Especial Serviços Fúnebres

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Serviços Fúnebres

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Textos: Catarina Cerca e Oriana Pataco

A morte de alguém próximo é encarada de forma diferente por cada um de nós, consoante a nossa idade, crença religiosa ou identidade cultural. Ainda assim, sentimos a morte, regra geral, como um momento de intensa dor, uma ferida que pode demorar a cicatrizar. Hoje em dia, os técnicos de serviço fúnebre prestam um serviço que não se esgota nas exéquias fúnebres, mas que se prolonga, por exemplo, na prestação de apoio psicológico ou numa preparação cuidadosa do falecido. Também a cremação começa a ser, cada vez mais, uma escolha. Neste Especial, pode verificar as vantagens desta opção. Partilhamos ainda as histórias de um dos coveiros mais jovens da região e damos a conhecer o próspero negócio de uma empresa de urnas da Bairrada. Porque entendemos que a morte não tem de ser um tabu, aqui fica um Especial para ler e reflectir.


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Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Como agir quando morre um familiar A morte de um familiar é um acontecimento que, mais tarde ou mais cedo, acaba por nos tocar a todos. Por isso, convém estar a par de todas as implicações burocráticas. 1. A melhor opção, quando morre um familiar, é contactar de imediato uma agência funerária. As agências sabem dar a melhor orientação e informar sobre tudo o que é necessário, nomeadamente documentos do falecido.

partida, pelo telefone -, terá depois de haver um encontro presencial, ou na agência ou na casa da família, para analisar os serviços desejados, nomeadamente o tipo de funeral e extras. 4. Uma pessoa da família terá, depois, de assinar uma autorização, delegando no agente funerário o tratamento de todos os procedimentos burocráticos e legais. A partir desse momento, é a agência que resolve todas as questões – inclusive as que respeitam à realização de autópsias ou intervenção do Ministério Público. 5. São também os agentes funerários que procedem ao assento de óbito no Registo Civil. Se for ao fim-de-semana, esse registo é apresentado junto das forças policiais. NO CASO DE ACONTECER A UM ESTRANGEIRO EM PORTUGAL

2. O Delegado de Saúde da área da residência tem de atestar o óbito.

1. Mais uma vez, a opção é contactar uma agência funerária

3. Contactada a agência – à

2. Depois, o Delegado de Saúde emitirá o

livre-trânsito mortuário. Será também pedido um outro livre-trânsito às autoridades policiais. 3. A urna será selada na presença das autoridades. Pede-se autorização às embaixadas do país de origem do defunto para enviar o corpo. Nalguns casos, a autorização é enviada por fax, mas noutros casos podem exigir a presença da urna. NO CASO DE ACONTECER NO ESTRANGEIRO 1. Mais uma vez, aconselha-se que contacte uma agência, mas em Portugal. O agente deverá saber orientar e indicar os procedimentos burocráticos. Há também agências em Portugal que já dispõem de delegações noutros países (a Servilusa é uma delas). 2. Outro passo a dar é contactar a embaixada portuguesa no país em que o óbito aconteceu. Mas este contacto também pode ser efectuado pela própria agência.

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SERVIÇOS FÚNEBRES | ESPECIAL 39

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

“Nunca sabemos a hora a que vem a morte” Victor Amaral encara a morte com a maior naturalidade, não contasse ele quase 30 anos de coveiro. Profissão cuja escolha se almejou de criança. “Desde garoto, ajudava a transportar as urnas na carreta e levava a caldeirinha ao lado do senhor padre”, recorda um dos coveiros mais jovens da região. Com apenas 49 anos, carrega nas mãos um ofício que não é para qualquer um. E que nem qualquer um aceita. Por isso, o coveiro de Anadia teme “o futuro desta arte”. “Quando me reformar, não sei como vai ser. Sou muito solicitado para fazer serviços noutros sítios, mas é muito difícil dividir-me”, confessa. “É uma arte que exige de nós toda a disponibilidade, porque nunca sabemos a hora a que vem a morte. Não temos dias de descanso, não temos horas de fechar, não há feriados nem fins-de-semana. E nem as férias são tranquilas”, admite Victor Amaral. Os funerais são cada vez a

Brincadeiras à parte, Victor Amaral não receia a morte, antes a pondera “com consciência e serenidade”. “Todas as pessoas deveriam meditar sobre o mistério da morte e da ressurreição. Deixavam de ver a morte como tabu e encaravam esta vida como uma passagem.”

horas mais tardias, por desejo dos familiares. Sacrificando o coveiro que, para além de sepultar o corpo, é ele próprio um túmulo, onde se aferrolham lamentos, desabafos, saudades de quem partiu. “Temos de ser muito humanos. Por vezes, perdemos horas com as pessoas, principalmente os velhinhos, que sentem necessidade de falar com alguém.”

