Jornal Concelho de Palmela | Edição 40

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SIGA-NOS EM WWW.FACEBOOK.COM/JORNALCONCELHODEPALMELA DIRECTORA DONATILIA BRAÇO FORTE | ANO II | EDIÇÃO Nº40 | PREÇO 0,01€ | SEMANARIO | TERÇA-FEIRA | 09.04. 2019

TÍTULO HISTÓRICO FUNDADO EM 1991

MARIA ALBERTINA

Poetisa responde ao vereador João Afonso sobre as críticas deste relativamente à escolha da Câmara do Montijo para celebração do Dia da Poesia

<<ELEVOU-SE A FASQUIA E O ORGULHO DOS SETUBALENSES>>

BANCO ALIMENTAR

P.13

Banco Alimentar Contra a Fome de Setúbal devolve terreno à Câmara de Setúbal alegando dificuldades financeiras para a construção de um pavilhão

P.8/9

Filho de Setúbal ama a cidade como ninguém e está orgulhoso com a evolução dos últimos tempos

RIO FRIO

PALMELENSE

P.11

P.15

Presidente esclarece opinião pública sobre a última Assembleia Geral de sócios

P.3

O negócio ruinoso que os portugueses vão ter que pagar em impostos


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Primeira linha

O negócio ruinoso de Rio Frio leva Estado a assumir milhões ao BCP 60 MILHÕES INVESTIDOS EM TERRENOS “FANTASMA” E CREDORES À ESPERA DE SEREM COMPENSADOS EM 100 MILHÕES DE EUROS REPORTAGEM

Miguel Garcia

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mpréstimo milionário do BCP que não exigia garantias, foi feito a empresários ligados ao antigo BPN de Oliveira Costa, para a compra do que hoje é uma herdade que nada produz e está ao abandono, moradores e trabalhadores estão preocupados com o seu futuro e o futuro daquela que já foi em tempos a “Jóia da Coroa” nacional. Quando se chega ao monte da herdade de Rio Frio é visível o estado de degradação dos edifícios existentes, numa das que já foi uma das maiores herdades do país, que abrangia os concelhos de Palmela, Alcochete e Montijo e ainda Alcácer do Sal, chegando a ter uma área equivalente a 17 mil campos de futebol. Em 20017, depois de um processo de insolvência foi criada a holding Parvalorem, entre o Estado português e o BCP, cada um com uma posição de 50% cada. No entanto o negócio faliu e o Estado, que não era credor, assumiu milhões de euros para salvar o banco Millennium BCP, mas serão os contribuintes que vão ser chamados a pagar cerca de 30 milhões de euros pela salvação de mais um banco e a herdade de Rio Frio que em tempos foi a mola real do PIB nacional, essa está ao abandono. O caso já foi comunicado ao Banco de Portugal e em breve vai chegar também à justiça portuguesa por um sócio minoritário que acusa este processo de ser um crime de burla, insolvência danosa e fraude fiscal qualificada, um negócio ruinoso, onde se compraram terras que nunca existiram e venderam-se propriedades sem se pagar um único cêntimo aos proprietários-, os lesados não fizeram nada até hoje, não apresentaram queixa não reclamaram as propriedades. Uma dessas vendas é o terreno que seria para construir a plataforma logística do Poceirão, terrenos esses que foram adquiridos pela LOGZ e que era constituída por empresas como Mota Engil e Sociedade Agrícola de Rio Frio entre outras, um terreno que valia 8 milhões de euros e foi comprado por menos de 1 milhão. A plataforma logística acabou por não ser construída e a Sociedade Agrícola de Rio Frio ficou sem o dinheiro e sem o terreno.

Corrida à compra a reboque do anúncio do novo aeroporto A compra da herdade dá-se em 2007 aos empresários ligados ao BPN e SLN, banco de Oliveira e Costa, Emídio Catum (empresário de Setúbal), Fernando Fantasia (empresário imobiliário ligado ao BPN) e Carlos Costa (empresário) que compram os terrenos da herdade com recurso a crédito de 86 milhões de euros. Por sua vez, o BCP comparticipa com 60 milhões de euros nesse empréstimo, uma operação sem recurso a qualquer garantia ou hipoteca dos terrenos. A compra é realizada depois do Governo de José Sócrates ter anunciado a construção do novo aeroporto no campo de tiro de Alcochete. Menos de um ano após a compra, o BPN é institucionalizado pelo Governo e é exigida a recuperação de créditos em mora no valor de 32 milhões de euros, créditos esses de prestações não pagas ao banco. Segundo uma reportagem emitida a semana emitida pela TVI, um dos ex-trabalhadores relatava que a gestão de negócios na herdade sempre foi duvidosa nesta administração: “O caso da cortiça está à vista de todos, quando a cortiça estava a 40 euros a arroba e foi vendida a 18 euros”. São duas centenas de credores que esperam ser pagos, só a empresa que ficou com os ativos tóxicos do BPN, a Parvalorem espera receber 44 milhões de euros, num total de cerca de 100 milhões de euros que terão que ser pagos aos credores incluindo ex-trabalhadores que esperam ver o desfecho do seu futuro e daquela que já foi a mais bela herdade da região e do país. Nove anos depois da compra a herdade de Rio Frio entrou em insolvência e nada foi feito, os credores queixam-se do administrador de insolvência nada dizer, nada fazer. Para Nuno Melo do CDS, o caso Rio Frio é “uma tragédia para Portugal”, pois uma herdade que teve a sua importância não só local e regional, mas também nacional onde já teve a maior vinha contínua do mundo e o maior sobrado do país, estar como está e num negócio que ainda não teve os culpados julgados. Muito recente o empresário Emídio Catum viu um perdão de dívida na ordem dos 700 milhões de euros, o empresário de Setúbal devia cerca de 350 milhões de euros ao BPN e que não foram cobrados. Agora e muito estranhamente o Estado português assumiu milhões de prejuízos ao BCP deste negócio, do qual não é credor e obrigando os contribuintes a pagarem cerca de 30 milhões de euros por este negócio ruinoso.

Editorial

DONATILIA BRAÇO FORTE DIRETORA DE INFORMAÇÃO

As obras das épocas

Rio Frio o negócio ruinoso

Insolvência faz cair projetos turísticos

Casas dos trabalhadores em ruinas

Placa comemorativa

É já hábito neste concelho fazer-se tudo sem a consulta do povo, recordo-me de uma discórdia na altura em que Carlos de Sousa era ainda presidente da Câmara Municipal de Palmela não ter o consenso da população da vila quanto ao derrubar da Casa do Lavrador. Contam as vozes mais “velhas” da vila que o povo não queria deixar e num dia uma máquina conseguiu fazer desaparecer a história que ali existia para dar lugar mais tarde a um largo renovado mas para muitos pouco funcional. Contra factos não existem argumentos e opiniões não se discutem, o que se resta é que o ex-libris de Palmela foi abaixo e de recordações só mesmo uma pequena obra de arte construída pelas mãos de um artesão local. Mas obras das épocas, nós temos muitas neste concelho por aí a fora, o povo caramelo viu recentemente o seu lago de “memórias” ser totalmente apagado, um lago que segundo entendidos municipais já não servia para nada. Dizem as vozes entendidas que a tubagens já não estavam boas, havia infiltrações que não eram reparáveis e uma série de defeitos que levou ao aterro de um lago que recebeu muitos momentos que ficaram na memória dos filhos da terra. Agora o que vai nascer segundo o projeto é um espelho de água, esperamos nós que esse espelho de água não fique seco, como o que aconteceu em Palmela, frente à Biblioteca Municipal, onde são mais as vezes a seco do que a molhado. Segundo sei, se não é um pinhalnovense a alertar o manobrador da máquina, até José Maria dos Santos (busto) desaparecia, será que é uma tentativa de apagar a história do povo caramelo? Bem sei que antigamente os meus conterrâneos – alguns – nem toleravam ser tratados por caramelos, ou por vergonha ou por medo dos rivais cá do alto, mas que não queriam, lá isso não queriam. De um momento para o outro, e trazido pelas mãos do saudoso Ti João Henrique (presidente do Rancho de Pinhal Novo já falecido) todos já se vestem de caramelos e defendem as tradições e culturas de um povo, mas que alguém quer apagar a nossa história, então meu povo o que dizem vocês ao desaparecimento do nosso lago? Onde temos a nossa história? Como ficamos nós os caramelos de ir e vir e os que por cá ficaram? São questões importantes que gostaria de ver respondidas. Boas leituras e boa semana.


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destaque Festival marcado pela chuva

Fátima Brinca CRONISTA

Até sei a marca que fuma! Uma gastroenterite obrigou-me a uma deslocação ao Centro de Saúde de Palmela, onde fui atendida por um simpático e atencioso médico. Mal entrei no consultório e o médico “atirou-me” de imediato “a senhora fuma”. Palavra puxa palavra e, sempre com enorme simpatia, contou-me um episódio de um homem, que fora as urgências e o médico que o atendeu até lhe disse a marca de tabaco que fumava. O médico não tinha dotes de adivinho, simplesmente vira o maço de tabaco, no bolso traseiro das calças. O caso narrado pelo médico fez-me recordar um que aconteceu com um vizinho, que veio pasmado da consulta, que teve com o médico. Mas vamos então recordar o episódio vivido pelo vizinho Manuel. Ao ser mordido por uma vespa começou a ficar com a cara completamente deformada e a sentir dores horríveis. Aflito, porque as dores não paravam, foi ao médico. O médico mandou-lhe fazer análises e exames, pedindo-lhe que aguardasse pelos resultados e quando estes estivessem prontos iriam chamá-lo. O meu vizinho foi até a porta para fumar um cigarro. Não se apercebeu que o médico, que o atendera, passou por ele para ir beber uma água ao bar. Depois de algum tempo de espera o meu vizinho Manuel foi chamado pelo médico. Este passou-lhe alguns medicamentos para combater o “veneno” deixado pela picada da vespa. Depois de observar os exames olhou para o meu vizinho e exclamou “estas máquinas são fantásticas, até informam qual a marca de tabaco que o senhor fuma…” O meu vizinho olhou-o com espanto, mas antes de ter tempo de dizer alguma coisa o médico disse-lhe “o senhor fuma ‘Negritas’, não é verdade?” A confirmação foi feita com um aceno de cabeça e o meu vizinho nem por um momento duvidou que a máquina até sabia a marca de tabaco que fumava. Afinal não eram as novas tecnologias a funcionar, mas apenas o olhar atendo do médico.

