Jornal da 3ª Idade www.jornal3idade.com.br Um jornal a serviço dos direitos dos idosos- São Paulo setembro de 2014 - ano 11 - especial nº 18
José Luiz Riani Costa, José Carlos Ferrigno, Serafim Fortes Paz e Ruth Gelehrter da Costa Lopes na mesa do evento.
SESC publica documento que vai nortear os trabalhos com idosos nos próximos anos Hermínia Brandão
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Na manhã de 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso de 2014, o SESC de São Paulo realizou como parte das comemorações o lançamento da publicação Perspectivas para Ações Junto ao Cidadão Idoso– Carta de Bertioga, no SESC Consolação. O livreto de 67 páginas, com capa dourada alusiva ao trabalho social pioneiro da entidade com idosos que completou 50 anos, traz o resumo das conclusões do fórum, realizado com o mesmo nome, em setembro de 2013. Naquela ocasião cerca de 150 pessoas de todos os Estados do Brasil vinculados à questão da velhice, mais convidados internacionais, debateram estratégias para o aperfeiçoamento das políticas sociais para o envelhecimento.
Cristina Riscalla Madi, gerente do GETI-Gerência de Programas e Estudos da Terceira Idade do SESC.
“No Brasil, a despeito das avaliações mais recentes, especialmente em virtude de desequilíbrios previdenciários, o que vem ocorrendo é uma mudança de paradigma: os idosos têm confrontado sua invisibilidade social para reivindicar melhores condições de vida e participação, interferindo nas previsões e planificações para o futuro. O futuro anunciado desde sempre se faz agora”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo na sua apresentação da publicação. Ele, que abriu o evento, ainda falou da mudança do perfil do idoso nas cinco décadas do trabalho do SESC com esse público e enfatizou a necessidade “cada vez maior do trabalho intergercional”. A psicóloga e professora de gerontologia na PUC-SP, Ruth Gelehrter da Costa Lopes; o professor e gerontólogo da Universidade Federal Fluminense, Serafim Fortes Paz; o psicólogo e gerontólogo especialista em programas intergeracionais, José Carlos Ferrigno e o médico e professor da UNESP, em Rio Claro, José Luiz Riani Costa foram os responsáveis pelos comentários dos quatro eixos temáticos que nortearam os debates de 2013 e as conclusões publicadas. “A gente hoje vive um momento em que o Movimento (de defesa dos idosos) está mais para a preservar o que já se conquistou- ainda que nem tudo tenha sido imple-
mentado- do que procurar novos direitos. Isso está atravessando vários segmentos, em especial o segmento dos trabalhadores, que hoje vivem numa ameaça de perdas de direitos, por uma série de ações que estão em curso. Então os que fizeram uma luta histórica em defesa dos idosos estão procurando garantir o que já foi conquistado”, falou o professor Serafim Fortes Paz, ao comentar o eixo Autonomia, Direitos e Cidadania. O SESC imprimiu 2.500 exemplares, que serão enviados para coordenadores de trabalhos com idosos em todo o Brasil e autoridades responsáveis por áreas afins. A integra do texto será disponibilizada na Internet. ENTREVISTA Cristina Riscalla Madi, que trabalha há mais de 20 anos no SESC e que desde janeiro está como gerente do GETIGerência de Programas e Estudos da Terceira Idade comentou, em entrevista ao Jornal da 3ª Idade, que os resultados dos debates realizados em Bertioga em 2013 serão muito importantes para o desenvolvimento do trabalho com idosos, nos próximos anos. Jornal da 3ª Idade- Como os resultados dos debates realizados do seminário Perspectivas para Ações Junto ao Cidadão Idoso, realizado em setembro de 2013, vai influenciar as futuras ações do SESC?
Cristina Riscalla Madi- A intenção foi olhar quais as perspectivas futuras do trabalho com idosos, já que muita coisa avançou nessas cinco décadas. Quais são as ações que precisam ser potencializadas? Quais ações precisam ser implementadas? Como pensar o caminhar do trabalho com idosos para os próximos anos? Esse documento é fruto de uma reflexão forte e vai ser muito importante para o nosso trabalho. Jornal– A Carta de Bertioga já está sendo trabalhada nos programas do SESC? As considerações já podem ser sentidas na prática?
Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo na sua apresentação da publicação: “O futuro anunciado desde sempre se faz agora”.
Cristina - Muito. Esse evento foi como uma parada para essa reflexão. Por isso ele foi dividido em quatro eixos temáticos, de forma didática para podermos centrar esforços e fazer ações mais pontuais. O idoso como cidadão está na sociedade como um todo, está pleno e participando dessa complexidade social e promovendo isso também. Nossos programas transparecem isso. Jornal – O idoso do início do trabalho do SESC era outro. Essa avaliação está no dia a dia dos profissionais? Cristina - O trabalho social com idosos está sendo revisado. Estamos fazendo essa reflexão interna de metodologia, de recorte de público e nisso também está avaliar que é o idoso de hoje, como ele se comporta.
Serafim Fortes Paz: “ A gente hoje vive um momento em que o Movimento está mais para a preservar o que já se conquistou - ainda que nem tudo tenha sido implementado- do que procurar novos direitos