“JÁ ESTOU CÁ DENTRO, NÃO DOU DESPESA” Com o passar dos anos, a forma de olhar a morte foise alterando. “Até aos 35/40 anos, não me custava tanto fazer um funeral como hoje, em certas situações.” Já fez funerais de filhos de colegas de escola, momentos especialmente sofridos e de dor partilhada. Também a morte do colega Valentim não lhe foi in-

diferente. “Marcou-me muito. Ainda hoje me lembro dele, mas consciente de que ele está bem. Sei que ele está feliz.” Mas se a morte dos outros o afecta, a verdade é que o pensamento lhe foge muitas vezes para a sua própria morte. O “verso” para pôr na campa já está escrito. E, em tom de brincadeira, até costuma dizer que, como “já estou cá dentro, não dou despesa”.

EPISÓDIOS MARCANTES É do início da profissão que o coveiro Victor Amaral guarda os episódios mais caricatos. “Faz agora anos, por altura dos Finados, que o meu chefe me mandou fechar o cemitério velho. Junto à capela de S. Bento havia um arbusto e era aí que tínhamos de ir buscar a chave. Era noite cerrada e não havia luz. Quando venho para baixo, sai-me um vulto junto de um jazigo. Fiquei atormentado! Quando contei ao meu chefe, ele só me disse: «esqueci-me de te avisar que esse sr. ia a horas mortas ao cemitério!»” Mas também há histórias de “morrer” a rir. Como aquela em que Victor ficou sozinho

a segurar numa urna, depois do agente funerário Victor Andrade e o falecido colega Valentim terem ficado “de pernas para o ar” dentro de uma cova, depois do terreno ceder. Ou aquela que não tem graça nenhuma, mas que Victor Amaral sobreviveu para contar. “Fiquei soterrado e se não fosse o Valentim a salvarme…” CREMAÇÃO Como vê a cremação alguém que tem como missão enterrar um corpo? “Para quem tem essa ideia de ser cremado, é uma limpeza, é higiénico”, afirma Victor Amaral. Mas o coveiro de Anadia considera que falta incentivo por parte das autarquias “e a própria Igreja não aceita muito bem esta opção”. Não tem dúvidas de que “é uma forma de criar espaço nos cemitérios, de não haver contaminação dos solos, etc.” Mas confessa algum incómodo. “Eu não quero ser cremado. Não deixa de ser uma coisa macabra…” PUB


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Inquérito

António Carmo

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

1. Como se lida diariamente com a morte? 2. A forma de encarar a morte tem-se alterado nas últimas décadas? 3. Fale-nos sobre um episódio (da sua vida profissional) que o tenha marcado. 4. Aceita funerais encomendados em vida? Por quê? (caso a resposta seja negativa) 5. A sua agência funerária presta serviços que a distinguem das demais?

Manuel Sousa Pereira

Dinis Gustavo Bartolomeu

João Bartolomeu

Vitor Andrade (filho)

Agência Funerária Palhacense, Lda.

Agência Funerária Manuel Sousa Pereira, Lda.

Agência Funerária Dinis Bartolomeu Lda.

Agência Funerária Medeiros Bartolomeu, Lda.

Agência Funerária de Famalicão, Lda.

Sócios Gerentes: António Manuel Santos Carmo e Carlos da Costa Sede: Rua Dr. José de Carvalho, n.º 21, Palhaça Fundação: 2 de Janeiro de 1993 Outras agências: Portomar – Mira

Sócios Gerentes: Manuel Sousa Pereira Sede: Rua do Areeiro, n.º 11, Palhaça Fundação: Dezembro 1992

Director Técnico: Dinis Gustavo Albuquerque Bartolomeu Sócios Gerentes: Dinis dos Reis Bartolomeu / Maria Fernanda Albuquerque Maia Bartolomeu Sede: Rua das Agras, 35, Oiã Fundação: 1974

Gerente: Manuel Bartolomeu Sede: Rua Padre Joaquim Maneta, n.º 26, Oliveira do Bairro

Sócios Gerentes: Vítor Manuel Louro Andrade e Victor Manuel Leitão Andrade Sede: Largo M.ª de Fátima, n.º 21, Famalicão - Anadia Fundação: séc XIX

1. Com a maior naturalidade, porque é o nosso dia-a-dia, e acaba por ser uma questão de hábito. É verdade também que existem serviços com um grau de dificuldade maior, principalmente os funerais que envolvem crianças, jovens e pessoas amigas. 2. Sim. Pelo menos na última década tem havido uma mudança, a começar pelos serviços que, agora, são prestados aos familiares. A forma de tratar com as famílias tem mudado aos longo dos anos, dou como exemplo o serviço de acompanhamento psicológico.

