Jornal Concelho de Palmela | Edição 5 by Jornal Concelho de Palmela

Ano I . Edição nº 5 . Distribuição gratuita . Diretor: Donatilia Braço Forte

www.diariododistrito.pt 23.07.2018 Terça-feira

DESTAQUE

Terrenos de António Xavier de Lima escapam a limpeza

O Regime Excecional das Redes Secundárias de Faixas de Gestão de Combustível determinava a limpeza de terrenos até 15 de março, mas a empresa António Xavier de Lima ignorou a lei, deixando os terrenos que detém no concelho de Palmela ao abandono e com falta de limpeza (P.7)

@jornalconcelhodepalmela

REGIÃO

Feira de Sant’iago lembra figura mediática da cidade de Setúbal Para além da aposta nos vinhos da Península de Setúbal a organização da Feira de Sant’Iago não esqueceu uma das figuras mediáticas da história da cidade, e o Zé dos Gatos tem sido a figura que mais interesse tem despertado nos visitantes (P.10)

DESPORTO

Desportivo Sul United disputa Final Nacional de Futebol 7 É uma equipa de Pinhal Novo e tem dado provas de ser uma das mais duras e implacáveis equipas de futebol 7 que vai disputar a Final Nacional da modalidade em Mafra (P.14)

ATUALIDADE

SEGURANÇA

REGIÃO

Incêndio na herdade de Rio Frio gera pânico em quem circulava no passado sábado na A12, levando a que automobilistas optassem por fazer uma transgressão ao código de estrada com a inversão de marcha nesta via (P.12)

Falta de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida gera revolta contra a REFER que instalou junto ao desativado apeadeiro da Lagoa da Palha uma ponte pedonal sem rampas de acesso, um investimento público sem utilização por parte da população (P.4)

Câmara do Montijo apoia projeto da Sociedade Portuguesas de Botânica para a obtenção de um relatório sobre as espécies ameaçadas em todo o concelho (P.11)

A SEMANA COMEÇA AQUI Editorial

Crónicas da Nicha

Donatilia Braço Forte Diretor do Jornal Concelho de Palmela

Fátima Brinca Munícipe do Concelho de Palmela

Os ﬁlhos e os enteados!

Contas viciadas

No meu tempo de meninice sempre ouvi falar em casa dos meus avós a história dos “filhos” e dos “enteados”, quando qualquer coisa que estava mal, o meu avô dizia “uns são filhos e os outros enteados”. Sempre foi assim ao longo da minha juventude, termo esse que nunca morreu na continuidade das minhas conversas lá em casa. Hoje o meu editorial vai reviver uma vez mais esse ditado que é tão certo, como é certo de estarmos aqui hoje a lermos todos o meu editorial. O conhecido palmelão Octávio Machado há uns tempos atrás, numa entrevista que dava para um dos outros media do grupo PRESSWORLD dizia que em Palmela existem três qualidades de gente, claro que eu e os meus colegas que acompanhavam a entrevista ficamos com muitos ????????????? a perguntar-nos cá para nós o que é que Octávio queria dizer com aquilo. Depois de uma longa pausa a pensarmos, o homem dos bombeiros e do futebol lá nos explicou que em Palmela existem os Palmelões que são os filhos nascidos, criados e que habitam na terra, os Palmelenses os que não nasceram mas criaram-se ou adotaram a vila para morar, e depois os Palmetas, todos aqueles que caem de paraquedas numa terra que mais parece ter ‘ouro’ para dar, mas quando já ‘comeram tudo’ vão-se embora e nem sequer mais falam da vila nem do concelho. Isto a propósito do JCP já andar a fazer urticária a muita gente do concelho, e passo a explicar-vos: como já referi num dos editoriais anteriores, a ideia surgiu da jornalista Fátima Brinca, na altura da apresentação do seu livro na Casa Ermelinda Freitas, quando se lembrou de desafiar-nos para pegarmos no projeto e reerguê-lo depois de 27 anos escondido no fundo do baú. Claro que tivemos um qualquer clique que nos empurrou para a frente, talvez o saudoso ex-proprietário que fundou o titulo Jornal Concelho de Palmela, não sei, mas acredito que sim, que fosse ele quem nos empurrou para lançarmos o título renovado. O JCP renasceu, e logo começou a preocupar, mas está também a ser muito acarinhado pelas gentes de Palmela, os tais Palmelões e Palmelenses, porque dos Palmetas não levamos nada, esses, querem-nos à distância das atividades que exercem neste tão belo e precioso concelho, mas também já entendi o porquê, talvez a história de outros tempos seja escrita nas entrelinhas de uma qualquer reportagem de futuro e que apareça aqui numa qualquer edição. Mas nesta altura os nossos leitores devem de estar também com os mesmos pontos de interrogação que nós ficámos aquando da conversa de Octávio Machado, ora então caros leitores, a história de “uns filhos e outros enteados” tem haver com o nosso jornal, somos de Palmela, a empresa que gere o JCP instalou-se em Palmela onde paga as suas obrigações para que este concelho possa constar nos rankings do PIB nacional, mas infelizmente não contamos com o apoio das entidades institucionais. Isto porque a nível de apoios não podemos queixar-nos das empresas locais que têm acreditado em todo este projeto e no trabalho desta equipa, para esses volto a deixar aqui o meu obrigado, o que já não o poderei fazer nas questões de organismos institucionais/públicos deste concelho, porque desses, só temos levado ‘negas’, pois sabemos muito bem qual o objetivo dessas ‘negas’ mas como se costuma dizer “muitos, seremos mais fortes” e é o que se está a comprovar semana após semana, com as mensagens e comentários que temos recebido por parte de quem nos procura ler. É com um jornalismo com isenção e rigor que conseguimos crescer, subir degrau a degrau para fazer um projeto desta envergadura ser cada vez mais sólido e que consiga chegar aos nossos leitores com noticias atualizadas semana após semana.

Na minha terra havia um grupo de amigos, que mensalmente fazia um almoço de confraternização, que era pago em partes iguais por todos. Naquele dia, antes de começar o almoço, que seria carapaus fritos, o amigo José apresentou uma sugestão. Em vez do almoço ser dividido igualmente por todos, cada um pagaria consoante o que comesse e esse valor seria o equivalente a cada cabeça de carapau. Todos concordaram com a sugestão e o almoço decorreu com a habitual alegria, boa disposição e muito apetite, cada um a colocar de lado as cabeças dos carapaus. Mas o amigo José não dava ponto sem nó e sempre que apanhava os outros distraídos, engolia apressadamente a cabeça do peixe. Quando o almoço acabou procedeu-se ao balanço das cabeças para fazer as contas. Claro que o amigo José foi o que pagou menos, mas em contrapartida terá sido certamente o que mais carapaus comeu. Os amigos pagaram, mas sabendo que o José era um bom garfo, não ﬁcaram muito convencidos, apesar de não terem manifestado a sua desconﬁança. A partir daí os amigos do José nunca mais quiseram carapaus para o almoço e sempre que era peixe escolhiam corvina ou cherne. A dedução era óbvia: o José não conseguiria engolir a cabeça de um peixe tão grande.

RECORDAR PARA VIVER

É por si que está desse lado que trabalhamos dia após dia! Obrigado a todos e até aos “Pais e Padrastos” do JCP

Ficha Técnica Diretor: Donatilia Braço Forte Redação: Carmo Torres | Miguel Garcia | Isabel de Almeida | Pedro Carvalho | Júlio Duarte | João Aguiar Cadete | Elsa Peres Colaboradores: Professor Augusto Vinagre | Joaquim Gouveia | Luís Miguel Franco | João Estróia Direção de arte & design: Diário Design | Tiago Brás Serviços Administrativos: Paulo Martins Distribuição: DD DistNews Propriedade: PRESSWORLD MEIOS DE COMUNICAÇÃO & INFORMAÇÃO . NIPC 514 965 754 Redação: Rua do Anselmo Caixa Postal 6410, Vale da Vila, 2955-000 Pinhal Novo Email redação: informacao@jornalconcelhodepalmela.pt Email publicidade: comercial@jornalconcelhodepalmela.pt Email geral: geral@jornaconcelhodepalmela.pt Impressão: Gráﬁca Diário do Minho | Rua de S. Brás, n.º 1 – Gualtar | 4710-073 Braga Tiragem: 10 000 (média semanal) Registo ERC: 127135 Depósito Legal: 442609/18

2 | Jornal Concelho de Palmela . 24 de julho 2018

Cerapa: imagem de abandono A empresa Cerapa foi uma fábrica de cerâmica, que nasceu nos anos sessenta com o fabrico de tijolos e estendeu a atividade à fabricação de tijoleiras, nos anos oitenta. Após o encerramento ainda recebeu a Makro, que a utilizou, provisoriamente, quando as instalações na Quinta da Marqueza foram dizimadas por um incêndio. Na velha cerâmica ainda funcionou um stand de automóveis e algumas empresas de serviços. A Câmara de Palmela chegou a anunciar o interesse de investidores para a construção de um Retail Park, que acabou por ﬁcar na gaveta, devido ao estudo ambiental ter considerado que o equipamento teria um impacte negativo nos cursos de água existente ou seja na Ribeira da Salgueirinha. A demolição do edifício chegou a ser anunciada, mas apenas se assiste à degradação do edifício, onde a enorme chaminé anuncia a entrada no lado sul da vila de Pinhal Novo.

