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Jalles Machado assina empréstimo de US$ 27,5 milhões
A Jalles Machado, sediada no estado de Goiás, contratou empréstimo de longo prazo de até US$ 27,5 milhões com a IFC, membro do Grupo Banco Mundial. O financiamento apoiará a usina no enfrentamento dos impactos econômicos causados pela pandemia da COVID-19, preservando a liquidez financeira e empregos no setor de agronegócios.
O acordo prevê que o investimento da IFC na Jalles Machado inclui um empréstimo de até US$ 20 milhões pelo prazo de sete anos com recursos próprios da IFC, e um empréstimo de até US$ 7,5 milhões pelo prazo de cinco anos, mobilizado junto ao Rabobank.
Os recursos serão destinados para assegurar que a companhia continue desempenhando um papel impor-
tante na resposta à COVID-19 no estado de Goiás, aumentando sua capacidade de produção de produtos sanitizantes e aprimorando suas embalagens, garantindo assim o fornecimento contínuo desses produtos essenciais para o enfrentamento da pandemia.
O financiamento da IFC auxiliará a empresa no fortalecimento do seu capital de giro e no reforço da liquidez, além de viabilizar a criação de um novo motivador de negócios durante a redução temporária da demanda por etanol combustível. Cliente da
FOTOS DIVULGAÇÃO
Otavio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente
IFC desde 2017, a Jalles Machado adotou e implementou os Padrões de Desempenho Social e Ambiental da IFC, ajudando a elevar o benchmark de sustentabilidade do setor.
“Desde o primeiro empréstimo, em 2017, a IFC tem nos apoiado de forma relevante não só via financiamento a investimentos mas, especialmente, na nossa busca por melhorias dos padrões de sustentabilidade socioambiental da empresa. Este novo empréstimo chancela a nossa boa parceria de longo prazo, que se mostra ainda mais importante em momentos de incertezas econômicas como o atual”, afirma Otavio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente da Jalles Machado.
“A IFC se alia aos seus clientes para auxiliar o Brasil a enfrentar os impactos econômicos negativos causados pela pandemia”, afirmou Carlos Leiria Pinto, gerente Geral da IFC no Brasil. Segundo ele, além de apoiar o aumento da produção da Jalles Machado, o investimento da IFC permitirá à empresa um protagonismo essencial durante a pandemia e estimulará, de modo geral, melhorias nos padrões de sustentabilidade na indústria de açúcar e etanol do país.
Nos últimos cinco anos fiscais, a IFC investiu mais de US$ 1 bilhão no setor brasileiro de agronegócios e florestas, em investimentos de longo prazo, incluindo US$ 479 milhões via mobilização de recursos de terceiros. No ano fiscal de 2020, os investimentos de longo prazo da IFC no Brasil, em todos os setores, totalizaram US$ 2,2 bilhões, incluindo US$ 615 milhões em mobilizações de recursos de terceiros.
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Gestores explicam como reduzir custos do plantio e replantio da cana
Webinar do JornalCana mostrou as inovações usadas por produtores e usinas
ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
De acordo com a consultoria Canaplan, a queda da produtividade agroindustrial média do setor foi expressiva nos últimos dez anos. Considerando somente a região Centro/ Sul, por exemplo, a perda foi de cerca de 2 toneladas de ATR/ ha. Isso, porque, por uma série de razões, os canaviais não receberam os investimentos necessários e as perdas foram impressionantes. Entre as consequências disso tudo, destaca-se a questão das falhas no plantio de cana.
Para debater o assunto, que envolve um gasto alto no custo final da produção., JornalCana realizou o webinar “Inovações no Plantio e Replantio de Cana-de-Açúcar” no dia 16/9 com a participação de gestores de usinas e produtores. Os participantes alertaram que é preciso levar em conta algumas ações para obter resultados positivos. Entre elas, destacaram a importância de um bom planejamento agrícola; escolher as variedades de acordo com a época de plantio; fazer a adubação e o controle de pragas daninhas.
Alecio Cantalogo Junior, gestor operacional de produção agrícola da Bevap, mostrou as novidades usadas na usina localizada em João Pinheiro (MG), onde tem 31 mil hectares de cana, sendo 100% irrigados. Desde setembro de 2019, o plantio deixou de ser mecanizado convencional e passou a ser 100% no sistema MPB.
“Há dois anos, nossos canaviais têm produtividade acima de 100 toneladas por hectares e isso devido aos investimentos em tecnologia realizados, irrigação, alterações no manejo agronômico; plantio e colheita com RTK, visando a longevidade da soqueira e treinamento constante da equipe”, explicou o gestor.
A mudança para o plantio 100% MPB foi tomada devido ao alto índice de falhas nos canaviais proporcionadas pelo plantio mecanizado. Agora este índice é de 1,5%. Além disso, a MPB possibilita a maior rapidez na
ALECIO CANTALOGO JUNIOR
JÚLIO MARCOS CAMPANHÃO
RICARDO DELARCO KAMYRO BASTOS
RODRIGO CORRÊA
introdução de uma nova variedade e reduz custos com mudas. “No plantio mecanizado usávamos de 15 a 20 toneladas de mudas e no MPB, 9500 mudas por hectares. Mas ainda existe um gargalo na operacionalização do plantio de MPB em grandes áreas comerciais”, relatou.