1. Procuramos lidar com a situação da forma mais natural possível, pois é um processo natural da vida, embora haja situações que mexem mais connosco, exemplo disso, é quando se trata de crianças, de jovens… 2. Penso que sim, embora não seja bem a forma de encarar a morte, mas sim o culto da morte. Antigamente, as pessoas “cultivavam” mais intensamente o luto, quer no velório, quer o luto em si, se nos lembrarmos do recurso às “carpideiras” e do uso do preto em termos de vestuário, que perdurava por períodos mais ou menos longos ou curtos consoante o grau de parentesco. Hoje em dia, isso já não acontece… não quero com isto dizer que as pessoas não sintam a dor com a mesma intensidade… exteriorizam-na é de forma diferente! 3. Um dos episódios que me marcou mais foi fazer o funeral duma criancinha que morreu afogada numa piscina. Quando se trata assim destes casos, custa mais… sobretudo quando temos crianças ou jovens de idades próximas, pois, sem querer, projectamo-nos mais na dor dos seus familiares. 4.Embora tenha tido já solicitações nesse sentido, não tenho aceitado, porque não acho muito digno, pois penso que se aceitasse, passava para o domínio essencialmente do comercial e não atendia à componente humana, que também procuro não descurar… 5. A minha preocupação essencial é procurar prestar o melhor serviço possível, procurando dar dignidade ao acto, sobretudo com o “ente” falecido. É óbvio que o serviço depois tem os seus reflexos em relação aos demais...

1. A morte é um momento de dor e perda. Nós, Agentes Funerários, também somos humanos e,como tal,também temos sentimentos, mas nunca colocamos de lado o profissionalismo. Seguimos os nossos valores, dando apoioàsfamílias,respeitandocommuita seriedade o momento de dor dos familiares que acabam de perder um ente querido. Como profissionais, no ramo de funerária, temos de ter uma postura de seriedade e um diálogo cuidado, para poder falar com os familiares, nesses momentos em que nem sabem muito bem o que dizer, nem o que pensar. 2. Depende de pessoa para pessoa e de religião para religião. Muitos encaram a morte como uma passagem para outra vida, outros simplesmente aceitam a morte física e espiritual. 3. Todos os momentos são marcantes de uma maneira ou de outra, há sempre situações que nos mostram o quanto é frágil ser-se humano e profissional ao mesmo tempo. Os funerais que marcam mais são os das crianças. 4. Aceitamos funerais em vida se alguém pretender, pois podem organizar a seu gosto, deixando destinado o tipo de serviço e, desta forma, poupar a família de decisões difíceis e pessoais. Temos clientes que já compraram a urna, escolheram os tecidos do interior e a cor dos mesmos. O aspecto visual é muito importante, dizem mesmo que é o último luxo a que se podem permitir. Alguns pagaram mesmo o funeral, seja este realizado amanhã ou daqui a 50 anos. 5. A nossa agência, como as outras, presta um serviço que as distingue: rigor, pessoal especializado e qualidade/ preço que podemos e devemos proporcionar aos nossos clientes.

1. Quem está neste sector, precisa de ter coragem e muita calma. Diariamente, tem de se lidar bem com a morte, pois quem não o conseguir, não pode estar nesta profissão. Claro que, se falecer uma pessoa amiga, custa a prestar o serviço, mas temos de ser profissionais e tentarmos abstrair-nos dos sentimentos. Não é nada fácil, não somos de ferro nem máquinas mas, quando nos contratam, é para que façamos o melhor possível, logo, será feito. 2. Cada pessoa tem uma maneira própria de lidar com a perda de um familiar. A idade, o estado de saúde, o sofrimento, tudo isso se reflecte na maneira como o familiar lida com a morte de um ente querido. 3. Tenho muitos funerais que me marcaram ao longo do tempo. Já perdi muitos amigos, até demais. O funeral que me marcou mais foi o de uma menina de uns 8 anos, a quem, desde que foi diagnosticada a doença até falecer, passaram-se apenas 20 dias. Como é que não ficaram estes pais, que em 20 dias ficaram sem a única filha?... Crianças e bebés são os casos mais difíceis e os que mais me custam em termos emocionais. 4. Já aceitámos funerais em que os próprios fizeram questão de escolher e pagar em vida. São opções que temos de respeitar. Quando perguntamos por quê, as respostas são sempre as mesmas: “Não queremos incomodar os filhos com isto”; ou a mais comum, “Não temos família, ou está longe e também não falamos muito”. 5. Nos funerais temos de trabalhar com honestidade e seriedade. As pessoas são cada vez mais exigentes. Claro que nos fomos dotando de tudo o que é necessário para satisfazer os familiares das pessoas falecidas. Podemos dizer que a nossa agência está ao nível das melhores.

