Saúde Oral by Jornal da Bairrada

Cárie dentária – o inimigo número um dos dentes a combater A cárie dentária é, de todas as doenças que afetam o Ser Humano, a de maior prevalência (mais frequente). Pode surgir logo nos primeiros anos de vida e, em alguns países, representa um significativo problema de saúde pública. No nosso país, apesar de se terem vindo a observar melhorias nos últimos anos, ainda constitui um problema importante em determinadas zonas do país, em determinados grupos etários e em determinados grupos da população. Afeta, de uma forma geral, todas as populações e, se não for tratada, provoca a destruição dos tecidos duros do dente (esmalte, dentina e cemento), sendo uma das principais razões da perda dentária. É uma doença de etiologia multifatorial, causada por variados fatores, fatores esses que podem ser subdivididos em fatores primários ou essenciais, que são os fatores sem os quais a doença não se inicia nem se desenvolve, e em fatores secundários ou modificadores, que são os fatores que influenciam e condicionam a evolução das lesões de cárie. Os fatores primários são o próprio dente, os microrganismos (bactérias) e o ambiente (entre outros a presença de nutrientes que podem ser utilizados pelos microrganismos e cuja decomposição leva à produção dos ácidos que destroem os dentes). Os fatores secundários são a higiene oral, a exposição ao flúor, o estado de saúde geral, os fatores socioeconómicos, a predisposição genética e os cuidados de saúde oral. A prevenção é a forma mais eficaz de abordar esta doença. Deve começar nas idades mais precoces com a instrução de hábitos corretos de higiene oral e de dieta alimentar não cariogénica, isto é, não favorável ao desenvolvimento da lesão. Assim, devemos: • Lavar os dentes pelo menos 2 vezes ao dia com um dentífrico fluoretado e uma escova de dureza média, durante 1 a 2 minutos. Uma das escovagens deve ser, obrigatoriamente, à noite, antes de deitar. • A escovagem deve ser feita em todas as superfícies dentárias com movimentos circulares ou verticais e no dorso da língua (parte da língua voltada para a cavidade oral). • Utilizar, diariamente, o fio dentário ou um escovilhão interdentário. • Ter uma alimentação variada e equilibrada, privilegiando o consumo de frutas e legumes e evitando o consumo de alimentos e bebidas açucaradas sobretudo entre as refeições. Deve consumir-se, preferencialmente, água. • Visitar regularmente, uma a duas vezes por ano, o médico dentista/médico estomatologista. • Avaliar com o médico dentista/médico estomatologista a necessidade de utilização de suplementos de flúor e/ou a aplicação de selantes de fissuras para a prevenção da cárie. O flúor é um elemento que tem a capacidade de inibir a formação da cárie devendo, no entanto, ser usado com moderação devido à sua toxicidade. Pedro Mesquita Presidente da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária

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Estética Dentária Dra. Teresa Taveira e Dr. Jorge André Cardoso

Quem não gosta de ter e de ver um belo sorriso?! Atualmente, não há razão para que isso não aconteça. É importante ter presente que, quando se pretende uma optimização estética do sorriso, isso exige um bom planeamento e, sempre que possível, deve optar-se por procedimentos minimamente invasivos, ou seja, que preservem a estrutura dentária, aumentando assim a longevidade dos dentes. A Ortodontia, o branqueamento dentário e as restaurações são as principais modalidades de tratamento utilizadas no melhoramento estético do sorriso. Muitas vezes, é necessário conjugar as diferentes modalidades para conseguirmos um resultado de excelência com o mínimo ou mesmo sem desgaste dos dentes existentes. Os principais materiais indicados para ser utilizados em estética dentária são as resinas compostas (compósitos) e as cerâmicas. Estes materiais possibilitam correções do contorno, da forma, da cor ou da função dos dentes, sendo usados, por exemplo, para encerramento de diastemas (espaços entre os dentes), na restauração de dentes com anomalia de forma (ex: dentes mais pequenos quando comparados com os outros dentes), em facetas, que possibilitam o aumento dos bordos incisais dos dentes, a mudança de cor em dentes escurecidos e mesmo em dentições com desgaste severo para reabilitação tanto da estética como da função. Este tipo de restaurações quando usadas de forma totalmente não invasiva (aditivamente) são facilmente reversíveis, sem prejuízo da estrutura dentária e possibilitam, se necessário, o recurso a outras abordagens no futuro.