Previsões apontam para superar os 15 mil visitantes O S. PEDRO NÃO CONSEGUIU RESISTIR AO CHAMAMENTO DOS SABOROSOS MANJARES DA ARRÁBIDA E QUIS MARCAR PRESENÇA NOS TRÊS DIAS DO FESTIVAL, COM A IRRITANTE CHUVA. NO ENTANTO, AS SUCESSIVAS ABERTAS DO SOL PRIMAVERIL ACABARAM POR CONTRIBUIR PARA O SUCESSO DOS 25 ANOS DO FESTIVAL SOCIEDADE

Redação | FB

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pesar de ainda não estarem conhecidos os números de visitantes da 25ª edição do Festival do Queijo, Pão e Vinho, tudo aponta para os quinze mil, mesmo com o S. Pedro a teimar em aparecer com a indesejável chuva. A edição deste ano estabeleceu um novo recorde de cerca de 60 expositores, que apresentaram ao público os queijos e a manteiga de Azeitão, os queijos secos, o

pão caseiro, os vinhos, a doçaria, com destaque para a bolacha Piedade, as fogaças, os bombons de arrabidine e moscatel, os bolos tradicionais e as tortas de Azeitão, entre outros. O Município de Silves também trouxe as tradicionais bolachas de laranja, amêndoa e alfarroba como cartaz de visita da zona algarvia. Os frutos secos, os morangos, as laranjas, os peros e as peras também marcaram presença, a par da apetecível gastronomia, onde as ostras e o leitão foram as principais referências. Provas atraem visitantes Os produtores de queijos e vinhos apostaram forte na promoção e os visitantes puderam degustar as duas principais referências do Festival, intercalando os brancos, tintos, rosés e moscatéis com os queijos frescos, secos e de Azeitão. No dia de inauguração o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro deu o mote ao reconhecer que os organizadores

A corrida das ovelhas continua a ser a mais procurada do Festival Queijo, Pão e Vinho

do evento “estão a contribuir na missão de continuar a valorizar o território dos sabores e saberes da Arrábida”. Mas se os adultos se deliciaram com as provas, os mais pequenos puseram à provas os seus talentos de fabricarem pão e queijo, para além de fazerem os seus batismos da arte hípica.

Atividades tradicionais Se a Corrida de Ovelhas mobilizou centenas de visitantes, também a tosquia foi seguida com enorme entusiasmo, quer por crianças, quer por adultos e o artesanato com um oleiro a criar emblemáticas peças em barro perante a curiosidade do público.

Festas das vindimas aprova contas ASSEMBLEIA GERAL APROVOU POR UNANIMIDADE AS CONTAS DA ASSOCIAÇÃO DAS FESTAS DAS VINDIMAS DE PALMELA. A EDIÇÃO DESTE ANO JÁ CONTA COM NOVA IMAGEM APELATIVA E TRADICIONAL SOCIEDADE

Redação | FB

Na passada quarta-feira, 27 de março, a assembleia geral da Associação das Festas de Palmela reuniu-se para discutir e aprovar as contas daquela associação. Em comunicado enviado ao JCP adianta que “a reunião decorreu com grande dinâmica” devido à apresentação de todo o material aos associados em suporte multimédia, uma medida tomada pela atual direção presidida por Maria João Camolas. A presidente da associação fez ainda o balanço da atividade, destacando o aumento de visitantes na edição de 2018, por onde passaram nos dias da festa cerca de 400 mil visitantes e destacando a apos-

Festas das Vindimas 2018 com 400 mil visitantes ta na grande qualidade do cartaz musical, mas também o regresso do Troféu de Orientação no Centro Histórico de Palmela. Maria João Camolas na apresentação do balanço ainda referiu a importância das atividades que envolveram a essência da festa, com o setor dos vinhos a destacar-se. Outra das apostas ganhas por par-

te da direção foi a programação contínua do Pôr de Sol n’Adega e uma iniciativa também muito apreciada pelos visitantes, o concurso “A Melhor Vinha 2018”. Um dos investimentos altos foi de facto o cartaz musical e o cortejo alegórico que encantou todos os visitantes que passaram no domingo e na terça-feira por Palmela para testemunharem os dois eventos. Em comunicado a direção aponta ainda a grande <<melhoria na segurança>> pois foi um compromisso que tiveram com as forças de segurança e de socorro desde a primeira hora. A principal questão colocada pelos associados foi o habitual fogo-de-artifício, o assunto foi debatido e por unanimidade foi aceite pela assembleia as explicações apresentadas, pois a realização das festas são realizadas em altura muito critica de fogos florestais e por medidas de segurança a direção tomou uma posição de não realizar o fogo-de-artifício como habitualmente nas edições passadas, este ano será certamente uma continuidade por parte dos órgãos sociais.

Com parecer favorável pelo Conselho Fiscal, presidido por Rui Camolas, as contas do exercício foram aprovadas e já está a ser trabalhada a edição de 2019. Cartaz envolve a tradição e os costumes das gentes de Palmela Para além de todo um trabalho exigente que os membros da direção da Associação das Festas de Palmela têm em construir e elaborar todo um cartaz atrativo e apelativo para este ano, uma das primeiras linhas já está definida com a imagem vencedora do Concurso Cartaz que já começou a anunciar a 57ª edição das Festas das Vindimas. Um cartaz que mostra o cariz popular e a abertura das portas de Palmela para o mundo, como refere a página oficial de Facebook da associação, elaborado por Ana Guerreiro. A 57ª edição das Festas das Vindimas de Palmela já está com data marcada, e de 29 de agosto até ao dia 3 de setembro todos os caminhos vão dar ao Castelo de Palmela e ao Largo de São João.


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sociedade Saudações e Investimentos

Autarcas continuam a defender eliminação de portagens SETE SAUDAÇÕES E UMA MOÇÃO NA DEFESA DA ELIMINAÇÃO DE PORTAGENS MARCARAM A SESSÃO DA PASSADA QUARTA-FEIRA, ONDE OS VEREADORES ANTÓNIO BRAZ E PALMIRA HORTENSE SUBSTITUÍRAM RAÚL CRISTÓVÃO, PS E JOSÉ CALADO, DO MIM, RESPETIVAMENTE. SOCIEDADE REDAÇÃO | FB

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sessão de câmara da passada quarta-feira contou com a substituição de José Calado, pela vereadora Palmira Hortense, do MIM e do socialista António Braz, que substituiu Raúl Cristóvão. Antes da Ordem de Trabalhos aprovaram-se por unanimidade sete saudações a adegas e atletas. O vereador Luís Miguel Calha destacou as adegas do concelho que foram distinguidas em concursos, como a Casa Ermelinda Freitas, que obteve 8 Medalhas de Ouro, no Concurso Citadelles du Vin, Bordeaux, em França e 2 Medalhas de Ouro, no Concurso Vinalies Inernationales. Também a Sivipa foi premiada com duas Medalhas de Ouro, no Concurso Citadelles

du Vin, com o Moscatel Roxo Superior 10 anos, enquanto a Adega Camolas recebeu uma Medalha de Prata, no Concurso Internacional de Vinhos Bacchus, em Espanha. O vereador do Desporto, Luís Calha, apresentou mais três saudações a atletas do concelho, que se distinguiram em provas nacionais, como Rui Narigueta, que conquistou o título de Campeão Nacional de Duatlo BTT, Malvina Gomes, que se sagrou Campeã Nacional de Duatlo de BTT e Beatriz Sanheiro, atleta do Benfica, pela conquista da Taça de Portugal de Futsal. Os três atletas residem no Pinhal Novo. Bombeira por paixão Antes da ordem de trabalhos foi votado por unanimidade um voto de pesar pela morte de Abília Tiago, que foi bombeira por paixão, tendo ingressado nos Bombeiros de Palmela, em 1962, quando tinha 27 anos. No voto de pesar destaca-se que “em 1974 passou a integrar o quadro da instituição como auxiliar, e dois anos mais tarde foi galardoada com a Medalha de Duas Estrelas ‘pela sua relevante dedicação’ e “no ano de 2000 recebeu a Medalha de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses”.

