Jornal Concelho de Palmela | Edição 4

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Ano I . Edição nº 4 . Distribuição gratuita . Diretor: Donatilia Braço Forte

www.diariododistrito.pt 17.07.2018 Terça-feira

DESTAQUE

Os “Abandonados” do mundo rural

Um grupo de moradores do Vale da Vila e parte da Venda do Alcaide, na freguesia de Pinhal Novo, apontam o dedo aos órgãos autárquicos do concelho pelo esquecimento a que estão sujeitos (P.8)

@jornalconcelhodepalmela

REGIÃO

Escola Profissional do Montijo na vanguarda da empregabilidade Chegou à Escola Profissional do Montijo o programa INCORPORA, um programa internacional de apoio a alunos com carências económicas, que inaugurou o “Open Training Center” naquele estabelecimento (P.11)

DESPORTO

Novo relvado sintético e equipa reforçada Ricardo Cravo, treinador do Pinhalnovense revela quais os novos objetivos do clube de Pinhal Novo para a próxima época (P.14)

SINISTRALIDADE

VINHOS

REGIÃO

Autoridades preocupadas com o aumento de acidentes na EN10 e IC1. As noticias não são animadoras em questão à sinistralidade que tem ocorrido nas estradas do concelho de Palmela. As autoridades estão preocupadas com o aumento de acidentes na EN10 e IC1 (P.12)

“Ao som de saxofone bebe-se um bom vinho”. Foi o que aconteceu no passado fim de semana com o Castelo de Palmela a servir de cenário principal, onde o Jazz andou de mãos dadas com os bons néctares da região. Assim decorreram três dias de Palmela Wine Jazz (P.6)

Zé dos Gatos lembrado na edição deste ano da Feira de Sant`iago. Este ano a edição da Feira de Sant`iago vai reavivar memórias desta figura típica dos setubalenses, o “Zé dos Gatos” uma personagem que era habitual no quotidiano da cidade sadina (P.10)


A SEMANA COMEÇA AQUI Editorial

Crónicas da Nicha

Donatilia Braço Forte Diretor do Jornal Concelho de Palmela

Fátima Brinca Munícipe do Concelho de Palmela

A Revolta do Ganso e o desespero das Galinhas Longe já vão os tempos da minha infância em que fui criada na casa dos meus avós e passava horas e horas a brincar no meio das vinhas e das macieiras da tão falada Maçã Riscadinha e a ver toda a bicharada que existia naqueles terrenos. A determinada altura um Ganso passou-se da cabeça e começou a ser ele a fazer quase um 25 de abril de 1974, mas isso anos antes do verdadeiro dia da revolta... Claro que perante o Ganso revoltado a querer dar bicada em tudo e em todos, as pobres das galinhas lá iam fugindo num desespero total do “salve-se quem puder”. Hoje inicio o meu editorial assim, porque o que se está a passar com a chegada do JCP a terras do concelho de Palmela mais parece a “Revolta do Ganso” e o “Desespero das Galinhas”, e explico-vos já de seguida o porquê. Ao longo da semana temos recebido elogios de todos aqueles que nos procuram e nos querem ler, claro que as palavras que os nossos leitores nos vão transmitindo é de um puro e claro incentivo para toda a equipa que semana após semana vai fazendo sair as edições para as bancas do concelho de Palmela e dos concelhos do Montijo e Setúbal. É reconfortante para nós termos essas palavras de apoio e também de criticas, porque muitas delas são criticas construtivas e fazem com que melhoremos de edição em edição. Mas depois vem a tal história das galinhas desesperadas, isto porque o JCP renasceu de um desafio da munícipe Fátima Brinca, quando em plena Casa Ermelinda Freitas na apresentação do seu livro “Vida Parida, Vida Sofrida” nos desafiou, para lançarmos um órgão de comunicação social neste concelho. Talvez uma estrelinha lá nos céus nos tenha dado forças para relançarmos este titulo que estava parado há 27 anos desde a sua última edição em papel, e lá fomos nós para este projeto, mas muito sinceramente vos digo que não tínhamos esperança que despertasse muitas atenções, mas felizmente a aceitação foi 100 por cento e estamos cá. Mas, voltando à Revolta do Ganso, a revolta é nossa, pois somos um media com sede no concelho de Palmela, mas os apoios institucionais estão a surgir de outros concelhos. Não nos esquecemos nem podemos esquecer dos nossos amigos patrocinadores locais, pois muito nos têm ajudado para que possamos surgir nas bancas semana após semana. Já quanto aos apoios autárquicos do concelho de Palmela, esses nunca chegaram até nós, infelizmente os apoios são de outros concelhos que acreditaram em nós e neste projeto, pois somos um projeto isento e com noticias atualizadas e claras, vamos ao encontro do gosto dos nossos leitores, não somos um órgão manipulado como marionetas, mas estamos cá e estaremos cá. Já o desespero, esse é vindo de vários lados. Temos conhecimento de que o nome Jornal Concelho de Palmela ou JCP está a fazer com que muitos se sintam desesperados, ou ainda a cor do nosso cabeçalho que também tem incomodado em grande parte muitos senhores deste concelho, mas nós JCP não estamos aqui para afrontar nada nem ninguém, fazemos o nosso trabalho, que é muito gratificante, pois sabemos que por esse trabalho ser de qualidade é um trabalho reconhecido pelos nossos leitores.

A bicha fumadora Quem é que já não foi alvo da pedinchice dos arrumadores, que proliferam por todo o lado? Na cidade de Setúbal a situação torna-se ainda mais gritante porque não só temos que pagar o estacionamento, como também somos forçados a dar a moedinha ao arrumador. Alguns arrumadores até são correctos e aceitam calmamente, quando não temos moeda para lhes dar, mas as excepções são poucas. Como faço muitos trabalhos em Setúbal sou utilizadora frequente dos estacionamentos da avenida Luísa Todi, onde existem mais arrumadores, que no resto da cidade. Eles assumem o papel de polícias de trânsito e orientam a entrada e saída de veículos, num papel de verdadeiros profissionais. Um dia já ia atrasada para um trabalho e nem sequer me apercebera que apenas tinha a moeda para o estacionamento. O arrumador acorreu solícito ajudando na manobra de estacionar a viatura. Depois de meter a moeda no parquímetro expliquei-lhe que no regresso lhe daria uma gorjeta. Depois de aceitar a minha explicação pediu-me que lhe desse a ele a moeda quando voltasse. Após terminar a entrevista fui até ao café para trocar o dinheiro e arranjar a moeda para o arrumador que, pacientemente, aguardava pela minha chegada. Acertámos contas e ao afastar-me o arrumador pediu-me “não me dá um cigarrinho?” As minhas cigarrilhas de mentol são difíceis de arranjar e desculpei-me ao arrumador “não dou cigarros a homens”. O jovem olhou-me nos olhos e respondeu prontamente “ó minha senhora, não tenha problemas que eu até sou uma bicha fumadora!” Perante a pronta e divertida resposta não resisti e dei-lhe a última cigarrilha.

RECORDAR PARA VIVER

Boas leituras e um bem haja para todos vós!

Ficha Técnica Diretor: Donatilia Braço Forte Redação: Carmo Torres | Miguel Garcia | Isabel de Almeida | Pedro Carvalho | Júlio Duarte | João Aguiar Cadete | Elsa Peres Colaboradores: Professor Augusto Vinagre | Joaquim Gouveia | Luís Miguel Franco | João Estróia Direção de arte & design: Diário Design | Tiago Brás Serviços Administrativos: Paulo Martins Distribuição: DD DistNews Propriedade: PRESSWORLD MEIOS DE COMUNICAÇÃO & INFORMAÇÃO . NIPC 514 965 754 Redação: Rua do Anselmo Caixa Postal 6410, Vale da Vila, 2955-000 Pinhal Novo Email redação: informacao@jornalconcelhodepalmela.pt Email publicidade: comercial@jornalconcelhodepalmela.pt Email geral: geral@jornaconcelhodepalmela.pt Impressão: Gráfica Diário do Minho | Rua de S. Brás, n.º 1 – Gualtar | 4710-073 Braga Tiragem: 10 000 (média semanal) Registo ERC: 127135 Depósito Legal: 442609/18

2 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

Só restam as ruínas... Saudades do restaurante “ A Rosca” A Rosca” foi um restaurante de referência, ali um pouco antes da Volta da Pedra, sendo também uma discoteca. Nos anos noventa terá sido alvo de uma inspeção, encerrando as portas. Das luxuosas instalações onde as duas salas enchiam-se de clientes para degustarem as refeições de excelente qualidade, resta a destruição e vandalização a que o espaço foi sujeito. As investigações que desenvolvemos não nos permitiram saber a quem pertence o espaço, que se torna numa imagem degradante numa das entradas de Palmela.


ALERTAS

Munícipes dizem de sua justiça

PALMELA

O JCP continua a publicar os alertas Os munícipes continuam a enviar os seus alertas e situações que vão detetando na zona onde habitam.

A Praceta do Esquecimento

Fernando Silva fez-nos chegar uma reclamação onde refere que “a praceta Antero de Quental devia mudar de nome”, pois “continua tristemente esquecida”. O munícipe continua “quem aqui mora, nesta zona do lado sul do Pinhal Novo, sempre assistiu com tristeza ao esquecimento desta praceta que tem o nome de um dos mais brilhantes poetas modernos portugueses”. A praceta, destaca o morador, “nunca teve um tratamento condigno, com as árvores a resistirem, na terra de ninguém, que nem calçada já merece”. Pergunta Fernando Silva: “quando será que a autarquia se lembra desta praceta e lhe dá a dignidade que merece?”.