ALERTAS

Munícipes defendem imagem do concelho

PINHAL NOVO

Os alertas continuam a chegar à redação do JCP, o que revela como os moradores andam atentos ao que se passa na sua terra e no seu concelho.

A Praceta do Esquecimento O Joaquim Lopes enviou-nos esta imagem onde integra um comentário jocoso. Diz este morador “vejo muita coisa na minha terra, que me surpreende. Ora vejam só: ao passar pela antiga rua das Peixarias deparei com o aviso que a imagem reporta. Atrevo-me a perguntar: o poste está à venda?”. Quem colocou o cartaz devia ter posto o preço…

O proprietário não tem que limpar o terreno? Outra das mensagens que recebemos foi um alerta de Ricardo Santos que quer saber se “o proprietário do terreno por detrás da antiga e maltratada sede do Pinhalnovense foi intimado para cortar o feno, que é um autêntico barril de pólvora?”. Este munícipe septuagenário mostra-se preocupado com a situação, que “pode causar dissabores a quem ali mora”.

Dá vontade de chorar… Este munícipe alerta também para o abandono em que se encontram as instalações da “histórica” cooperativa. “Como um dos sócios desta emblemática casa até me deu vontade de chorar quando vim o aspeto vandalizado”, confessa e pergunta se o poder local “não pode fazer nada para acabar com esta triste imagem?”.

Substituição da rotunda dos caixotes O eleito na Assembleia de Freguesia do Pinhal Novo, Bruno Grazina, lança alguns alertas para valorizar as imagens arquitetónicas do Pinhal Novo. Bruno Grazina começa por sugerir que “em vez de se decorar a rua mais antiga da vila de Pinhal Novo com lixo de guerra (num exercício de saudosismo belicista que faz lembrar a velhinha URSS), porque não se opta por marcar a diferença através da valorização do património, da história e da identidade local?” O eleito lembra “nesta vila cuja génese e desenvolvimento se deveram ao binómio agricultura/ferrovia não existe qualquer evocação à cultura da vinha (foi em tempos a maior vinha do mundo) e escasseiam as referências à ferrovia (na terra que tem hoje a maior estação ferroviária a sul do Rio Tejo)”. E conclui os seus alertas com uma sugestão: “para além da criação de monumentos evocativos ao vinho e à vinha (que bem poderiam substituir a arquitetura "avant-garde" das "rotundas dos caixotes"), creio que seria fundamental preservar, valorizar e honrar o passado ferroviário da vila e dos seus habitantes”.

O castelão é a nossa identidade Um produtor agrícola da Fonte da Vaca “obrigou-nos” a percorrer o seu jardim de vinhas. E com sabedoria ia referenciando as castas “estas são uvas moscatel, estas são Dona Maria, mas as que mais me orgulham são as da casta Castelão”. Com o carinho peculiar que só um caramelo sabe sentir confessa “se eu tivesse poder pedia aos produtores que apostassem mais na casta Castelão…essa é que é nossa!”. O alerta em jeito de pedido aqui ﬁca.

Falha de sistema deixa doentes à beira de um ataque SAÚDE ● As dezenas de doentes que estiveram na passada quinta-feira na

Extensão de Saúde de Pinhal Novo sentiam-se revoltados com a falta de condições daquela unidade INFORMÁTICA ● Os utentes ﬁcaram na iminência de não ter consultas devido à falha no sistema informático

MIGUEL GARCIA

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

Serviço Nacional de Saúde (SNS) já teve melhores dias do que aqueles que atualmente têm, instalações degradadas, salas de espera em vãos de escada, falta de equipamentos, equipamento informático obsoleto, são alguns dos casos que se passa na maioria dos Centros e Extensões de Saúde um pouco por todo o país. Na vila de Pinhal Novo a situação também não é muito favorável, a nossa equipa de reportagem esteve no local e conseguiu apurar de que na passada quinta-feira (19) houve quem se deslocasse à Extensão de Saúde na rua Zeca Afonso e que se deparasse com uma situação que levou a que os nervos se alterassem. Entre estes está o caso de Luana que já era a segunda vez que se deslocava à unidade de saúde para marcar uma consulta e onde o sistema informático estava fora de serviço, levando o funcionário do atendimento a ter quase a gravar uma “cassete” com a mesma resposta “não temos serviço, terá que passar cá amanhã”. A utente adianta que “é uma revolta total este sistema de saúde, estamos doentes e temos que vir aqui e depois vemos esta situação quase todos os dias, e quando não é do sistema é porque o médico não lhe apeteceu vir e desmarca-se as consultas”. Como o caso de Luana existem vários, tivemos a oportunidade de acompanhar um doente numa consulta aberta que quase não seria atendido por uma médica estrangeira, depois de pagar quatro euros de consulta. A resposta da proﬁssional de saúde foi “eu não posso chamar porque não tenho sistema”, passados alguns minutos o doente é encaminhado pelo funcionário do atendimento até à sua consulta, mas com a contrariedade da médica que sempre aﬁrmou não <<conseguir chamar por falta de sistema>>. Como estes casos, existem vários espalhados um pouco por todo o país, o concelho de Palmela não foge à regra, um concelho que tem muitos utentes sem médico de família e ao qual o Poder Central faz ouvidos moucos e não está atento às necessidades das populações.

Como estes casos, existem vários espalhados um pouco por todo o país, o concelho de Palmela não foge à regra, um concelho que tem muitos utentes sem médico de família e ao qual o Poder Central faz ouvidos moucos e não está atento às necessidades das populações. A vila de Pinhal Novo atualmente conta com duas extensões de saúde, uma na Zeca Afonso e outra na Guerra Junqueiro, esta última a funcionar no rés-do-chão de um bloco habitacional, sendo esta a extensão para onde os utentes sem médico de família são encaminhados. As condições são reduzidas, muitas das vezes a sala de espera está esgotada e existem utentes que esperam no vão das escadas, a secretaria ﬁca numa outra habitação, e fontes próximas da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) adiantam que os casos são conhecidos da tutela mas que muito pouco se pode fazer para dar um serviço digno aos utentes. Unidade de Saúde Familiar chega ao Pinhal Novo Sul. Uma obra por insistência da Câmara Municipal de Palmela que, para a mesma avançar garantiu a cedência de um terreno no lado Sul da vila, localizado na urbanização Vila Bela, na rua Veríssimo da Silva. A primeira pedra foi lançada dia 23 de abril com a presença da Secretária de Estado da Saúde (SES), Rosa Valente de Matos que garantiu às entidades convidadas que o investimento de 1,2 milhões de euros por parte da ARSLVT vai devolver ao Pinhal Novo melhores condições a nível de saúde. Com as novas instalações a serem inauguradas para o principio do próximo ano a equipa médica passa a duplicar e a aumentar a resposta para mais de 11 mil utentes, dos quais 5 700 utentes não têm médico de família em Pinhal Novo. O JCP contactou a ARSLVT no sentido de esclarecer se uma das extensões de saúde encerra em Pinhal Novo depois da abertura da USF estar a funcionar, mas até ao fecho da edição não recebemos qualquer resposta por parte daquele organismo.