Infraestruturas rodoviárias O presidente Álvaro Amaro apresentou a moção onde revelou que município de Palmela não foi contemplado no Programa Nacional de Investimentos 2030, pela requalificação das acessibilidades rodoviárias às áreas de acolhimento empresarial no concelho de Palmela. A moção aprovada por unanimidade reivindica do Governo a inclusão no PN 2030, no setor Mobilidade e Transportes, os contributos propostos que não foram contemplados a nível da requalificação das acessibilidades rodoviárias às áreas de acolhimento empresarial como a requalificação das circulares sul e norte com acessos à Autoeuropa, a execução da circular exterior à margem sul, para ligação dos principais centros urbanos mais periféricos e Áreas de Acolhimento Empresarial, incluindo troços para transporte em sítio próprio, construção das variantes às Estradas Nacionais 379 e 252 e eliminação das portagens do nó A2 entre Palmela e Setúbal. O vereador socialista Pedro Taleço destacou a importância da moção, mas fez um reparo sobre “a eliminação das portagens que estão concessionadas, apesar de reconhecer que tal medida contribuiria para descongestionar o trânsito na Volta

Recorde de participações

da Pedra”. O vereador sublinhou que “existem questões que deviam ser resolvidas de imediato para tirar o tráfego das nossas vilas, que afeta a vida dos cidadãos”. Também o vereador do PSD/CDS, Paulo Ribeiro considerou que “a moção aborda problemas relevantes, mas também faço o reparo da questão das portagens e estou de acordo com o vereador Pedro Taleço”. O autarca lembra “já votámos uma moção em que deviam ser eliminados os pagamentos das portagens, e considero que devíamos defender a abolição enquanto não se avan-

çar com a requalificação da 379 e 252”. Também o presidente da autarquia lembrou que “existiram estudos feitos no âmbito da 3ª travessia do Tejo e se forem feitas as contas com a variante 252, valia a pena equacionar e transformar este troço numa circular”. Para Álvaro Amaro “a Península de Setúbal merece mais investimento face as necessidades que tem” e “está na hora de aproveitar a estabilidade do país para fazermos valer as propostas que interessam ao concelho e à região”. A moção foi aprovada por unanimidade.

Câmara de Palmela defende a abolição das portagens

Para conhecerem saberes e sabores da Arrábida

Concurso premeia melhores queijos Políticos visitam Festival e contatam com produtores e manteiga Valente, com a Candidata ao ParlaUma dezena de queijarias participaram no 3º Concurso para os Melhores Queijos de Azeitão e Seco e a Melhor Manteiga de Ovelha. Os vencedores foram conhecidos na última hora do Festival com os organizadores do Festival e o presidente António Mestre a entregarem os troféus, este ano concebidos em bonitos azulejos artesanais.

Os vencedores foram os seguintes: Melhor Queijo Seco 1º) Queijaria Vitor Fernandes 2º) Queijaria da São 3º) Sabino Rodrigues Nos quartos lugares ficaram: Inês Marcelino, José Carlos Fernandes, JD Setúbal, Libertino Santos e Fernando Monteiro.

Melhor Manteiga de Ovelha 1º) Queijaria Vitor Fernandes 2º) Queijaria da São 3º) I Cheese 4º) Libertino Santos Melhor Queijo de Azeitão 1º) JD Setúbal de Algeruz 2º) Queijaria da São 3º) Vitor Fernandes

TODOS OS CAMINHOS FORAM DAR A S. GONÇALO DURANTE TRÊS DIAS E OS REPRESENTANTES DAS DIVERSAS FORÇAS POLÍTICAS MARCARAM PRESENÇA NO FESTIVAL PARA DEGUSTAREM OS PRODUTOS DA ARRÁBIDA

POLÍTICA

Redação | FB

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Vencedores dos melhores queijos de Azeitão

s vereadores Paulo Ribeiro, do PSD/PP, Palmira Hortense, do MIM, Mara Rebelo, Pedro Taleço e Raul Cristóvão, do PS, os presidentes das Juntas de Freguesia, António Mestre, Cecília Sousa, Jorge Mares e Manuel Lagarto e o presidente da Câmara Álvaro, que liderou a comitiva da CDU, marcaram presença na inauguração do Festival. Mas também os deputados municipais de todas as forças políticas estiveram presentes. No sábado, depois do debate sobre a Europa, na Casa Mãe da Rota de Vinhos, os socialistas rumaram a S. Gonçalo, onde se integrava a JS liderada por João Estróia e Patricia

mento Europeu, Margarida Marques, Ivan Gonçalves, deputado pelo distrito e Filipe Pacheco presidente da Federação Distrital da JS de Setúbal, que foram acompanhados por eleitos da região. A candidata da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, Laura Tarrafa, esteve no Mercado da Reforma Agrária e em contatos com a população do Pinhal Novo, terminando a visita no Festival. João Viegas, dirigente distrital do CDS/PP, também marcou presença, acompanhado de Ana Clara Birrento, Rosa Pinto, Piteira e eleitos de Palmela e Setúbal, onde contataram com os produtores. Não foi apenas a chuva que marcou presença, mas os políticos também rumaram a S. Gonçalo.

Centristas marcam presença no Festival


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tema de capa

«Hoje não há comparação entre os problemas que temos e os que herdámos.» O PRESIDENTE DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE SETÚBAL, RUI CANAS, RECEBEU O JCP PARA CONVERSAR SOBRE AS OBRAS A DECORRER, O BALANÇO DO ACTUAL MANDATO E AS COISAS POSITIVAS E MENOS POSITIVAS DE SER AUTARCA. NATURAL DE SETÚBAL, DA FREGUESIA DA ANUNCIADA QUE AGORA GERE, FOI O PRIMEIRO PRESIDENTE ELEITO DA NOVA UNIÃO DE FREGUESIAS, EM 2013, REPETINDO AGORA O MANDATO DESDE 2017.

ENTREVISTA

MIGUEL GARCIA E CARMO TORRES

Que balanço faz deste ano e meio de mandato? O balanço é positivo. Com a composição dos novos órgãos e com o reforço eleitoral, que nos permitiu outro conforto e perceber que o caminho que estávamos a seguir é o que as pessoas desejam. Com o novo executivo, foi possível distribuir o trabalho de forma mais equitativa, com as várias áreas e pelouros. No mandato anterior eu sozinho tinha a meu cargo onze pelouros, e torna-se complicado dar resposta simultaneamente a essas competências. Neste mandato queremos uma gestão mais equilibrada e chegar a áreas onde no anterior mandato não conseguimos chegar, como por exemplo criar a Unidade Local de Proteção Civil, que está prestes a surgir, com um conjunto de estruturas que serão criadas. Outra área onde também tínhamos necessidades era a criação da Comissão Social de Freguesia, e através de uma parceria que criámos com a ‘Cooperativa Seis’ e com o Projecto Siga!, que têm um cunho mais social, e já conseguimos criar um Conselho Social de Parceiros que irá dar origem a essa Comissão. Que obras foram reforçadas neste mandato? Este ano e meio foi também dedicado a duas áreas: a conclusão e reforço de uma obra importante como o Mercado do Rio Azul, que sentimos que é uma obra que ficou para além da nossa expectativa e veio engrandecer a freguesia; e o reforço dos protocolos com a Câmara Municipal de Setúbal, nos espaços verdes, limpeza urbana, arranjos de calçadas e pavimentos, além da gestão directa de pequenas

obras. Tem havido todo um processo de organização, que por vezes não é logo visível, mas que é muito importante para as populações. Temos também tido uma atenção redobrada na área da higiene e limpeza, porque sabemos que por muito que se faça, nunca está tudo feito nem como gostaríamos que estivesse. Mas já temos reforço de meios, de pessoal e organizativos. Precisamos também de uma logística de apoio aos nossos serviços operacionais, que teremos a partir de Maio. Mantemos também projectos iniciados no anterior mandato, mas também um conjunto de novidades como a 1.ª Feira dos Produtos Tradicionais, que decorreu em Vanicelos e que foi um sucesso, planeamos outra de Doçaria Regional no jardim de Algodeia, para dar alguma vida aos espaços verdes e ainda uma ‘Feira Pirata’ no Parque Urbano de Albarquel no final do mês de Maio. Tem tido dificuldade na gestão da União de Freguesias? Costuma dizer-se que ‘quanto maior é a nau, maior a tormenta’. Esta é uma freguesia com 46 mil habitantes, que abrange praticamente todo o centro histórico da cidade, tem três freguesias urbanas e uma parte rural, com três aldeias, onde moram cerca de 2 mil pessoas, que também precisam de diversidades. Os desafios que temos são resultantes da diversidade da União de Freguesias, que causa a dificuldade na sua gestão, mas também é um aliciante. Prefiro ter uma freguesia com muitos desafios e até dificuldades, mas ter perspectivas e dinâmicas, como as resultantes do movimento associativo, com o trabalho de parceria com os comerciantes e com os moradores, organizados em 17 Comissões, muitos deles dinamizados por nós e pela Câmara Municipal, e orientados para a resolução dos problemas dos seus bairros. E isso deriva também da prática política de proximidade com as pessoas, que é difícil com uma freguesia do tamanho de algumas capitais do país. E isso é conseguido com enorme desdobramento dos eleitos, participando em todas as actividades para as quais nos convidam e ainda com atendimentos descentralizados todas as quartas-feiras, bem como visitas descentralizadas, e iremos lançar no 25 de Abril o projecto «Vamos à Rua», ouvindo os moradores de determinada rua sobre os seus problemas e as nossas perspectivas de resolução

- O presidente da União de Freguesias de Setúbal gosta do contacto com a população

destes, embora o pessoa da Junta que anda nas ruas tenha também já esse encargo de ouvir queixas e no-las transmitir. A nossa função é ouvir os problemas e tentar resolvê-los, embora por vezes alguns não tenham sequer a ver com as autarquias. Quando cheguei aqui há cinco anos atrás, tinha dossiers e dossiers com problemas e abaixo-assinados de moradores com problemas por resolver, alguns com mais de dez anos. Neste momento essas queixas foram todas resolvidas. E hoje não há comparação entre os problemas que temos e os que herdámos, e dou como exemplo casos como a Quinta do Paraíso, que estava em estado lastimoso, e hoje com o envolvimento da Câmara Municipal que acionou garantias bancárias, foram refeitas as infraestruturas e obrigou os bancos a reporem em hasta pública ou a emparedar as casas abandonadas; a Urbanização da Colina de São Francisco, uma urbanização dos anos noventa que não foi concluída e não tinha sido entregue à Câmara Municipal, portanto sem espaços verdes ou varredura. Agora com a criação de uma Comissão de Moradores foi possível resolver os problemas com o empreendedor e a Junta de Freguesia já assumiu a limpeza urbana e tratamento dos espaços verdes e a Câmara Municipal fez as intervenções necessárias. E como define a União de Freguesias em termos sociais e de necessidades?

Temos pessoas carenciadas, mas já teve mais. Houve uma altura que não sabia como podia dar resposta aos pedidos que nos chegavam, com a época de 2012 e 2013 a ser muito complicada. A loja social nasceu de uma dessas necessidades, porque as famílias não precisam apenas de comida, para garantir a sua sobrevivência. Tenho de destacar o excelente trabalho de parceria que foi feito para alcançarmos estes resultados, e saliento os meus amigos aqui do ‘Casa’ me dizem que já tiveram de fornecer 200 refeições por dia e que agora estão a dar apenas cerca de 60 refeições diárias, o que é uma grande diferença. Infelizmente ainda temos problemas ao nível do emprego que actualmente se cria em Portugal, que deixa uma larga fatia de pessoas de fora, entre elas as pessoas com mais de 45 anos, que já tiveram uma profissão do sector dos serviços. Aqui em Setúbal na época do choco há cerca de 200 embarcações na pesca, mas depois o rio já não dá de comer a todos durante todo o ano, o que cria limitações. Depois temos as famílias destruturadas, que perdem também por vezes as casas, em que além de ajudar, é preciso também fazer ‘levantar do chão’, muitas vezes com o apoio da nossa assistente social, que encaminha para as instituições. Temos também um programa que apoia quem recebe o RSI, em que vêm trabalhar para a Junta de Freguesia durante um ano, encaminhadas

pela Segurança Social ou pelo Centro de Emprego, complementando a Junta de Freguesia o valor do ordenado mínimo. Neste momento temos cá cerca de 15 pessoas nessa situação, e alguns dos nossos funcionários efetivos vieram dessa situação. A obra do Mercado do Rio Azul tem sido ‘a menina dos olhos’ da União, como decorreu esta requalificação? Esta foi a obra mais complicada que aqui assumimos, mas era também um compromisso que não conseguimos realizar no mandato anterior. Quando cheguei à Junta, a ASAE tinha dado ordem de encerramento do Mercado e na altura eram 60 famílias que iam perder os seus negócios, além dos milhares de utentes que iam perder um mercado de referência. É que este não é apenas ‘mais um mercado’. Quem conhece a história, sabe da ligação identitária que ele tem à freguesia da Anunciada e à pesca, porque foi criado na década de sessenta por familiares de pescadores para vender o peixe o que estes apanhavam. Nos anos oitenta, passou para o edifício onde funcionava a antiga lota, com poucas condições, mas era uma melhoria à venda na rua, mas em 2013 estava completamente degradado. O espaço era da APSS, e por isso foi necessário encetar um conjunto de negociações para fazer a obra estrutural do exterior. Quando pensámos fazer esta obra nunca pensámos que viesse a atingir a envergadura que


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Tema de capa teve, porque não sabia por exemplo que os esgotos corriam directamente para o rio. Lamento o tempo que a obra demorou, mais de 18 meses, mas foi criado um mercado alternativo para que as pessoas não deixassem de vender, sem custos para os vendedores. Mas também a Junta não tinha 350 mil euros para adjudicar uma obra destas e tivemos de ir criando as condições, e só foi possível porque os nossos trabalhadores conseguiram fazer grande parte da obra, o que também deixou com demora alguns dos outros projectos. Esta obra tinha ainda outra condicionante: tendo o Mercado do Livramento quase ali ao lado, este mercado teria de ter as mesmas condições e dignidade. Neste momento ainda há melhoramentos a fazer para soluções de apoio ao funcionamento do mercado, com parcerias com privados. «Elevou-se a fasquia e o orgulho dos setubalenses» Sendo setubalense conhece a freguesia e a cidade como a ‘palma das suas mãos’. Como vê a evolução de Setúbal nos últimos anos? Sim, nasci na Avenida Luísa Todi, ao pé do Externato Diocesano e quando era miúdo corria por estas ruas para ir para a escola e conheço todos os ‘buraquinhos’ desta União de Freguesias, e sobretudo do concelho, porque me considero um setubalense. Como tenho a responsabilidade concreta destas três freguesias, é aqui que procuro fazer melhor, para que também Setúbal seja melhor. Em relação à evolução, vejo tudo de uma forma muito agradável. Tenho amigos meus que saíram de cá e quando voltam a Setúbal, estranham. Isto porque todos trabalhámos muito e como equipa, além de termos tido a sorte de ter um executivo e uma presidente de Câmara que considero ser a melhor autarca que tivemos, e que irá ficar na história pelo seu trabalho, e tendo três anos de mandato, acredito que ainda vai fazer muitas coisas. Também é preciso salientar que sem elevar a fasquia e o orgulho dos setubalenses, não tínhamos conseguido trazer mais turistas e investidores para a cidade, numa estratégia de requalificação, modernização e afirmação da cidade, sem descaraterizar a identidade e as tradições, que ao fim e ao cabo é o que as pessoas aqui procuram. Como é trabalhar com a presidente Maria das Dores Meira? Trabalhar com uma pessoa como ela não é fácil, mas é aliciante. Eu já era amigo dela há quase trinta anos e ela é autarca há cerca de 17 anos. E já a apreciava como uma mulher com visão e com garra, empreendedora, qualidades que trouxe para o seu trabalho autárquico. Sendo muito exigente consigo mesma, espera isso dos outros e trabalhar para obter sempre o melhor e o mais depressa possível, e estipula sempre pla-

nos ambiciosos, objetivos e elevados. Apesar de não ser setubalense de nascença, tem uma visão para o concelho, e não gosta menos de Setúbal do que os que cá nasceram. O importante não é onde nascemos, mas o que sentimos pelo local para o qual trabalhamos. E se Setúbal está ao nível onde hoje se encontra, se não fosse com alguém como a Maria das Dores Meira, duvido que o tivesse alcançado, pela sua entrega total, envolvência, capacidade de trabalho e de ouvir as pessoas e de criar um trabalho em conjunto com todas as entidades. Irá deixar saudades, mas a vida é assim, no entanto, posso também dizer que depois dela nada será como antes, porque o nível de exigência será sempre muito elevado. Será uma grande herança positiva a quem vier ocupar o cargo daqui a três anos. Setúbal vive actualmente do turismo? Setúbal vive de muita coisa, e o turismo é uma faceta importante da vida cidade. Certos tipos de investimentos podem ir e vir, como as empresas e fábricas. Agora o que é nosso, como o rio e a Arrábida, são as nossas riquezas e devem ser trabalhadas, apostando nas actividades como a pesca e a náutica. Antigamente dizia-se muito que Setúbal tinha muitas potencialidades, mas não vivemos disso, mas sim de realidades. O grande desafio deste executivo foi transformar as potencialidades em realidades, e isso passou pela aposta no turismo, que trouxe também a requalificação urbana, que no nosso caso nem passa por transformar todas as casas em realojamento local, como noutras cidades. Na zona histórica estamos a assistir à compra e reabilitação de casas antigas, o que era impensável há quatro ou cinco anos atrás, mas por pessoas que querem viver cá, estrangeiros e gente de cá. O turismo trouxe o desenvolvimento da restauração e hotelaria, a actividade marítima-turística com mais de vinte embarcações a fazer viagens turísticas. Queremos trazer ainda mais gente ao centro histórico e o projecto para o Bairro do Troino, que envolve dos moradores aos comerciantes servirá precisamente para enaltecer as tradições e fazer destes bairros zonas atrativas. A nível de segurança, como classifica a União de Freguesias? Através dos dados que nos são fornecidos pela Comissão Municipal de Segurança, que nos trouxe a perspectiva de olharmos todos para os problemas e encontrar soluções, e também através dos contactos pessoais com as forças de segurança, temos melhorado muito. Tem sido feito um trabalho de articulação e proximidade que dantes não existia. Se as autoridades identificam uma casa devoluta onde pode ser praticado o tráfico, indica-nos para que a mesma seja entaipada, e as informações que nos chegam partilhamos com as forças

de segurança e vemos que a sensação de segurança aumentou e diminuiu a pequena criminalidade. E em termos de cultura? É uma freguesia culta, basta ver que as principais instituições e os principais equipamentos ligados à cultura estão aqui na União das Freguesias, das colectividades centenárias às instituições de música e teatro. «Teremos de estar muito atentos a toda a intervenção das dragagens» Um tema que tem sido muito debatido ultimamente são as previstas dragagens no Sado. Qual a sua opinião como presidente da União de Freguesias? A minha opinião enquanto presidente é igual à de setubalense. Desde miúdo habituei-me a ver o rio ser dragado, devido à questão do assoreamento, que prejudica depois outras actividades como o porto, que é uma das mais valias na cidade, e para isso este tem de ser competitivo com cargas de valor acrescentado, como porto de primeira que é e à altura das nossas necessidades. E isso implica que o caudal do rio tenha a profundidade necessária para que estas actividades se mantenham. Sempre existiram dragagens mas tem de haver também equilíbrio, e respeitarem o que já existe. Temos de ter em conta outros factores e os impactos negativos que essas situações trazem sempre. Será preciso trabalhar para ver como se podem mitigar esses impactos nas zonas sensíveis. O nosso problema aqui, e pessoalmente sou muito sensível a isso, é onde se vão depositar os metros cúbicos de areias e o que é que esses trazem devido à sedimentação de materiais pesados resultado das indústrias que aqui já laboraram, e que será perigoso. Por esse motivo, mereceu-nos a completa reprovação a primeira proposta para a deposição das lamas. Há uma parte que será utilizada para o reforço das muralhas, sem problema, mas a parte que se ia depositar na zona da Rastinga, precisamente o canal de pesca usado pelos nossos pescadores. Isto era matar toda a vida marinha na zona, além de que aqueles sedimentos, devido aos movimentos das marés, voltariam para as zonas das praias, o que é inconcebível. Fizemos algumas reuniões com pescadores e tenho a consciência tranquila sobre o que fiz na altura. Falámos todos e eles tomaram depois várias iniciativas. Hoje acho que com essa movimentação, o plano foi alterado e a deposição está prevista numa zona proposta por eles, no enfiamento do Cabo Espichel, numa zona muito profunda e onde as marés dificilmente trarão de volta esses sedimentos. Todos teremos de estar muito atentos a toda a obra, se tudo está a ser cumprido e se será mesmo necessária toda a obra como está prevista.