Executivo municipal reúne-se amanhã ASSOCIATIVISMO ● A próxima reunião pública da Câmara Municipal de Palmela vai debater vários apoios ao associativismo do concelho EDUCAÇÃO ● Autarquia de Palmela prepara regulamento para atribuição de bolsas de estudo aos alunos do concelho

De quem é a responsabilidade? MIGUEL GARCIA

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miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

Auditório da Biblioteca Municipal de Palmela vai receber amanhã, 18 de julho, pelas 15h00, a habitual reunião pública do Executivo liderado pelo presidente Álvaro Amaro (CDU).

Em cima da mesa vão estar sete propostas, sendo que na sua maioria são apoios ao associativismo do concelho, e na última proposta irá ser debatido o regulamento para a atribuição de bolsas de estudos aos estudantes do concelho.

Maria Isabel mostra-se revoltada com o que vê, junto ao prédio onde mora, ali bem perto do cemitério velho e do polidesportivo 25 de Abril. A munícipe interroga: “De quem é a responsabilidade da limpeza do terreno em frente ao polidesportivo 25 de Abril?”. E acrescenta “perguntei a um funcionário da autarquia que me respondeu que o terreno era privado e seria uma futura urbanização, mas até lá ninguém limpa colocando em perigo as pessoas que vivem nos prédios paredes meias com o feno alto”. A munícipe termina “não era obrigatório a câmara mandar os privados limparem os terrenos e se não o fizessem aplicar multas?”

Pedras fazem parte da estética?

GRUPO DESPORTIVO E RECREATIVO AIRENSE O Grupo Desportivo e Recreativo Airense aceita Propostas em carta fechada, para Cedência da Exploração do Bar da Sede, Situada na Rua do Airense Nº. 13, 2950-103 Aires-Palmela A data limite para entrega das propostas é o dia 24 de Julho de 2018, até às 23h59 Base de licitação € 300,00 (Trezentos Euros) As normas do concurso de cedência de exploração do Bar serão afixadas na Sede do G.R.Airense a partir do dia 17 de julho de 2018.

Helena Pinto deixa uma pergunta em jeito de pedido de esclarecimento “sou cliente do espaço de estética existente na praceta Antero de Quental. Há largos meses andaram a fazer reparações na canalização e retiraram pedras da calçada. Um monte de pedras ficou encostado à parede, mesmo por debaixo do placard do Gabinete de Estética”. A munícipe pergunta: “as pedras ficaram esquecidas ou servem de ornamentação?”

Todas as propostas devem ser entregues em mão a qualquer elemento da Direção em carta fechada, ou enviar por correio mencionando sempre como (Proposta) para: Grupo Desportivo e Recreativo Airense Rua do Airense Nº. 13 – 2950-103 Aires- Palmela O Presidente da Direção Mário Rui Faustino Baltazar

17 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 3


SOCIEDADE ENTREVISTA A LEONOR FREITAS

“Não posso esquecer as minhas origens rurais” Leonor Freitas não é só um caso de sucesso no mundo vitivinícola, mas uma empresária solidária, um exemplo de luta herdada das raízes rurais, que refere com orgulho. O próximo desafio para a empresária é ser a embaixadora das 7 Maravilhas à Mesa, que encara com “grande orgulho” e “sentimento de responsabilidade”. Leonor Freitas promete “tudo farei para deixar a minha região de Palmela, de onde eu faço parte, bem representada”. ELSA PERES

L

elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

eonor Freitas é uma referência na vitivinicultura do concelho de Palmela, da região e do país. A gerente da Casa Ermelinda Freitas é uma mulher de sucesso e prepara-se para enfrentar mais um desafio. JCP - Foi nomeada embaixadora das 7 Maravilhas à Mesa. Como encara essa nomeação? Leonor Freitas - Todos os desafios que aceito são interiorizados com grande alegria e persistência, neste caso poder falar da minha região de Palmela, daquilo que ela tem de melhor: as pessoas, a comida, a bebida, a história, a paisagem (o jardim de vinhas), etc, etc…. É um grande orgulho terem-se lembrado de mim e encaro com grande sentimento de responsabilidade e tudo farei para deixar a minha região de Palmela, de onde eu faço parte, bem representada. JCP - A Casa Ermelinda Freitas é uma referência no concelho de Palmela, na região e no país. Os prémios que conquistou já ultrapassam os mil. Quais os prémios que mais a honraram? LF - A Casa Ermelinda Freitas e a sua equipa, recebem cada prémio com alegria e com responsabilidade. Todos os vinhos, todos os prémios são tratados com igualdade de sentimentos, pois todos eles reforçam o trabalho de todos na Casa Ermelinda Freitas. JCP - Falar de Leonor Freitas é identificá-la como empresária solidária? LF – Como empresária tenho a consciência de que é minha obrigação, devolver a sociedade um pouco daquilo que ela me tem dado, através dos meus consumidores que tem preferido os vinhos da Casa Ermelinda Freitas. Aproveito a oportunidade para divulgar que temos ainda por vender garrafas do nosso projeto social “A Vida de um Vinho”, que podem ser adquiridas na loja da adega da Casa Ermelinda Freitas, e que ao adquirir podem ajudar os idosos da União de freguesias de Poceirão e Marateca. JCP - O Museu dos Afetos é mais que um espaço de homenagem à família? LF - O espaço de “Memórias e Afetos da Família”, não é mais do que a adega onde

tudo começou e onde a família durante gerações muito trabalhou. Como tal não há dúvida que não posso esquecer as minhas origens rurais, e homenagear a minha família que muitos valores económicos/ sociais me transmitiu tendo como base o seu exemplo de grande trabalho e proximidade ao seu colaborador. Isto foi determinante para que eu e a própria e Casa Ermelinda Freitas, sejam o que somos. JCP - A aldeia vinhateira de Fernando Pó será uma referência dos Jardins de Vinhas que tanto defende? LF - Sem dúvida!! Já o é!! E sempre foi, só falta ser cada vez mais divulgada e mais conhecida. É por excelência dentro do concelho de Palmela a região mais vinhateira e com grandes hipóteses de continuar a cativar visitantes, e surpreender os consumidores pelos seus excelentes vinhos. JCP - Como mulher de sucesso, que outras pessoas gostava de destacar? LF - Interrogo-me sempre, quando me fazem esta pergunta… E pergunto a mim própria onde estaria o meu sucesso se eu não tivesse a equipa que tenho. A família que tenho (Joana e João) a trabalhar comigo, e se não estivesse nesta belíssima região. Por fim o mais importante: onde estaria o meu sucesso se não fosse o meu muito obrigada, a muitos amigos que a maioria não conheço, que são os consumidores e vão preferindo os vinhos da Casa Ermelinda Freitas. JCP - Muitas vezes é chamada de Dona Ermelinda… e deparamos com esse brilhozinho nos olhos. Porquê? LF - Dona Ermelinda era a minha mãe!!! Claro, quem não gosta de homenagear uma grande mulher, que muito trabalhou, que muito se sacrificou, que muito educou, quando essa mulher é a minha mãe que se chamava Ermelinda. JCP - Que metas gostava de atingir nos próximos anos? LF - Quero continuar a crescer como temos crescido, dignificando a região, o trabalho rural, as pessoas, e os bons vinhos que a região da Península de Setúbal tem!.... PUB

Nas bancas todas as terças-feiras gratuitamente. 4 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018


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ATUALIDADE PRODUTORES DOS MELHORES VINHOS DA PENÍNSULA DE SETÚBAL

Castelo de Palmela foi palco do Wine Jazz VINHOS ● Os principais produtores do concelho de Palmela e da Península de Setúbal marcaram presença no Wine Jazz, que decorreu no último fim de semana, no emblemático cenário do castelo EVENTO ● Provas de vinhos e a apresentação de um novo moscatel marcaram o evento de referência e promoção dos vinhos

ELSA PERES

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elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

Casa da Atalaia ● Lurdes Atalaia surpreendeu os visitantes com a apresentação do vinho moscatel de 2015, com assinatura do enólogo Luís Silva, que identifica o “vinho de Denominação de Origem Setúbal de cor topázio com reflexos dourados”. O enólogo refere ainda que “na boca, sobressai a flor de laranjeira, a casca de laranja, os frutos secos e o mel”. Luís Silva identifica o moscatel “com um período de guarda superior a 20 anos”, que pode acompanhar “a doçaria tradicional ou o chocolate preto”. A Casa da Atalaia localiza-se em pleno Centro Histórico de Palmela. Casa Agrícola Horácio Simões ● A família da Casa

Agrícola Horácio Simões apresentou à prova o Tradição branco e tinto da casta castelão e o Bastardo 2012, um néctar inovador licoroso, de Setúbal. Os vinhos generosos, ao longo dos anos, são cuidadosamente trasfegados, provados e analisados e loteados com base nos ensinamentos deixados pelas gerações anteriores. Antes de sair para o mercado os vinhos Horácio Simões são avaliados pelos provadores da família (obrigatório representação de 3 gerações). A adega localiza-se no centro de Quinta do Anjo.

Fernão Pó Adega ● A empresa familiar de Fernando Pó

tem com o lema “a nossa filosofia é simples: criar o vinho perfeito para a mesa” e marcou presença com os vinhos tintos Fernão Pó monocasta Syrah, Fernão Pó duocasta cabernet sauvignon/castelão e Fernão Pó reserva. O enoturismo é outra vertente da adega, que ao longo do ano realiza diversas iniciativas, desde o dia da vindima ou o S. Martinho.

Quinta do Monte Alegre ● A família Santana Pereira marcou presença com vinhos memoráveis distinguidos em Portugal e no mundo, onde não faltou os moscatéis de referência. A adega possui instalações de loja e espaço de enoturismo, na Fonte de Barreira, em Fernando Pó. Mas junta também a loja e sala de provas no centro de Palmela. Os tintos, brancos, rosés e licorosos foram degustados pelos visitantes, que se deliciaram com os saborosos néctares.

