No primeiro semestre deste ano, já se somam 422 caminhões emplacados no país. Empresas como Marcopolo e Volvo já apresentaram para comercia− lização, uma nova frota de ônibus ele− trificados, que devem ganhar as ruas a partir de 2023.

A Volvo disponibilizará ao país, em 2023, o chassi para modelos ur− banos chamado BZL que, apesar de ser uma plataforma global, teve me− tade do seu processo de desenvolvi− mento realizado por funcionários brasileiros da fábrica que a empresa mantém em Curitiba – PR.

Os primeiros lotes do chassi, que está no momento em fase de homo− logação para o mercado local, serão de unidades importadas da Suécia. De acordo com Fabiano Todeschini, pre− sidente daVolvo Buses América Lati− na, a produção local do BZL seguirá o mesmo projeto do modelo global, com o piso baixo e pacotes de bate− rias instalados no teto do veículo.

O chassi é equipado com dois motores de 200kW instalados na par− te traseira. Foi projetado para carroce− rias de 9 a 13,2 metros de compri− mento, com capacidade para trans− portar até 90 passageiros. No exterior, a montadora emprega o veículo em negócios que envolvem a oferta da energia das baterias.

Adalberto Maluf, destaca que se trata de ra mundial apostando nos ônibus elé− tricos. “Se o Brasil conseguisse criar uma política industrial, pelo menos dar isonomia para a fabricação local, po− deríamos ser um grande centro de produção e exportação dos ônibus elétricos ” , disse.

O presidente da ABVE também defende a implementação de políti− cas públicas em favor da eletromobi− lidade. “Em 2021, 6,6 milhões de veículos elétricos foram comerciali− zados no mundo, o que representa 9% das vendas globais de veículos, e muito em breve deve chegar a 20%. Hoje, 10 milhões de automóveis e comerciais leves elétricos circulam em todo o mundo, além de 600 mil ônibus elétricos. O Brasil ocupa a quarta posição entre os fabricantes de veículos pesados no mundo. Por isso, precisamos urgentemente de uma política nacional de eletromobilida−

de

Maluf também ressaltou a grande participação de etanol para impulsio− nar o processo de eletrificação. “Quase metade dos veículos elétricos são híbridos−flex, contribuindo para geração de empregos. A tecnologia do híbrido flex tem muita sinergia com etanol, que sem dúvida se apre− senta como o biocombustível mais eficiente de todos. Precisamos am− pliar a fabricação de veículos híbri− dos/biocombustíveis para geração de emprego e renda. E para garantir a sobrevivência do etanol” , explanou Maluf, que também defende a cria− ção de um pacote de incentivos para o desenvolvimento de pesquisas so− bre eletromobilidade.

Para o executivo Rafael Chang, presidente daToyota do Brasil, no país, o carbono neutro é o etanol.A mon− tadora japonesa apresentou na fábrica em Sorocaba −SP, quatro tecnologias de propulsão em sua linha veicular, híbrido flex, plug−in, totalmente elé− trico e célula de combustível.

“Não precisa deixar de lado a tec− nologia nem mesmo acabar com os motores a combustão ” , afirma Chang, destacando que o etanol é uma ótima opção para contribuir com a descar− bonização no mundo.

“Há uma faixa de latitude onde é possível produzir etanol em larga es− cala que abrange, principalmente, Brasil, África e Índia. Nessas regiões é possível que não seja inteligente dei− xar de lado o motor a combustão com propulsão híbrida Flex

Adalberto Maluf Rafael Chang

This article is from: