Jornal da 3ª Idade março de 2014

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Jornal da 3ª Idade São Paulo, de 15 de março a 14 de abril de 2014 - Um jornal a serviço dos direitos dos idosos - Ano 11 nº 84

Odilon Wagner autor e diretor de A Última Sessão, a primeira peça do teatro brasileiro só com artistas famosos todos na terceira idade

Atividade Física

Os Jogos Regionais dos Idosos de SP vão até junho com final em P.Prudente Pg.5 O neurologista André Felício diz “a cura da doença do Parkinson não está tão longe” Pg.2 Opinião

O cardiologista Américo Tângari Júnior alerta para as causas da falta de saúde bucal Pg.2

Letícia Pontual / Agência O Globo

Opinião

Odilon Wagner: “ Os atores mais velhos querem é trabalhar”.

Meses depois de completar 60 anos, o ator e diretor Odilon Wagner acaba de realizar um sonho: colocar no palco para encenar um texto de sua autoria nove atores, todos profissionais consagrados, que estão na terceira idade. A montagem, da qual também é diretor, já seria uma grande atração pela iniciativa, mas ela excede. O elenco de A Última Sessão é formado por Laura Cardoso, Nívea Maria, Etty Fraser, Sonia Guedes, Sylvio Zilber, Miriam Mehler, Gésio Amadeu, Gabriela Rabelo

e Yunes Chami. Marlene Collé faz uma participação especial no espetáculo como uma homenagem aos profissionais dos bastidores Ela trabalha como cos t u r e i ra , c a b e l e i r e i ra e camareira há mais de 25 anos e cantou na inauguração do Teatro Nacional de Brasília, em abril de 1966. “São desbravadores da teledramaturgia no Brasil, fundadores da nossa TV, pessoas com importância histórica que tem muito para contribuir com a sua arte”, disse Odilon Wagner. Pag 3 e 4

Maria Guadalupe, quer comemorar 102 anos pintando quadros, a atividade que começou na terceira idade e lhe garantiu exposições em galerias na Europa Pag 7

Maria Guadalupe Mundim da Costa Carneiro, no seu apartamento em São Paulo.

Os fóruns regionais de idosos são importantes porque podem atuar junto aos moradores mais velhos Pag 8

Participantes do Fórum do Cidadão Idoso de Guaianases, na Zona Leste da Capital, que reúne moradores de cinco bairros.


Editorial

Opinião

Jornal da 3ª Idade - 15 de março a 14 de abril de 2014

Um conselho de velhos Parkinson e Alzheimer e que pense o futuro Brasil a cura já não tão longe

Imagine se pudéssemos ter um conselho de velhos brasileiros, nativos ou adotados, que, independente das suas predileções partidárias, se dispusessem a falar sobre as suas experiências públicas, seus erros e seus acertos, sem se preocupar com a patrulha ideológica que poderia se criar em torno. Quantas pessoas com 80 anos ou mais, de diferentes profissões, de diferentes comunidades poderiam colaborar fazendo uma retrospectiva pública, numa doação incomum da sua experiência. Os mais velhos formam uma biblioteca viva que precisa ser escutada e registrada, nos bairros, nas cidades e nos parlamentos. São pessoas que nasceram no período anterior a Segunda Grande Guerra, que acompanharam lutas globais e domésticas, que conheceram lideranças históricas – para o bem e para o mal- e mesmo entre os mais simples sentiram na pele as transformações do mundo e das forças da economia. São pessoas que cresceram num planeta dividido em nações, aonde as culturas eram próprias e os projetos de futuro pertenciam a cada país, como se as pessoas estivessem fadadas a continuar vivendo apenas dos seus ensinamentos ancestrais e com seus costumes. Todos sobreviveram às transformações políticas, com escolhas e omissões num mundo que chegou a achar que somente a luta de classes daria a redenção, que somente os partidos políticos seriam representações do poder e que os grupos e movimentos não teriam como se expressar sem o