23 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 3

ATUALIDADE LAGOA DA PALHA

População revoltada com REFER ACESSOS ● Depois das obras da segunda linha férrea que atravessa a localidade

de Lagoa da Palha, que já perdura há anos, a empresa pública de transportes ferroviários decidiu instalar uma passagem pedonal a poente da localidade, uma passagem aérea que não tem uso por falta de acessos para pessoas de mobilidade reduzida ACIDENTE ● O último acidente mortal ocorreu há pouco mais de duas semanas, quando um homem atravessava a linha férrea para o lado norte da localidade, não utilizando a passagem ali instalada e foi colhido por uma composição que circulava na altura em direção ao Pinhal Novo MIGUEL GARCIA

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

s moradores da zona da Lagoa da Palha dizem-se revoltados com toda a situação que ali se vive. Depois da construção do segundo ramal, a empresa na altura a CP, vedou o acesso com rede e colocou na zona mais a poente da localidade uma passagem pedonal que não tem acesso para pessoas com mobilidade reduzida. A equipa do JCP esteve no local e comprovou que a passagem ali colocada, a poucos metros do antigo apeadeiro da Lagoa da Palha, não tem rampa de acesso para uma pessoa com mobilidade reduzida ou mesmo de cadeira de rodas. Para passar para o lado norte, a população com esses problemas terá que andar quase um quilómetro para subir a ponte rodoviária, mas aí também existe outro problema, a ponte não tem passeio e está equipada com ralis de segurança até ao fim da mesma, sendo muito difícil para quem usa uma cadeira de rodas se deslocar-se para o lado norte ou sul daquela localidade. José Matias, que mora há 20 anos na localidade diz-se <<revoltado>> com toda esta situação que poderia ter sido pensada na altura da obra, e questiona onde “andaram os fiscalizadores da obra”. O JCP sabe que sendo uma obra realizada por uma empresa do Estado, as Câmaras Municipais não têm a competência legal para fiscalizar essas mesmas obras, mas para o morador, a Câmara Municipal deveria de ter uma palavra a dizer sobre o que estava mal e o que estava bem naquelas obras que apelida de <<vergonhosas>>. Maria Pelicho que também nos acompanhou na reportagem, é uma senhora de 80 anos e com dificuldade em andar, moradora a poucos metros da passagem, mas que se limita a ficar perto das escadas a olhar para cima e a explicar-nos que “é impensável eu conseguir subir estas escadas todas, tenho já dificuldades em andar e desde que a empresa vedou as linhas eu deixei de conseguir deslocar-me para o lado de lá”, mostrando o seu desalento e a sua bengala. Ao longo da linha conseguimos ver algumas aberturas na vedação, são caminhos que a população tem feito para passar de um lado para o outro. Percorremos o caminho pela rua do Alentejo em direção ao Pinhal Novo e testemunhamos que desde a Lagoa da Palha até à entrada de linhas na estação da vila já não existem mais passagens aéreas, sendo as passagens feitas com

buracos na rede ou mesmo apenas a memória de que um dia ali houve uma vedação, pois existem locais onde esta foi literalmente arrancada para que a população consiga ir ao outro lado.

Acidente com vítima mortal Na antiga passagem desnivelada da Lagoa da Palha, só resta mesmo o apeadeiro com igual nome, um equipamento que foi encerrado e se encontra agora completamente vandalizado. Vidros partidos e uma casa de luz quase a cair, onde se consegue ler com as letras sumidas que aquela obra foi feita com «a vontade do povo», memórias de outros tempos. Cipriano Gomes é quem nos acompanha nessa viagem, e o morador lembra alguns acidentes que ali se deram e que lhe ficaram na memória, um dos últimos foi com uma carrinha que vitimou alguns dos passageiros do veículo que ficou imobilizado no meio da passagem desnivelada. “Foi uma tarde fatídica para a família e para todos nós que ouvimos o estrondo do embate. O comboio que fazia a ligação Barreiro/Algarve, o chamado janelas verdes, não conseguiu evitar a tragédia”, lembra. Muito recentemente o local foi noticia não pelas melhores razões, um homem que atravessava as duas linhas foi colhido por uma composição que se deslocava para o Pinhal Novo. Segundo nos informam no local, isto terá sido fruto de quem talvez não conseguisse subir as dezenas de degraus que a passagem pedonal de Lagoa da Palha tem e que oferece a quem ali passa, optando pelo caminho mais fácil, que é o de passar as linhas e arriscando-se à sua sorte. A população sente-se cansada e revoltada de tanto esquecimento para aquela região. As Infraestruturas de Portugal, empresa responsável pelas ferrovias no nosso país, muito recentemente informou de que as obras para reposição da vedação vão começar no segundo semestre de 2018, mas não aborda o assunto daquela passagem pedonal que serve a muitos poucos que têm que passar para ambos os lados, ficando a população de mobilidade reduzida de um lado e do outro, como se ali tratasse de um qualquer muro, de uma qualquer fronteira. PUB

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EU AUTARCA ME CONFESSO...

Cecília Sousa defende desagregação das freguesias A presidente da União das Freguesias do Poceirão e Marateca confessa que uma das suas aspirações é a desagregação das freguesias. Cecília Sousa quer “dotar os edifícios de acessibilidades para que toda a população tenha acesso aos mesmos” e sonha com a construção da passagem desnivelada em Poceirão e do novo Posto da GNR. ELSA PERES

elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

ecília Sousa, presidente da União das Freguesias do Poceirão e Marateca, na sua primeira entrevista ao JCP, traça objetivos e sonhos, que passam pela construção da passagem desnivelada em Poceirão, e o novo Posto da GNR (no terreno cedido pela Câmara Municipal). Jornal Concelho de Palmela – Qual o balanço que a presidente faz destes primeiros nove meses depois das eleições? Cecília Sousa - Está a ser uma experiência

ótima, muito enriquecedora e dentro daquilo que esperava. Decorridos que estão nove meses de mandato, o balanço não pode ser conclusivo, mas as perspetivas são positivas. Continuamos a criar novas dinâmicas de trabalho, ouvindo os trabalhadores pois eles são a base desta casa, e em conjunto, trabalhadores e população, estamos a trabalhar de olhos postos num futuro melhor, no sentido de promover o desenvolvimento das freguesias e a melhoria das condições de

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vida dos habitantes das Freguesias de Poceirão e Marateca. JCP – Que problemas gostaria já de ter visto resolvidos? CS - Uma das minhas grandes aspirações é a desagregação das freguesias de Poceirão e Marateca. Bem como, a reintegração das Freguesias de Poceirão e Marateca como zonas rurais e desfavorecidas, Gostaria que já estivesse em construção a passagem desnivelada em Poceirão, e o novo Posto da GNR (no terreno cedido pela Câmara Municipal). Outros problemas que são de urgente resolução, é a melhoria do funcionamento dos Postos Médicos e a criação de uma rede de transportes que satisfaça as necessidades das Populações de Poceirão e Marateca, estes são elementos de ﬁxação das pessoas, principalmente dos jovens. JCP – Que projetos gostava de concretizar nos próximos meses? CS - No nosso programa eleitoral, elencamos um conjunto de projetos que gostaríamos de desenvolver durante este mandato e alguns deles estão já em marcha. No imediato, já começamos a fazer algumas alterações, começamos a realizar as reuniões do executivo de forma descentralizada em Poceirão e em Águas de Moura, bem como, nesses dias, alargamos o horário de funcionamento no edifício onde estão a decorrer as reuniões. Pretendemos no futuro próximo fazer melhorias em infraestruturas, nomeadamente, no refeitório e balneários dos funcionários, bem como, dotar os edifícios de acessibilidades para que toda a população tenha acesso aos mesmos. JCP – Continua a lutar pela separação do Poceirão e Marateca? CS - Claro que sim, este processo, conforme a realidade veio a comprovar, trouxe consequências muito negativas para o funcionamento democrático, para a atividade dos órgãos autárquicos e principalmente para as populações afetadas. Ao contrário do propalado, a extinção de freguesias não trouxe quaisquer ganhos ﬁnanceiros nem contribuiu para o reforço da coesão territorial, pelo contrário contribuiu para o seu agravamento. Continuamos a defender que as populações têm o

direito de terem as suas Freguesias de volta, o direito ao serviço de proximidade. Pois, as juntas trabalham por “amor à terra e às suas gentes”. JCP – Quais as maiores dificuldades que tem encontrado para gerir um território tão vasto? CS - É difícil gerir um território tão vasto com o da União das Freguesias de Poceirão e Marateca, com 8500 habitantes dispersos por um território rural com 282 quilómetros quadrados, mas mesmo assim, não deixaremos de lutar pelo interesse das nossas gentes, garantindo para ambas as freguesias e para as suas populações melhores condições de modo a que tenhamos orgulho nas nossas origens. JCP – Neste mandato é a única mulher presidente de junta. Isso aumenta a sua vontade de fazer mais e melhor? CS - Todos os dias aumenta a minha vontade de fazer mais e melhor, mas não considero que é pelo facto de ser a única mulher autarca neste concelho. Mas como mulher, sinto-me com a capacidade para representar o cargo e para procurar resolver os problemas das populações de Poceirão e Marateca. Uma coisa é certa: tudo farei para que, no dia em que terminar o exercício das minhas funções públicas, eu e as pessoas que me acompanham na junta de freguesia tenha-mos contribuído para a resolução dos problemas das nossas Populações. JCP – Defina numa frase a União de Freguesias… CS - É um território único e invulgar de enormes potencialidades e que tem conseguido fazer a coexistência entre a inovação e a tradição, com são pessoas boas, que gostam da sua terra. Currículo Nome: Cecília Maria Cordeiro de Sousa Idade: 40 anos Atividade profissional (antes de ser presidente): Técnica Superior na União das Freguesias de Poceirão e Marateca Cargos políticos e autárquicos que já ocupou: Vogal do Executivo da Junta de Freguesia de Pinhal Novo – Mandato 2013/2017 Membro da Assembleia Municipal de Palmela – Mandato 2009/2013

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Ao abrigo do Art.º. 44 dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Sociedade Filarmónica Palmelense "Loureiros" a reunir no próximo dia 27 de Julho do corrente ano, pelas 20:30h, na sede da Colectividade, no Largo dos Loureiros em Palmela, com a seguinte ordem de trabalhos: 1º - Deliberar sobre a aprovação do Relatório e Contas – 2017 2º - Assuntos Diversos Conforme estabelece o Art.º. 43 dos Estatutos, se à hora marcada não estiver presente o número legal de sócios, funcionará a referida Assembleia uma hora depois, com qualquer número de associados presentes e a mesma Ordem de Trabalhos. Os associados que queiram consultar o Relatório e Contas 2017, poderão faze-lo junto dos serviço de secretaria. Palmela, 16 de Julho de 2018 P´lo Presidente da Assembleia Geral Victoriano José Pereira da Costa Coelho

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23 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 5

OPINIÃO Opinião Roberto Lopes Cortegano Líder da bancada da coligação PSD/CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Pinhal Novo. Vice-Presidente do PSD Palmela.