1. Temos de ser profissionais e desligarmo-nos do que estamos a fazer. Porém, também somos humanos e, de vez em quando, o sacrifício de nos abstraírmos da situação é penoso, pois também partilhamos e sofremos a dor da família (alguns são nossos conhecidos e amigos). 2. Sim, a morte era tabu, neste momento já é falada mais abertamente e aceite como um factor natural da vida humana. Mas a morte é ainda falada com um certo distanciamento, dor e saudade, pois é uma das características do povo português. 3. Todos os funerais me marcam, e tenho de respeitar as pessoas e a sua dor. Em termos de facto profissionais, o que me tem marcado são, sem dúvida, as Formações Profissionais que tenho tido e que mudaram os conceitos e a minha maneira de pensar e trabalhar nesta área. 4. Só em casos especiais e específicos, pois não é uma situação muito normal. Muitas vezes, por detrás desse pedido pode estar uma pessoa com atitudes suicidas. Então, devemos abordar as pessoas com cuidado, levando-as a pensar em viver o melhor possível e só pensar no funeral na velhice ou o mais tarde possível. 5. Utilizo catering nos funerais (café, água, chá e bolachinhas). No cemitério utilizo uma carpete, vasos com plantas naturais a enfeitar. Quando chove, utilizo uma barraca que protege o corpo do falecido, a família e até o padre e mordomia – cruzes. Também faço preparação de corpos, dando-lhes uma imagem serena, se for caso disso ponho uma maquilhagem simples. Penso que esta funerária, na zona da Bairrada, tem sido a que mais inovou e melhorou no serviço prestado.


SERVIÇOS FÚNEBRES | ESPECIAL 41

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Inquérito

António Coelho

Arlindo Nunes

Rogério Moreira

Paulo Alves

Paulo Castilho

Agência Funerária Memorial Serviços Funerários, Lda

Agência Funerária Cunha, Lda.

Agência Funerária Madeira & Moreira, Lda.

Agência Funerária Nossa Senhora da Guia de Bicho & Santos, Lda.

José A. S. Castilho - Funerária Lda.

Sócios Gerentes: António Manuel de Jesus Coelho e Diamantino Coelho Mendes Sede: Rua dos Malmequeres n.º 15, Mata - Curia Fundação: 18-09-1998

Sócios Gerentes: Arlindo Ferreira Nunes e Delfina Santiago Cunha Nunes Sede: Rua dos Olivais, 121, Anadia Fundação: 1942

Sócios Gerentes: Ana Maria G. Madeira Moreira e Rogério Gonçalves Moreira Sede: Pedreira de Vilarinho, Vilarinho do Bairro - Anadia Fundação: Designação por que é conhecida actualmente –Janeiro de 2002, mas teve como sua antecessora a Funerária Alves, que surgiu na primeira década do século XX, pelo avô paterno de um dos actuais sócios

Sócios Gerentes: Paulo Jorge R. Alves e Silvério António Bicho Sede: Montouro-Covões Fundação: Surge da fusão de: Funerária do Montouro (início actividade 1979), e Funerária Bustuense (1991). Foi constituída a actual Funerária N.ª Sra. da Guia, em 2001.

Gerente: José António de Sousa Castilho; Sócio: Paulo Jorge Martins Castilho Sede: Rua da Horta-Velha, 6, Borralha, Águeda Fundação: 1977

1. Como um fenómeno natural. 2. Talvez não tanto assim. 3. O episódio mais marcante foi estar das 18h até às 1h30 à espera das autoridades para autorizar o levantamento do cadáver . 4. Já tivémos uma experiência do género, em que um Sr. teve o cuidado de preparar toda a logística do seu funeral. Tendo até tido o cuidado de visitar a nossa exposição, escolhendo a urna e tendo deixado escrito para a família a roupa que queria levar vestida e como deveriam ser orientadas todas as exéquias fúnebres. 5. Trabalhamos no sentido de diversificar os nossos produtos e serviços, de forma a prestar uma cerimónia fúnebre com dignidade.

1. Efectivamente, o luto ainda é um “tabu” na nossa sociedade. Em termos profissionais, devemos apostar na formação e nos anos de experiência, para lidar com a morte. Devemos, como agentes fúnebres, exercer a nossa actividade com zelo e discrição; respeitar leis e bons costumes, na defesa dos interesses legítimos dos nossos clientes. 2. O sector funerário sofreu grandes alterações, após a publicação da legislação em 2001, que, pela primeira vez, regulamenta o exercício da actividade. Hoje em dia, e cada vez mais, a modernização do sector é necessária e tem de ser vista de uma forma bastante diferente. Este é o nosso objectivo, mantendo o que de melhor temos, a experiência de largos anos no sector e sensíveis à necessária renovação e inovação associada a esta actividade. 3. Como deve qualquer um, em termos profissionais, devemos manter e respeitar o sigilo profissional. 4. Ainda não sucedeu. Sou da opinião que será uma forma usual no futuro, pois assegura opções do cliente, poupando terceiros em decisões difíceis e pessoais. 5. Prestamos o serviço com base na competência, na tradição e na simpatia.