apadrinhamento deles. Homens e mulheres de 80 anos e mais se cunharam numa época em que se acreditava que envelhecer com um ou mais amigos seria uma grande satisfação; que aos velhos caberia se recolher na aposentadoria. Numa época que as teorias científicas diziam que ninguém poderia estar ao mesmo tempo em dois lugares. Essas pessoas quebraram o maior dos desafios: continuaram vivas. Agora querem continuar tendo um papel social e não se furtam em contribuir por novos desafios. Elas diariamente se debatem com a popularização da informática e o uso da Internet que estão configurando um novo mundo. O que passa na televisão daqui é quase o mesmo que se vê do outro lado do mundo. A juventude em todo o planeta se veste parecida e conhecem mais pessoas nas redes sociais do que gente com que vai conviver a vida toda. Os meios de comunicação colocam as pessoas ao mesmo tempo em diferentes salas em todo o planeta e os protestos coletivos também são muito parecidos em centenas de metrópoles. Como coordenar um mundo tão diferente na origem e tão semelhantemente compartilhado, sem autoritarismo e sem correr o risco de criar um novo tipo de ditadura? Homens e mulheres de 80 anos e mais também não sabem, mas tem pelo menos três coisas em comum: são testemunhas da história já vivida; podem falar sobre muita coisa que poderia ter sido feita diferente e todos querem viver muito, muito mais.

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ISSN 1809-2527

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Nas redes sociais registramos diariamente as principais notícias sobre idosos. Acompanhe!

André Felício É médico neurologista, doutorado pela UNIFESP/SP, pós-doutorado pela University of British Columbia/Canadá, e pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein/SP Recentemente, pesquisadores do Reino Unido fizeram uma descoberta muito importante no caminho da cura de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. As pesquisas foram com animais de laboratório que desenvolveram doenças priônicas e, depois, foram tratados com uma substância para inibir este processo de destruição dos neurônios. Primeiramente, vamos entender o que seria uma doença priônica? Todos se lembram da “doença da vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina), que ocorreu em países europeus e era justamente uma forma de doença priônica. Neste caso, os animais (as vacas) tinham uma proteína anormal, chamada proteína

priônica, que impede o processo normal de renovação celular, o que culmina com a morte de neurônios e um grave comprometimento do sistema nervoso central. O equivalente da doença da vaca louca em humanos seria a doença de Creutzfeldt-Jacob, que também é uma doença priônica, neurodegenerativa, normalmente, manifestando-se com demência rapidamente progressiva e transtornos do movimento, por exemplo, ataxia e parkinsonismo. O fato é que, atualmente, acredita-se que doenças neurodegenerativas muito comuns, como a doença de Parkinson e Alzheimer, tenham um mecanismo fisiopatológico comum com as doenças priônicas, ou seja, haveria nestes pacientes uma proteína anormal

que seria capaz de destruir as células saudáveis do sistema nervoso central. Os resultados da pesquisa liderada por Mallucci e colaboradores, e publicada na revista Science Translational Medicine é muito animador porque estes cientistas conseguiram, in vivo, demonstrar que é possível reverter o processo de neurodegeneração. Obviamente, ainda serão necessários diversos outros estudos para comprovar este efeito, além de maior conhecimento sobre possíveis eventos adversos desta substância inibidora da proteína priônica. Enquanto isto, notícias, como esta, enchem de esperança todos os pacientes com Parkinson e Alzheimer, seus familiares e pesquisadores envolvidos nesta área.

A boca mal tratada afeta o coração e pode matar Américo Tângari Junior É médico cardiologista integrante da equipe de Cardiologia Cirúrgica do Hospital Beneficência Portuguesa.

tangarijr@gmail.com Escovar os dentes conforme orientação do dentista e manter as gengivas sadias não são apenas hábitos saudáveis, em nome de um sorriso bonito ou contra o mau hálito. Vai muito além: estudos dos principais centros de pesquisa do mundo comprovam que uma boca mal tratada pode matar. Uma simples cárie, por exemplo, tem o poder de afetar um coração e levar à morte – ou a uma prolongada internação. Se um paciente tem um sopro no coração ou um prolapso da válvula mitral (o que ocorre com 20% dos habitantes do planeta), a probabilidade de uma infecção cardíaca grave é de mais de 40%. Hoje, médicos e dentistas sabem que esta relação é direta e muito perigosa. Grandes hospitais costumam registrar cerca de doze pacientes por mês com endocardite (uma infecção que atinge parte da