Adega de Palmela ● A Adega de Palmela tem no vinho Vale dos Barris uma referência de excelência. Foram eles os reis, que conquistaram o castelo, sendo também premiados com a Medalha de Excelência para o Vale dos Barris Branco 2017 e com a Medalha de Melhor da Região. Também o Vale dos Barris Castelão 2016 foi premiado e mobilizou as provas neste fim de semana. A Adega de Palmela com mais de 60 anos aposta também nos moscatéis de qualidade, oriundos das uvas de mais de 300 associados.

m verdadeiro roteiro de vinhos marcado pela participação das principais adegas do concelho de Palmela e da Península de Setúbal, contou com a presença de centenas de visitantes, que provaram os deliciosos néctares e se deslumbraram com a paisagem natural, tendo o Rio Sado como pano de fundo.

Adega Santo Isidro de Pegões ● A adega mais

premiada da Península de Setúbal localiza-se no concelho do Montijo. Os vinhos premiados colheita selecionada branco, o tinto syrah, o touriga nacional e o Fontanário tinto, os vinhos regionais, o moscatel de Setúbal, os espumantes e os rosés desafiaram o bom gosto dos turistas nacionais e estrangeiros.

Casa Ermelinda Freitas ● Com mais de mil prémios, a

adega de Fernando Pó, cumpre a tradição de produzir vinhos ao longo de quatro gerações de mulheres. Para a gerente da adega, Leonor Freitas, o desafio “na Casa Ermelinda Freitas não se investe para fazer mais, mas sim para produzir o melhor”. E as provas no Castelo foram a confirmação dos tintos, brancos, rosés e moscatéis a desaparecerem num ápice.

Malo Wines ● A única adega do concelho de Setúbal

marcou presença com os vinhos Malo Platinum branco e tinto, registando grande adesão de provadores, talvez entusiasmados com a Grande Medalha de Ouro do Moscatel de Setúbal, da Malo Wines, conquistada recentemente no Concurso Selezione del Sindaco, em Turim, na Itália. A Malo Wines localiza-se na Quinta de Catralvos, em Azeitão.

Filipe Palhoça ● Da aldeia vinhateira de Fernando Pó vieram os vinhos da adega Filipe Palhoça, que deu a provar a Quinta da Invejosa tinto, branco e rosé. A aposta no enoturismo tem sido uma vertente de sucesso, onde dois jovens cumprem a tradição familiar dos jardins de vinhas.

Adega Camolas ● A adega familiar aposta no aspeto inovador das suas marcas, num constante desafio à criatividade, com “O companheiro” e “Dizem que é bubbles”. A Adega Camolas foi distinguida no último concurso da CVRPS com o Prémio Revelação e com a Medalha de Prata para o Camolas Grande Escolha - Castelão Vinha Velha de 1931". As provas dos visitantes incidiram nos brancos, rosés e tintos. Venâncio da Costa Lima ● A centenária adega da

Quinta do Anjo, a par dos vinhos tintos, brancos e rosés, tem como grande referência os moscatéis premiados como melhores do mundo. A Venâncio da Costa Lima passa também a ser referência no moscatel roxo de Setúbal, ocupando lugar no Top 10 Muscats du Monde em França, onde conquistou três medalhas de ouro e prata.

Quinta do Piloto ● A Quinta do Piloto “jogou” em casa,

onde esteve representado pela empresa promotora, que tem instalações no castelo. Além dos vinhos topo de gama a adega tem como enólogo Filipe Cardoso, oriundo de uma família com fortes tradições vinícolas, e também ligada ao espaço de enoturismo, uma vertente muito importante para as adegas e para a região. Para Filipe Cardoso “a história dos nossos vinhos fazem uma estreita ligação com as pessoas, que mais tarde procuram-nos nos seus países”.

6 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

Herdade da Comporta ● Adega da Herdade da

Comporta, localizada no lado de lá do Sado, onde se estendem os verdejantes arrozais, esteve no castelo de Palmela para dar à prova o Herdade da Comporta Private Selection Touriga Nacional e o Herdade da Comporta Private Selection Branco Verdelho. O rosé da Herdade da Comporta é uma referência da adega, que esgotou a produção de 2016.


EU AUTARCA ME CONFESSO...

GENTE DA NOSSA TERRA

Jorge Mares foi eleito presidente da Junta de Freguesia de Palmela para o atual mandato, tendo aprovado um acordo com o PSD/CDS.

Ti Jaime uma referência das Cabanas e do concelho

O autarca socialista confessa sentir-se “muito bem a trabalhar com uma equipa de pessoas que compreendem os deveres da Junta para com a comunidade, quer da parte do executivo, quer dos funcionários.”

Jaime Oliveira faz 93 anos no dia 25 de Agosto, nascido nas Cabanas foi emigrante em França e recebeu a condecoração grau ouro da Câmara de Palmela em 2017, na área de Economia e Comércio Tradicional.

Jorge Mares, presidente da Junta de Freguesia de Palmela “O urbanismo tem chagas que danificam o ambiente no centro histórico”

A Drogaria do Jaime funciona como ponto de encontro da comunidade cabanense há vários anos, na loja centenária criada pelo pai.

ELSA PERES

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elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

presidente Jorge Mares faz o balanço dos primeiros meses de mandato e traça objetivos para o futuro. Jornal Concelho de Palmela – Nove meses depois das eleições como tem sido o regresso a presidente da Junta de Freguesia de Palmela? Jorge Mares - Tem decorrido em permanente acompanhamento dos trabalhos da autarquia nas suas diversas vertentes e numa relação muito próxima com os cidadãos. Pugno por estar mais tempo na rua, junto das pessoas, dos problemas, das equipas, do que no meu gabinete, apesar do conforto do espaço físico. Sinto-me muito bem a trabalhar com uma equipa de pessoas que compreendem os deveres da Junta para com a comunidade, quer da parte do executivo, quer dos funcionários. JCP – Que problemas gostaria já de ter resolvido no território a que preside? JM - Muitos, nomeadamente a limpeza, a salubridade e a conservação dos espaços públicos. No plano urbanístico, as chagas que danificam o ambiente e o centro histórico, são outras das realidades que gostaria de ver resolvidas, a par de um novo dinamismo turístico que não se resuma apenas à pequenez visão de coisas fúteis, mas sim a novos horizontes em que a excelência dos produtos deverão entroncar na grandiosidade da nossa história e identidade cultural. JCP – Sei que quer que a toponímia de Palmela passe a homenagear figuras notáveis da freguesia. Que nomes aprovou a Junta para futuras ruas da freguesia? JM -Desejo que os topónimos futuros da Freguesia tenham esta particularidade, a de homenagear os e as palmelenses que se notabilizaram ao longo da vida numa entrega e dedicação às causas da nossa terra, sejam elas ao nível do associativismo, autarquias locais, história e literatura. Somos um concelho rico de gente que o fez crescer, que contribuiu para o seu prestígio. Esses nomes vão sendo divulgados à medida da aprovação pelos órgãos municipais competentes, com pena não existir novas urbanizações, para que ninguém ficasse de fora. JCP – Como tem funcionado a coligação do PS com o PSD e CDS? JM - Não chamaria coligação, mas um acordo pontual com outros partidos que se dignaram

viabilizar uma solução política para estruturar um novo executivo da Junta e que colocasse a autarquia a funcionar sem condicionalismos e restrições impeditivas da sua ação junto da população e do seu funcionamento. E, também para que o impasse de 2013 não se voltasse a repetir. O acordo está a ser cumprido e está bem de saúde. JCP– Que projetos gostava de concretizar nos próximos meses? JM - A Junta de Freguesia tem a decorrer na sequência das suas obrigações com o município, diversas delegações de competências, que felizmente vamos dando resposta, mas ao fim destes oito meses e atendendo às necessidades prementes nalgumas áreas, que são visíveis, nomeadamente na limpeza da Vila e dos centros urbanos, gostaria de poder assumir a pequena limpeza e participar numa campanha alargada de higiene urbana que urge realizar, começando nas escolas do ensino básico e jardins de infância até às instituições de pessoas da terceira idade, passando pelos espaços públicos. É urgente a promoção de uma cultura que seja transversal, que promova a cidadania nestas áreas específicas, onde se inclui o abandono de animais, a proliferação de dejetos e o cuidado do património público e histórico. Já estamos no século XXI e nota-se que ainda está quase tudo por fazer nestas áreas, que são básicas, mas que requerem uma cultura permanente de informação e educação. JCP – Uma frase que defina a Freguesia? JM - Freguesia de Palmela, Freguesia mãe, Freguesia com Identidade. Perfil Nome: Jorge Manuel Cândido Mares Idade: 59 anos Cargos autárquicos: - Presidente da Junta de Freguesia de Palmela nos mandatos de 1986/1989, 1994/1997, 1998/ 2001; - Presidente da Assembleia de Freguesia de Palmela 2013/2017 - Vereador no mandato de 2002/2005 - Membro da ANAFRE 1998 a 2001 Dirigente associativo: Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela, Associação da Festa das Vindimas e Grupo Desportivo da Volta da Pedra

A simplicidade do comerciante destaca-se “quando nasci já estava tudo feito pelo meu pai, que fez tudo pela terra de Cabanas”. ELSA PERES

J

elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

misto.

aime Oliveira, o popular Ti Jaime, começou a trabalhar com 10 anos na loja do pai, ali na rua principal de Cabanas, que se dedicava ao comércio

Quase a comemorar os 92 anos no dia 25 de Agosto, o Ti Jaime ainda se lembra “aqui vendia-se tudo, até a farinha da moagem que tínhamos ali na Estrada da Fonte do Sol”, mas destaca “quando nasci já estava tudo feito pelo meu pai”. A história de vida do Ti Jaime passa por continuar o negócio do pai em que nesses tempos distantes “os filhos seguiam os hábitos de trabalho dos pais”. Depois de cumprir o serviço militar no regimento de Infantaria 11, em Setúbal, resolveu visitar alguns países como Holanda, Alemanha, Suécia, Finlândia e França, onde ficou alguns anos e “até tenho documentos franceses” confessa. Recorda os bons momentos vividos no país da Torre Eiffel, onde “os portugueses eram muito respeitados pois ajudámos a defender a França na Guerra Mundial e alguns cemitérios estão cheios de heróis que lá morreram”. Depois de regressar a Portugal integrou a Banda das Cabanas como clarinete e recorda “naquele tempo era o escape dos jovens pois o regime salazarista não dava muitas hipóteses, nomeadamente a quem vivia fora dos centros urbanos” e a banda “integrava mais de 30 músicos dirigidos por maestros profissionais”. Jaime Oliveira faz questão de destacar “foi o meu pai que deu o terreno para a coletividade da banda, para a escola e fez tudo pela terra e nunca foi reconhecido, nem com um nome de rua” e acrescenta “fez o que era bom fazer naquela altura”.