1. Deve-se lidar sempre bem. Porque a morte é uma realidade inevitável. “Tu és Pó e em Pó te hás-de transformar”- Génesis 3:19, logo ninguém escapa à Lei da Morte. Por isso devemos saber viver, durante o tempo que Deus nos deu de Vida. 2. Julgo que não. Porque, apesar de todo o progresso, é algo que não podemos vencer. Por isso, é um tema que foi e é sempre que possível, evitado/repudiado das conversas, por ser um “hóspede“ não convidado e indesejado com o qual temos que conviver. 3. A morte súbita do meu pai, vítima de A.V.C. , depois das exéquias fúnebres de um cliente e amigo, que deixou viúva e 4 filhos menores. 4. Nunca fui/fomos abordados/ confrontados com tal proposta. 5. Julgo que sim. Porque a conjugação entre a experiência do passado e a capacidade técnica utilizada fizeram e fazem com que a nossa agência se diferencie da concorrência, pelo seu saber, pelas artes fúnebres, transmitidas de geração em geração e também pela capacidade de conjugar coerentemente conceitos aparentemente inconciliáveis: Inovação e Tradição.

1. Com alguma naturalidade e muita sensibilidade. O desafio desta actividade é lidar com a família num momento particularmente difícil, sabendo ouvir e corresponder ou superar as expectativas que são colocadas no nosso serviço. 2. Sim. Por transformações sociais ao longo das décadas, bem como por existirem hoje ao dispor alguns atenuantes (medicação, apoio psicológico, profissionais com melhor formação, etc.), fazem com que, apesar de tudo, a morte não tenha a intensidade e consequências tão marcantes como no passado. Não podemos ainda esquecer que o facto de se ter passado a utilizar locais públicos para as cerimónias fúnebres, como as casas mortuárias, torna as situações menos marcantes para quem as vivencia. 3. Emocionalmente, é muito difícil não ficar afectado com o funeral de alguém que me é próximo, de jovens ou mortes não esperadas. No entanto, foi precisamente o primeiro funeral que fiz, que recordo como um episódio definitivamente marcante. Há cerca de 20 anos, e ainda sem grande controlo sobre as minhas emoções, tive de lidar com uma situação de morte violenta e de seguida assistir à autópsia no hospital de Oliv. Bairro. 4. Sim. 5. Temos uma grande ligação afectiva com as pessoas da zona que trabalhamos. Apostamos na decoração com arranjos florais. No serviço de preparação da pessoa falecida, temos feito uma aposta importante na formação. Temos também meios de conservação, por isso podemos fazer alguns serviços com maior segurança para a saúde pública e confiança para a família.

1. Aprender a aceitar a morte é uma das lições mais importantes que um ser humano tem de aprender na vida. A nossa única certeza é de que um dia morreremos. Para os cristãos, a morte não significa o fim, mas uma passagem nesta vida terrena. 2. A morte tem-se alterado nas últimas décadas, mas o falecimento de um ente querido é sempre doloroso. Estar de luto é uma ferida que precisa de atenção e tempo para ser curada. 3. Há cerca de seis anos, estava na morgue do Hospital Distrital de Águeda a preparar um cadáver com um colaborador. Não me apercebi de que estava um outro cadáver na câmara frigorífica. Entretanto, ouvimos um telemóvel tocar e eu pensei que era do meu colega e ele pensou o mesmo. Depois de tocar várias vezes, percebi que o som vinha do interior da câmara frigorífica. Incrédulo, fui pedir auxílio à enfermeira de serviço de urgência. Decidimos abrir o gavetão e o telemóvel não parava de tocar. O que mais me chocou é que se tratava de um rapaz praticamente da minha idade e no visor aparecia a palavra “AMOR”. Deduzimos que fosse a namorada. Desligámos o telemóvel. Podia ser eu… 4. Sim, já tenho sido abordado por pessoas que fazem questão em organizar o seu funeral, expressando as suas ideias e vontades. 5. Somos uma empresa familiar mas que se congratula pelo sigilo profissional, qualidade, experiência. Primamos por executar uma despedida do ente querido com qualidade, apoio psicológico e ir de acordo à vontade dos familiares. Nos dias que correm, tem de se prestar um serviço exemplar com o máximo de dignidade que o acto exige.