membrana que encobre as válvulas cardíacas e que pode atingir também várias partes do coração). Destes, quase a metade dos casos tem origem bucal, descobertos por infecções espontâneas (resultante de dentes ou gengivas em mau estado) ou pela manipulação da área infectada para tratamento odontológico. O que provoca a doença cardíaca é a bactéria Streptococcus viridans, que normalmente habita a boca, mas aí sem provocar qualquer dano. Porém, ao entrar na circulação, a bactéria vai parar no coração e pode provocar a endocardite. As proteínas inflamatórias e as bactérias presentes no tecido periodontal (gengiva) provocam espessamente das paredes das artérias do coração, o que pode levar a uma arteriosclerose. Nem todo mundo sabe que tem um sopro ou um prolapso no coração, a menos que se submeta periodi-

camente a exames mais sofisticados. É por isso que os dentistas precisam redobrar os cuidados e manter contatos com o médico de seu paciente. Deve, antes de tudo, procurar saber se o paciente é portador de algum risco para doenças cardiovasculares, como diabete, hipertensão, tabagismo, colesterol alto. Pessoas com lesão em válvula ou cardiopatia congênita devem ter muito cuidado. Ao tratar os dentes, deve comunicar sua situação ao dentista ou levar uma declaração do cardiologista de que precisa tomar um antibiótico preventivo. Aliás, tratar dos males da boca com antibióticos é sempre uma boa prevenção. Afinal, escovar os dentes corretamente e manter uma gengiva saudável também ajudam a prolongar a vida.


Teatro

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A montagem de A Última Sessão de Odilon Wagner é inovadora, ao reunir no mesmo palco atores famosos, todos na terceira idade Jornal da 3ª Idade - Quando você descobriu que tinha vocação para ser ator? Odilon Wagner – Quando estava prestando vestibular para Arquitetura, sem saber exatamente o que queria e um amigo me levou para fazer teatro amador na PUC. Foi tudo muito rápido, eu tinha 17 anos e em um ano já estava fazendo a primeira peça profissional, que tinha a Etty Fraser no elenco. Eu era um iniciante e ela já famosa. Jornal da 3ª Idade - Numa entrevista você citou a D.Izaura, sua professora na infância, no Paraná, como uma pessoa que tinha lhe apresentado para a dramaturgia. Ela teve influência nessa escolha? Odilon Wagner – Ela era uma grande educadora que ensinava História e Geografia com dramatização e fazia com que os alunos se tornassem personagens. Isso, no Interior do Paraná, há 50 anos. Então eu sempre digo que ela me incentivou. Ela marcou a minha vida diferente de outros professores. Jornal da 3ª Idade - Ter completado 60 anos, recentemente, também foi motivo para pensar numa montagem com atores mais velhos, mais experientes? Odilon Wagner – Não, porque eu comecei a pensar na peça há cinco anos e também eu sempre fui uma pessoa ligada na maturidade. Eu via atores, colegas mais velhos, infelizes porque estavam sem trabalho. Hoje em dia não se escreve dramaturgia para atores experientes. O teatro hoje é infantojuvenil. Por que nas novelas você tem três ou quatro atores mais velhos e todo o resto do elenco de jovens ou muito jovens. Jornal da 3ª Idade - Não existe uma contradição no mercado, já que é sabido que o público que mais frequenta teatro é o da terceira idade? Odilon Wagner – Sem dúvida. E eu não entendo essa lógica. O grande público, não só de teatro, mas de Cultura em geral, é formato por pessoas mais velhas.

Jornal da 3ª Idade - No RJ já houve uma experiência de contratar atores e atrizes para oficinas culturais, palestras sobre a história do teatro no Brasil, mas não teve continuidade. Não seria um trabalho interessante. Não é uma bandeira que vale a pena levantar? Odilon Wagner – Com certeza e espero que apareçam iniciativas assim. Eu já estou fazendo a minha parte com essa peça. Em 45 anos de carreira não me recordo de um espetáculo como esse, com atores na maturidade juntos, num mesmo palco. São atores desbravadores da teledramaturgia no Brasil, fundadores da nossa Tv, pessoas que tiveram importância histórica em momentos da política nacional. Eles tem muito para contribuir com a sua arte. Jornal da 3ª Idade - É importante essa discussão porque ela ocorre com todas as pessoas em todas as profissões, mas as vezes os atores, pela sua exposição nos meios de comunicação, dão a impressão de serem imunes aos problemas da terceira idade.

