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especial
B ruxismo na infância: como diagnosticar, tratar e prevenir O que é o bruxismo? O bruxismo é caracterizado como o hábito voluntário ou involuntário de apertar ou ranger os dentes durante o período diurno ou noturno (sono). O bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, de apertar os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, já o bruxismo noturno é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, na fase do sono do indivíduo. O bruxismo pode ocorrer em qualquer fase da vida (infância, adolescência, idade adulta e terceira idade). O bruxismo do sono é mais comum na infância e apresenta alguma tendência em persistir na idade adulta, sendo cada vez menor a sua prevalência com o avançar da idade. Na literatura está descrito que a prevalência do bruxismo do sono em crianças varia entre os 7% e os 88%.
Quais são as suas causas? É de origem multifatorial, ou seja, pode ser causado por vários fatores: origem local, sistémica, psicológica, hereditária
ou pode estar ainda relacionado com distúrbios do sono. O stress emocional e psicológico é talvez um dos mais importantes no desenvolvimento do bruxismo na infância (discussões das crianças com os pais e colegas de escola, épocas de avaliações escolares, prática de desportos de competição, excesso de atividades extra curriculares,…). Nalguns casos o incorreto alinhamento dentário é por si só um fator de desencadeamento, principalmente na fase de dentição mista (passagem da dentição de leite para a dentição definitiva). Outros fatores são, por exemplo, a reação a uma dor de dentes ou ouvidos que provoca tensão na criança. Crianças com outro tipo de doenças associadas, como a epilepsia, a apneia do sono, a hiperatividade, a paralisia cerebral estão mais predispostas a desenvolver o bruxismo.
Quais são as suas
consequências? Na maior parte das crianças que desenvolvem o bruxismo são observados desgaste no esmalte dos dentes, fraturas, lesões na língua e bochechas, hipertrofia muscular, sensibilidade térmica, dores faciais, dores de ouvidos (zumbidos), dores de cabeça, dores ao nível da articulação temporomandibular (ATM) e alterações na musculatura do pescoço que podem causar um desequilíbrio de toda a postura corporal da criança. É importante referir que muitas crianças onde Médicos Dentistas observam o bruxismo (através da observação clínica) passam despercebidas, sem qualquer tipo de sintomatologia.
Como é feito o seu diagnóstico? Na maioria das vezes as crianças não tem noção que rangem ou apertam os dentes, sendo normalmente os pais ou irmãos a identificar o
problema. Os sinais e sintomas que podem ser observados são: • ruídos quando a criança se encontra a dormir; • queixas de dores nos maxilares pela manhã; • dores durante a mastigação. Uma observação feita pelo Médico Dentista poderá ajudar a determinar se a causa é anatómica (dentes desalinhados) ou psicológica (stress), de forma a chegar a um plano de tratamento eficaz. É importante ter em atenção que o bruxismo deve ser abordado por uma equipa multidisciplinar, sendo fundamental a intervenção de vários profissionais (Médico Dentista, Pediatra, Psicólogo, Fisioterapeuta,…).
Qual é o seu tratamento? Em crianças com bruxismo o plano de tratamento passa por reduzir a tensão física, psicológica e muscular, dimi-
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nuir os sintomas (quando estão presentes) e minimizar interferências oclusais (quando estas existem). É importante que crianças com este tipo de hábito façam um sono correto. A associação da observação dos pais e visitas regulares ao Médico Dentista podem ajudar a manter o problema controlado. Nos casos extremos em que o apertar ou ranger dos dentes estejam associados a sintomatologia dolorosa podem ser confecionados aparelhos de proteção que a criança utiliza durante a noite (goteiras). As goteiras, nesta fase de mudança da dentição, não devem ser rígidas e, por isso, devem ser adaptadas pelo Médico Dentista em intervalos curtos de tempo de modo a evitar atrasos e alterações na erupção, permitindo que esta ocorra de forma natural e normal.
É possível a sua prevenção? De que forma?