Não o preocupa também a questão dos golfinhos? Dizem que as dragagens podem matar os golfinhos, mas aquilo que os mata é a poluição. Em miúdo tomava banho na zona do cais e eles entravam lá para dentro, quase se deixavam tocar, era uma colónia com mais de 70 indivíduos. Infelizmente os níveis de poluição foram matando os golfinhos, além desta colónia ser muito velha e com dificuldade em regenerar-se hereditariamente. E depois há a questão das motos de água. Qualquer miúdo com 14 anos pode utilizar uma sem licenças ou carta, quando alguém com um barquinho de madeira sem motor tinha de ter licença. Houve uma série de situações que causaram a diminuição da colónia de roazes corvineiros, e têm esse nome porque se alimentavam das corvinas, que também foram desaparecendo do Sado, tal como os chocos. E é preciso perceber os factores que levaram a esse desaparecimento. A questão das dragagens é algo de sério, com muitos aspectos negativos, mas também com aspectos positivos, e é preciso contrabalançar tudo. Que momentos o marcaram enquanto autarca? Já tive vários momentos, uns de carácter mais político, diferentes neste mandato, porque no primeiro levámos quase dois meses para constituir os órgãos da Junta, porque as outras forças políticas, nomeadamente o PS, não havia maneira de aceitar que tinha perdido, e queriam governar a Junta. Estivemos a governar esta Junta durante ano e meio com 4 elementos em 7 de outros partidos políticos, o que não foi fácil. As pessoas depois acabaram por desistir, e dar a governação à CDU, e assim deixou-se de estar por aqui de 15 em 15 dias em discussões durante a madrugada por finca-pés ‘politiqueiros’, como lhes chamo, porque entendo que a política é algo mais nobre, é trabalhar para as populações, não é a sacanice. Outro dos momentos marcantes são as realizações pela positiva, o que de melhor tem o desempenho destas funções: poder fazer coisas e resolver problemas. Comecei a minha vida profissional como animador cultural em trabalho nas autarquias e já com esta ideia de fazer coisas para as pessoas. E lem-

bro-me que nessa altura as Juntas não tinham muita dinâmica, porque também não tinham muitas verbas, limitavam-se a passar papéis. O meu antecessor quando chegou à Junta, nem computador aqui havia. Hoje uma Junta de Freguesia é uma entidade que produz, que faz obras e marca a diferença. E é isso que me marca, fazer grandes ou pequenas coisas e ajudar as pessoas. Há uns tempos tivemos um caso de um casal em que o marido ficou sem as pernas e não podia sair à rua. A filha veio cá em choro, e fomos lá ver a situação. E com a ajuda de um vizinho, que cedeu um espaço pelo seu quintal, criámos um tipo de um passadiço para que o senhor pudesse vir à rua até um pequeno espaço verde que ali estava e que também arranjámos. Infelizmente o senhor faleceu ao fim de seis meses, mas a filha veio cá agradecer e garantiu que esses seis meses ele não os teria se não fosse aquele gesto, e trouxe-me também uma carta que ele me deixou de agradecimento. Foi algo que custou à Junta mil e poucos euros, feito em dois dias, mas fez tanta diferença na vida destas pessoas. Outra coisa que ouvi muito satisfatória são os comentários dos utentes do Centro Comunitário, que celebrou agora o segundo aniversário. As pessoas dizem que o facto de o poderem frequentar está a modificar as suas vidas, porque passaram a ter um objectivo, seja de convívio ou até aprenderem informativa ou outras actividades. Comentários como ‘voltei a ser feliz’, ‘venho para aqui como se viesse para a minha família’ e ‘aqui sinto-me rejuvenescido’, fazem-me quase esquecer que tenho uma filha com 10 anos e pouco tempo passo com ela; que a minha família pouco me vê e os meus amigos pensam que já me esqueci deles e nem tenho tempo para navegar, mantendo o meu barco a maior parte do tempo ‘em seco’. Desejos para futuro? Que tudo continue como até aqui, porque ainda temos uma série de coisas para cumprir, com um calendário de coisas definidas e compromissos assumidos para com a população. O caminho faz-se caminhando e ao longo do tempo as coisas vão surgindo, porque temos de viver também o dia-a-dia e o que este me traz e aconselha.


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tema de capa Junta de Freguesia de Palmela dá louvor a Chef Doceiro local É UMA VEZ MAIS RECONHECIDO O TRABALHO DO CHEF DOCEIRO NUNO GIL, DESTA FEITA PELA JUNTA DE FREGUESIA DE PALMELA PALMELA Miguel Garcia

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Junta de Freguesia de Palmela aprovou na última reunião de executivo um voto de louvor ao chef doceiro e membro fundador da Confraria Gastronómica de Palmela, Nuno Gil, pelo trabalho desenvolvido pelo reconhecido chef. No voto a que o JCP teve acesso, o executivo de freguesia salienta que Nuno Gil é «criador de várias marcas de doçaria regional, parti-

cipou em diversos concursos ao nível regional, tendo sempre obtido excelentes classificações que muito tem honrado e dignificado a sua marca e os produtos que tem desenvolvido e que fazem parte da montra da doçaria da região». Adianta ainda o documento que «tem sido um grande contributo para a promoção do Turismo e da Vila de Palmela». Nuno Gil vê assim reconhecido uma vez mais todo o seu trabalho de pesquisa e elaboração de produtos de doçaria regional. Promotor da Fogaça de Palmela, o chef doceiro conseguiu retomar uma das mais importantes tradições locais, com a bênção da fogaça no dia de Santo Amaro que se realiza a 15 de janeiro.

Abertura de Concurso Público de 4,5 milhões de euros

Empreitada para Terminal Interface de Setúbal irá avançar A CÂMARA DE SETÚBAL APROVOU NA SESSÃO PÚBLICA DA PASSADA QUARTA-FEIRA O LANÇAMENTO DE UM NOVO CONCURSO PÚBLICO PARA A CONSTRUÇÃO DO NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO JUNTO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA, UM PARQUE DE ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO E RESPETIVAS ÁREAS E INFRAESTRUTURAS DE APOIO. SOCIEDADE

Redação e FB

A Câmara de Setúbal vai lançar o novo concurso público para a construção do novo terminal rodoviário, junto à estação ferroviária destinado a implantar a infraestrutura que permite congregar os modos rodoviário e ferroviário na Praça do Brasil. O projeto, que envolve um investimento de 4,5 milhões de euros, integra-se numa candidatura ao Portugal 2020, envolvendo a construção do novo terminal rodoviário junto da estação ferroviá-

ria, um parque de estacionamento subterrâneo e respetivas áreas e infraestruturas de apoio, sendo adjudicada a proposta economicamente mais vantajosa, determinada pela avaliação da melhor relação entre qualidade e preço. A empreitada visa congregar a intermodalidade na atual estação ferroviária da Praça do Brasil, de forma a concentrar os modos rodoviário, que se localiza na avenida 5 de Outubro e ferroviário.

Câmara de Setúbal volta a lançar novo concurso público para a construção do Terminal Rodoviário

Nuno Gil em mais um concurso de doçaria em Palmela

Bruno Vitorino preocupado com casos de violência doméstica

Setúbal regista quase dois mil e quinhentos casos SOCIEDADE

Redação e FB

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presidente da Distrital de Setúbal do PSD, Bruno Vitorino, alerta para os dados preocupantes da violência doméstica na região, que atingiu 2.458 casos em 2018. Os números alarmantes de criminalidade são liderados pelo concelho de Almada com 6.568, com o Seixal a atingir 4.142, seguindo de Setúbal com 3.952 e do Barreiro com 3.357. O distrito de Setúbal ocupa o 3º lugar do pódio da violência doméstica apenas superado pelos distritos de Lisboa e Porto. O deputado do PSD, Bruno Vitorino, revela que apresentou recentemente, no Parlamento, “cinco diplomas para melhorar a execução da lei no âmbito da violência doméstica, que passam por um agravamento da pena máxima de cinco para seis anos e pela redução da possibilidade de penas suspensas”. Bruno Vitorino faz questão de lembrar que “apesar de todo o esforço que é feito pelos ho-

mens e pelas mulheres das forças de segurança, os números do distrito continuam preocupantes. Infelizmente a sua dedicação e o seu trabalho não conseguem resolver

todos os problemas” e alerta “sem meios e sem um aumento do número de efetivos será muito difícil retirar o distrito da lista negra da criminalidade”.