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Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Cremação, um processo prático e higiénico A cremação é uma técnica funerária que visa reduzir um corpo a cinzas através da queima do cadáver. O método comum no mundo ocidental é a cremação do cadáver em crematórios. A cremação é uma alternativa que oferece menos riscos ambientais do que o sepultamento do corpo em covas. De facto, este processo é um dos mais antigos praticados pelo homem. Em algumas sociedades, este costume fazia parte do quotidiano da população, por se tratar de uma medida prática e higiénica. Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, já cremavam os seus cadáveres por volta de 1.000 a.C. e os romanos adoptaram a prática por volta do ano 750 a.C. A cremação começa a tornar-se usual em certos países quando a falta de lugares para sepultamento se torna flagrante. Por exemplo, o Japão, como possui pouquíssimo espaço territorial, incrementou significativamente a prática. O 1.º crematório da Europa surgiu em 1874. Foi o Crematorium em Milão, Itália. Já em Portugal, a crema-

ço para a inumação tradicional, não só porque a cidade cresce, mas também porque as exumações efectuadas não são suficientes para libertar o espaço para ocupações posteriores. A opção pela cremação, enquanto prática funerária, tornou-se uma alternativa em crescente expansão quanto ao destino dos restos mortais, quer se trate de cadáveres quer de ossadas. Em Dezembro de 2002, entrou em funcionamento o forno crematório do Cemitério dos Olivais. A construção deste crematório, que visava responder à crescente procura desta prática, revelou-se poucos meses depois, insuficiente.

ção foi um processo que se iniciou com debates e artigos de opinião, produzidos por grupos e individualidades dos sectores mais progressistas da sociedade de oitocentos, mas só na 1.ª Re-

pública, em 1912, teve início o processo de estabelecimento de um Crematório em Lisboa, no Cemitério do Alto de S. João. Actualmente em Lisboa, verifica-se ausência de espa-

TAXA DE CREMAÇÕES EM PORTUGAL AINDA BAIXA Até 2008, havia apenas três fornos crematórios em Portugal, situados nos Cemitérios do Alto de São João e dos Olivais, em Lisboa, no Cemitério Prado do Repouso, no Porto e no cemitério de Ferreira do Alentejo. Hoje, já existem outros fornos crematórios pelo país, nomeadamente em Elvas, Rio de Mouro (Sintra),

Figueira da Foz, São João da Madeira, Olivais, Santa Iria da Azóia, Sesimbra, Açores, Almada, Faro, Camarate (Loures), estando para breve a abertura de um forno em Setúbal (Quinta do Conde, finais de 2010) e outro está projectado para Leiria. De acordo com a agência funerária Servilusa, “mesmo com este espectacular crescimento de oferta do serviço de cremação, Portugal está

[em 2009] na cauda da Europa, com pouco mais de 5,5%”.

Curiosidades Só por curiosidade, em 2009, a taxa de cremação em certos países da Europa era a seguinte: Dinamarca: 74,3% (32 crematórios) Suécia: 73,2% (68 crematórios) Reino Unido: 72,4% (250 crematórios) Suíça: 64,1% (27 crematórios) Holanda: 53,7% (65 crematórios) Bélgica: 43,6% (10 crematórios) Alemanha: 40,1% (140 crematórios) Noruega: 34,6% (35 crematórios) França: 26,3% (125 crematórios) Espanha: 26% (132 crematórios) ... e noutros pontos do mundo: Japão: 99,61% Hong Kong: 82% China: 52,70% EUA: 28,63%

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SERVIÇOS FÚNEBRES | ESPECIAL 43

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Urnas made in Bairrada para o mundo O continente africano é o principal destino de milhares de urnas fabricadas no coração da Bairrada, em Tamengos (Anadia). Com mais de duas décadas de existência, a Fábrica de Urnas do Cértoma dedica-se sobretudo ao mercado externo, que representa 98% do volume de negócios. O mercado nacional é meramente residual e não ultrapassa os 2%. Sobre a empresa, Diamantino Coelho Mendes, sócio-gerente e fundador da mesma, fala do crescimento desta unidade fabril onde trabalham actualmente 11 pessoas e cujo volume de negócios, em 2009, rondou os 360 mil euros. Aqui fabrica-se todo o tipo de urnas (para terra, jazigo, cremação). O portfólio é vasto e alguns dos modelos existentes foram aqui “inventados”. Isso mesmo é avançado por Diamantino Coelho Mendes, que com 72 anos de vida, se mantém no activo. Fundador da Fábrica de Urnas do Cértoma, reconhece que se trata de uma actividade que ainda faz “confusão” a muitas pessoas. Ao entrar no coração da fábrica, é certo que o visitante se depara com muitas dezenas de urnas, devidamente embaladas e empilhadas, prontas a serem transportadas e entregues aos vários clientes (agências funerárias) que possuem em Portugal e no exterior. Um cenário que poderá “arrepiar” os mais sensíveis mas que, para as 11 pessoas que aqui trabalham, é perfeitamente normal e natural. Na empresa, que ocupa 1387 metros de área coberta,

o trabalho faz-se de forma continuada, com movimentos repetidos e metódicos, seja na zona de carpintaria, pintura, acabamentos ou a estofar. O cuidado na produção de uma urna começa na escolha da matéria-prima e só termina quando aquela é devidamente embalada. Mas é um facto de que se trata de um sector onde a inovação é aceite de uma forma muito lenta. Ao contrário de outros sectores, aqui a tradição continua a ditar regras, embora às vezes surjam pequenas mu-