As juntas de freguesia como fator chave de proximidade As juntas de freguesia constituem em Portugal o nível de poder local e de administração pública mais próximo dos cidadãos, estando como tal numa posição privilegiada no processo de intervenção e proximidade na identiﬁcação dos problemas e na criação de dinâmicas de desenvolvimento do respetivos territórios através do envolvimento das entidades locais.

cos através de contratos interadministrativos, ou através de acordos de execução, caso a delegação de competência seja uma Delegação Legal abrangida pelo nº1 do artº 132º da mesma lei, e que são as seguintes:

No entanto não é isto que se verifica na nossa freguesia. Como membro da Assembleia de freguesia de Pinhal Novo, verifico um constante desresponsabilizar por parte do executivo da junta de freguesia sempre que confrontado com assuntos fora das suas competências legais, apontando para outras entidades, não se preocupando em ser a própria junta de freguesia a reencaminhar, acompanhar, pressionar, influenciar e tomar diligencias para que a situação seja resolvida.

c) Manter, reparar e substituir o mobiliário urbano instalado no espaço público, com exceção daquele que seja objeto de concessão;

Daí advém, que a maior parte da população, principalmente os mais jovens e os que mais afastados vivem do centro da freguesia, não conheçam ou nem saibam em que lhes pode ser útil o órgão autárquico que maior relação de proximidade na resolução das suas necessidades e dificuldades deveria ter. Basta olharmos para a pouca ou nenhuma afluência de público numa reunião de assembleia de freguesia para verificarmos o afastamento da população. Em pleno seculo XXI, numa freguesia com mais de 30.000 habitantes, num tempo de novas funcionalidades da vida urbana, do trabalho, da mobilidade, do consumo, de novos contextos de informação e em que as novas tecnologias estão acessíveis à maior parte da população, não faz a junta de freguesia qualquer uso destas para criar projetos e prestar serviços de proximidade. Como exemplo, e para que se perceba o nível de que falamos, saliento o facto de só agora em 2018, e por minha sugestão, se colocar no regimento interno da assembleia de freguesia um artigo que obriga à colocação do edital da realização das reuniões de assembleia de freguesia nas redes sociais e na página web da junta de freguesia, assim como a colocação na página web das atas das referidas reuniões até 20 dias após a aprovação das mesmas. Como me disse o senhor presidente da junta, “vamos devagarinho, que Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Certo. Mas em Pinhal Novo, nem em 44 anos se conseguiu algo. No âmbito dos serviços e das atividades de proximidade e do apoio direto às comunidades locais, e em todos os domínios dos interesses próprios das populações, os municípios podem delegar competências nas freguesias. A delegação de competências entre câmaras municipais e juntas de freguesia é efetuada por via contratual, conforme Lei nº 75/2013 de 12 Dezembro, e efetua-se entre estes dois órgãos autárqui-

a) Gerir e assegurar a manutenção de espaços verdes; b) Assegurar a limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros;

d) Gerir e assegurar a manutenção corrente de feiras e mercados; e) Assegurar a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico; f) Promover a manutenção dos espaços envolventes dos estabelecimentos referidos na alínea anterior. Os contratos interadministrativos são totalmente livres quanto à negociação e concretização, enquanto nos acordos de execução, que abrangem as delegações legais acima descritas, há um dever de negociação entre as autarquias envolvidas, que envolve uma obrigatoriedade de meios mas não de resultados, e nem o município nem a freguesia podem recusar unilateralmente negociar acordos de execução. A recusa de negociar, consubstancia um incumprimento da lei e legitima a contraparte a acionar os meios legais. Atualmente, entre a câmara de Palmela e a junta de freguesia de Pinhal novo as competências delegadas efetuam-se através de dois contratos interadministrativos, um para a rede viária e outro que deﬁne a reposição de pavimento em calçada de obras decorrentes da camara municipal e a limpeza e conservação de espaços desportivos, de jogos e de

recreio descobertos, e dois acordos de execução para a delegação de competências legais, um que contempla a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos pré escolares e primeiro ciclo e manutenção dos espaços envolventes a estes estabelecimentos escolares, e outro que contempla a conservação e manutenção de mobiliário urbano. No quadro abaixo, podemos veriﬁcar as competências delegadas entre a câmara municipal de Palmela e a freguesia de Pinhal Novo e respetivas transferências ﬁnanceiras: Competências

Freguesia Pinhal Novo 2013/2017

Freguesia Pinhal Novo 2017/2021

Educação

166.815,92 €

163.038,00 €

Toponímia

1.500,00 €

Calçadas

18.854,00 €

Espaços de Jogo e Recreio

35.786,40 €

Rede Viária

46.094,00 €

47.189,90 €

Higiene e Limpeza

0,00 €

Espaços Verdes

0,00 €

Mercados Municipais

0,00 €

11.300,00 €

Recolha de Monos

0,00 €

Limpeza de Bermas

0,00 €

280.350,32 €

277.668,30 €

Mobiliário Urbano

TOTAL

Entendendo que a concretização da delegação de competências visa a promoção da coesão territorial, o reforço da solidariedade inter-regional, a melhoria da qualidade dos serviços prestados às populações e a racionalização dos recursos disponíveis, não se entende como a proposta para o mandato de 2017/2021 diminui o valor total das transferências ﬁnanceiras da câmara para a junta de freguesia de Pinhal novo em cerca de 2.700€, sendo que reduz no acordo de execução das reparações nos estabelecimentos pré-escolares e primeiro ciclo e manutenção dos espaços envolventes a estes estabelecimentos escolares cerca de 3.800 euros e aumenta no acordo de execução da rede viária (manutenção e conservação dos aceiros e caminhos rurais), em relação ao anterior mandato, a módica quantia de 195 euros! Para além disto, também devia a junta de freguesia de Pinhal Novo, solicitar a realização de um trabalho prévio de estudo que avalie as capacidades da junta de freguesia com o intuito de se obter, através da negociação com a câmara municipal das verbas ﬁnanceiras e recursos humanos necessários, acordos de execução para outras delegações de competências, como gerir e assegurar a manutenção de espaços verdes e assegurar a limpeza das vias e espaços públicos de maneira a aproximar o exercício das competências o mais possível dos cidadãos, em conformidade com o enunciado no princípio da subsidiariedade e determinando um maior grau de autonomia para a junta de freguesia em áreas de manifesto interesse público e que tão problemáticas têm sido na freguesia de Pinhal Novo, as quais podem ser melhoradas através de uma maior proximidade com a população. A proximidade é a chave para apelar à participação e envolvimento cívico da população.

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6 | Jornal Concelho de Palmela . 23 de julho 2018

PALMELA

REPORTAGEM

Davide Inácio é o novo Campeão Nacional de BTT

Terrenos perdidos e esquecidos...

BTT ● O atleta que representa as cores do Grupo Desportivo da Volta de Pedra, Palmela, sagrou-se Campeão Nacional, em Leiria MIGUEL GARCIA

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

noticia foi anunciada no passado domingo nas redes sociais e davam conta de que Davide Inácio, que enverga as cores do Grupo Desportivo da Volta da Pedra, na freguesia de Palmela, sagrou-se Campeão Nacional de BTT na vertente XCO Master. Davide Inácio participou no Campeonato Nacional de BTT acabando por conseguir o galardão mais alto da prova. As mensagens ao atleta foram muitas depois de ter também anunciado o prémio na sua página oﬁcial. O Grupo Desportivo da Volta da Pedra tem-se destacado ao longo dos tempos lançando atletas do mundo do BTT para outros patamares.