Antes

Depois

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XXXXXXX | POR TERRAS DA BAIRRADA 35

Ortodontia, correção da deformação dentária e facial na criança Dr.ª Catarina Lopes

Clínica de Implantologia de Estética Dentária

O momento ideal para iniciar o tratamento ortodôntico em crianças é logo quando notado algum problema. O tratamento ortodôntico visa alinhar e endireitar os dentes e toda a arcada, interfere na face durante o seu desenvolvimento, afim de não só proporcionar a beleza estética, mas dar qualidade de vida, já que problemas nos dentes podem gerar dores de cabeça devido a mastigação incorreta, noites mal dormidas e desgaste dos dentes. Os dentes e seu crescimento são guiados pela língua, pelos lábios, pelas bochechas e também pela respiração.Maus hábitos orais como a respiração bucal, posicionamento incorreto da língua ao falar e engolir, o chupar no dedo e a persistência da chupeta após os 2 anos de idade, são desta forma, algumas das causas de um mau desenvolvimento facial e dentes desalinhados. Num modo geral os maus hábitos supracitados provocam alteração no cresci-

mento dos maxilares tornando-os estreitos levando ao apinhamento de dentes e mordidas cruzadas, lábio superior curto com exposição dos dentes da frente que se encontram inclinados para fora e em mordida aberta, as gengivas são mais sensíveis e sagram mais facilmente; por outro lado há um crescimento aumentado da altura

da face, e diminuição do queixo. A respiração bucal está intimamente ligada a hipertrofia de adenoides, amígdalas palatinas, rinites alérgicas, desvios nasais, cavidade nasal estreita e hipertrofia de cornetos, processos infeciosos crónicos, asma, problemas cardiopulmonares ou imunológicos,ou mesmo transtornos no

desenvolvimento da craneo, devendo ter um acompanhamento multidisciplinar, nomeadamendo de um otorrinolaringoligista e médico dentista. Aos 6 anos de idade já é possível identificar a ocorrência de má oclusão, maus hábitos orais, e interferir, evitando necessidade de tratamentos mais complexos e invasivos no futuro . Um fator importante para se iniciar o tratamento o quanto antes é que na fase de crescimento toda a estrutura dentária e ossea também está em desenvolvimento, sendo mais fácil moldar para um desenvolvimento mais correto, evitando grandes deformações quer na face, quer nos dentes, pois um mau desenvolvimento osseo reflete-se na aparência física da criança, tanto na face, como dentes e mesmo na postura. Concluindo, as visitas regulares ao dentista, iniciada após o nascimento dos dentes faz com que o profissional acompanhe toda a evolução dentária e seu desenvolvimento facial, conseguindo detetar o início de problemas que podem já ser evitados e controlados no começo, antes que se agravem ainda mais.

A saúde cardiovascular e a saúde oral David Martins e Luís Azevedo

Alunos do 3.º Ano do Mestrado Integrado de Medicina Dentária do Instituto de Ciências da Saúde – Viseu, da Universidade Católica Portuguesa

Sendo o coração um dos órgãos mais importantes do nosso corpo, nada melhor do que alertar a comunidade para a importância de uma boa saúde oral e quais as suas repercussões na saúde cardiovascular. A higiene oral, os hábitos alimentares e os estilos de vida estão intimamente relacionados com a saúde oral. Esta, por sua vez, está ligada a múltiplas patologias sistémicas, entre elas, as Doenças Cardiovasculares, Infeções Respiratórias, Diabetes, entre outras. Por exemplo, quando se verifica uma patologia na cavidade oral, quer seja cárie dentária, quer seja doença periodontal (“doença das gengivas”), esta poderá ser uma via de entrada de microrganismos patogénicos para a corrente sanguínea. Se essas bactérias se alojarem nos vasos sanguíneos, em conjunto com processos inflamatórios de defesa do nosso corpo, vai-se criar uma patologia denominada aterosclerose. A aterosclerose caracteriza-se pelo espessamento das artérias, obstruindo-as e dificultando a passagem do sangue, podendo levar à morte. Ou-