Júlio Marcos Campanhão, da Agrocamp, afirmou que uma das principais causas da produtividade agrícola da cana-de-açúcar estar abaixo do potencial do solo, assim como a redução da produtividade ao longo dos cortes, são as falhas presentes nestes canaviais, oriundas de todos os processos de plantio de cana, de fatores não controlados, porém, a maior representatividade está relacionada com a gestão agrícola no planejamento.
Segundo o consultor, os prejuízos causados pelas falhas em um canavial são altos. Vão desde o aumento do valor do arrendamento, já que paga se por 100 % da área, mas explora se menos; insumos e operações são desperdiçados; há ausência da produção; aumento dos custos no controle de plantas daninhas e aumento no custo da colheita.
“Um canavial com 10% de falhas acarreta um prejuízo anual de R$ 907,00 por hectare. Os dados atualmente disponíveis mostram que por um valor inferior, faz-se o replantio nesta área com resultados que se prolongam para mais quatro anos no mínimo, assim o investimento diluído nestes anos viabiliza esta técnica, tornando sem dúvida a tecnologia com maior custo x benefício dos últimos anos”, explicou.
O especialista deu como exemplo também a produção na safra passada no Centro-Sul, que foi de 590,3 milhões de toneladas, com produtividade média de 76,5 t/há, e área colhida de 7,729.000 hectares. “Considerando uma média conservadora de 12% de falhas nestes canaviais, teremos 927 mil hectares improdutivos, deixando de produzir 75 milhões de toneladas, ou seja, 25 usinas de três milhões de toneladas”, disse.
Campanhão afirmou ainda que o plantio de Meiosi contribuiu para aumentar a oferta de cana para moagem na região Centro-Sul. “E o replantio será outra importante tecnologia para alimentar esta oferta, porém, com maior potencial”, disse.
Kamyro Bastos, superintendente agrícola na BP Bunge Bioenergia, mostrou como as inovações estão sendo usadas na companhia, que tem 11 unidades em 5 estados, 450 mil
hectares sob sua gestão e uma produção de 32 milhões de toneladas de cana. Para administrar tudo isso, emprega um modelo robusto de gestão de qualidade, com uso de tecnologias para otimização de estrutura na qualidade operacional.
Bastos afirmou que a estratégia de Meiosi contribuiu tanto para o aumento do TCH dos canaviais quanto para a otimização de custo. “O grupo vem experimentando Meiosi já há três anos de maneira mais intensa. Em 2021, o volume de Meiosi irá representar mais de 50% do sistema de plantio”, contou.
Segundo ele, o sistema tem um custo bastante competitivo e vem contribuindo para a redução do custo de formação de canaviais e para o avanço do TCH da cana planta desde 2008. “O custo vem se reduzindo, sendo que reduziu 8% em 2018, e ano passado, 15%. Acreditamos que tem espaço para mais que isso”, comentou.
Outro ponto que a empresa vem experimentando é a desdobra de Meiosi com operadores “Faz sentido, porém tem que se fazer uma análise muito criteriosa do time que vai trabalhar com o sistema”, alertou.
O diretor agrícola da Usina Lins, Rodrigo Corrêa, detalhou as ações feitas na usina para conseguir canaviais mais produtivos e reduzir as falhas, que chegavam a 6%. “Pensamos até em abandonar o plantio mecanizado devido ao índice de falhas, mas com a implementação da Meiosi, baixamos esse índice para 3,5% e buscamos melhorar cada vez mais”, disse.
Além disso, conseguiram a redução dos custos, em cerca de 30%. “O que paga o investimento é a produtividade e longevidade. Esse tem sido o nosso desafio mesmo em ambiente restrito”, afirmou.
Com planejamento de aumentar a sua moagem para 4 milhões de toneladas, ante três milhões processadas na safra passada, a companhia vai fazer o replantio de 11 mil hectares este ano, sendo que 60% será pelo plantio mecanizado convencional e 40% com Meiosi. Neste caso, 75% proveniente de cana e 25%, de MPB. Além do replantio de 1.500 hectares.
Corrêa afirmou que o sucesso do plantio depende de um controle rigorosa da qualidade. Na usina buscaram adaptação do plantio às condições edafoclimáticas da região. Além do uso de tecnologias disponíveis
com foco em produtividade, longevidade e custos.
Sobre Meiosi ainda, o diretor ressaltou que o que encarece o sistema é a irrigação. “Por ser um ano atípico, com déficit hídrico, temos áreas plantadas este ano com MPB que foram preciso fazer cinco irrigações, pois o solo é arenoso e a capacidade de armazenagem da água é baixa”, explicou.
O sistema de Meiosi também foi defendido pelos produtores e fornecedores de cana da Usina Nardini, Renato e Ricardo Delarco. produtores e fornecedores de cana-de-açúcar da Usina Nardini, de Vista Alegre do Alto (SP).
“Quem quer ficar no setor de cana, tem que usar o sistema de Meiosi, pois o seu plantio é 25% mais barato que o plantio convencional. Como você vai ficar no mercado competitivo, plantando mais caro?”, perguntam os produtores, que mostraram como conseguem manter canaviais com média de 12 cortes e TCH acima de 100.
Os produtores mostraram com detalhes exemplos de lavoura com cana produtiva apesar da estiagem e, em contraste, um canavial afetado
pela seca. Como também, apresentaram outras soluções para plantio e replantio de cana com alta produtividade.
O Webinar JornalCana foi apresentado pelo jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias e contou com patrocínio da DMB — A marca da cana; HB Saúde – Humanização e Tecnologia em Saúde; Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas e S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC. Veja mais em www. usina40.com.br.