VINHOS

Únicos vinhos portugueses no TOP 10 mundial são de Setúbal

Os únicos vinhos portugueses a ﬁgurar lista de melhores do mundo do concurso Muscats du Monde são três Moscatéis Roxos de Setúbal. O Quinta do Piloto Moscatel Roxo Superior 2011, o Venâncio da Costa Lima Moscatel Roxo de Setúbal 2014 e o Casa Ermelinda Freitas Moscatel Roxo de Setúbal Superior 2010 estão no TOP 10 Best Muscats du Monde 2018. Na 18.ª edição do concurso, foram ainda distinguidos com medalha de ouro o Venâncio da Costa Lima Moscatel de Setúbal Reserva de Família e com medalhas de prata o Adega Cooperativa de Palmela Moscatel de Setúbal 2015, o Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal, o Venâncio da Costa Lima Pioneiro Moscatel de Setúbal 2014, o Sivipa Moscatel Roxo de Setúbal Superior 10 Anos e Contemporal Moscatel Roxo de Setúbal 2011.

CASOS ● Com os acontecimentos do último ano em relação aos incêndios ﬂorestais onde os soldados da paz combateram

muitos dos fogos que acabaram por tirar a vida a dezenas de pessoas que fugiam das chamas em desespero, foram descobertos milhares de hectares que outrora foram adquiridos pelos seus proprietários mas que acabariam de ﬁcaram ao abandono, à mercê de atos criminosos que muitas vezes são as causas desses incêndios MIGUEL GARCIA

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

ulho de 2017, as noticias abriam em todos os media nacionais com o flagelo dos incêndios a Norte e Centro de Portugal, o caos estava instalados e o inferno parecia pairar no cimo das altas serras que se localizam nessas regiões. Milhares de bombeiros de todo o país mobilizados para os pontos mais críticos dos fogos florestais, muitos tombavam de cansaço e outros não conseguiram chegar a casa, ficando pelo caminho numa missão que para todos eles é um compromisso e uma forma de estar na sua vida no seu dia-a-dia. Passado um ano, o JCP foi saber o que mudou na atitude das populações do nosso concelho e até da região no que concerne à prevenção dos incêndios. Recentemente a Câmara Municipal de Palmela em parceria com as autoridades competentes – Autoridade Nacional de Proteção Civil, Bombeiros de Palmela, GNR e Proteção Civil Municipal – realizaram com a colaboração de um conjunto de moradores em Vale de Barris, Palmela, um simulacro naquela região para estudaram as falhas de uma possível evacuação caso toda aquela área um dia sofrer um incêndio. Não conhecemos as conclusões desse exercício porque não fomos convidados a acompanhar o mesmo, mas conseguimos apurar que a população local esteve presente e demonstrou algumas preocupações ao presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro. Um pouco por toda a região incluindo o concelho de Palmela a mancha florestal é intensa, e conta também com uma vasta área de terrenos ‘abandonados’ à mercê da sua sorte, onde a limpeza não é feita ano após ano e muitos desses terrenos são limpos com a área de corte a incêndios devido à compreensão e medo dos vizinhos. Este é o caso dos terrenos situados na Lagoa da Palha, freguesia de Pinhal Novo, onde no passado sábado (21) os bombeiros foram alertados para um incêndio em mato que rapidamente passou para terrenos da Sociedade Agrícola de Rio Frio, queimando

alguns sobreiros e fardos de palha que tinham sido enfardados à poucos dias e que iriam servir de alimento para as centenas de cabeças de gado que a empresa é detentora. Os prejuízos foram avultados para a administração daquela sociedade, mas o resultado poderia ter sido trágico se não fossem as autoridades competentes a terem o controlo no tráfego rodoviário que se fazia na A12, autoestrada que liga o Sul ao Norte.

mesma zona que está paredes meias ligado à principal autoestrada do país, ser afectada pelos incêndios. O JCP falou com o comandante dos Bombeiros de Pinhal Novo, Luís Neto, que nos adiantou ter conhecimento das condições de falta de limpeza daquele terreno e já ter alertado a autarquia para o <<perigo constante>> que apresenta, mas “mais não podemos fazer”.

“Os terrenos nunca são limpos, não acredito que a autarquia notiﬁque os herdeiros”

Falámos com alguns populares que se deslocaram até ao local e que conhecem bem a história, como o caso do senhor Matias que nos afirmou “isto é todos os anos assim, só o ano passado não houve nada de maior, mas é sempre assim, chega esta altura e aparecem os incêndios nesta região, não sei se é fogo posto ou se não”, para este morador o importante é que as autoridades competentes comecem não só a notificar os mais <<pequenos>>, mas também os <<grandes>> como o caso dos herdeiros de António Xavier de Lima. Carlos Oliveira, deputado municipal do Bloco de Esquerda (BE) também esteve no local onde acompanhou e ajudou os bombeiros num trabalho árduo para que conseguissem travar a tempo as chamas que chegaram a cortar o trânsito na A12 e os comboios na linha do Alentejo. O incêndio esteve próximo da localidade de Arraiados, e para o bloquista é importante conhecer as causas que originaram o incêndio e a Câmara Municipal de Palmela notificar os proprietários dos terrenos. “É importante conhecermos o que foi feito por parte da Câmara Municipal, se houve o reconhecimento da área, se houve notificação ao proprietário. A lei está em prática e têm que ser cumprida, se não for cumprida com a notificação da autarquia a mesma terá que providenciar a limpeza imputando as despesas ao proprietário”, disse. Contactámos na passada sexta-feira o gabinete do presidente a fim de obtermos esclarecimentos sobre o caso, mas por ser começo de fim de semana não obtivemos resposta por parte do edil nem da Câmara Municipal.

São vários os hectares de terrenos espalhados pelo concelho de Palmela pertencentes ao empresário, já falecido, António Xavier de Lima, mas que agora estão na posse dos seus herdeiros legais. O JCP tentou saber junto da empresa mais esclarecimentos sobre a falta de limpeza dos terrenos pertencentes ao conhecido empresário, mas sem qualquer sucesso de contacto. Sabemos que a vasta área de terreno na Lagoa da Palha pertence aos herdeiros da AXL, e na sexta-feira (20), os bombeiros foram chamados ao monte habitacional que está paredes meias com um desses terrenos para apagar um incêndio cujas causas ainda são desconhecidas, segundo uma fonte próxima dos bombeiros. As queixas dos moradores são várias, desde <<cobras, lagartos e ratos>> passando pela falta de limpeza de fenos junto às habitações. “Isto é uma vergonha, todos os anos é a mesma coisa, estamos sempre com o coração nas mãos devido aos incêndios que aqui se veriﬁcam e ninguém faz nada para que os proprietários limpem os terrenos” refere-nos uma moradora que pede anonimato por causa das represálias. A preocupação das populações é constante e ao que conseguimos apurar no local do primeiro incêndio a empresa proprietária dos terrenos nada faz para minimizar o problema que todos os anos aﬂige aquele núcleo de habitantes. No passado sábado foi a vez da parte norte dos terrenos da

23 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 7

MUNDO DA BICHARADA ANIMAIS

SESIMBRA

Solidariedade em duas rodas

Associação Bianca celebrou 16.º aniversário

MOTARD ● Unir a paixão pelas duas rodas e o apoio a associações que auxiliam os animais errantes é mote do grupo motard ‘2 Rodas Solidárias’ ANIMAIS ● Em apenas um ano, já são várias as instituições e até particulares que o grupo

tem ajudado com alimentos e bens por todo o país CARMO TORRES

carmotorres@jornalconcelhodepalmela.pt

paixão pelas motos unida ao amor pelos animais levou Duarte Fernandes e Nuno Iguana a criarem o grupo motard ‘2Rodas Solidárias – 2RS’ em janeiro de 2017, cujo objectivo é realizar passeios mensais em duas rodas, durante os quais são visitadas associações ou abrigos particulares que albergam animais abandonados. Aos participantes é apenas pedido que contribuam com bens e alimentos e, aos domingos mensalmente, os motores rugem nos caminhos escolhidos até aos abrigos, levando um pouco mais de esperança e alegria aos patudos. Mensalmente são várias dezenas de motards que aderem aos passeios, mas nos quais também podem participar quem não se desloca senão sobre quatro rodas, porque todos são bem-vindos.

PROTEÇÃO ● A Associação Bianca está localizada no concelho de Sesimbra e há 16 anos recolhe animais errantes e promove a sua adopção BIANCA ● O abrigo da associação tem neste momento cerca de 300 cães e 60 gatos CARMO TORRES

A escolha dos locais cabe aos fundadores, a partir das propostas que vão sendo apresentadas e decidem depois também os percursos, pontos de encontro e paragens. “A divulgação do passeio é feita na nossa página (www.facebook.com/2RSolidarias), onde é também colocada a historia da associação a visitar, os contactos e a lista dos bens que precisam, porque há algumas que não têm gatos e por isso não faz sentido estar a levar areia” explica Duarte Fernandes. Nuno Igu explica também que “não somos um grupo motard, somos um grupo de amigos que gostam das duas rodas, e que gostam de animais, somos uma família unida, guerreira e temos apenas uma regra: fazer os animais mais felizes. E esta família tem vindo a crescer, o que nos deixa híper-mega felizes, porque esse é o nosso objectivo, continuar a crescer.”