tra doença do foro cardiovascular que pode ser influenciada por uma patologia da cavidade oral é a Endocardite Bacteriana, que se caracteriza por uma infeção microbiana, do revestimento endotelial do coração. Em geral, desenvolve-se numa válvula cardíaca, podendo levar a insuficiência cardíaca e em caso limite, à morte. Uma alimentação saudável, completa e variada associada a exercício físico adequado contribuem para o bem-estar físico. A saúde oral também não deverá ser esquecida, e não devemos esquecer de escovar sempre os dentes, pelo menos duas vezes por dia, com uma pasta de dentes com flúor, usar fio dentário diariamente e visitar o médico dentista com regularidade.

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A boa Saúde Oral favorece a mastigação

A boca é uma porta de entrada para várias doenças

A higiene oral diária é imprescindível

É importante sensibilizar desde cedo as crianças

Cinco passos para a manutenção de uma boa saúde oral Como parte integrante de um estilo de vida saudável, siga estes cinco passos para a manutenção de uma boa saúde oral: 1. Visitar regularmente o seu dentista Exames dentários e limpezas regulares são a melhor forma de prevenir o aparecimento de problemas na boca ou impedir outros, mais pequenos, de se tornarem maiores. As doenças orais muitas vezes são difíceis de identificar. O seu dentista poderá diagnosticá-las facilmente com um exame de rotina.

2. Manter a boca limpa Escove os dentes e a língua pelo menos duas vezes por dia com uma escova macia e uma pasta com flúor para remover a placa bacteriana, a qual causa o aparecimento de cavidades dentárias e doenças nas gengivas. Utilize fio dentário todos os dias. Se não o fizer estará a perder mais de um terço da sua superfície dentária. O seu dentista poderá ainda recomendar o uso de um elixir para a higiene oral como forma de prevenir cáries e gengivites. 3. Comer e beber: Cuidados a ter A comida saudável tem

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um papel fundamental para uma boa saúde oral. Para além de uma boca saudável ser parte integrante de um corpo saudável, os melhores nutrientes de uma refeição saudável ajudam a manter a boca sã. Limite a quantidade de vezes que consome alimentos e bebidas com açúcar e acidificados. O açúcar é uma das muitas causas de problemas dentários e a acidez dos alimentos desempenha um papel importante na erosão dentária.

4. Observar a sua boca regularmente Observe sinais de alarme de gengivites: vermelhidão, brilho, inchaço, dor ou inflamação e gengivas sensíveis; sangramento quando escova ou passa o fio dentário; ou mau hálito que não desaparece. Observe sinais de possível perda de dentes: dentes sensíveis ao calor, ao frio, ao doce e à pressão. Observe sinais de alarme de cancro oral: sangramento que não se conse-

gue explicar, feridas que não sarem no período normal de 7 a 10 dias, zonas muito encarnadas ou brancas, entorpecimento ou prurido. Os três sítios mais comuns para o aparecimento do cancro oral são os lados e parte de baixo da língua, bem como o céu-da-boca. Reporte qualquer destes sintomas ao seu dentista! 5. Evitar todos os produtos de tabaco Fumar afeta a sua saúde oral de diversas formas: in-

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flamação nas gengivas, mau hálito, e torna os dentes sujos, podendo provocar a sua perda. Para além de arruinar o seu sorriso, fumar pode provocar cancro oral, doença cardiovascular e uma variedade de outros cancros – todos eles podem matar! Se cuidar corretamente dos seus dentes e gengivas e visitar regularmente o seu dentista, o seu sorriso pode durar a vida toda! Fonte: Canada Dental Association. Oral Health – Good for Life. [Online]. 2012 [cited 2012 Nov 8].