A prevenção da maioria dos episódios de bruxismo passa por diminuir os níveis de stress e ansiedade da criança antes de dormir, evitando o uso de aparelhos eletrónicos com emissão de luz, optando por ler um livro, ouvir música calma num volume apropriado ou até tomar um banho quente. O consumo de alimentos estimulantes como o café, refrigerantes e chocolate deve ser evitado e controlado. Em casos onde não se consiga diminuir o stress e a ansiedade, recomenda-se a consulta de um Médico Dentista ou Pediatra, de forma a realizar uma avaliação mais aprofundada e um tratamento mais específico e adequado. O hábito do bruxismo na infância geralmente cessa na adolescência. A maioria das crianças pára de ranger e apertar os dentes quando a dentição decídua (dentes de leite) é substituída pela dentição definitiva. No entanto, algumas crianças continuam a ranger os dentes na adolescência, e se a causa for o stress, o ranger irá continuar até que a tensão seja aliviada. Marta Gaio Médica Dentista
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Fisioterapia e Medicina Dentária no tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM)
Dr.ª Maria Berardo Médica Dentista
Dr.ª Sónia Guiomar Fisioterapeuta
A Disfunção Temporomandibular, ou DTM, é uma alteração na Articulação Temporomandibular (ATM). Esta é a articulação do maxilar inferior com o crânio, localizada na parte superior do maxilar inferior e à frente do ouvido. É responsável por executar as funções de abrir e fechar a boca, mastigar, deglutir, respirar e falar. Todas estas funções dependem da saúde e estabilidade da ATM para um funcionamento adequado. A DTM é uma condição associada ao anormal funcionamento da articulação e das estruturas envolventes (ligamentos,
músculos da mastigação, ossos do maxilar superior e inferior, dentes e estruturas de suporte dentário). A disfunção da ATM pode surgir desde a infância à idade adulta e pode causar dores de cabeça e/ou cervical, alterações posturais, dor no ouvido e/ou zumbidos, limitação na abertura da boca, dores musculares e articulares, ruídos articulares (estalidos ou crepitação), dor e dificuldade em mastigar e tensão dos músculos dos maxilares. Hábitos como o aperto dentário, bruxismo (ranger os dentes), morder objetos estranhos, roer as unhas e mastigar chicletes, stress, depressão e ansiedade, traumas físicos, má oclusão ou mordida inadequada, podem levar a alterações desta articulação. Devido à complexidade do seu quadro clínico, o tratamento destes pacien-
tes implica a atuação de uma equipa multidisciplinar - médico dentista, fisioterapeuta, terapeuta da fala, e até mesmo o psicólogo. A fisioterapia centra-se na análise e avaliação do movimento e postura, baseados na estrutura e função do corpo. Atualmente é parte integrante no tratamento da dor e da disfunção associada à DTM e a outras condições de dor oro-facial. A avaliação da fisioterapia passa pela anamnese (história clínica) e pelo exame objetivo onde se identifica a origem da dor, se determina a presença de ruídos articulares e amplitude de movimentos mandibulares, análise da oclusão e a avaliação postural (de modo a determinar a sua relação com o distúrbio da oclusão). A fisioterapia é considerada uma modalidade de tratamento não invasivo
e tem como principais objectivos: • Reposicionar a mandíbula e o crânio para melhorar a função; • Minimizar a dor muscular/articular; • Melhorar a amplitude de movimento; • Melhorar a postura; • Reeducar o paciente em relação ao correto posicionamento da mandíbula; • Reduzir inflamação; • Reduzir carga na articulação temporomandibular; • Fortalecer sistema músculo-esquelético. Se apresenta algum dos sintomas anteriormente referidos, seja persistente na busca da causa da dor. Existem profissionais habilitados, com conhecimento na área que estabelecem tratamentos adequados, e lhe podem proporcionar uma melhor qualidade de vida!
Saúde oral na grávida É frequente surgirem dúvidas durante a gestação. Quem nunca ouviu “estou com os dentes mais fracos ou tenho mais cáries desde que f iquei grávida”? Pois bem , sa iba que muitas dessas ideias não são reais.
Nu nca se autome dique. A grávida deve consultar um Médico Dentista para que lhe seja prescrita medicação ou efetuados os tratamentos dentários adequados que solucionem a situação dolorosa.
1- A gravidez enfraquece os dentes e por isso há maior risco para a doença cárie? Não. Durante a gestação pode haver agravamento das condições da má saúde oral, mas por si só a gravidez não aumenta a incidência de cárie dentária.
5- Uma grávida pode fazer qualquer tipo de tratamento dentário? Sim. Mesmo que necessite de anestesia. Um a i n fe ç ão or a l é mais prejudicial para o bebé do que o tratamento dentário. O ideal seria fazer consulta de medicina dentária antes da gravidez a fim de evitar infeções orais durante este período. As consultas devem ser de curta duração preferencialmente de manhã, sendo mais indicado o segundo trimestre da gestação.