na peça de uma maneira muito interessante, jogando com a comédia e o drama. Odilon Wagner – O desejo ainda pulsa nas pessoas mais velhas. Mostrar isso, ainda que de uma forma delicada, é uma das intenções da peça. Jornal da 3ª Idade - Você esperava que na primeira sessão da tarde tivesse a presença de jovens? Odilon Wagner – Essa peça não é um espetáculo de velhinhos para velhinhos. É um espetáculo de artistas veteranos, com muita energia, muita picardia e uma experiência enorme. A Etti Fraser hoje (na quinta-feira dia 23 de janeiro) estava com conjuntivite, com o olho fechado. Ela não se abalou, colocou um óculos escuros e fez um belo espetáculo 

Odilon Wagner é paranaense com 60 anos de idade e 45 anos de carreira. No teatro já atuou em 19 peças, no cinema 14 filmes e na Tv 32 novelas. Em 2012 ele interpretou o mordomo Thompson, na novela Salve Jorge, da TV Globo.

Odilon Wagner recepcionou a plateia e conversou sobre a alegria de estar realizando seu desejo de ver um grupo de grandes atores na maturidade, reunidos no mesmo palco.

Odilon Wagner – A maior parte da sociedade se comporta como se a partir de uma certa idade a obrigação fosse cuidar dos netos. Eu acho neto uma coisa maravilhosa, mas as pessoas tem planos, tem projetos, querem fazer outras coisas. Se os filhos precisam de alguem para cuidar dos seus filhos que contrate uma babá. As pessoas estão casando aos 70 anos, fazendo faculdade aos 75 anos, planos de viagem aos 80 anos. A sociedade tem que mudar a sua expectativa em relação aos mais velhos. Jornal da 3ª Idade - Você tem netos? Odilon Wagner –Infelizmente não, já fiz a cabeça do meu único filho, mas até agora nada. Jornal da 3ª Idade - A sociedade de maneira geral está mais aberta para as questões do envelhecimento, mas tem um assunto que ainda é tabu, que é o sexo na terceira idade. Você colocou isso

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Jornal da 3ª Idade - 15 de março a 14 de abril de 2014

Gésio Amadeu, Etty Fraser, Laura Cardoso, Gabriela Rabelo e Nívea Maria esbanjando talento.

Na quinta-feira a oportunidade de conversar direto com os artistas depois do espetáculo Laura Cardoso, Nívea Maria, Etty Fraser, Sonia Guedes, Sylvio Zilber, Miriam Mehler, Gésio Amadeu, Gabriela Rabelo, Yunes Chami e Marlene Collé são as estrelas de A Última Sessão, a peça escrita e dirigida por Odilon Wagner que oferece ao público dois presentes: o prazer de assistir um espetáculo divertido com alguns dos melhores atores do Brasil e ainda ter a oportunidade de conversar com eles, bem de perto, depois da sessão.

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A história se passa durante o almoço de domingo no Clube Inglês, onde amigos entre 75 e 85 anos de idade reúnem-se semanalmente. São personagens engraçados e dinâmicos que falam do passado até que um deles, um ator amargurado com a sua vida resolve fazer um acerto de contas com todos os colegas, inspirado em A Tempestade, de Shakespeare. Surgem cenas dramáticas e brigas, que só se resolvem no final inesperado.

O ator e diretor de teatro Sylvio Zilber, de 77 anos, um dos fundadores do Teatro Escola Macunaíma, conversou com um grupo do Espírito Santo. Foi dele a ideia de somar o tempo de carreira de todos. “A gente fez as contas, e juntos somamos mais de 570 anos só de carreira artística”.

Para reavivar a memória do público foi colocado no saguão no teatro um painel, com alguns dos momentos mais importantes na carreira de cada um dos atores. Serviço: A Última Sessão Na quinta-feira às 16h (melhor para grupos); sextas e sábados, às 21h e domingos, às 18h. Teatro Shopping Frei Caneca. Duração: 90 minutos. Até 27 de abril. Inteira R$80,00 Idoso R$40,00

Laura Cardoso, a atriz mais premiada do Brasil, com 70 anos de profissão, entra em cena levantando a plateia que interrompe a sequencia do espetáculo para aplaudi-la. Depois da peça,ela conversa com os fãs e é requisitada muito pelos mais jovens.