8 | Jornal Concelho de Palmela . 23 de julho 2018

carmotorres@jornalconcelhodepalmela.pt

festa decorreu no abrigo da Bianca, na Carrasqueira, Sesimbra, e reuniu muitos sócios, voluntários, amigos e adoptantes da Associação Bianca no seu espaço, para celebrar os dezasseis anos a recolher e proteger animais errantes, numa festa que decorreu no passado sábado. “Está a correr muito bem, temos vendido muitos livros e t-shirts” referiu Ana Duarte, uma das responsáveis da Associação. “Hoje está um bom dia para a praia, as pessoas têm vindo trazer donativos, conversar um pouco, e ainda há bocado esteve aqui um casal que nos ajudou a pintar o muro e acabou por adotar uma cadelinha que estava no abrigo há perto de um ano.”

No seu abrigo, a Bianca tem “mais de trezentos cães e cerca de sessenta gatos, este agora num espaço que ﬁcou pronto há um mês e que nos permite uma maior atenção, porque tratar de um gatil é muitíssimo complicado, devido às doenças, aos períodos de quarenta, à socialização, etc.” Ana Duarte lamenta que “apesar da legislação e da criminalização dos maus tratos a animais, continuamos a ter abandonos diários… ou encontramos na rua ou vêm deixar aqui à porta do abrigo, sem se preocuparem sequer em que os mesmos ﬁquem resguardados até chegarem os funcionários ou voluntários. E um dos grandes problemas continua a ser o controlo da natalidade, porque as pessoas têm uma cadela e acham que deve ter uma ninhada e mais de metade desses animais acabam na rua.”

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SETÚBAL AQUI TÃO PERTO ECO PARQUE DE SETÚBAL

SETÚBAL

Bungalows e autocaravanas “ocupam” espaço

Zé dos Gatos foi rei na Feira de Sant’iago

AMBIENTE ● Os bungalows e uma média diária de mais de três dezenas de caravanas já estão a ser ocupados no Eco Parque de Setúbal, um espaço de lazer situado junto ao rio azul e com vista para a serra da Arrábida

FEIRA DE SANT’IAGO ● Os vinhos da Península de Setúbal foram tema da

ELSA PERES

elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

s cinco bungalows, inaugurados na passada sexta-feira, conta com quatro já ocupados, prevendo-se a implantação de mais dois. Os amantes do campismo já podem instalar as tendas, usufruindo de todas as condições desde balneários, duches, lavatórios para a louça, tanques para lavar a roupa e mesas para refeições. A Câmara de Setúbal investiu meio milhão de euros no Eco Parque, com a presidente Maria Dores Meira a destacar, que “o investimento já está a dar frutos” e “será utilizado para a realizar da terceira fase”. O Eco Parque está servido de um restaurante e bar, tem estacionamento para os utilizadores e com árvores a servirem o espaço.

Os autarcas da Câmara de Setúbal ﬁzeram uma visita guiada para mostrarem o novo espaço, que passa a ser “uma referência na promoção de um segmento de turismo, que conta com milhares de adeptos”. A presidente da Câmara destacou o papel preponderante de João Maria, que concebeu um espaço muito bonito, explicando que o “serviço público não tem que ser cinzento” e “podemos dar outra graça e tornar Setúbal mais apetecível”. A terceira fase do Eco Parque irá incluir mais bungalows, e espaços para instalar mais caravanas e mais tendas.

Nas bancas todas as terças-feiras gratuitamente. 10 | Jornal Concelho de Palmela . 23 de julho 2018

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edição deste ano, mas o rei do evento foi a ﬁgura típica do Zé dos Gatos, incarnada por Bruno Frazão, que depois das Marchas, conquista mais um sucesso VISITANTES ● Milhares de visitantes assistiram à inauguração e degustaram produtos regionais, acompanhados dos néctares medalhados de quatro dezenas de produtores ELSA PERES

elsa.peres@jornalconcelhodepalmela.pt

lha o Zé Maluco” gritaram muitos quando viram a réplica do Zé dos Gatos, uma ﬁgura típica da cidade de Setúbal, com Bruno Frazão a vestir a pele da mediática personagem. Mas a animação da inauguração contou também com a participação de atores do Teatro de Animação de Setúbal (TAS), que brilharam com a rábula “era o vinho meu bem, era o vinho”. A presidente da autarquia sadina, Maria das Dores Meira, destacou a importância da Feira que “é acima de tudo a festa dos setubalenses”. Para a edil setubalense a importância económica dos vinhos como tema da Feira “não foi escolhido de forma inocente” e destaca a participação de quatro dezenas de produtores, que vão “dar à prova os seus vinhos, naquele que é o maior evento da margem sul”. Este ano participam 43 atividades distribuídas pelos diversos feirantes, cujos espaços foram alvo de ordenamento. Dores Meira destaca novidades na feira, com a implantação de uma roda gigante, de uma quinta pedagógica e onde os animais de companhia também podem usufruir das delícias do evento. O espetáculo de inauguração contou com a atuação da Grande Filarmónica de Setúbal, que integrou as bandas da Capricho e da Perpétua Azeitonense e da Providência de Azeitão, que iniciaram o concerto acompanhando a Grande Marcha de Setúbal interpretada por Joana Lança. No palco Setúbal ainda irão atuar os vencedores do 10º Concurso de Fado, com a vencedora Catarina Ferreira, residente em Brejos do Assa, concelho de Palmela e a melhor fadista do concelho de Setúbal, Carolina Mendes, bem como Sara Coito, que contou com o prémio do público. A segunda parte do espetáculo desta noite será preenchida por Ricardo Ribeiro. Amanhã subirá ao palco Richie Campbell e na quinta-feira os Mão Morta.

Marta Ren, Aldo Lima e Táxi são os artistas do fim de semana, enquanto Emanuel atua na segunda-feira. A Feira decorre até dia 5 de Agosto, com várias iniciativas e animação nos vários palcos. A Praça Mundo será dinamizada pelo movimento associativo de Setúbal com as tradicionais tasquinhas e no Palco Mundo realizam-se espetáculos que refletem a riqueza multicultural do concelho. A Praça do Bares é um espaço de gastronomia com animação musical. O Palco dos Sentidos recebe animações e exposição de atividades dinamizadas pelos serviços de cultura, juventude, desporto, inclusão social, bibliotecas e museus da autarquia. No Palco Baco junto ao Pavilhão Vinhos de Setúbal, realizam-se vários espetáculos de fado, mas também de cante alentejano. No pavilhão da CVRPS haverá apontamentos musicais, oficinas de artesanato, experiências interativas, provas de vinho e degustações.

MONTIJO MESMO AQUI AO LADO MONTIJO

MONTIJO

Autarquia apoia Sociedade Portuguesa de Botânica

Candidaturas abertas para o Aviso 25 - Eﬁciência Energética nos Edifícios

AMBIENTE ● O projeto Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental pretende realizar um levantamento da ﬂora nacional APOIO ● A Câmara Muni-

cipal do Montijo vai apoiar o projecto e obter um relatório sobre as espécies ameaçadas no concelho CARMO TORRES

carmotorres@jornalconcelhodepalmela.pt

projeto Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental vai ser apoiado pela autarquia montijense com uma verba de dois mil euros, no sentido de ser realizado um levantamento sobre os valores botânicos que existem na área territorial do concelho. Coordenada pela Sociedade Portuguesa de Botânica e pela Associação Portuguesa de Ciência da Vegetação, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Lista Vermelha da Flora Vascular pretende ser um documento de referência que vem preencher uma lacuna no conhecimento sobre o estado de conservação da ﬂora vascular do país, permitindo deﬁnir prioridades nas políticas de gestão

ENERGIA ● O Fundo de Eﬁciência Energética (FEE) está a aceitar candidaturas ao Aviso 25 - Eﬁciência Energética nos Edifícios AMBIENTE ● O projecto pretende otimizar as condições de uso e consumo de energia em Portugal CARMO TORRES

da conservação da biodiversidade, tanto a nível nacional como local. O apoio da autarquia irá permitir aos investigadores produzir um relatório técnico com dados de localização das espécies ameaçadas no concelho do Montijo e das medidas de conservação a adotar para a sua salvaguarda. A Sociedade Portuguesa de Botânica é uma associação sem ﬁns lucrativos, criada em janeiro de 2009, para promover a conservação de espécies de ﬂora e dos seus habitats. O projeto Lista Vermelha da Flora Vascular tem data prevista de término para setembro de 2018, sendo publicado em suportes de papel e digital.