danças. “Em Portugal existe uma tradição grande nos modelos de urnas, nos tecidos e rendas utilizados. O mercado africano é mais aberto à novidade, à inovação, por isso a Fábrica de Urnas do Cértoma continua a apostar em material inovador e diferente, tendo em conta a expansão que está a ter naquele continente”, admite Diamantino Mendes. O pinho, o MDF e o mogno são as principais madeiras utilizadas, assim como o cetim. Contudo, o veludo branco começa, ainda que

lentamente, a ser uma opção já aceite por vários clientes. E é olhando às necessidades dos clientes que a Fábrica de Urnas do Cértoma trabalha. “Se um cliente quer urnas revestidas a cetim azul, ou rosa, ou creme, nós fornecemos. Se outro cliente prefere urnas revestidas a veludo branco, ou até mesmo verde, também o fazemos”, avança. Por isso, a prioridade é satisfazer as especificidades de cada cliente, fidelizandoo com um produto que obedece aos mais rigorosos pa-

drões de qualidade. “Temos alguns modelos que foram inovações nossas e hoje são produzidos em muitas outras empresas”, revela Diamantino Mendes, destacando que, em Portugal, a empresa possui, mais para sul, dois grandes clientes que mensalmente compram 35 urnas. Todavia, o grosso da produção ruma a África, continente onde espera vir a crescer ainda mais. Angola, onde já estão implantados há 12 anos, representa 65% do volume de vendas, seguindose Cabo Verde (25%), Guiné

Bissau (5%) e São Tomé e Príncipe (3%). Um continente onde apostam fortemente, devendo nos próximos tempos esta unidade exportar também para a Guiné Conacri e para o Senegal. Ciente de que este continente é diariamente invadido por urnas fabricadas em países como o Brasil ou China – a preços muito mais baixos – defende que, graças à qualidade do produto nacional, as urnas fabricadas em Portugal continuam a ser preferidas pelas principais agências funerárias daqueles países. PUB

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44 ESPECIAL | SERVIÇOS FÚNEBRES

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Novos serviços ao encontro de novos anseios Catering, música, preparação do falecido, apoio psicológico, cremação… Aliar a tradição à inovação está cada vez mais presente. CATERING NO VELÓRIO A morte de um familiar ou amigo muito próximo levanos, muitas vezes, a perder o apetite. Mas, para ter força para aguentar toda a pressão física e psicológica, é fundamental alimentar-se convenientemente. Como nem sempre há tempo ou disposição, há agências funerárias já a fornecer pequenas refeições e/ou bebidas quentes, como café ou chá. No entanto, há outras agências que discordam da disponibilização deste serviço, pois consideram falta de sensibilidade haver comida no mesmo local onde se velam os defuntos. Ainda assim, esta era uma prática muito comum no tempo em que se velavam os defuntos em casa, pois aí havia sempre comida e bebidas para

quem ali estava longo tempo. Hoje, sendo mais usual velar nas Igrejas/capelas mortuárias, esta é uma questão que fica ao critério de cada família.

grafias ou símbolos de clubes desportivos, podem acompanhar o defunto. Há também quem peça que o cortejo fúnebre passe por locais que eram queridos ao falecido.

PREPARAÇÃO DO DEFUNTO Dá pelo nome de Tanatopraxia a preparação do falecido para o velório, feita pelos profissionais do sector. O objectivo é dar-lhe um ar mais sereno e natural, próximo do que tinha em vida. O curso de Tanatopraxia começa a ser cada vez mais frequentado pelos profissionais do sector que, assim, adquirem conhecimentos de conservação e restauração do cadáver humano.

MÚSICA AO VIVO É um conceito que foge à tradição, mas que começa a ver-se. Música ao vivo durante o velório, ao som da harpa ou do violino, podem ajudar a transmitir harmonia e tranquilidade ao local.

PEDIDOS ESPECIAIS Há desejos expressos em vida que, depois da morte, os familiares procuram cumprir. Por exemplo, a roupa que se leva vestida no funeral. Mas também os objectos de valor preferidos, como sejam foto-

CREMAÇÃO Começa a ser uma solução muito procurada em algumas regiões do país. A família pode escolher o destino das cinzas. Uma opção que começa também a ter procura é a possibilidade de usar pequenas urnas biodegradáveis e, no local onde estas são depositadas, podem vir a nascer árvores. DIAMANTES É possível, a partir de uma madeixa de cabelo do defunto, fazer um diamante? Sim, é

possível. Só este ano, a agência funerária Servilusa já produziu quase duas dezenas de diamantes deste género. REPORTAGEM Uma espécie de revista ou jornal com a história de vida do defunto ou uma reportagem fotográfica ou em filme são também serviços já requisitados e possíveis de realizar para algumas agências funerárias. APOIO PSICOLÓGICO Muitas agências disponibilizam este apoio, não apenas para os primeiros dias de luto, mas para os dias/semanas seguintes. São, muitas vezes, as pessoas idosas, que perdem o marido/mulher e não têm os filhos ou outros familiares junto de si, que precisam deste apoio, uma vez que é um momento em que a solidão bate verdadeiramente à porta. Também há agentes funerários que, tendo em conta determinadas situações mais delicadas, mantêm durante algum tempo o contacto com as famílias.