Presidente da distrital do PSD preocupado com o aumento de casos de violência doméstica no distrito de Setúbal


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montijo Coordenadora de equipa de arqueólogos nega falta de pagamento pela autarquia do Montijo A ALEGADA FALTA DE PAGAMENTOS AOS ELEMENTOS DA EQUIPA DE ARQUEÓLOGOS QUE TRABALHOU EM SARILHOS GRANDES, FOI UM DOS TEMAS QUE AQUECEU A TARDE DE QUARTA-FEIRA NA REUNIÃO DA CÂMARA MUNICIPAL SOCIEDADE Carmo Torres

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tema da última reunião camarária versou a questão levantada na reunião anterior pelo vereador do PSD, João Afonso, relativa aos pagamentos que a autarquia montijense não estaria a fazer à equipa de arqueólogos encarregue das escavações em Sarilhos Grandes, a reunião da passada quarta-feira contou com o testemunho da coordenadora da equipa de arqueólogos, Paula Pereira. Na intervenção do vereador social democrata tornou a referir o assunto, lendo desta vez uma carta que a vereadora da cultura, Sara Ferreira, e o presidente teriam recebido a 13 de março, de um dos elementos da equipa, “referindo que o pagamento tem estado a ser protelado desde outubro passado”,

situação que o presidente Nuno Canta tornou a negar. “Dentro de meses falaremos novamente do assunto, mas neste momento só posso dizer que a sua atitude é prejudicial a todos os eleitos, e teremos de compreender também como o seu gabinete tem acesso a documentos que são enviados para o executivo”. A vereadora Sara Ferreira, responsável pelo pelouro, apresentou uma declaração na qual acusou o vereador João Afonso de “falta de visão, rigor e inteligência política nas declarações que transmite no seu Facebook, atra´s de um monitor e sem direito ao contraditório, além da manipulação da verdade”. Explicou depois o seguimento do projeto “que irá entrar numa fase, mas apenas quando tivermos a aprovação da Diocese e da Direção-Geral do Património Cultural, estando suspensos os trabalhos desde a apresentação dos primeiros resultados, apresentados no projeto ‘Sarilhos Grandes entre dois Mundos’. Segundo a vereadora, “realmente recebi um ofício de um dos arqueólogos, Dr. João Costa, sobre uma alegada falta de pagamentos mas cujas declarações não correspondem à verdade, nem têm qualquer fundamento, e perante

esse equívoco de imediato contactei a Dra. Paula Pereira para esclarecer esse membro da sua equipa”.

Futuro contrato não terá uma clausula daquelas em letras invisíveis

há um contrato que não foi cumprido pela Câmara Municipal , desafio-o a apresenta-lo aqui”. A discussão poderia ter terminado neste ponto, mas no período da população a coordenadora da equipa de arqueólogos interveio dirigindo-se ao vereador João Afonso e afirmando “as suas declarações sobre a vassalagem são uma afronta. Vi os posts e comentários no Facebook, e tenho a dizer que há dez anos que andamos a fazer esta investigação pro bono, com o apoio do Centro de Investigação, que nos acolheu e nos cede o equipamento de milhões

de euros. Em outubro de 2018 assumimos com a Câmara Municipal o compromisso de parar com os trabalhos e afirmo que não há quaisquer contratos de pagamentos. Sobre os documentos que o vereador João Afonso disse que teriam sido solicitados pela autarquia aos membros da equipa, como a declaração de não dívida, fui eu quem os solicitou porque serão obrigatórios logo que o projeto seja aprovado e também posso dizer que toda a atual equipa irá participar nessa segunda fase de investigação.

Vereador João Afonso

A discussão prolongou-se com João Afonso a questionar se “o futuro contrato não terá uma clausula daquelas em letras invisíveis que obrigarão os técnicos a prestar vassalagem ao OS”, afirmações que Nuno Canta considerou “uma vergonha, e não apenas para si como para o partido e os eleitores que representa. Vassalagem prestam os que andam atrás de si. Se afirma que

Sessão esclarecedora e quente

Vereador João Afonso homenageado com poema de Ti Maria Albertina A POLÉMICA ESTALOU ENTRE O VEREADOR DO PSD E TI MARIA ALBERTINA, DEPOIS DA POETISA POPULAR TER LANÇADO O SEU LIVRO NO DIA MUNDIAL DA POESIA E O APRESENTAR A CONVITE DA CÂMARA MUNICIPAL DO MONTIJO LITERATURA Júlio Duarte

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polémica está instalada entre o vereador João Afonso, no Montijo, e a poetisa ‘Ti Maria Albertina’, (figura criada por Maria Marques Jacinto). Depois da poetisa ter apresentado o seu livro a convite da Câmara Municipal do Montijo no Dia da Poesia, o vereador eleito pela coligação PSD-CDS/PP teceu críticas à escolha da autarquia quanto aos apoios dados para a edição do livro. João Afonso criticou também na sua página do Facebook a forma como o Dia da Poesia foi assinala-

do no Montijo, comentando um vídeo onde ‘Ti Maria Albertina’ dança com o presidente Nuno Canta. «É assim que a oligarquia clientelar comemora o Dia Mundial da Poesia.., repito o Dia Mundial da Poesia. A clientela recebe mais um subsídio público - enquanto isso, as escolas não têm computadores nas salas- e em troca paga com mais uns votinhos “esclarecidos”. Tudo muito fofinho regado com um bom moscatel e acompanhado com umas miniaturas, e claro ..... tudo pago pelo povo. Viva a cultura.» ‘Ti Maria Albertina’ não deixou os seus créditos por mãos alheiras e agarrando a ideia do vereador social-democrata em expressar os seus sentimentos nas redes sociais, deixou um poema dedicado ao vereador João Afonso d’Almeida que lhe deixamos aqui: Poema dedicado ao Dr João Afonso d’ Almeida de botins Pim Pim, (E atenção, com todo o respeito que tenho, e sem qualquer ofensa,

pelos “Almeidas” da minha Terra, pessoas que tanto prezo!) Sou Pela Democracia | Tia Maria Albertina Natividade da Purificação Será que humilhei alguém Com a minha poesia Não ando a enganar ninguém Sou pela democracia Liberdade de expressão

Que a arte também precisa Se sou do povo poetisa Mas se vem a castração Viva a vossa opinião Afinal como convém Mas sou pessoa de bem Amiga do meu amigo Querem-me pôr de castigo Será que humilhei alguém Pois que viva a igualdade

Ti Maria Albertina responde com humor a vereador do PSD

E diz lá mal do que é meu E diz também do que é teu Afinal por ser verdade Nem tens dó nem piedade Dos que gostam quem diria De toda a minha alegria Banalizas muita gente Que me acha muito inteligente Com a minha poesia Tens cá uma sensatez Faz um abaixo-assinado P’ró hospital do “mercado” Aterra o Tejo de vez E reduz-te à pequenez Que o que eu digo é mais além E gostam de mim por ser quem Enfrenta-te na crítica De tudo fazes política Não ando a enganar ninguém Meu Povo meu regozijo A minha gente que enfim Sinto que torce por mim Então afinal exijo Mais respeito p’lo Montijo Deixa-te de heresia Viva pois a maioria Perdeste que humilhação E assim foi a votação Sou pela democracia


12 Jornal Concelho de Palmela Terça-feira, 9 de Abril de 2019

setúbal

Mobilidade sustentável debatidas no Chipre pela ENA OS MUNICÍPIOS DE SETÚBAL, PALMELA E SESIMBRA ESTIVERAM NO ENCONTRO DE TRABALHO QUE SE REALIZOU NO CHIPRE Energias

Miguel Garcia

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oi no Chipre que a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA) e representantes dos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra estiveram para dar a conhecer o que tem sido desenvolvido a nível de mobilidade sustentável e economia circular na região dos três concelhos que se inserem

na serra da Arrábida. Para além da troca de ideias entre vários países representados na Conferência Internacional CirCIE2019 ainda foram realizadas algumas reuniões transnacionais com dois projetos em que a ENA participa como parceira, programas que contam com financiamento de fundos comunitários. O EnerNetMob é um projeto que prevê o desenvolvimento de uma Rede Mediterrânica de Mobilidade Elétrica e já conta com projetos-piloto em serviços públicos com soluções de partilha ao nível da eletromobilidade – e-car sharing, e-car pooling e por fim o e-bike.

Portugal é o terceiro país da UE que mais usa energia renovável

Banco Alimentar deixa “cair” terreno CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL APROVA REVERSÃO DE TERRENO QUE ESTAVA DESTINADO AO BANCO ALIMENTAR EM AZEITÃO. O TERRENO VALE CERCA DE 203 MIL EUROS

Direitos reservados

Júlio Duarte

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zonas rurais de medidas baseadas em energias renováveis, eficiência energética e sustentabilidade, e será desenvolvido através da concretização de projetos-piloto.

Para assinalar Mês da Mulher

Funcionárias da Câmara fabricam manta de retalhos Um grupo de funcionárias da Câmara de Setúbal criou uma verdadeira obra de arte que envolveu a fabricação de uma manta com mais de centena e meia de retalhos de crochet, macramé, bordados e colagens. A manta simboliza a união de histórias individuais numa história comum das mulheres participantes

SOCIEDADE

Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal entregou à Câmara Municipal de Setúbal uma comunicação onde informa a autarquia de não estar em condições financeiras para construir o novo armazém que estava destinado para a parcela de terreno cedida pelo Município. O terreno, que se localiza na Herdade de Negreiros, Brejos de Azeitão, tinha sido cedido pela autarquia em setembro de 2013 em direito de superfície ao Banco Alimentar. Com uma área de 8150 metros quadrados, o terreno serviria para que aquela Organização Social instalasse ali um novo armazém para produtos recolhidos em campanhas. Este ano o Banco Alimentar demonstrou que não estavam reunidas as condições necessárias para avançar com o investimento e entregou novamente o terreno ao Município de Setúbal. A proposta que foi levada a reunião pública na última semana, foi aprovada para a aceitação da reversão do direito de superfície

Já no segundo encontro foi apresentado o segundo projeto intitulado COMPOSE, que conta com onze entidades de onze países europeus e contempla a implementação em

enquanto trabalhadoras da autarquia sadina. O trabalho artístico, que já está exposto nas escadarias dos Paços do Concelho, foi realizado por Isilda Soares, Paula Lemos, Cristina Ferreira, Eunice Tavares, Clarisse Madeira, Lurdes Machete, Raquel Prazeres, Teresa Matos e Cátia Silva.

Banco Alimentar sem condições para construir novo armazém

e não haverá cobrança de <<cânon superficiário>> como estabelecia o protocolo no valor de 300 euros.