O passado e o presente Na drogaria do Ti Jaime funcionava o único posto de correios. As pessoas vinham aqui buscar o correio, recorda, “foi o período mais negro durante a Guerra do Ultramar, quando as mães vinham à procura de cartas dos filhos e não as recebiam temendo o pior. Nessas alturas usava da minha sensibilidade para lhes mentir dizendo que o avião com as cartas tinha-se atrasado”. Os tempos hoje são outros, apesar de Jaime Oliveira considerar que o 25 de Abril “foi uma espécie de encomenda que veio pelo correio com uma embalagem muito bonita, mas depois de se abrir valeu pouco” e critica “a entrega das antigas colónias do Ultramar devia ter sido feita de outra forma e gostava que fossem distinguidas todas as pessoas que fizeram o bem do país, sem interessar as forças políticas de cada um”. No entanto não deixa de considerar que o 25 de Abril “valeu a pena, mas é preciso dar mais assistência às crianças para que possam seguir o bom caminho e apoiar as pessoas desfavorecidas para terem uma situação mehorada”. A sua vida tem sido atrás do balcão da centenária loja e confessa com satisfação “nunca tive férias e, apesar de estar numa cadeira de rodas este é o meu mundo. As pessoas são minhas amigas e é muito bom viver com as pessoas, que falam, desabafam e vão à sua vida, mas no dia seguinte regressam”. Sem esquecer a sobrinha e o filho que “me ajudam a continuar a gostar de viver”.

17 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 7


CONCELHO DE PALMELA VALE DA VILA

OPINIÃO Bruno Grazina

Líder da bancada do PS na Assembleia de Freguesia de Pinhal Novo

Serviço Público vs. “Jobs for the boys” “O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus”. A frase é de Platão e terá sido proferida há cerca de 2500 anos atrás. Hoje, dois milénios e meio depois, continua bastante adequada ao panorama socio-político existente. De facto, foi essa premissa que fez com que decidisse ter um papel mais activo na comunidade onde nasci e sempre vivi. Numa terra em que, apesar da prática de uma gestão sem qualquer visão para o futuro, o partido comunista ganhou todas as eleições autárquicas desde há 42 anos com percentagens estrondosas (até 2017 o pior resultado deste partido na freguesia de Pinhal Novo tinha sido 48%, tendo em 2017 registado o pior resultado da história com 43,93%), assumir frontalmente o papel de oposição e conseguir mudar alguma coisa seria uma “missão suicida” para muitos. No entanto, para quem quer realmente mudar a sua terra, estes não passam de meros dados estatísticos e a vontade de participar e dar um singelo contributo para o desenvolvimento da nossa comunidade fala mais alto. Ter ou não esta visão é, na minha opinião, a primeira linha que separa quem está na política para dar um contributo cívico de forma altruísta e quem está na política por “carreirismo”. Há cinco anos que desempenho funções como autarca, de Setembro de 2013 a Outubro de 2017 como membro da Assembleia Municipal de Palmela e desde Outubro de 2017 como membro da Assembleia de Freguesia de Pinhal Novo, depois de sido candidato a Presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo pela lista do Partido Socialista (tendo perdido as eleições, apesar de ter aumentado significativamente o número de votos nesta força, inclusivamente com uma votação mais alta em votos e percentagem que o PS nesta freguesia para a Câmara Municipal de Palmela). Nestes cinco anos de funções autárquicas, tive a honra de já ter conseguido defender e concretizar algumas causas e ideias, de ter sido o autarca mais jovem a liderar uma bancada na Assembleia Municipal (por duas vezes, em substituição) e de ser o autarca mais jovem a liderar uma bancada na Assembleia de Freguesia. Mas orgulho-me sobretudo do facto de, neste período, ser o único autarca do concelho com assiduidade de 100%. Nestes cinco anos nunca faltei a uma reunião dos órgãos autárquicos para os quais estive/estou eleito. Entendo que isso não é mais que a minha obrigação mas, infelizmente, nem todos os eleitos locais podem dizer o mesmo. Tendo em conta a “tradição” dos últimos anos, depois de uma previsível derrota, o caminho mais fácil para o cabeça de lista do PS na Freguesia do Pinhal Novo, seria renunciar ao mandato e pensar “noutros vôos”. Pessoalmente, abomino e repudio por completo esse tipo de visão mesquinha e oportunista. Para mim não há “outros vôos”. Não há candidaturas a uma eleição como rampa de lançamento para outras. Esta é a segunda linha que separa quem está na vida pública por gosto e vocação e quem está para “ir orientando a vidinha”. E sendo dos primeiros não admito ser confundido com os segundos. Por isso não renunciei nem irei renunciar ao mandato na Assembleia de Freguesia de Pinhal Novo. Faço ainda questão de reiterar que os 2071 Pinhalnovenses que me honraram a mim e à minha equipa com o seu voto têm e continuarão a ter alguém que dê voz aos seus problemas e legítimas expectativas nos locais próprios. Esclareço ainda que desde Outubro de 2017, recebi a quantia total de 36,64€ respeitantes a senhas de presença de duas reuniões e que estas senhas são a única quantia que aufiro no exercício das minhas funções autárquicas (e que nada têm a ver com os 1.907,58€/mês que ganha o Presidente da Junta de Freguesia, os 3.624,41€/mês que aufere o Presidente da Câmara Municipal ou os 2.899,53€/mês que aufere um Vereador a tempo inteiro). Procuro ouvir os cidadãos sempre que possível, esclarecendo-os e partilhando a informação que disponho. Já fui diversas vezes abordado de formas caricatas e inusitadas, enquanto estava na minha vida privada (p. e. enquanto assistia a um jogo de futebol ou enquanto assistia a um concerto), e tento sempre ter a humildade e a hombriedade para perceber e respeitar que o cidadão que teve o interesse de questionar está apenas a exercer o direito que lhe assiste de ser informado. E não importa se o momento é ou não oportuno. Acredito que um autarca deve sempre ter as portas abertas aos cidadãos e isso implica a existência de disponibilidade permanente. Assumi também o compromisso de verificar, monitorizar e fiscalizar as várias matérias de competência da freguesia, deslocando-me para ver os problemas in loco. Tenho ainda ouvido e reunido com fregueses, associações e empresas locais, sempre que o solicitam, porque entendo que o diálogo entre os agentes e as forças vivas é essencial para que consiga fazer o melhor trabalho autárquico possível. Para honrar estes compromissos desloco-me por viatura própria e os gastos em combustível para estas deslocações têm tido o valor médio de 35,00€/mês. Assim, o valor auferido desde o início do mandato até hoje chegaria apenas para cobrir as despesas decorrentes das minhas funções no período de um mês. Para o conseguir fazer, financio estas despesas com recursos próprios, provenientes do salário que aufiro no seguimento da profissão que exerço no sector privado (sem qualquer ligação política). Esta é a terceira – e a derradeira linha que distingue um cidadão que apenas quer dar o seu contributo cívico de um indivíduo oportunista e carreirista. Pertenço aos primeiros por gosto, porque quero e porque acho que tenho conhecimentos e capacidades que podem ser uma mais valia para esta comunidade. Não espero nada em troca porque a minha conceptualização de serviço público não é receber o que quer que seja mas apenas e só dar o meu pequeno contributo. Peço apenas uma coisa aos cidadãos: que não me misturem, confundam nem coloquem no mesmo saco daqueles que nada fazem sem a política e que através da subserviência aos aparelhos partidários vão conseguindo garantir a sua subsistência. Acredito que aqueles que se alimentam dos “croquetes das inaugurações” e vão vivendo das regalias e das danças de lugares na Administração Pública não têm nem nunca terão a espinha dorsal nem a ética necessárias para a vida pública. Serão sempre maus políticos. Nos dias de hoje, é fundamental separar o trigo do joio, discernindo quem anda na política para servir e quem anda na política para se servir. Porque no fim de contas, e contrariamente ao que muitos pensam, os políticos não são todos iguais. De todo.