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SERVIÇOS FÚNEBRES | ESPECIAL 45

Jornal da Bairrada 28 | Outubro | 2010

Sector funerário vai ter novas regras Victor Manuel Andrade tem 39 anos e desde os 20 que se assume como um técnico profissional de empresa lutuosa. É um caso raro, senão único em toda a zona Centro. A bagagem formativa que possui faz de um dos sócios-gerentes da Agência Funerária de Famalicão (Anadia) um dos elementos de “ouro” da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), pois foi dos primeiros agentes funerários do país a ter formação profissional no ramo. Estávamos no ano 2002. De lá para cá, não mais parou e, hoje, possui um currículo invejável, com mais de mil horas de formação. Victor Andrade está, por isso, tranquilo em relação à nova legislação, que entrará em vigor a 13 de Dezembro deste ano e que, entre outras medidas, exige que “o responsável técnico detenha habilitação do nível de qualificação específico requerido para o exercício do cargo, por via de formação adequada ao regime instituído pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro”. Aliás, o agente profissional diz mesmo concordar com a nova lei, nomeadamente “com o facto de todas as agências serem obrigadas a ter um técnico

formação de oito dias, em Lisboa, em Tanatopraxia Avançada, possuindo também formação em áreas tão diversas como Tanatoestética Inicial e Avançada, Tanatoplástica, Psicologia do luto, Técnicas de Preservação e Conservação de Cadáveres, Medicina legal e forense e tanatológica, entre muitas outras. Hoje em dia, a aplicação da tanatoestética (maquilhagem) e tanatoplástica (corrigir grandes feridas, mutilações) é cada vez mais frequente, até porque, reconhece Victor Andrade, “as famílias preocupam-se cada vez mais com a aparência do defunto. No início, havia alguma desconfiança, mas agora já não”. Este ano, está determinado em continuar a formação. Tanatoestética é uma das muitas formações de Victor Andrade Irá a Barcelona, durante oito dias, para mais uma formação funerário profissional”. No en- “torná-lo mais profissional”. na área da Tanatopraxia e está, tanto, também admite discorneste momento, a realizar uma dâncias: “não concordo com o Formação essencial formação de 1200 horas (das facto das associações mutuaVictor Andrade admite que, quais já concluiu 500) e que lhe listas, IPSS’s e Santas Casas po- “efectivamente, o que mais me dará acesso à carteira profissioderem fazer funerais. Para se tem marcado em termos profis- nal na área. constituírem em agências fu- sionais são as formações que Por vezes, o agente repete nerárias, têm de pagar os mes- tenho tido e que me ajudaram a algumas formações, para se mos impostos que nós. Não é abrir os olhos, a mente, a mudar manter actualizado e a par das justo”, frisa. conceitos e a minha própria ma- inovações, admitindo no futuMas, no seu conjunto, a nova neira de pensar e trabalhar”. ro tirar o CAP e, quem sabe, dar legislação vai melhorar o sector, Em 2009, frequentou uma formação no ramo.

A

O que muda com a nova lei 1. São introduzidas novas áreas de actuação das entidades funerárias, onde releva, nomeadamente, a permissão de gestão e de exploração privada de cemitérios mediante concessão pública e a gestão e exploração privada de capelas e centros funerários, permitindo que as empresas do sector expandam a sua actividade e, por outro lado, ofereçam novos serviços aos cidadãos. 2. Consagra-se a possibilidade de exercício da actividade funerária pelas associações mutualistas, no âmbito restrito das suas finalidades mutualistas e de prestação de serviços de carácter social aos respectivos associados (…). 3. Procede-se à simplificação do procedimento de registo de forma desmaterializada junto da Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE), dispensando-se, igualmente, os interessados do fornecimento da informação que possa ser facultada por outros organismos da Administração Pública. 4. Exige-se que o responsável técnico detenha habilitação do nível de qualificação específico requerido para o exercício do cargo, por via de formação adequada ao regime instituído pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro (JusNet 2633/2007). 5. Consagra-se a possibilidade de cada responsável técnico ter a seu cargo o máximo de três estabelecimentos, embora, por razões de interesse público, se tenha circunscrito a sua localização no mesmo distrito, de forma a garantir uma efectiva gestão técnica.

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