Atualmente o Banco Alimentar detém instalações no parque industrial de Vila Amélia, em Quinta do Anjo.

Obra de arte exposto nos Paços do Concelho


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mundo auto

Honda Civic Sedan 1.5 VTEC 182cv O CIVIC É JÁ UM AUTOMÓVEL PLENO DE HISTÓRIA E DESDE SEMPRE ASSOCIAMOS AO MODELO E À MARCA PARTE DO LEGADO QUE FEZ DELA UM DOS PLAYERS IMPORTANTES DO MUNDO E DO DESPORTO AUTOMÓVEL. NA FÓRMULA 1, COM AYRTON SENNA, NO CAMPEONATO DE TURISMO MAS TAMBÉM COM O CONDUTOR DO DIA A DIA. MOTOR

Jorge Farromba

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icaram célebres os motores 1.6 VTEC e o quanto se podia extrair deles para um melhor rendimento e a moda que existiu em Portugal por estes modelos. Com as restrições atuais em termos ambientais e com o desenvolvimento dos motores turbo de baixa cilindrada, a marca lança-se numa ofensiva com duas versões a gasolina (1.0 e 1.5 ), a gasóleo (1.6 com 120Cv) sendo que para este ensaio escolhemos o VTEC Turbo, 1.5 a gasolina com 182cv (no sedan só este motor e o diesel estão disponíveis). O Civic não é indiferente a ninguém, com muitos a adorarem a sua estética e outros que não se revêm na mesma, o que acaba também por definir o seu target. A frente destaca-se pelos faróis de presença em LED e com os restantes, rasgados e que acompanham o movimento esculpido da frente, com realce para as entradas de ar (que nesta versão são um elemento de design) A traseira com o seu 3º volume realça também os faróis a apelar mais uma vez a desportividade num desenho que podemos classificar como similar a um boomerang e com o duplo escape escondido nos pára choques, em ambas as extremidades do Civic. No interior a marca manteve uma postura mais tradicional e bem menos arrojada, muito similar ao que a concorrência faz, com plásticos moles, outros ainda rígidos mas onde a qualidade de construção é de bom nível. As primeiras notas vão para a excelente posição de condução (baixa), o volante que encontra o banco (de

ótima pega) e os pedais (no local correto). Tudo isto para uma utilização da alavanca da caixa de velocidades, precisa, curta e prática de manusear. Talvez esta descrição possa parecer um detalhe meramente estilístico mas mais tarde comprovamos que não o é. Nem mesmo a questão dos bancos mais baixos que permitem baixar o centro de gravidade (o banco do passageiro não é regulável em altura) não é um acaso, mas a procura pelo apuramento do comportamento do modelo. O espaço interior é de bom nível para os cinco ocupantes, a mala serve o fim familiar a que se destina e a usabilidade de quase todos os instrumentos está patente (o ecrã central ainda mantém algumas funções dispersas o que obriga a habituação). Mas é quando se liga o silencioso motor – e neste os dois tubos de escape até surgem escondidos – que se começa a compreender o motivo pelo qual este modelo cresceu exponencialmente em matérias como o comportamento, precisão, conforto e disponibilidade. Numa condução citadina apercebemo-nos do conforto e comportamento (atrás desapareceu o eixo semi-rigido e surge uma suspensão multibraços bem mais eficaz) - desapareceram os bancos mágicos - e também recordamos a vasta disponibilidade do motor. Apercebemo-nos da precisão da direção e da rapidez da caixa. Em autoestrada impera o silêncio a bordo e mantêm-se os atributos anteriores. Mas é quando colocamos o CIVIC na Base da OTA ou no emaranhado de curvas e retas da Serra da Arrábida que se compreende (e se sente) a nobreza do chassis, a elegância do comportamento, a precisão e eficácia com que tudo ocorre e … a rapidez com que este motor se mostra disponível. É fácil passarmos de um Civic Sedan calmo e sossegado para um devorador de retas e curvas sem perder a compostura. Mesmo neste ritmo, os consumos foram de 7,6 litros por cada 100km, o que é muito bom. O posicionamento da marca com o Civic 5 portas e com o Sedan é algo distinto e, ao que parece a marca tenta ter produtos interessantes

Na (H)onda da praia da Figueirinha

A marca que se conjuga com o prazer da natureza da Arrábida

O prazer de uma condução espaçosa

em ambas as versões para capitalizar para o publico de cada uma os seus clientes típicos. Uma situação é certa, quem conduziu o CIVIC da geração anterior e este, nota uma grande diferença, seja no conforto, no comportamento do modelo, na precisão da direção e na eficácia do chassis. E, não porque o anterior Civic fosse menos bom nesses domínios. Nada disso. Mas sim porque

este marca uma grande evolução muito provavelmente derivado da experiência e know-how da marca nos campeonatos onde marca presença. Preço desde 28.300€ até aos 36.000€. Versão ensaiada (33.750€) Um bom exemplo da competência do modelo foi a decisão - conseguida - da Honda, colocar os melhores tempos por volta para um

automóvel de tração dianteira em vários circuitos: • Estoril em Portugal; • Hungaroring na Hungria; • Silverstone no Reino Unido; • Spa-Francorchamps na Bélgica; • Magny-Cours em França. E isso resume o produto que a marca colocou no mercado!


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alertas & recados Semana após semana os Alertas & Recados têm chegado à redação do JCP de uma forma muito rápida, e o apontar de “dedo” por parte dos nossos leitores tem sido importante, sendo que as autarquias e instituições parecem estar atentas a esta nossa rubrica. Esta semana temos mais cinco alertas & recados que nos chegam de vários pontos do concelho

GPS não funciona A destruição de um espaço histórico! e placas deitadas!

Raquel Silva e Pedro Fialho fizeram chegar ao JCP o seu protesto sobre a nova obra que está a nascer no Jardim José Maria dos Santos, em Pinhal Novo. A leitora começa por agradecer ao nosso jornal este espaço, porque é a forma de a população ser ouvida onde às vezes se fazem <<orelhas mocas>> e quanto ao seu reparo começa:

“Exma. Sra. Diretora do JCP, fiquei deveras triste com o que se está a passar no nosso jardim, sim, porque é um espaço público e é de todos nós, uma obra que deitou um ícone abaixo sem a consulta ao povo, gentes de Pinhal Novo, um lago que já tinha alguns anos em cima e que fez parte da história e da vida de todos nós e agora isto,

arrasado, morto e apagado da memória de todos os pinhalnovense, isto é uma vergonha!”. Por sua vez, Pedro Fialho refere no seu manifesto que em tempos de juventude ainda se lembra dos jogos de primavera onde se faziam as lutas entre equipas em cima de boias e sobre as águas do lago, ao fundo estava o busto do homem que deu aos colonos as terras para que construíssem a terra que é hoje, um lago que fazia parte da história da juventude e da velhice de muitos e que agora <<alguém chega e apaga-o daquele sitio>>. A opinião de ambos os leitores é unânime: “ninguém foi chamado a dar a sua opinião quanto ao fim daquele lago”, prosseguindo “só espero que o anfiteatro ali instalado e que já foi palco de muita história cultural e que agora serve de apoio ao clube motard do Pinhal Novo que não desapareça, mas que tenha um embelezamento melhor, o que duvido, pelo que já ouvi dizer a obra que custa mais de 300 mil euros e para se fazer um recolhimento para os autocarros ali pararem, fico triste com as atitudes e éticas menos boas”. Para estes leitores o que está em causa é a obra que em nada certamente vai servir os Pinhalnovenses. Ficam as memórias fotográficas do lago e talvez do anfiteatro ali instalados.

Alegrias no caminho, tristezas no mau estado da entrada! Desta vez voltamos à zona da Palhota/Vale da Vila, na freguesia de Pinhal Novo, claro com as chuvas os caminhos ficaram em mau estado, e a Rua dos Alegrias não é regra sem exceção. O alerta chega-nos de Gertrudes Felix e diz o seguinte: “Sou utilizadora dessa rua e até da Estrada dos Espanhóis, como vi o vosso jornal e esta página de alertas & recados pensei em escrever-vos para que alguém de direito possa resolver a situação, que está à vista e como testemunha a foto, mesmo na entrada junto à placa que indica Arraiados está este buraco que já fez com que vizinhos meus ficassem com furos nos pneus e até com amortecedores da-

nificados, peço à Junta de Freguesia ou à Câmara de Palmela que faça o favor de ir ao local e tape o buraquinho que

tanto mal nos faz”. Fica aqui o alerta e o recado desta nossa leitora.

Depois de termos recebido por parte de um leitor o alerta da placa da Rua do Bocage estar deitada e no meio da vegetação, é chegada a hora de Lucília Mendes nos fazer chegar o seu desagrado para com o esquecimento por parte das autarquias de Palmela e Junta de Freguesia de Pinhal Novo nada fazerem para colocar novamente a placa de pé. A leitora começa por dizer que “é uma vergonha isto acontecer só aqui às pessoas do meio rural, pois vamos

para o centro da vila de Pinhal Novo ou Palmela e as placas até parecem estar esfregadas com Xtra” é a forma que a leitora aplica. “Temos a placa caída há mais de um ano e ninguém faz nada, sou moradora nesta rua e quando recebo visitas tenho que ser eu o GPS das minhas visitas, porque nem sinal de GPS nem placas direitas”. Fica o alerta para os serviços das autarquias locais resolverem o problema.