8 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

“Só pensam em nós quando existem eleições” ABANDONADOS ● Um grupo de moradores que habita na rua dos Ferroviários

e Aceiros do Anselmo e Miranda, na zona do Vale da Vila e Venda do Alcaide, dizem-se abandonados à sua sorte naquelas zonas rurais mais a nascente da sede de freguesia LIXOS, BURACOS E ERVAS ● São os problemas mais apontados pelos moradores que apontam o dedo à Junta de Freguesia de Pinhal Novo e Câmara Municipal de Palmela. MIGUEL GARCIA

U

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

m grupo de moradores das zonas do Vale da Vila e da Venda do Alcaide apontam o dedo ao esquecimento que são alvo por parte da Junta de Freguesia de Pinhal Novo e da Câmara Municipal de Palmela. Um desses moradores, que pediu à nossa equipa de reportagem para não ser identificado, adiantou que “somos pessoas esquecidas que estamos para aqui, reparem, nós nas eleições autárquicas somos lembrados por todos os partidos que concorrem à Junta de Freguesia de Pinhal Novo ou à Câmara Municipal de Palmela, nas últimas eleições nem isso fomos, pois deviam de ter ou medo ou vergonha de nos enfrentarem”. O JCP esteve na rua dos Ferroviários, localizada na zona rural da freguesia de Pinhal Novo, que há uns anos recebeu uma obra de fundo de renovação de todo o ramal de esgotos, num investimento autárquico realizado pela então presidente Ana Teresa Vicente. Todo o detrito de alcatrão foi remexido por causa da obra e até hoje a rua não levou mais nenhuma intervenção de melhoramento por parte da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal. “Esta rua como podem ver está toda cheia de buracos, já houve vizinhos que rebentaram com pneus e suspensões por causa dos buracos ali a meio, que são autênticas crateras, onde os carros quase que batem com os para-choques dentro dos buracos”, diz Manuel Dias com uma voz de revolta. E aponta-nos uma outra situação “estão a ver aqui ao lado esta erva toda? A erva só tapa um perigo, estamos a falar de uma vala de quase metro e meio de fundo. Nem limpeza, nem resolução para deixarmos de ter aqui esta vala. Ela faz falta, porque nos invernos a rua fica alagada aqui em cima. Temos aqui perto desta casa que está ao inicio da rua, um viaduto que está completamente tapado, não há escoamento e a água vem toda para cima”. Lembra ainda que há dois meses um condutor para se desviar de um outro ficou com a carrinha dentro da vala, “não sei se teve algum dano no carro, mas que ficou meio dentro e meio fora, ficou”.

Outro problema que é apontado pelos moradores que se dizem revoltados com os ‘ouvido moucos’, é a falta de limpeza de bermas, e dizem que a Câmara Municipal não tem <<moral>> para notificar nenhum munícipe, porque a autarquia não dá ela o exemplo. Ao longo da rua do Trabalhador Rural é visível testemunhar que as bermas não existem e estão com muita vegetação e a estrada de alcatrão que liga a Lagoa da Palha à Palhota é quase um quebra-cabeças para quem a utiliza todos os dias devido à falta de manutenção da via. Foi no início do ano de 2018 que a Câmara Municipal de Palmela decidiu implantar no cruzamento do Vale da Vila um sistema de sinalização luminosa automática, uma empreitada de 40.135,70 euros e com um prazo de execução de 60 dias. A empresa Eyssa-Tessis. S.A, concluiu os trabalhos nos finais de fevereiro deste ano, mas a sinalização luminosa continua sem estar ligada. Pedro Santos, morador próximo da rua das Palmeiras, Vale da Vila, explicou que “depois de ter-se dado mais um acidente neste cruzamento e de o mesmo ter sido noticiado, é que se ouviu a Câmara Municipal de Palmela falar sobre a colocação destes sinais luminosos. Vieram colocar nos inícios do ano e a sua obra concluída em fevereiro, mas a partir dessa altura e até agora, reparem, estamos em julho e só temos os postes e os sinais, mas infelizmente desligados, não temos mais nada” e este morador vaticina ainda que “os sinais só serão ligados quando houver registo de um acidente bastante grave naquele cruzamento”. “Nós só queremos que os nossos autarcas se lembrem de nós, pois pagamos os nossos impostos tal como os outros habitantes deste concelho, mas não temos condições para morar na zona rural. Pois se optamos por deixar as grandes cidades pelo campo é porque a qualidade de vida deveria de ser bastante melhor do que a que temos atualmente”, lamenta. O JCP contactou com a Câmara Municipal de Palmela para mais esclarecimentos sobre os problemas apresentados pelo grupo de moradores, aguardando uma resposta do município.


OPINIÃO Luís Miguel Franco Ex-presidente da Câmara de Alcochete

O Estado da Nação Num País cujos habitantes e visitantes deveriam estar a desfrutar dos prazeres lúdicos e estivais que este julho teimosamente não tem permitido, a semana transacta proporcionou-nos prolixas temáticas de interesse. Poderíamos, sem que críticas se suscitassem, reflectir, na esteira dos milhares de comentadores que quotidianamente, na imprensa escrita, radiofónica ou televisiva, tecem os seus doutos e fundamentados argumentos relativamente a crises conjunturais e/ou estruturais em determinados e ilustres emblemas, aos motivos da expectável prestação desportiva da selecção e, ainda, às repercussões globais da transferência de residência clubística de uma marca global e comercial, numa deriva mediática intoxicante e contraproducente, porquanto conducente à exaustão. Poderíamos abordar o nada surpreendente estudo que constata a existência de uma significativa depauperação económica e financeira da Região de Setúbal e respectivas populações no que respeita aos indicadores económicos comparados com as congéneres do norte da Área Metropolitana de Lisboa, na medida em que, no momento da concepção do actual quadro comunitário, manifestámos o entendimento de que deveria ser consagrada uma discriminação positiva de maior participação dos municípios e agentes económicos e empresariais da região nos fundos comunitários, mitigando-se, assim, progressivamente, essa evidente e crescente assimetria regional.

Concentremo-nos, porém, na política nacional e no seu momento recente de maior relevância – o Estado da Nação. Aparentemente imune a superstições associadas à data, o debate referente ao Estado da Nação realizou-se no contexto da pretensa tensão existente entre os partidos políticos que, no plano parlamentar, construíram plataformas de entendimento que conduziram à presente solução governativa e da crescente tendência para aparentar inexistência de consciência das políticas outrora implementadas que o PSD e o CDS-PP vão protagonizando. No que respeita a esta solução governativa e políticas que tem vindo a assumir, importa afirmar, sem hesitações, duas relevantes convicções pessoais. A primeira é a de que o País e os portugueses se encontram num estado claramente mais positivo, comparativamente com o estado comatoso em que se encontravam no momento anterior a esta legislatura. A segunda é a de que a recuperação e a instituição de um padrão de qualidade vida digna generalizada estão distantes da sua concretização. Ou seja, se estamos melhor, não estamos, no entanto, totalmente bem e, inversamente, a afirmação de que ainda não estamos no patamar desejável não prejudica a constatação de que a dialéctica intrínseca aos acordos político-partidários tem permitido a consecução de resultados positivos. Este estado de honestidade intelectual pessoal não se conforma e resigna com as reverberações críticas provindas dos partidos da direita parlamentar que, tendo personificado e promovido orgulhosamente as políticas que nos provocaram o estado comatoso anterior, exercitam agora, em termos populisticamente irrevogáveis, comportamentos que intentam induzir a amnésia na pieguice nacional que, confrontada com o desemprego, a emigração e a miséria, lhes ousou inutilmente reivindicar mais e melhores condições de vida. No que me respeita, nunca esquecerei. (Este texto foi escrito, por vontade do autor, em conformidade com a anterior ortografia)

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SETÚBAL AQUI TÃO PERTO INAUGURAÇÃO NO PRÓXIMO SÁBADO, 21 DE JULHO

Agenda Cultural

Clemente lança novo trabalho O artista setubalense Clemente vai realizar espetáculos de norte a sul do país, onde apresentará o novo álbum de verão “Amores e Amores”, para além de êxitos do seu vasto reportório

Mascote do Zé dos Gatos é referência na Feira de Sant’iago FEIRA ● A Feira de Sant’iago com mais de 400 anos de história vai prestar homenagem à figura típica Zé dos Gatos numa mascote da autoria do designer Zé Nova VINHOS ● A inauguração oficial da Feira de Sant’Iago 2018 será inaugurada

no próximo sábado, dia 21 de Julho, às 20h30, no Pavilhão Vinhos de Setúbal, com o espetáculo de animação, do TAS “Era o vinho, meu bem, era o vinho” ESPETÁCULOS ● A Feira deste ano vai oferecer diversos espetáculos com artistas nacionais e locais em vários palcos ELSA PERES

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elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

Feira de Sant’iago começa no dia 21 de Julho e prolonga-se até 5 de Agosto, com diversos espetáculos de animação em vários palcos. No Palco Setúbal decorrem as atuações de artistas de renome nacional e internacional, envolvido com vários bares e tasquinhas gastronómicas. Richie Campbel, Matias Damásio, Bonga, Ricardo Ribeiro, Mão Morta, Marta Ren, T4X1 (ex-Taxi), Gisela João, D.A.M.A., Fernando Daniel, Emanuel, Fonzie e The Gift são os artistas que estarão no evento deste ano.

No Palco Baco junto ao Pavilhão Vinhos de Setúbal, realizam-se vários espetáculos de fado, mas também de cante alentejano. No pavilhão da CVRPS haverá apontamentos musicais, oficinas de artesanato, experiências interativas, provas de vinho e degustações. Os visitantes terão oportunidade de ficar a conhecer os espaços Freguesias de Setúbal, preenchido pelas cinco juntas de freguesia do concelho.

A Praça do Bares é um espaço de gastronomia com animação musical.

Este ano a Câmara irá oferecer um novo espaço, que inclui um circuito de arborismo, com obstáculos de cordas, uma zona de jogos tradicionais, a Quinta Pedagógica Herdade da Gâmbia – O Lugar do Pernilongos, que divulga atividades típicas do campo, um espaço de adoção de animais de companhia, um picadeiro e a pista de BMX. Um slide de 140 metros, uma roda-gigante com vista para a cidade e um serviço de aluguer de transportes elétricos individuais para deslocações no recinto são outras das novidades, para além da autorização da entrada de animais de companhia.