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essoas singulares ou pessoas coletivas de direito privado podem candidatar-se até 13 de outubro ao Aviso 25 - Eﬁciência Energética nos Eifícios promovido pelo Fundo de Eﬁciência Energética (FEE), com o objetivo de otimizar as condições de uso e consumo de energia num setor que representa cerca de 30 por cento do consumo de energia em Portugal. São elegíveis para as pessoas singulares/particulares os investimentos que visem a implementação, em edifícios (unifamiliares ou multifamiliares) existentes e ocupados de habitação, de soluções que promovam a melhoria do desempenho energético do edifício ou fração em causa.

As soluções passam pela requalificação de sistemas de aquecimento de águas quentes sanitárias (AQS); instalação de janelas eficientes; requalificação do isolamento térmico segundo o Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios, envolvente interior e exterior, com um limite máximo de despesas consoante a obra a realizar. Entre as pessoas coletivas de direito privado, as entidades elegíveis são as PME de serviços e comércio, hotelaria e restauração, IPSS, bombeiros voluntários, associações desportivas, entre outras, que podem concorrer com as soluções anteriores e ainda a solução de iluminação eficiente. Saiba mais em http://www.pnaee.pt/avisos-fee/aviso-25

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23 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 11

ALERTA SOS PINHAL NOVO

Pânico na A12 devido a incêndio na herdade de Rio Frio CAOS ● Automobilistas em contra-mão, pessoas assustadas e várias chamadas para o 112 que “entupiram” a linha de emergência CULPA ● Relatos de pessoas

que apontam o dedo à falta de informação por parte das autoridades competentes MIGUEL GARCIA

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

s 16h20 do passado sábado (21) os bombeiros de Pinhal Novo eram alertados para um incêndio florestal na localidade da Lagoa da Palha, freguesia de Pinhal Novo. Quando a primeira guarnição de soldados da paz chegou ao local deparou-se com um cenário de um fogo gigantesco que consumia muito rapidamente uma vasta área de pasto seco e que «conseguiu atingir uma grande velocidade de propagação, devido ao tipo de combustível e ao vento que se fazia sentir nessa tarde», como explicou o comandante dos Bombeiros de Pinhal Novo, Luís Neto. Rapidamente foram solicitados mais reforços para o local para combater as chamas que passaram de um lado da estrada para dentro do chaparral da Herdade de Rio Frio, consumindo grande área florestal, sobretudo sobreiros e pasto. No local chegaram a estar 93 operacionais com 34 viaturas e ainda 2 meios aéreos, a combater as chamas. Segundo o Luís Neto, nunca esteve em perigo habitações nem o tráfego rodoviário que circulava na A12, mas existem relatos de pessoas que na altura regressavam pela autoestrada em direção a Lisboa que ficaram em pânico, bem como vídeos nas redes sociais onde se conseguem ver veículos a circular em contra-mão para fugir do incêndio.

Automobilistas apontam o dedo às autoridades competentes pela falta de informação Um dos automobilistas que regressava do Algarve com a família fez um relato à SIC de tudo o que se passou e do pânico que estava instalado nas pessoas que tinham parado, afirmando que ligou para o 112 e que de lá responderam que <<apresentasse reclamação às autoridades>>. Também aponta o dedo à falta de informação por parte da GNR de Pinhal Novo, afirmando que “liguei para a GNR do Pinhal Novo e a resposta foi que não tinham ainda informações para dar”, achando estranho toda aquela situação, uma vez que passou por uma das carrinhas de serviço da Brisa e onde informava <<Perigo, abrande>>. Numa informação deixada na rede social, os Bombeiros de Pinhal Novo afirmam de que “houve uma maior preocupação dos bombeiros, pois, vários condutores fizeram a inversão do sentido de marcha, entrando em contra-mão na A12, no sentido Palmela – Lisboa”, mas a situação rapidamente foi resolvida pelo apoio da Unidade de Trânsito da GNR. Para além da interrupção temporária da A12 e da Avenida da Herdade, a linha ferroviária que liga Pinhal Novo ao Poceirão também esteve interrompida.

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Nas bancas todas as terças-feiras gratuitamente. 12 | Jornal Concelho de Palmela . 23 de julho 2018

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Onde nos pode encontrar às terças-feiras Freguesia de Pinhal Novo

Freguesia de Palmela

Freguesia de Sarilhos Grandes

Papelaria Pinhal Mercado Municipal Biblioteca Municipal Papelaria Nova Junta de Freguesia Clube Desportivo Pinhalnovense (Bar) Centro de Saúde – Zeca Afonso Papelaria Servialcaide Piscinas Municipais Papelaria Pena Branca Associação de Reformados e Pensionistas Centro Comercial Dovari (Espaço Ferro) Posto de Abastecimento Repsol Olhos de Água Café Cancela (Vale da Vila) Posto de Abastecimento da Repsol (Lagoa da Palha) Grupo Desportivo de Valdera Papelaria Servialcaide (Palhota) Posto de Abastecimento Cepsa – Palhota

Estação Rodoviária TST Restaurante Seca Adegas Armazém Biona Café Âncora (Algeruz) Posto de Abastecimento Repsol – Aires Sul Posto de Abastecimento Repsol – Aires Norte Grupo Desportivo Airense Papelaria do Intermarché Posto Médico Sociedade Filarmónica “Os Loureiros” Casa Mãe Rota de Vinhos da Península de Setúbal Cine-Teatro São João Sociedade Filarmónica Humanitária Posto de Abastecimentos dos Bombeiros Voluntários D. Xicara Café Papelaria A Turma Posto de Abastecimento BP – Lagoinha Quinta do Piloto Junta de Freguesia Mercado Municipal Drogaria Amílcar Biblioteca Municipal Departamento de Urbanismo Papelaria Camolas Retiro Azul Café

Papelaria Bomba – Lançada

Freguesia de Quinta do Anjo Associação de Moradores de Olhos de Água Comunidade dos Olhos de Água Associação do Bairro Alentejano Associação de Moradores das Marquesas Posto de Abastecimento Cepsa (Vila Amélia) Posto de Abastecimento GALP (Estrada dos 4 Castelos) Papelaria de Cabanas Grupo Desportivo Cabanense O Forno Churrasqueira Associação de Reformados de Cabanas Papelaria T-Qual (Portais da Arrábida) Golden Coffee (frente ao CRJ de Quinta do Anjo) Papelaria de Quinta do Anjo (Frente à Junta de Freguesia) Espaço Aﬁnidades – Horácio Simões Junta de Freguesia Centro de Atendimento da CMP – Quinta do Anjo Restaurante Flavors (Espaço Fortuna)

Freguesia de Marateca Associação Cultural de Fernando Pó Supermercado Baêta Sede do Bairro Margaça Papelaria de Águas de Moura Supermercado Amanhecer Ourivesaria Santos Posto de Abastecimento Cepsa – Norte Posto de Abastecimento Cepsa – Sul Supercentro Posto de Abastecimento de Cajados AgroCajados

Freguesia de Poceirão Associação Cultural da Lagoa do Calvo Junta de Freguesia Posto de CTT Centro Cultural do Poceirão Pronto a Comer Tachos & Panelas Papelaria do Poceirão J Carlos Adubos Posto de Abastecimento Esperança Armazém do Ratão Grupo Desportivo Águias da Aroeira

CONCELHO DO MONTIJO Freguesia do Montijo Papelaria da Avenida Nova Papelaria da Praça da República Galeria Municipal Posto de Turismo Junta de Freguesia Estação Rodoviária dos TST Loja Florineve na Estação Fluvial da Transtejo

Freguesia de Canha Bombeiros Voluntários (Café) Café Castelo Café Patarra

Freguesia de Pegões Restaurante “ O Carlos” Posto de Abastecimento Repsol – Faias Posto de Abastecimento Cepsa – Pegões

CONCELHO DE SETÚBAL Freguesia de Setúbal Casa Baía Quiosque do Esperança Papelaria Avenida 5 de Outubro Biblioteca Municipal Casa da Cultura Papelaria Mil Folhas – Aranguês

Freguesia de Azeitão Papelaria do Intermarché Piscinas Municipais Papelaria do Largo do Rossio

DESPORTO PINHAL NOVO

RELVADOS SINTÉTICOS

Desportivo Sul United vai disputar Final Nacional de Futebol 7

Câmara apoia Pinhalnovense e Clube de Águas de Moura

DESPORTO ● O Futebol de 7 está a destacar-se com

Clube Desportivo Pinhalnovense avançou com a substituição do relvado sintético, no Campo Santos Jorge para qualiﬁcar o espaço de acordo com as normas da Federação Portuguesa de Futebol e para dar melhores condições aos jogadores. A autarquia de Palmela irá comparticipar as despesas em 30%, no montante de 44.200 euros.

