Especial Duas Rodas 2012

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Especial

Duas Rodas

Andar de bicicleta reduz o stress

Cicloturismo em Oliveira do Bairro A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro associase mais uma vez à Semana Europeia da Mobilidade, que decorre de 16 a 22 de setembro, este ano sob o tema “Avançando na direção certa”. A comemoração desta semana no concelho tem como enfoque as atividades propostas para sábado, 22 de setembro, Dia Europeu Sem Carros. Neste dia, a Avenida Abílio Pereira Pinto volta a encerrar ao trânsito, das 9h às 19h, para se transformar ao longo de 10h numa via verde ao passeio, ao desporto, à apropriação pú-

O ciclismo é uma atividade física que reduz o stress, evita o enfarte e aumenta a imunidade. É uma das atividades físicas mais completas por movimentar todo o corpo. Alguns benefícios de andar de bicicleta: - combate o stress - emagrece - reduz o colesterol e triglicerídeos

-evita o enfarte - diminui a pressão arterial -aumenta a imunidade - melhora a respiração Foi a pensar em todos os benefícios referidos anteriormente que também comecei com as minhas primeiras pedaladas. Ao longo do tempo o gosto pelo ciclismo foi aumentando e passei da área do lazer à com-

petição. Pratico várias vertentes do ciclismo, nomeadamente o ciclismo de estrada e o BTT onde posso dizer que sou vice-campeã nacional de estrada e campeã nacional de BTT, na categoria de master. O gosto pela atividade física está em mim e todos os deveriam fazer, porque andar de bicicleta

blica do espaço e à partida do 3.º Passeio Cicloturístico. O passeio de bicicleta tem a concentração marcada para as 9h, na Avenida Dr. Abílio Pereira Pinto, com chegada prevista para as 13h.Os participantes inscritos têm direito a almoço. Para este passeio em bicicleta, e de forma a garantir a segurança necessária e a logística adequada, é necessária inscrição que poderá ser feita nas Juntas de Freguesia, na Câmara Municipal ou através do email cicloturismo@cmolb.pt

30 minutos por dia é o suficiente para reduzir o risco de hospitalização ou de morte de pacientes com insuficiência. Daí podermos dizer que um cardíaco pode como deve andar de bicicleta, desde que este exercício seja de forma moderada. Lia Seabra Prof. de Educação Física e atleta federada de BTT

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BICICLETAS CLÁSSICAS

Armazéns Siera, o único a fabricar pasteleiras em Portugal A juventude de António de Sousa Vela não se avalia pelos 65 anos de trabalho, muito menos pelos 82 de vida. O amor e dedicação às bicicletas fá-lo acordar todos os dias com a mesma disposição e vontade de deixar satisfeitos os clientes que cruzam a porta dos Armazéns Siera, em Oliveira do Bairro. Longe vão os tempos em que este armazém e oficina vivia dias de corrupio. A bicicleta era o principal meio de transporte para muitos e as Siera, quando bem estimadas, eram material para durar muitos anos. Hoje, os Armazéns Siera são os únicos fabricantes de bicicletas clássicas em Portugal, vulgarmente conhecidas como pasteleiras. Pesadas, resistentes, confortáveis, assim eram (e ainda

para recuperação – que está muito na moda – das pasteleiras”. “Nesse aspeto, somos a empresa mais completa do mercado”, admite o dono dos Armazéns Siera. A montagem destas bicicletas não se faz atualmente com materiais de marcas sonantes, como eram a Coventry, a Villiers, a Hermesse, a Cross-Brooks, etc.. Não dispondo destes materiais, António Vela não cessa de procurar, no mercado nacional e internacional, os melhores produtos para o seu equipamento. A pasteleira custará ao cliente entre 300 a 400 euros, dependendo do seu equipamento. são!) as bicicletas símbolo, afinal, de um tempo que corria bem devagar, “a pastelar”. “Montamos outro tipo

de bicicletas, mas a nossa dedicação está nestas bicicletas clássicas”, frisa António Vela. Mas, para além de vender destes exemplares

do Minho ao Algarve e ainda exportar para Espanha, a empresa de Oliveira do Bairro é procurada “pelo país inteiro para peças e acessórios