O Palco dos Sentidos recebe animações e exposição de atividades dinamizadas pelos serviços de cultura, juventude, desporto, inclusão social, bibliotecas e museus da Câmara Municipal.

Este ano estão representados 40 setores de atividade diferentes, para além de um Eco Evento Amarsul, que envolve a realização de várias atividades e ações de sensibilização para a proteção do meio ambiente.

A Praça Mundo está reservada para as tasquinhas gastronómicas, dinamizadas pelo movimento associativo de Setúbal, enquanto no Palco Mundo realizam-se espetáculos que refletem a riqueza multicultural do concelho.

O recinto, de entrada livre, está aberto ao público de segunda a quinta-feira das 18h00 à 01h00, na sexta-feira até às 02h00, ao sábado das 16h00 às 02h00, encerrando à 01h00 ao domingo.

“Amores e Amores” dá nome ao single e assinala o regresso de Ramon Galarza, após de mais de vinte anos, sem compor para o cantor setubalense. Clemente volta a apostar num tema da música popular portuguesa, que irá fazer a delícia de muitos admiradores, que mantêm uma fidelização com o cantor, que se popularizou com êxitos como “Vais Partir”, “A colmeia do Amor” e “Canção dos teus cabelos”.

Além do parqueamento automóvel disponível, os visitantes podem utilizar o serviço de transportes público especificamente adaptado para o certame. As carreiras 604 e 609 da TST têm o horário alargado durante o período da feira, tendo sido criadas as carreiras 651 e 652 especificamente para deslocações entre a cidade e o recinto. A carreira 651 liga o evento ao Mercado do Livramento, enquanto a 652 estabelece a ligação com a zona da Varzinha. Estas duas carreiras têm um bilhete de bordo de apenas um euro por viagem.

Nas bancas todas as terças-feiras gratuitamente.

Casa da Poesia oferece “banho de poetas” A Casa da Poesia de Setúbal vai promover diversos livros e poetas durante a Feira de Sant’iago No stand da dinâmica instituição haverá “banho de poesia” para todos os visitantes, que irão inter-agir com os poetas presentes e conhecer as suas publicações.

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10 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

Clemente é um dos artistas mais emblemáticos e está a comemorar 45 anos de carreira, com um percurso musical de sucessos, com vários discos de prata, ouro e platina, acredita que o novo single tem tudo para ser mais um sucesso.

A poetisa Alexandrina Pereira, presidente da Casa da Poesia de Setúbal, quer que “a poesia atinja um maior de pessoas” e a Feira “é encarada como um desafio na promoção dos poetas setubalenses”. A Casa da Poesia de Setúbal tem um historial de sucesso na promoção dos poetas setubalenses, para além da realização de eventos solidários para apoiar instituições sociais do concelho de Setúbal.


MONTIJO MESMO AQUI AO LADO MONTIJO

Agenda Cultural

Montijo | 20 de julho “Sunset conjuga-se com música e vinho” No próximo sábado o Montijo volta a estar em festa, desta vez com o Sunset que chega ao Moinho do Cais, onde o por do sol é fascinante e a festa a começar ao som de saxofone de Ricardo Branco. Mas sem música não se faz o Sunset, nem o Sunset se faz sem a degustação dos vinhos da região. A iniciativa é uma organização da Câmara Municipal do Montijo e conta com a colaboração da Casa Mãe Rota de Vinhos da Península de Setúbal. Montijo | 21 de julho “Marialvas e fadistagem em destaque” Inserido no Montijo Lugar de Encontros a noite de 21 de julho vai ser diferente, novamente com o por do sol a servir de cenário, a Frente Ribeirinha vai receber nessa mesma noite os Marialvas e as Fadistagens que vão andar de mãos dadas a partir das 21h00. Com um cartaz de relevo no mundo do fado, a noite de 21 vai contar ainda com uma ceia de caldo verde, chouriço assado e vinho tinto a acompanhar os fadistas Gabriel Jesus, Cristina Maria, Paulo Nunes e Maria Caetano. Na guitarra portuguesa está Alberto Raio e na viola António Beato. Montijo | 21 de julho Encontro de Coros encerra temporada no CTJA A Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro vai encerra a temporada do Cinema-Teatro Joaquim d`Almeida com um espetáculo de Encontros de Coros. O XX Encontro de Coros terá inicio pelas 16h00 e o evento vai realizar-se com a ‘prata da casa’, os grupos convidados são: Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, o Grupo Coral de Oiã e o Coro Polifónico da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro. A não perder no CTJA.

Programa INCORPORA desenvolvido na Escola Profissional do Montijo APOIO ● O Programa INCORPORA – La Caixa vai ser integrado na EPM através do novo Centro de Formação Aberta e tem como objectivo ajudar estudantes de famílias com menos meios INTERNACIONAL ● A Fundação ‘la Caixa’ criou e promove em Espanha o Programa INCORPORA, que agora chega a Portugal. CARMO TORRES

F

carmotorres@jornalconcelhodepalmela.pt

oi no encontro CEDEL ‘Empregabilidade e Responsabilidade Social nas Organizações’ na passada sexta-feira na Escola Profissional do Montijo, que foi apresentado o protocolo entre aquela entidade e o Programa INCORPORA – La Caixa, e no qual foi também simbolicamente inaugurado o ‘Open Training Center’ da AFPDM. O encontro contou com as presenças de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, a vereadora Clara Silva, João Martins, presidente do Conselho de Administração da Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, e Marc Simón, Subdiretor Geral da Fundação ‘la Caixa’, que promove em Espanha o Programa INCORPORA. João Martins destacou o papel da AFPDM no concelho do Montijo, e garantiu que “com esta parceria com o Programa INCORPORA e o novo Centro Aberto de Formação, iremos ainda mais longe, melhorando a vida de muitas famílias, mantendo na Escola Profissional uma nova ferramenta para desenvolver competências”. Salientando “a constante mudança que vivemos, que nos obriga a adaptar-nos rapidamente a novos modos de vida, que englobam o envolvimento de toda a comunidade na educação dos mais jovens, sem a qual se torna muito mais difícil a sua entrada na vida profissional” Nuno Canta frisou também a importância do ensino profissional “que veio trazer uma grande inovação quando introduziu a área empresarial no ensino”.

sobretudo as empresas, para melhorar a qualidade de vida de pessoas vindas de famílias mais vulneráveis.” Segundo o responsável da ‘la Caixa’, “todo este projecto não seria possível sem a participação do tecido empresarial, porque é através deste que se consegue a integração dos formandos, a quem garantimos depois todo o acompanhamento. A nossa missão é formar profissionais para trabalharem com as empresas e promover para que estas cumpram o seu papel de responsabilidade social. E a frase que define o nosso trabalho é «O melhor recurso de responsabilidade social de uma empresa é dar oportunidades a uma pessoa da sua área territorial»”.

O Programa ‘INCORPORA’ terá como objetivo promover a contratação, por parte das empresas portuguesas, de pessoas em risco ou situação de exclusão em diferentes zonas do país, fazendo a ligação entre as entidades sociais e as empresas portuguesas com a finalidade de criar um clima de entendimento e colaboração entre ambas, que se traduza na criação de oportunidades de emprego para quem mais necessita. As pessoas em risco abrangem nomeadamente jovens NEET (nem estudam nem trabalham), desempregados de longa duração maiores de 45 anos, ex-reclusos, ex-toxicodependentes, vítimas de violência doméstica e pessoas com deficiência ou incapacidade.

No final do encontro interveio a vereadora Clara Silva, sobre o tema da responsabilidade social nas organizações, destacando o papel da autarquia montijense neste campo e os vários projectos que têm sido desenvolvidos, e a importância de “criar uma sociedade de bem-estar para todos”.

O IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional colaborou na seleção das entidades envolvidas e apoiará a implementação do programa, sendo que as 32 entidades selecionadas irão atuar em 4 redes, centradas nos Distritos de Lisboa (13 entidades), Porto (9), Coimbra (5) e Setúbal (5).

PROGRAMA ‘INCORPORA’ NA REGIÃO DE SETÚBAL

Em Setúbal participam neste programa a APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Setúbal; Associação para Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo; RUMO Cooperativa de Solidariedade Social, crl; Fundação COI e SEIES, crl.

A Fundação ‘la Caixa’ criou em Portugal uma rede de 32 entidades sociais especializadas, 5 delas localizadas na região de Setúbal, para promover junto de empresas a contratação de pessoas em risco de exclusão social.

Para Marc Simón “este é o momento de colocar à disposição de Portugal os nossos instrumentos de formação. Trata-se de um programa que em Espanha conta já com 12 anos, que em 2018 empregou cerca de 30.360 pessoas em mais de 12.000 empresas, e no qual trabalhamos com todos os agentes em cada território,

17 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 11


ALERTA SOS ÁGUAS DE MOURA

EN10 fustigada por acidentes com vítimas mortais ACIDENTES ● Nos últimos tempos a Estrada Nacional 10 tem sido noticia pelas piores razões, pois quase todos os fins de semana as autoridades de socorro registam acidentes com vítimas mortais CAUSAS ● As autoridades de investigação de acidentes rodoviários não têm explicações para o aumento do número de acidentes registados naquela via que liga a cidade de Setúbal ao Litoral Alentejano MIGUEL GARCIA

A

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

Estrada Nacional 10 é uma das vias com maior circulação rodoviária que liga a cidade de Setúbal ao Litoral Alentejano, uma via que segundo fontes do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas não está em mau estado de conservação como a que liga Alcácer do Sal a Grândola (IC1), mas a EN10 nos últimos tempos tem sido palco de vários acidentes graves e que têm registado um acréscimo de vítimas mortais nas estatísticas da Prevenção Rodoviária Nacional. No passado sábado a EN10 voltou a ser noticia pelas piores razões, um despiste com colisão entre dois automóveis ligeiros que circulavam naquela via provocou a morte de um dos ocupantes e um ferido ligeiro. A ocorrência foi registada na zona da Cova de Baixo, em Águas de Moura. O alerta chegou às autoridades de socorro pelas 21h52, segundo informações do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal.