Atividade Física

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Os Jogos Regionais dos Idosos de 2014 serão de março a junho devido a Copa

CALENDÁRIO JORI 2014 12 a 16 de março

Penápolis Região de Araçatuba

19 a 23 de março

Lençois Paulista Região de Araraquara

26 a 30 de março

Batatais Região de Barretos Região de Franca Região de R. Preto

02 a 06 de abril

Mogi Guaçu Região de Campinas

09 a 13 de abril

Garça Região de Marília

23 a 27 de abril

Caraguatatuba Região de S.J.Campos

29 abril a 3 de maio

Presidente Venceslau Região de P. Prudente

07 a 11 de maio

Votuporanga Região de S.J.R. Preto

14 a 18 de maio

São Roque Região de Sorocaba

21 a 25 de maio

Osasco Região da G.São Paulo Santos

04 a 08 de junho

Presidente Prudente Final

Equipe de Piracicaba recebendo o trofeu de Campeã Geral, no final do Jori 2013 em Santos, SP.

O calendário dos JORI 2014 - Jogos Regionais dos Idosos - marcou todas as suas etapas para o primeiro semestre do ano e deverá realizar a final, na primeira semana de junho, em Presidente Prudente. Realizados desde 1997 sob o comando do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e coordenação técnica da Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude, o JORI sempre são “espremidos” em ano eleitoral, mas desta vez ainda tem a preocupação com a Copa do Mundo.

A primeira etapa da edição 2014 será na cidade de Penápolis, que no ano passado estava prevista para fazer a abertura da temporada, mas acabou ficando como a terceira etapa.. Realizado anualmente no formato de uma olimpíada, o JORI reúne a cada encontro uma média de 2 mil pessoas, entre os idosos que participam das provas esportivas e que são chamados de atletas, e as pessoas que vão assistir e os profissionais envolvidos. Segundo o regulamento

Profº Daniel Gaudêncio Adriano, diretor da Divisão de Esportes, da Secretaria Estadual de Esportes,Lazer e Juventude.

divulgado oficialmente dia 23 de janeiro, serão disputadas 14 modalidades, todas para pessoas com 60 anos completos: Atletismo, Bocha, Buraco, Coreografia, Damas, Dança de Salão, Dominó, Malha, Natação, Tênis, Tênis de Mesa, Truco, Voleibol e Xadrez. Como nos anos anteriores, todos os participantes, por modalidade, categoria e sexo, receberão medalhas de participação.

Sem novidades Em 2014 nenhuma novidade foi prevista no regulamento. “Esse ano não teremos nenhuma alteração em relação as normatizações dos jogos. A necessidade de fechar o calendário mais cedo deve-se muito mais às questões que envolvem a Copa do Mundo”, explicou o diretor da Divisão de Esportes, da Secretaria Estadual de Esportes, Lazer e Juventude, Daniel Gaudêncio Adriano.

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Atividade Física

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Comemorar eventos com caminhadas está cada vez mais frequente com idosos

A prática saudável de caminhar diariamente sob as orientações de um profissional é um dos trabalhos de maior persistência junto aos grupos de terceira idade. A adesão dos idosos cresce a cada dia, embora na maioria dos bairros de São Paulo ainda não existam áreas próprias ou academias ao ar livre, com acompanhamento para isso. A novidade é que nos últimos anos vários eventos voltados para a terceira idade começaram a abrir mão dos bailes e festas fechadas para promover caminhadas, ainda que curtas, nos mais diferentes circuitos. “Caminhar melhora a circulação, a atividade do coração, diminui os riscos de problemas cardíacos, é excelente para quem é se-

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dentário e quer começar um programa de exercícios e o risco de lesão é pequeno, já que a atividade é de intensidade baixa”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti que há seis anos realiza caminhadas para celebrar o Dia Mundial da Osteoporose (20 de outubro). “Percebemos que a caminhada é a melhor forma para uma conscientização sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da osteoporose e das doenças metabólicas ósseas. Para evitar riscos a pessoa que vai fazer caminhadas deve buscar antes a orientação de um médico e sempre evitar começar com um rítmo muito pesado. Os batimentos do coração não podem ultrapassar 80% da frequência normal.

A Caminhada Lazer e Saúde foi promovida pelo Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas, dirigido pelo geriatra Wilson Jacob Filho, para comemorar o Dia do Idoso, do ano passado, no circuito de estacionamento do HC, num percurso de dois quilômetros.