“Tenho amor a isto” Armazéns Siera chegou a ser, há 30 anos, o maior edifício construído em Oliveira do Bairro. Um concelho

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desde sempre associado ao ciclismo e que, nos últimos anos, viu renascida essa paixão, com a aposta do atual executivo camarário nas chegadas e partidas da Volta e Portugal (e Volta a Portugal do Futuro). António Vela é natural da vizinha localidade de Sangalhos, terra onde o ciclismo era rei e que chegou a ter 16 armazéns de bicicletas. Hoje, são apenas quatro os sobreviventes. Nos Armazéns Siera, os “calotes” de clientes são contabilizados em largos milhares. Mas há coisas que simplesmente não têm preço. “É difícil manter uma casa destas. Vivo isto, tenho amor a isto e só assim é possível manter esta casa de pé, pois só tenho a melhor colaboração dos meus empregados.”


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Jornal da Bairrada 20 | setembro | 2012

DIA A DIA

Um veículo elétrico “torna-se um bichinho viciante” A compra de um veículo elétrico já estava nos objetivos do jornalista Miguel Souto há muito tempo. Adepto das energias alternativas, por razões económicas e ambientais, a escolha por um veículo elétrico (VE) não foi uma opção isolada. Antes disso e apenas a título de exemplo, cuidou do comportamento térmico da sua casa e tomou várias medidas para reduzir o consumo de energia. Possuía um carro já com alguns anos e acabou por trocar por um automó vel híbrido, “dado o elevado preço dos automóveis elétricos, que uso nas deslocações familiares e quando tenho necessidade de transportar grandes volumes ou de percorrer grandes distâncias”. Para os percursos do dia a dia, comprou o seu primeiro veículo elétrico de duas rodas. Não é uma moto – que também as há, mas de preço menos acessível, mas sim uma motorizada elétrica, com 2000 watts de potência. O seu primeiro VE “era pouco melhor do que uma bicicleta”. Foi comprado num supermercado, há cerca de um ano. Tinha quatro baterias de chumbo, com uma autonomia de cerca de 25 quilómetros e a velocidade máxima andava também nessa ordem. “Para as minhas necessidades diárias, a autonomia era reduzida e o comportamento não me satisfazia em percursos inclinados”, frisa o jornalista. Depois disso, viu em Vagos um modelo semelhante, mas com dois pormenores curiosos: possuía cinco baterias, pelo que tinha mais força nas subidas, e o conjunto de baterias era constituído por uma mala de fácil transporte, o que permitia carregar em qualquer café. “Comprei essa segunda, dando à troca a primeira.” Um veículo elétrico, confessa Miguel Souto, torna-

tais de distrito e nalgumas áreas de serviço da autoestrada”. Algumas limitações Para pequenas distâncias, a motorizada elétrica é o veículo apropriado, mas, por ter duas rodas, também tem as suas limitações, tal como todas, sejam elétricas ou de combustão. Tal como qualquer moto, motorizada, ou bicicleta, se o inverno for rigoroso, “é desconfortável e pode

mesmo tornar-se impraticável em cer tos dias, mas serão poucos”. “Tal não significa que não possa andar à chuva, porque os contactos elétricos estão protegidos”, salienta Miguel Souto, que não abdica da sua motorizada elétrica, mesmo em dias de chuva “miudinha”. “Claro que com vestuário adequado, e posso dizer que me molho menos do que a pé com um guarda-chuva, quando a chuva é batida pelo vento.” PUB

