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Primeira consulta ao oftalmologista deve ser no mínimo aos 3 anos Entrevista a Vitor Leal, Médico Oftalmologista e Assistente Hospitalar de Oftalmologia do Hospital de S. João (Porto)

Qual a idade recomendada para uma 1.ª consulta ao oftalmologista? No mínimo aos 3 anos. Idealmente, os rastreios da visão deveriam incidir, não na medição da acuidade visual, mas na detecção das alterações capazes de lhe dar origem e, portanto, numa fase muito precoce da vida. Este tipo de rastreio, contudo, necessita PUB

de uma capacidade técnica só ao alcance de pessoas muito diferenciadas. Este aspecto, no entanto, pode ser parcialmente torneado pelo recurso a alguns meios tecnológicos como os refractómetros pediátricos que podem perfeitamente ser manuseados por ortoptistas ou enfermeiros devidamente treinados. Deverá assim ser determinado se há erro refractivo importante ou se há desalinhamento dos eixos visuais capazes de provocar ambliopia. Quando um rastreio mais elaborado não for possível, devem implementarse pelo menos rastreios

numa idade pré-escolar, designadamente: - Pode avaliar-se a acuidade visual com recurso a vários testes de acuidade, como por exemplo os “E” rotativos em que a criança roda a sua letra para a mesma posição de outra letra que é projectada à distância (5 metros) e ao perto (30 centímetros); - Deve efectuar-se um teste de Cover de forma a avaliar o alinhamento dos eixos visuais; - Em complemento deve efectuar-se um teste de estereopsia para testar a binocularidade, como por exemplo o teste de Lang ou de Randott.

Quais as doenças mais frequentes ao nível da visão? Os erros refractivos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia); as cataratas; o glaucoma e a degenerescência macular relacionada com a idade. Quais as vantagens e desvantagens de usar óculos e lentes de contacto (e que tipo de lentes de contacto)? Os óculos corrigem os erros refractivos, mas há um certo número de patologias e erros refractivos que são melhor corrigidas com lentes de contacto. Actualmente, o tipo de lentes de contacto existen-

tes são muito bem toleradas pela maioria dos doentes, no entanto, tem que se ter todos os cuidados de higiene ocular redobrados para não haver problemas com elas relacionados, nomeadamente conjuntivites e úlceras de córnea, que podem pôr em causa a continuação do uso das lentes ou mesmo pôr em risco uma boa saúde ocular. Cirurgia a laser: em que casos se aconselha? Quando se fala na cirurgia Laser em Oftalmologia, pensa-se na cirurgia refractiva, usada para eliminar (e reforço ELIMINAR), os er-

ros refractivos. Actualmente, este tipo de laser usado para ablar os erros refractivos, desde que os doentes estejam bem estudados, é muito seguro, sendo necessário no entanto um estudo criterioso, caso a caso, feito, como é evidente, pelo médico Oftalmologista que normalmente vigia o doente. No entanto, a cirurgia laser não se limita apenas aos míopes, hipermétropes e/ou astigmatas, mas também é fundamental na Oftalmologia para o tratamento de doenças devastadoras como são a retinopatia diabética e o glaucoma.


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