Autoridades registam aumento de acidentes na EN10 e IC1

Mas o JCP sabe que as condições do IC1 não são as mais favoráveis, percorremos alguns quilómetros entre Alcácer do Sal e Grândola e deparamo-nos com bermas com rodeiras e grande parte da via com buracos. A circulação dos pesados de mercadorias são o grande problema apontado pela Infraestruturas de Portugal, as raízes dos pinheiros junto àquela via que liga Setúbal ao Litoral Alentejano também são as grandes causadoras do mau estado de conservação de uma via que é utilizada por milhares de automóveis e pesados. No mês passado a EN10 foi palco de um trágico acidente que ceifou a vida a seis pessoas que se deslocavam numa carrinha de nove lugares para o trabalho em Sines. Uma semana depois as autoridades verificaram mais um acidente, desta feita com um pesado de mercadorias que se despistou junto ao entroncamento de Marateca. Nos últimos dias a GNR voltou a registar mais um acidente grave na mesma via. As explicações ficam para mais tarde, pois na sua maioria dos casos encontram-se em fase de investigação por parte daquela força de segurança.

Nos últimos tempos a GNR registou um aumento de acidentes rodoviários na EN10 e IC1, e aquela força de segurança adiantou ao JCP que as causas da origem dos acidentes que são registados ao longo da via são muitas das vezes provocados pelo excesso de velocidade e falta de prudência da maioria dos seus utilizadores.

SETÚBAL

Haxixe trama jovem em operação STOP da PSP CRIME ● A droga foi detetada por agentes da PSP de Setúbal quando faziam uma operação de fiscalização rodoviária JUSTIÇA ● O indivíduo foi detido e está acusado de tráfico de estupefacientes e posse ilegal de arma branca JULIO DUARTE

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informacao@jornalconcelhodepalmela.pt

a passada sexta-feira (13), pelas 00h30, elementos da PSP de Setúbal detiveram um homem, com 23 anos de idade, por posse de produto estupefaciente. O indivíduo foi abordado durante uma operação de fiscalização rodoviária que na altura decorria na cidade, quando os agentes detetaram a presença de 118 doses

12 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

haxixe. Segundo uma fonte da PSP, a viatura do indivíduo foi alvo de uma revista onde os agentes detetaram ainda uma arma branca e um telemóvel que acabaram apreendidos.


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Onde nos pode encontrar às terças-feiras Freguesia de Pinhal Novo

Freguesia de Palmela

Freguesia de Sarilhos Grandes

Papelaria Pinha Verde Mercado Municipal Biblioteca Municipal Papelaria Nova Junta de Freguesia Clube Desportivo Pinhalnovense (Bar) Centro de Saúde – Zeca Afonso Papelaria Servialcaide Piscinas Municipais Associação de Reformados e Pensionistas Centro Comercial Dovari (Espaço Ferro) Posto de Abastecimento Repsol Olhos de Água Café Cancela (Vale da Vila) Posto de Abastecimento da Repsol (Lagoa da Palha) Grupo Desportivo de Valdera Papelaria Servialcaide (Palhota) Posto de Abastecimento Cepsa – Palhota Drogaria do Pinho

Estação Rodoviária TST Restaurante Seca Adegas Café Âncora (Algeruz) Posto de Abastecimento Repsol – Aires Sul Posto de Abastecimento Repsol – Aires Norte Grupo Desportivo Airense Papelaria do Intermarché Posto Médico Sociedade Filarmónica “Os Loureiros” Casa Mãe Rota de Vinhos da Península de Setúbal Cine-Teatro São João Posto de Abastecimentos dos Bombeiros Voluntários D. Xicara Café Papelaria A Turma Posto de Abastecimento BP – Lagoinha Quinta do Piloto Junta de Freguesia Mercado Municipal Drogaria Amilcar Biblioteca Municipal Departamento de Urbanismo Papelaria Camolas Retiro Azul Café

Papelaria Bomba – Lançada Junta de Freguesia Farmácia de Sarilhos Grandes

Freguesia de Marateca

Freguesia de Setúbal

Associação Cultural de Fernando Pó Supermercado Baêta Sede do Bairro Margaça Papelaria de Águas de Moura Supermercado Amanhecer Ourivesaria Santos Posto de Abastecimento Cepsa – Norte Posto de Abastecimento Cepsa – Sul Supercentro GI Posto de Abastecimento de Cajados AgroCajados

Freguesia de Azeitão

Freguesia de Quinta do Anjo Associação de Moradores da Quinta do Anjo Comunidade dos Olhos de Água Associação do Bairro Alentejano Associação de Moradores das Marquesas Posto de Abastecimento Cepsa (Vila Amélia) Posto de Abastecimento GALP (Estrada dos 4 Castelos) Papelaria de Cabanas Grupo Desportivo Cabanense O Forno Posto de Abastecimento da GALP em Cabanas Associação de Reformados de Cabanas Papelaria T-Qual (Portais da Arrábida) Churrasqueira da Quinta do Anjo (Frente ao CRJ) Café Serra Papelaria de Quinta do Anjo (Frente à Junta de Freguesia) Junta de Freguesia Sociedade S.I.M Restaurante Flavors (Espaço Fortuna)

Freguesia de Poceirão Associação Cultural da Lagoa do Calvo Centro Cultural do Poceirão Pronto a Comer Tachos & Panelas Papelaria do Poceirão Posto de Abastecimento Esperança Armazém do Ratão Armazém da Biona Grupo Desportivo Águias da Aroeira Restaurante Montealegre

Freguesia de Canha Bombeiros Voluntários (Café) Café Castelo Café Patarra Junta de Freguesia

Freguesia de Pegões Restaurante “ O Carlos” Junta de Freguesia Posto de Abastecimento Repsol – Faias Posto de Abastecimento Cepsa – Pegões

CONCELHO DE SETÚBAL Papelaria Praça do Brasil Junta de Freguesia Casa Baía Quiosque do Esperança Papelaria Avenida 5 de Outubro Biblioteca Municipal Casa da Cultura Papelaria Mil Folhas – Aranguês

Papelaria do Intermarché

CONCELHO DO MONTIJO Freguesia do Montijo Papelaria da Avenida Nova Papelaria da Praça da República Galeria Municipal Posto de Turismo Junta de Freguesia Estação Rodoviária dos TST Loja Florineve na Estação Fluvial da Transtejo


DESPORTO EQUIPA SUB23

ENTREVISTA COM RICARDO CRAVO

Pedro Vieira aceita ser treinador do Quintajense

“Vamos ter um novo relvado sintético e uma equipa reforçada”

edro Vieira aceitou treinar a primeira equipa sénior masculina sub 23 do Quintajense. O treinador de II Nível tem um currículo de referência tendo passado por todos os escalões de formação da União de Futebol Comércio e Indústria, bem como da União Desportiva e Recreativa Casal Figueiras. O novo treinador do Quintajense foi vencedor do Distrital sub13, sub15 e conquistou o 1.º lugar na Taça Distrital de sub16 pela Escola de Futebol Feminino de Setúbal na passada época.

O treinador Ricardo Cravo vai continuar a treinar a equipa do Pinhalnovense, depois de uma época passada de sucesso, ao assegurar em Dezembro, a manutenção da equipa no Campeonato de Portugal. Com 54 anos o treinador pinhalnovense respira futebol e promete continuar a trabalhar em prol do clube “onde fui muito bem recebido por toda a gente” e “vamos ter melhores condições com o novo relvado sintético”.

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O Quintajense irá realizar treinos de captação para equipa masculina sub 23, nos dias 28 e 30 de Agosto, pelas 19h30 e 5 e 7 de Setembro, pelas 20h30.

ELSA PERES

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elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

FUTEBOL FEMININO

Renovações na equipa de sub 19

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edro Conceição renovou com o Quintajense Futebol Clube, como treinador de nível II. O treinador chegou na época passada e, apesar de não ter conseguiu melhorar a classificação geral no Campeonato Nacional de Juniores, fez com que o Quintajense fosse o Clube com mais jogadoras a representar o distrito de Setúbal. Também Nélia Pato renovou por mais uma época e continuará como treinadora adjunta de Pedro Conceição. A jogadora Débora Sofia também já assinou a renovação para representar a equipa de sub 19 por mais uma época.