A chuva cai e os buracos abrem... A rua de acesso aos moinhos já foi um dos alertas que foram deixados nesta rubrica, alerta esse que veio de um leitor que não quis ser identificado, mas agora passada duas semanas, recebemos um novo alerta de um utilizador do acesso: Roteiro dos Moinhos que deixa o recado ao ICNF e às autoridades competentes. O acesso é utilizado por pessoas que praticam BTT e fazem caminhadas, mas também por moradores que têm casas nos Moinhos e como

se pode ver nas imagens o caminho está com autênticas valas. Hélio Gomes pratica BTT e sabe que quanto mais buracos encontra maior a adrenalina, mas o estado do caminho está tão mau que pode ser perigoso para quem passeia no local como até para os próprios betetistas, e deixa uma sugestão para que a Junta de Freguesia ou a Câmara Municipal de Palmela em conjunto com o ICNF possam colocar pó de pedra novamente naquele acesso.


Jornal Concelho de Palmela Terça-feira, 9 de Abril de 2019

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desporto

Presidente do Palmelense esclarece episódio “caricato” da Assembleia Geral DEPOIS DA ASSEMBLEIA GERAL DO PALMELENSE FC TER CHUMBADOS O RELATÓRIO DE CONTA DO CLUBE, JOÃO SANTOS, PRESIDENTE DOS VERMELHOS E BRANCOS ESCLARECEU O JCP NUMA PEQUENA ENTREVISTA DESPORTO Miguel Garcia

J

oão Paulo Santos, presidente do Palmelense FC falou com o JCP depois da última Assembleia Geral ter tido momentos “caricatos” e de os sócios dos vermelhos e brancos não terem deixado passar o relatório de contas do Palmelense. Pequeno apontamento O que fez com que os associados presentes não aprovassem o relatório de contas do Palmelense FC? Eventualmente a surpresa por pela primeira vez o Palmelense FC apresentar contas positivas. Mas respondendo directamente à sua questão, não me parece que alguns dos presentes estivessem na Assembleia para discutir o relatório de contas mas sim outros assuntos conexos e desse modo não se ter discutido e aprovado as contas. Ainda assim é fácil de constatar pelas pessoas presentes que os votos atribuídos a quem votou a favor por diferença de contagem, não correspondem ao número de associados na Assembleia e cuja contestação levaria à anulação da Assembleia. Esse não é contudo o caminho desta Direcção e porque estamos convictos da veracidade das contas apresentadas e da certeza de que se analisadas serão reconhecidas e aprovadas, não reclamaremos os pelos menos 12 votos a favor, em vez dos 9 atribuídos, contra os 10 de rejeição das contas. No momento mais “caricato” da AG pode-nos esclarecer o que se passa com a suposta acusação que a associada Teresa Monteiro referiu? Diz bem, “suposta acusação”, não existe qualquer acusação sobre a associada que refere, o que existe é um conjunto de dados que após a pre-

sentação pela mesma das contas da “Festa das Vindimas” levou a Direcção, em reunião de Direcção a pedir explicações pelos valores apresentados e que nunca foram esclarecidos. Para as festas de 2018, aumentou-se os preços de venda, compraram-se mais produtos (não houve sobras) e o resultado da festa quase não aumentou... e se comparadas as vendas com as contas apresentadas para 2017, até baixaram mais de 10%. Existe ou não a possibilidade de ter sido “desviado” montantes da caixa do bar do Palmelense FC durante as Festas das Vindimas? Essa possibilidade existe sempre que existem caixas de pagamento manuais, i.e., sempre que a caixa é operada por uma ou mais pessoas, mesmo em contexto profissional em que são estabelecidos procedimentos de verificação e controlo, em alguns casos até filmadas e auditadas, existe a possibilidade de desvio e por isso existirem os “subsídios de quebra” para responsabilizar efectivamente os operadores. Isto apenas para dizer que numa estrutura Associativa como a do Palmelense FC ou outra, a possibilidade de desvio é naturalmente maior, mas também o associativismo funciona com base na confiança e é essa confiança que tem que continuar a ser a base de funcionamento destas agremiações. O que está a ser feito para esclarecer o que realmente se passou. Na sequência destes não esclarecimentos e juntando outros dados que entretanto se juntaram a Direcção achou que era sua obrigação informar o Presidente da mesa da Assembleia, o qual de imediato promoveu várias reuniões dos três Orgãos Sociais de onde se decidiu promover um inquérito externo para apuramento de eventuais factos, se realmente existem ou não, existindo se podem ser personalizados ou não. O processo iniciar-se-ia comunicando aos presentes nas festas que iria haver um inquérito como aliás foi referido na Assembleia, tanto por mim como pelos dois outros presidentes dos Orgãos Sociais do Palmelense FC. Depois de apuradas as investigações o que será feito se existir na rea-

lidade esses desvios de numerários? Após o inquérito e a concluir-se pela existência de factos, com ou sem personalização os resultados serão apresentados em Assembleia Geral para que os associados decidam quais as ilações e consequências a retirar da conclusão do inquérito. Acredita que houve um erro no registo de caixa? Não sendo eu um utilizador frequente de caixas registadoras, mas do pouco que sei, claro que é possível existir erros de registo de produtos vendidos, mas do mesmo modo também é possível corrigir esses erros de modo a minimizar as eventuais diferenças. Ainda assim, mesmo utilizando uma folha de “excel” e concluindo em 5 minutos que as quantidades vendidas versus o valor vendido não correspondem, também sabemos que o indicador de quantidade funciona como um contador e que tem um limite de dígitos contáveis e que a seguir reinicia a contagem, tal e qual como o contador de Km do carro. Como são selecionados os elementos que vão trabalhar no bar durante o período das festas? O que aconteceu para que no fim da noite não estivesse alguém responsável da direção para conferir a caixa e ficar com os montantes apurados. Como referido antes, o associativismo funciona na base da CONFIANÇA e as pessoas são normalmente membros da Direcção que estejam disponíveis nesses dias e pessoas que não pertencendo à Direcção são próximas do Palmelense FC e que nos merecem inteira confiança. De referir que para além das duas senhoras que foram remuneradas para lavar a loiça, todos os restantes membros presentes nas festas estão em regime de voluntariado e não remunerados e a quem importa agradecer todo o seu empenho e esforço. Em final de noite ou de festa nunca deixaram de estar sempre pelo menos dois elementos da Direcção, infelizmente ao dia de hoje demissionários. Como presidente qual a sua

opinião sobre o que se passou na AG? Naturalmente que não me posso sentir satisfeito, não pelo facto de as contas não terem sido aprovadas, mas sim pelo tipo e modo de intervenção. As contas tiveram naturalmente um papel secundário, tendo eu, sido o alvo das questões que movimentaram a Assembleia, vincando alegadamente o meu perfil autoritário e decisor solitário ao arrepio dos estatutos. As contas conforme os estatutos podem ser analisadas por qualquer associado sempre que assim o entenda e podem ser ainda reanalisadas em próxima Assembleia para o efeito.

Realço apenas alguns números verificáveis ao longo dos quatro anos de mandato, que constam do relatório e contas de 2017-2018 e outros que estarão com toda a certeza no relatório e contas de 2018-2019, cujo exercício finda a 30 de Junho próximo. O Resultado Liquido do exercício 2017-2018 é pela primeira vez POSITIVO no Palmelense FC em 12.602,17 €, seguindo uma tendência construída com muito trabalho destas direcções ao longo dos últimos anos. Este resultado como indicado no relatório e contas do exercício anterior já poderia ter sido positivo em cerca de 46,00 €, o que não aconteceu por se incluir uma provisão para pagamento de uma coima de 9.214,72 € à Autoridade Tributária que veio a acontecer em Janeiro de 2018, ou seja neste exercício. O Passivo é outro indicador importante da actividade do Palmelense FC e que indica uma tendência de decréscimo por termos sido capazes de ir pagando as dividas acumuladas em anos passados e anteriores a esta direcção, sendo que o decréscimo mais significativo se notará no exercício de 2018-2019 por força da venda da sede e que permitiu liquidar o empréstimo ao Crédito Agrícola e

algumas dividas à Autoridade Tributária.

Diminuir o Passivo e simultaneamente ser-se capaz de aumentar o Activo é outro indicador importante a considerar e que demonstra a robustez de gestão implementada no Palmelense FC nos últimos anos. Apesar do activo ter crescido cerca de 5 vezes nos últimos 3 anos, de cerca de 32.000,00 € para aproximadamente 160.000,00 €, o verdadeiro crescimento será reflectido no exercício de 2018-2019 por força do registo do Campo Atlético Cornélio Palma em nome do Palmelense FC e que transportará o activo do clube para aproximadamente 1 Milhão de euros com óbvio impacto na Solvabilidade e Capacidade de Endividamento do Palmelense FC.

Naturalmente, que este crescimento e melhoria financeira só é possível também porque os investimentos efectuados vão trazendo os seu efeitos desportivos e consequente aumento de atletas do Palmelense FC, que com o atletismo já ultrapassa os 300. O Palmelense FC é neste momento o clube do concelho com mais atletas no futebol e sendo já o sétimo clube do distrito, mesmo estando numa área demográfica pouco favorável. Em 4 anos o futebol aumentou em 48% o número de atletas.

Ficha técnica Diretora / Editora: Donatilia Braço Forte Redação: Carmo Torres | Fátima Brinca | Isabel de Almeida | João Aguiar Cadete | Júlio Duarte | Miguel Garcia Cronistas: António Correia | Fátima Brinca | Tiago Machado Direção de arte & design: Ricardo Silva | MD Consulting Serviços Administrativos: Paulo Martins | Gustavo Perez Distribuição: DD DistNews Propriedade: PRESSWORLD Meios de Comunicação & Informação UNIP. Lda NIF: 514 965 754 Sede de Redação: Rua do Anselmo, AP. 94 * 2955-999 Palmela Contactos: 212 362 317 | 918 853 667 Detentores de 5% ou mais do capital da empresa – JDGN (100%) Email da Redação: informacao@ jornalconcelhodepalmela.pt Email da Publicidade: comercial@jornalconcelhodepalmela.pt Impressão: Coraze Tiragem: 10000 (média semanal) Registo na ERC: 127135 Depósito Legal: 442609/18


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