A Caminhada de Combate à Osteoporose acontececeu no Mooca Plaza Shopping, na Zona Leste de São Paulo, promovida pelo reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti.


Capa

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Maria Guadalupe pinta quadros que ficam na Galeria Jacques Ardies durante todo o ano

Se dependesse da vontade do pai ela teria se chamado Dalva. “Meu pai queria que eu tivesse o nome da Estrela Dalva, mas o padre da cidade decidiu que meu nome seria Maria Guadalupe, pois era uma santa espanhola, como ele, e assim ficou”, conta Dona Lupe como é chamada pelos três filhos, os dez netos e os três bisnetos. Afinal quem iria discutir a autoridade do padre, no Interior de Minas Gerais, há mais de 101 anos? Maria Guadalupe Mundim da Costa Carneiro nasceu em 18 de novembro de 1912 e não é frase de efeito dizer que ela não parece à idade que tem. Magrinha, sem problemas graves de saúde, ela conserva uma memória fotográfica. Nos quadros que pinta, desde os 55 anos, ela retrata numa arte ingênua detalhes de Monte Carmelo, a cidade onde nasceu, se casou e teve uma menina, a primeira dos quatro filhos, que morreu aos dois anos de idade. “Os outros três nasceram em Belo Horizonte onde morei por muitos anos, aliás eu morei em tantas cidades diferentes, mas foi em São Paulo onde fiquei mais tempo. Eu vim atrás do meu marido em 1960. Daqui eu só saio para ser enterrada na minha cidade”, diz sem constrangimentos. Maria Guadalupe é viúva de Gregório Canedo, que foi deputado estadual no começo dos anos 50, em Minas Gerais, diretor geral dos Diários Associados

na fase mais importante do conglomerado montado por Assis Chateaubriand, quando tinha mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e uma agência telegráfica. O nome dele está em rua, biblioteca e escola mineira. Foi do próprio Chateaubriand, fundador do MASPMuseu de São Paulo de Arte que ela recebeu o primeiro incentivo para pintar. “Eu não tinha o que fazer. Meu marido era muito ciumento e não deixava eu sair. Então um dia eu resolvi que ia pintar, com as lembranças da minha infância. Comprei o material, pintei e mostrei para ele que disse que eu devia continuar. Todos que eu fiz eram disputados pelos amigos. Então não parei mais”, conta sorrindo. Historiadores que pesquisam a região do Triangulo Mineiro, próxima de Uberaba e Araxá, cidades que tiveram muitos diamantes e até tem jazidas de pedras, reconhecem a contribuição de Maria Guadalupe, pois seus quadros ajudam a remontar a história da cidade. Em 1995, na última vez que esteve em Monte Carmelo, ela conseguiu reunir quase toda a família para presenciar a homenagem que a cidade lhe preparou. “Minha mãe teve mais 10 irmãos. Só de primeiro grau eu tenho 64 primos. Foi quase todo mundo, os filhos e os netos deles. Era muita gente”, contou Gregório Canedo Filho, o caçula, que está com 70 anos.

Bienal Naifs do Brasil 2014 será no SESC de Piracicaba em agosto A Bienal Naïfs do Brasil 2014 será realizada de 7 de agosto a 30 de novembro, no Sesc Piracicaba, no interior de São Paulo. Em sua décima segunda edição a Bienal Naifs do Brasil é um evento cultural criado para privilegiar a participação dos artistas plásticos produtores de obras enquadradas na categoria de arte ingênua, espontânea, instintiva, popular, naif ou naive que em

sua maioria as concebem de maneira autodidata. Em 2014, o evento deve extrapolar os limites físicos do Sesc Piracicaba com instalações, intervenções e apresentações artísticas na cidade (vídeo mapping, dança, DJ’s, ateliês abertos e outros), difundindo assim a diversidade cultural do nosso povo. Maiores informações: 19-3437-9292

bienalnaifs@piracicaba.sescsp.org.br

Seus quadros estão em todas as paredes do seu apartamento no bairro de Santa Cecília, na Capital, em São Paulo. Em quase todos eles o mote é a vida simples dos tempos de juventude, na cidade de Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro. No seu centenário ela recebeu uma homenagem oficial da cidade, por retratar na sua pintura momentos da história da população local.