14 | Jornal Concelho de Palmela . 17 de julho 2018

icardo Cravo recebeu-nos de sorriso aberto confessando com simplicidade “é a primeira entrevista que dou a um jornal do concelho, o que me dá uma enorme satisfação”. O historial (ver caixa) deste homem do futebol é enorme, mas na simplicidade que o caracteriza confessou “vim diretamente da China (sem fazer parte dos tais charters do Futre) para o Pinhalnovense e confesso que me senti muito orgulhoso, pois fui muito bem recebido pelos dirigentes do clube, pela SAD e pelos adeptos”. Depois de ter garantido a manutenção do Pinhalnovense na época passada, no final do ano, no Campeonato de Portugal, Ricardo Cravo promete “continuar a trabalhar pois temos todas as condições para cumprirmos a nossa missão e voltarmos a garantir a manutenção jogando jogo a jogo”. A participação na Taça de Portugal “é para irmos o mais longe possível para dignificarmos o clube e o concelho de Palmela, sem esquecer que fazemos parte dos três clubes de referência do Distrito, o Vitória, o Cova da Piedade e o Pinhalnovense”. O treinador pinhalnovense confessa com satisfação “vamos ter um novo relvado sintético, o que nos dará melhores condições para realizarmos o nosso trabalho”. O Pinhalnovense irá contar com os jogadores da época transata, Miguel Ângelo, Efy, Yaochen, Alan, Feiteira, Grou, Zang, Diego, Marega, Foles, Robby e Márcio. Os novos reforços assegurados são Pedro Carvalho (ex-Messinense), João Cardoso (ex-Cova da Piedade), Gonçalo (ex-Operário), Martim

Águas (ex-1º Dezembro), João Pinto (ex-Moura), Pedro Caeiro (ex-Olhanense), Canina (ex- Vendas Novas), Leandro e Bandeira (ex-Olímpico). Ricardo Cravo destaca também a promoção de três juniores, Edgar, Dino e Obi, pois “sou um técnico que gosta de trabalhar com jovens e com a formação que deve ser um trabalho a longo prazo” e elogia a atitude da câmara de Palmela que “dá apoio para formar novos atletas”. O treinador lança um desafio “os empresários do concelho deviam associar-se mais ao clube e à SAD, que continua a trabalhar para criar infraestruturas e a apostar em dar melhores condições ao clube”. O técnico frisa também a “importância dos sócios que nos têm dado muito apoio, assim como os trabalhadores do clube que criam um bom ambiente”. Ricardo Cravo passou também pelo Sporting e deixa o seu comentário sobre a situação que se vive no emblemático clube “não sei quem tem razão, mas o futebol português tem que se virar para outra cultura. É importante regressarmos aos valores que tínhamos há anos atrás” e “onde devemos apostar na formação, para além de jogadores, formar também homens”. A participação da seleção portuguesa no Campeonato do Mundo também regista um comentário do treinador pinhalnovense “esperava mais, às vezes mais vale jogar feio e ganhar, do que jogar bonito e perder”, mas “temos que estar orgulhosos no apoio dado à nossa seleção pelo mundo inteiro”.

Historial O treinador Ricardo Cravo, de 54 anos, tem um vasto currículo ligado sempre ao futebol, onde passou por clubes como: Trafaria FC, Almada Atlético Clube, Charneca da Caparica, Cova da Piedade, Desportivo Fabril, Futebol Benfica,

Sporting Clube de Portugal, Juventude Cercalense, União de Monteemor, Atlético Clube de Portugal, Operário de Lisboa, Ginásio Clube de Corroios, Belenenses (Formação) e Pinhalnovense. Ainda treinou clubes no Reino Unido e na China.


CULTURA LAGAMEÇAS

PALMELA

“Esta é a nossa missão” de preservar os usos e costumes

33 anos a afirmar o Alentejo em terras de Palmela

Agenda Cultural

Águas de Moura | 20 e 21 de julho “Noites na Fonte” No próximo fim de semana a fonte centenária de Águas de Moura, Marateca, vai receber vários apontamentos de teatro, dança, contos, música e gastronomia. Os espetáculos começam às 21h30. QUEM ORGANIZA????? Pinhal Novo | 20 e 21 de julho “Noites de Verão” O Rancho Folclórico da Casa do Povo vai realizar o fim de semana Caramelo, evento que vai decorrer no Polidesportivo José Maria dos Santos. A iniciativa vai contar com o Encontro de Grupos Corais, no sábado e no domingo é a chegada a vez do Festival de Folclore, pelas 21h30. O Rancho Folclórico da Casa do Povo vai realizar o fim de semana Caramelo, evento no Polidesportivo José Maria dos Santos. A iniciativa estará dividida em duas partes, com o Encontro de Grupos Corais no sábado e no domingo é a chegada a vez do Festival de Folclore, ambos com início pelas 21h30. Arraiados | Terça a sexta “Música no Museu, Chá e Bolinhos Caseiros” O Museu da Musica Mecânica, situado em plena zona rural da freguesia de Pinhal Novo, mais propriamente na zona dos Arraiados, e para além de um belo desfrutar de outros tempos em que se ouvia a música na mágica caixinha de madeira, porque não juntar também um chá acompanhado por bolinhos caseiros? Os destinatários deste convite é o público sénior e se está interessado é só marcar a sua presença pelo 212 381 083. Pinhal Novo | 23 de julho “FIONG” O Auditório Municipal de Pinhal Novo vai receber na próxima segunda-feira uma manhã e tarde de sonoridades com a presença em palco dos Masterclass “Biomecânica para Guitarra” com Bill Kanengiser, espetáculo marcado para as 10h00 e pelas 15h00 o Masterclass “Pumping Nylon” com Scott Tennant. Dois espetáculos a não perder.

ETNOGRAFIA ● O Rancho Folclórico “Os Fazendeiros” das Lagameças preservam e defendem a cultura caramela há mais de 30 anos CARAMELOS ● Desde a sua formação que o grupo folclórico dignifica os usos e costumes de um povo que foi apelidado de caramelo, onde as memórias de outros tempos voltaram a ressurgir das “cinzas” em que estavam esquecidas

COMUNIDADE ● Palmela é uma vila que tem uma forte ligação com o Alentejo, pois está à porta de entrada de toda essa região de onde em tempos as suas gentes vieram instalar-se na periferia das grandes cidades para fugirem à falta de emprego DEFESA DO ALENTEJO ● O Grupo Coral “Ausentes do Alentejo” é uma força viva da defesa do Alentejo e de Palmela, há 33 anos a promover toda a cultura alentejana dentro e fora de portas MIGUEL GARCIA

DONATILIA BRAÇO FORTE

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informacao@jornalconcelhodepalmela.pt

oi formado em 1974, no ano da Revolução dos Cravos, e desde então nunca mais parou de promover a cultura caramela de toda a região mais a nascente do concelho de Palmela. Falamos do Grupo Folclórico “Os Fazendeiros” das Lagameças, na União de Freguesias de Poceirão e Marateca, que realizou no passado sábado o seu 35º Festival de Folclore com a presença de vários grupos espalhados por este Portugal fora. A fazer parte do elenco de uma noite de qualidade e promoção da etnografia portuguesa, estiveram os grupos de Lavadeiras de Sabugo, Danças e Cantares Vale do Paraíso, Orfeão da Feira e o Grupo de Santo Estevão de Tavira, não esquecendo do grupo anfitrião. Uma noite representativa e com grupos de qualidade que passaram pelo palco da sede do Rancho Folclórico “Os Fazendeiros” das Fazendeiros” das palco da sede do Rancho Folclórico “Os Fazendeiros” das Lagameças, onde também estiveram presentes responsáveis da Federação de Folclore Português, como João Carriço que deixou palavras de apreço a todo o trabalho que é desenvolvido pelos grupos em prol da cultura e das tradições de um povo. Cecília Sousa, presidente da União de Freguesias de Poceirão e Marateca, também enalteceu o trabalho que o grupo de Lagameças têm vindo a fazer ao longo de todos os anos de existência, e para a autarca é sempre <<notável>> testemunhar toda a atividade desenvolvida pelos grupos da sua freguesia. Também a marcar presença nesta noite de folclore, esteve o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, que referiu “é sempre um enorme prazer e uma honra estar entre os folcloristas”, lembrando que o seu concelho é forte na massa associativa e que conta com 10 grupos de folclore que promovem e defendem além-fronteiras o concelho e a cultura de outros tempos. O edil lembrou ainda a sopa caramela adiantando “aproveito para divulgar que o concelho de Palmela está a concorrer nas 7 maravilhas à mesa e que para além dos nossos vinhos DO, Moscatel Roxo, Queijo de Azeitão, que têm o nome de Azeitão mas em que 90 por cento é feito no concelho de Palmela, ainda temos a nossa sopa caramela, e por isso quero deixar aqui uma palavra especial para todas as cozinheiras que fizeram a sopa caramela que espero que tenham gostado”, ouvindo-se um forte aplauso numa sala repleta de público que marcou também ele presença em força no 35º Festival de Folclore.

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miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

almela é uma dessas regiões que adotou esses migrantes e que hoje conta com uma forte comunidade de pessoas oriundas dos mais variados pontos do Alentejo. O Largo de São João recebeu no passado sábado o 30º Encontro de Grupos Corais Alentejanos que desfrutaram de uma praça repleta de gentes locais e vindas de vários pontos do Alentejo. O Grupo Coral “Ausentes do Alentejo” promoveu assim a cultura do Cante Alentejano em terras de Palmela, uma vila que adotaram para viver mas sem nunca perderam as suas raízes e o encanto do seu Alentejo. A organização queixou-se de serem anos muito difíceis mas que com o empenho de todos tem sido possível realizar os encontros, promovendo assim a cultura alentejana na vila de Palmela. O presidente da Junta de Freguesia de Palmela, Jorge Mares, enalteceu todo o trabalho que tem sido feito pelos Ausentes do Alentejo: “Há um punhado bom de alentejanos aqui em Palmela que tem dignificado a nossa terra”, referindo-se a atuações do grupo organizador em outras terras, levando consigo a génese alentejana mas também um pouco de Palmela. O vereador da cultura, Luís Miguel Calha, também deixou algumas palavras de apreço a todo o trabalho desenvolvido por aquele grupo que se instalou no Centro Histórico de Palmela, afirmando que os Ausentes do Alentejo são “um marco histórico no concelho de Palmela e que têm afirmado bem alto o cante alentejano em toda a região”.

Falta de palco origina criticas O eco do cante alentejano começou a ser ouvido pelas 17h00 em pleno Largo de São João, Palmela, onde muita gente esperava impacientemente pelo começo de mais uma tarde de música tradicional alentejana. Já no período de entrega de lembranças, um dos responsáveis de um grupo convidado deixava uma critica pela falta de palco para que os grupos pudessem atuar com mais brio. O palco improvisado foi feito na calçada junto a um dos mais belos fontanários que a vila de Palmela têm, mas embora sem palco montado o cante alentejano não se deixou de ouvir.

17 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 15


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