MIGUEL GARCIA

Também o Clube Desportivo de Águas de Moura passará a ter o campo de jogos do Olival com relva sintética, para realizar a prática desportiva e captar novos atletas. A Câmara de Palmela comparticipará a colocação da relva sintética com um valor de 50 mil euros.

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE D Pinhalnovense e Olímpico estreiam-se em casa O Calendário do Campeonato de Portugal já é conhecido. O JCP irá acompanhar os jogos do Pinhalnovense e do Olímpico do Montijo, que fazem parte da Série D e irão dar o pontapé de saída a jogar em casa, no Campeonato de Portugal, que começa no próximo mês.

1ª JORNADA 12/08 Pinhalnovense 17:00 Olhanense Olímpico 17:00 Vasco da Gama Montijo Vidigueira 2ª JORNADA – 19/08 Armacenenses 17:00 Pinhalnovense Ferreiras 17:00 Olímpico Montijo 3ª JORNADA – 26/08 Pinhalnovense VS Casa pia Olímpico 17:00 Sp. Ideal Montijo 5ª JORNADA– 16/09 Redondense VS Pinhalnovense Casa Pia VS Olímpico Montijo 5ª JORNADA – 19/08 Olímpico VS Olhanense Montijo Pinhalnovense VS Amora FC 6ª JORNADA – 23/09 1º Dezembro VS Pinhalnovense Redondense VS Olímpico Montijo

clubes pequenos mas que estão a dar cartas na área, como o caso da equipa de Pinhal Novo, Desportivo Sul United FINAL ● A Final Nacional de Futebol 7 vai ter lugar em Mafra nos dias 28 e 29 de julho

miguel.garcia@jornalconcelhodepalmela.pt

ada vez há mais adeptos a praticar de forma amadora ou profissional futebol de 7. O Desportivo Sul United, uma equipa da vila de Pinhal Novo já está a dar que falar no setor. Com um desempenho extraordinário, esta equipa conseguiu superar todos os desafios que foram sendo traçados ao longo da temporada até que conseguiu chegar à grande Final Nacional que vai decorrer em Mafra. Os atletas vão estar a disputar a grande final nos próximos dias 28 e 29 de julho, prometendo fazer uma grande partida de futebol e conquistar o titulo para a vila de Pinhal Novo.

Os dois clubes assumem o compromisso de disponibilizar os equipamentos e colaborar na organização e dinamização de atividades promovidas pela autarquia, que visem a promoção de atividades físicas e desportivas no concelho.

NATAÇÃO E BTT

A CAMINHO DA POLÓNIA

Autarcas saúdam atletas

Jovens da Fundação COI participam em Mundial de Futebol

7ª JORNADA – 07/10 Pinhalnovense VS Louletano Olímpico VS 1º Dezembro Montijo 8ª JORNADA – 14/10 Amora FC VS Olímpico Montijo Moura VS Pinhalnovense 9ª JORNADA - 28/10 Pinhalnovense VS Real Olímpico VS Moura Montijo 10ª JORNADA – 04/11 Pinhalnovense VS SC Praiense Louletano VS Olímpico Montijo 11ª JORNADA -11/11 Olímpico VS Real Montijo Oriental VS Pinhalnovense 12ª JORNADA – 18/11 Pinhalnovense VS Olímpico Montijo 13ª JORNADA – 02/12 Angrense VS Olímpico Montijo Sacavenense VS Pinhalnovense

s autarcas do concelho de Palmela aprovaram saudações aos atletas da Palmela Desporto e da Escola Secundária de Palmela. Os nadadores Luís Piteira, José Tavares e Cláudia Silva, conquistaram três títulos de Campeões Nacionais, três de Vice-Campeões Nacionais e dois 3.ºs lugares, nos XX Campeonatos Nacionais de Masters de Verão Open de Loulé. A jovem Íris Chagas, da Escola Secundária de Palmela foi Campeã Nacional de BTT do Desporto Escolar, Iniciados Femininos, nos Campeonatos Nacionais Escolares de Iniciados, que decorreram em Braga.

14 | Jornal Concelho de Palmela . 23 de julho 2018

s jovens da Fundação COI vão participar no 6.º Campeonato Mundial de Futebol das Crianças das Instituições de Acolhimento, que se realiza, nos dias 28 e 29 de Julho, na cidade de Varsóvia, na Polónia. A comitiva da Fundação COI integra 10 jovens dos seus centros de acolhimento, entre os 12 e os 18 anos, que serão acompanhados de dois técnicos, a convite da Embaixada da Polónia, que envolvem despesas de cerca de seis mil euros. A Câmara de Palmela aprovou por unanimidade um apoio ﬁnanceiro de mil euros, reconhecendo que a Fundação COI representa um “importante papel na promoção do desenvolvimento social e também a natureza desta iniciativa”, para além de destacar “a oportunidade que representa para os jovens”.

CULTURA ARRAIADOS

PINHAL NOVO

Vamos tocar? Nas esculturas sonoras!

Momento de poesia relembra Vitorino Nemésio

MUSICA ● A poucos quilómetros de Lisboa e a minutos da sede do concelho de Palmela, situa-se uma caixa de música, de seu nome Museu da Música Mecânica EXPOSIÇÃO ● Neste Museu está agora patente uma exposição de Esculturas Sonoras

ENCONTRO ● A Biblioteca Municipal de Pinhal Novo recebe no próximo dia 27 de julho um encontro de poesia intitulado “Palavras na Nossa Terra” POETA ●

Museu da Música Mecânica situado em pleno mundo rural, em Arraiados, na freguesia de Pinhal Novo, tem surpreendido todos os que o visitam desde a abertura oﬁcial das suas portas. Luís Cangueiro, proprietário e diretor do espaço, tem tido o cuidado de expor artes que vão ao encontro da curiosidade de quem visita o museu.

Para além da sua coleção privada de caixas de música, exposição permanente, Luís Cangueiro tem convidado grandes artistas para exporem as suas artes. Até ao próximo dia 5 de agosto o museu vai estar de portas abertas a uma exposição de esculturas. A “Synaesthesis” é uma exposição de Esculturas Sonoras do artista André Neves. A entrada requer bilhete e marcação prévia.

PALMELA

Vitorino Nemésio vai ser relembrado neste encontro de poetas

hama-se “Palavras na Nossa Terra” e tem o principal objetivo de promover a poesia e os grandes poetas que ﬁzeram história de outros tempos. A Biblioteca Municipal da vila de Pinhal Novo recebe na próxima sexta-feira, pelas 21h00, mais um encontro de poesia, desta vez o poeta em destaque vai ser Vitorino Nemésio. O encontro vai incluir a leitura espontânea de poemas de todos os participantes e lembrar o professor da Facul-

dade de Letras de Lisboa com alguns dos seus poemas. Vitorino Nemésio tem um vasto leque literário que deixou de legado como o romance açoriano “Mau Tempo no Canal” que foi escrito em 1944 ou ainda a “Sapateia Açoriana, Andamento Holandês e Outros Poemas” que foram escritos em 1976, um ano antes da sua morte. Os encontros de poesia promovidos pela autarquia de Palmela decorrem uma vez por mês na Biblioteca Municipal de Pinhal Novo.

PALMELA

Duas gerações assinalam o Dia dos Avós FAMÍLIA ● A Câmara Municipal de Palmela vai organizar na próxima quinta-feira um programa cultural onde vai envolver avós e os netos numa visita à história local

o próximo dia 26 de julho a Câmara Municipal de Palmela vai assinalar o Dia dos Avós com um programa cultural cheio de história local onde avós e os netos vão descobrir em cada canto e recanto do Convento de S. Paulo de Alferra a história daquele património que em tempos foi importante para a vida na serra e na região.

Depois da visita a animação continua e é tempo de partir para um piquenique e jogos tradicionais entre os avós e netos. Os destinatários são população 55+ e jovens, a inscrições podem ser feitas pelo 212 336 606 ou deis.geral@cm-palmela.pt

‘A luz chegou a Palmela’ EXPOSIÇÃO ● A Câmara de Palmela em parceria com a EDP apresentam até fevereiro de 2019 uma exposição que retrata a chegada de luz à vila FOTOS ● Mostram o momento da chegada da rede elétrica em vários episódios

stá a fazer 80 anos que a iluminação pública chegou a Palmela, decorria o ano de 1938 quando “Finalmente, a Luz!” chegou à vila.

Com entrada gratuita e patente na Galeria da Biblioteca Municipal de Palmela, os vários momentos da chegada do serviço de electricidade a Palmela está retratada em foto mas também em equipamentos expostos.

Na entrada do edifício está um candeeiro que simboliza a época de 1938, um momento mágico para navegarmos por toda uma história da chegada da luz a muitas casas daquela localidade. As visitas são guiadas e podem ser marcadas para o telefone 212 336 640 ou ainda por email património.cultural@cm-palmela.pt

23 de julho 2018 . Jornal Concelho de Palmela | 15

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