Em quase todos os quadros há sempre a figura de uma noiva. Casamentos eram os maiores eventos e também os mais sonhados por jovens do Interior do Brasil, em 1930. Maria Guadalupe os mostra de forma simples e ingênua, preservando a memória dos costumes da época. A Galeria Jacques Ardies é a mais conhecida de São Paulo na promoção de exposições da Arte Naif, que não é baseada no conhecimento artístico formal. Todo final de ano ela

realiza uma exposição coletiva com 100 obras de pelo menos 30 artistas. Os quadros de Maria Guadalupe Mundim da Costa Carneiro podem ser visitados lá.

Galeria Jacques Ardies Rua Morgado de Mateus, 579 - Vila Mariana Telefone:(11) 5539-7500 de 2a a sexta, das 10h às 18h30, e aos sábados, das 10h às 16h. Entrada grátis.

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Encontros

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Lideranças trabalham para manter os fóruns nos bairros Foi a partir da Constituição de 1988 que o idoso começou a parecer de forma relevante na legislação e nas disposições da assistência social no Brasil. A inclusão dos Art. 229 e Art. 230 na Constituição foi fruto de um trabalho de pressão política dos vários segmentos que já atuavam com idosos daquela época. A partir dessa conquista, fóruns, em todos os Estados, passaram a discutir a elaboração de um anteprojeto de uma

política nacional voltada para os idosos, que só foi encaminhado para o Congresso Nacional em 1993. A criação da lei se deu em 1994 e a regulamentação em 1996. Nos sete anos seguintes, até a instituição do Estatuto do Idoso, em 2003, cresceu o número de fóruns regionais de idosos, com a finalidade de debater, mais próxima das comunidades, as questões do envelhecimento. Na Capital, em São Paulo, chegaram a funcionar

19 fóruns com a participação de grupos de terceira idade, associações de aposentados e pastorais religiosas. Foram 9 regionais no Interior. No momento somente 5 realmente se reúnem com frequência na Capital e outros 3 no Interior. Lideranças reclamam da falta de apoio dos governos para o exercício do “protagonismo do idoso”, termo que aparece nos textos oficiais e que foi ressaltado em todas as últimas conferências.

Conselheiros do Conselho Municipal do Idoso de São Paulo e coordenadores do FISAFórum do Cidadão Idoso de Santo Amaro em confrraternização do final de 2013. O evento reuniu 14 grupos com trabalhos com idosos da região. Participaram os grupos: Coral FISA; Banda Casa Amarela; Afromix de Santo Amaro; Maharamyf de Dança do Ventre; NCI Lago Azul; Anos Dourados; Dança Sênior da URSI Santo Amaro; NCI Jardim Reimberg; Laços de Amizade; Grupo Vocal As Negas do Samba; Associação Cultural Corrente Libertadora; Seresteiros da Felicidade; Centro da Cidadania da Mulher de Santo Amaro; Grupo Flor de Liz e Grupo Alegria de Viver.

Participantes do Festival de Talentos do FISA, como o grupo de teatro, defendem que ele precisaria acontecer mais de uma vez por ano pois aumenta a auto-estima de todos.

Homenagear as mais idosas entre os membros da sua comunidade é um dos reconhecimento que é feito pelos Fóruns. O FISA destacou na festa Iracema 89 anos; Lazara 94 anos; Tereza 85 anos e Natalia de 84 anos. Aparecida Inês, do FISA, atrás delas.

Fórum do Idoso de Guaianases O Fórum do Cidadão Idoso de Guaianases existe desde 2011 e reúne-se uma vez por mês no salão cedido por um templo religioso. O Fórum é aberto a quem quiser participar. A frequência mais assídua fica por conta dos membros dos grupos organizados por duas Luciana psicóloga do Sasf Criança ONGs que atendem 100 e Marcela, psicóloga do Sasf Kolping. idosos, cada uma, em convênio com a Prefeitura de S.Paulo: As Mulheres Batalhadoras e a Comunidade Kolping São Francisco de Guaianazes. Os idosos moram nos aos bairros de Guaianases, Lajeado, Jardim São Paulo.

NCI Kolping: Cristiane, psicóloga; Eduardo assistente social e Livia, estagiária do Serviço Social . NCI Idoso É Vida: Márcia, assistente social; Michelly, psicóloga; Valéria, gerente e Graça coordenadora.

A coreografia do NCI Jardim Reimberg, coordenado por Janice da Silva.


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