Vantagens de um veículo elétrico Baixo consumo Carrega-se numa tomada vulgar Menos manutenção Maior prazer na condução Menos perda de tempo no trânsito Estaciona-se em qualquer lado

se “um bichinho viciante” e cada vez se quer mais… “Quase por acaso, quando entrei numa loja de motorizadas em Aveiro para comprar uma mala que se adaptasse à que tinha, vi lá a minha atual motorizada e fiquei encantado. Outra autonomia e outra velocidade que já me permitiam fazer maiores deslocações.” Claro que também outro preço, a obrigatoriedade de matrícula e de seguro, mas mais uma vez deu a sua à troca e achou que era um bom investimento, “até porque já é outra máquina”. “Não estou nada arrependido.” Baixo consumo, pouca manutenção Miguel Souto identifica inúmeras vantagens de an-

dar com um veículo elétrico. “Desde logo, o consumo. Se excluirmos as taxas, colocando-a à carga todas as noites e em tarifa bi-horária, dependendo da motorizada, gasta-se por mês entre três e cinco euros.” Além disso, um veículo elétrico requer muito menos manutenção. Não há filtros, mudanças de óleo, etc. “Como é silenciosa, o prazer da condução é muito maior e o que se “perde” em velocidade no percurso urbano recupera-se, na prática, em tempo no trânsito. Além do mais eu levo a sério o lema: se queres poupar anda devagar. Acabam-se também os dramas do estacionamento porque cabe em qualquer lado.” Miguel Souto usa a motorizada sempre que possível. A mais recente já está “com perto de cinco mil quilómetros desde meados de fevereiro deste ano”. Quanto ao carregamento, “é bastante prático porque carrega numa tomada vulgar”. Tanto o faz em casa como em locais públicos, por exemplo, na Câmara de Águeda, que tem um sistema de bicicletas elétricas municipais, em Estarreja, no parque de autocaravanas, no Centro Comercial Dolce Vita de

Ovar e no Figueira Plaza, na Figueira da Foz. Dizem os entendidos que, para a saúde das baterias, estas devem ser colocadas à carga sempre que possível e não devem ter descargas superiores a 80% da sua capacidade. Seria bom que cada Município tivesse um ponto de carga, com várias tomadas e eventualmente com moedeiro, para permitir a recarga a veículos elétricos de duas rodas. Uma solução extremamente fácil e muito pouco dispendiosa e que promoveria realmente a mobilidade elétrica. O jornalista não tem dúvidas de que “contribuía para tirar mais carros das ruas porque muitos passariam a usar a bicicleta ou motorizada elétrica em pequenas distâncias, nomeadamente entre o trabalho e a casa”. “É um investimento demasiado pequeno e simples, mas de largo efeito social, se pensarmos na quantidade de pequenos veículos elétricos que já há por aí na região.” O que se passa é que apenas existem, praticamente, os postos MOBI-E, concebidos para os automóveis elétricos “que ainda poucos possuem e julgo que apenas nas capi-

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Jornal da Bairrada 20 | setembro | 2012

DESPORTO

Cultura da bicicleta como já não se via há muito Ricardo Serrano, professor de 1.º ciclo e praticante de BTT, é perentório em dizer que estamos hoje “perante uma cultura da bicicleta que já não se via há muito”. Os benefícios, frisa, começam a partir do mo mento em que estamos perante uma atividade física. A bicicleta não é apenas um meio de transporte, mas também bastante benéfica para a saúde das pessoas e uma importante ferramenta para o desenvolvimento sustentável. “A bicicleta é um dos nossos primeiros sonhos. Foi com ela que percorremos maiores distâncias pela nossa própria força.A nossa busca incessante por qualidade de vida tornou este veículo tão simples como elemento importantíssimo, pois vence engarrafamentos, não polui, ocupa pouco espaço, é económica, apresentando assim muitas soluções para diversas adversidades.” Quanto aos benefícios para a saúde, são irrefutáveis. “Todos que se deslocam de bicicleta acabam por exercer atividade física, apresentam-se mais felizes e em boa forma física. A bicicleta é uma máquina fabulosa, pois repa-

Ciclismo, sinónimo de aventura

rem que foi uma invenção humana que transforma energia em movimento, com muitos e muitos benefícios. Uma invenção que torna mais saudável quem pedala, sem poluir, podendo ser usada por ricos e pobres, crianças e idosos. E, para além de promover espaços públicos, favorece a aproximação entre as pessoas.”

Segurança. Mas andar de bicicleta também requer algumas medidas de segurança, equipamentos como o capacete, luvas e sapatos apropriados. “Mais do que qual-

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quer outro, o capacete deve ser usado sempre! Há tantas inovações nas bicicletas hoje em dia mas julgo que um equipamento (se é que já não existe) que não permitisse à bicicleta andar sempre que o ciclista não tivesse o capacete devidamente colocado seria a considerar e de elevada importância”, sugere Ricardo Serrano. “Muitos relatos sucedem-se de quedas e muitos incidentes com bicicletas que têm trazido muitas complicações aos «contemplados» não por grandes velocidades, pois a grande velocidade, muitas das vezes, o capacete é, infelizmente, insuficiente e nem todos andamos a altas velocidades, mas refiro-me a pequenas quedas que se trouxessem capacete nada de mais aconteceria.”

Ricardo Serrano é um dos membros fundadores do projeto BiciARCA team, da ARCA, Aguada de Baixo (Águeda). Um projeto de que se orgulha, que criou raízes bastante fortes, levando alguns elementos a participar em provas de BTT a nível nacional, confirmando o seu valor com excelentes resultados. São cerca de 30 elementos, dos 16 aos 60 anos. “Estamos como equipa desde 20 de janeiro de 2008 participando em inúmeras provas. Temos como evento próprio o Passeio Noturno de Btt «Na Rota das Minis», que conta já com cinco edições. No passado dia 16 de setembro, realizámos o 1.º Road-Book «Na Rota do Espumante».” Para além da participação/organização neste tipo de eventos, muitos outros objetivos os levam a cimentar ainda mais esta iniciati-

va: “o gosto por conhecer outras localidades do nosso país, descobrir a natureza, levar o nome da freguesia, da coletividade e dos colaboradores bem longe, promover o convívio, incentivar o fair-play, entre outros”. A BiciARCA team quer dar respostas interventivas e dinâmicas, alicerçando no convívio, na partilha e no espírito de união as raízes do grupo. Tenta ir ao encontro de iniciativas que possam satisfazer o grupo de uma forma geral. Em suma, o ciclismo é sinónimo de aventura. “Independentemente de campeonatos, competições, será sempre comum amigos reunirem-se para passeios de bicicleta. Pensamos que a BiciARCA team tem a qualidade e capacidade, até ao momento, de conciliar na perfeição a prática de uma atividade física com o convívio entre os demais.”

Bicicleta dobrável em 10 segundos

Gostava muito de ter uma bicicleta mas não tem como a guardar? Isso não é problema. Sabia que existem bicicletas dobráveis? Exemplo deste tipo de bicicletas é a Brompton, comercializada em várias casas na Bairrada, como a Majori, com sede em Sangalhos. A Brompton (há outras marcas, mas esta é considerada a melhor bicicleta dobrável do mundo; é fabricada em Inglaterra) é uma bicicleta atraente, leve e prática, que alia resistência a conforto. É uma bicicleta extremamente portátil, fácil de transportar - cabe facilmente na mala do carro ou até na cabine da maioria dos aviões. O seu peso real varia entre os 9 e os 12,5 kgs. Quando dobrada, fica com estas dimensões: 565 x 545 x 270 mm. Depois de adquirida alguma prática, dobra-se e desdobra-se sem dificuldade, bastando para isso 10 a 20 segundos.

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