2- Durante a gravidez os dentes enfraquecem porque há perda de cálcio para o bebé? Não. O cá lcio está presente nos dentes da mãe, de forma estável e cristalina, não sendo disponível para a circulação sistémica. A gravidez não propicia aumento de incidência de cárie dentária. 3- A gengiva sangra mais na gravidez? Sim. Devido a alterações hormonais a gengiva pode doer e sangrar facilmente, a situação agrava-se se não ex i st i rem c u id ado s adequados de higiene oral. 4- Em caso de dor de dentes, que medicação pode ser feita?
6- A que nível a higiene oral da grávida pode inf luenciar a saúde do bebé? A h ig iene ora l é a m a i s ef ica z med id a preventiva para evitar infeções da cavidade oral. A mãe pode infetar o bebé por meio de microrganismos provenientes de doenças infeciosas como a cárie dentária e doenças periodontais.
Conselhos da Ordem dos Médicos Dentistas
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Saúde Oral na idade sénior Ana Catarina Lopes Médica Dentista
Com a idade, vão surgi ndo a lterações na boca; os dentes vão ficando mais amarelos, com ma ior desga ste , com a ra i z exposta devido à perda óssea e gengiva l; por outro lado a boca f ica mais seca, gengiva mais fina e sensível, e há diminuição na perceção dos sabores. Estas consequências do tempo provocam aumento na predisposição para as doenças da boca e, por consequência, um aumento da perda dentária. Sendo este processo fisiológico muitas vezes acelerado com a toma de medicação e de doenças crón icas, como diabetes e doenças cardiovasculares. Os problemas principais na perda dos dentes naturais são as alterações estéticas, quer faciais, com aumento de rugas e envelhecimento da face, quer ao nível do sorriso; alterações na pronúncia de certos sons; perd a d a c apacid ade mastigatória, afetando as escolhas alimentares, contribuindo para déf ice s nut r ic ion a i s e, consequentemente, para um risco aumentado de apa reci mento de outras doenças. Por outro lado, a falta
de dentes também dificulta a comunicação i nter pe ssoa l promo vendo o isolamento das pessoas. Os dentes que permanecem em boca movemse para os espaços vazios, e adquirem posições que, muitas vezes, dificultam a higienização e, em consequência, aumenta a probabilidade de formação de cárie e inf lamação gengival, contribuindo para mais perdas dentárias. O ideal seria tentar manter o maior número
possível de dentes em boca, e substituir logo que possível os dentes perdidos por dentes artificiais. Existem várias técnicas de substituição de dentes , d iv id i ndo -se em próteses removíveis (quando estas se tiram e põem para higienizar e são retidas por ganchos que se agarram aos dentes em boca, acabando por os danif icar e levar a mais perda dentaria), e próteses fixas (quando estão cimentadas ou aparafusadas
em raízes dentárias ou sobre implantes - parafusos de titânio que se colocam no osso e suportam os dentes artificiais/próteses). Ambas as formas de substituição requerem reavaliações e consultas periódicas de manutenção no médico dentista. No entanto, a retenção das próteses removíveis é muito problemática, principalmente quando há uma reabsorção quase total do osso. O recurso a implan-
tes dentários apresenta-se, na grande maioria dos casos, como a solução ideal de reabilitação, não só porque não interfere com os dentes vizinhos, como é a solução que melhor “imita” um dente verdadeiro. Em conclusão, na idade sénior é importante reforçar as idas ao dent i st a dev ido a uma maior predisposição para as doenças da boca . Numa consulta de rotina, pesquisa-se o aparecimento de novas cáries, que deverão
ser tratadas numa fase inicial; será controlada a inf lamação gengival com remoção de placa bacteriana e tártaro, serão cont rolada s a s próteses, e se possível dever-se-á fazer avaliação radiológica, nomeadamente com Raio X Panorâmico (ortopantomografia) uma vez que que este tipo de exame, de elevada importância, nos dá uma informação geral e pormenorizada, que não é visível na observação clínica tradicional.
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SAÚDE ORAL | ESPECIAL 43
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5 Mitos sobre o mau hálito Nádia Costa
e xe m plo , a t r avé s d e u m beijo), t a mbém é necessário existir um conju nto de ca racte rística s pa ra a sseg ura r a sobrev ivência das mesmas. Até hoje, não foram verificados quaisquer casos de halitose por contágio.
Médica Dentista
O mau hálito interfere na qualidade de vida das pessoas afetadas, com consequências pessoa is , a fetiva s e socia is. Hoje em dia , estima-se que cerca de 30% da população mundial possa sof re r de st a c ond iç ã o , i ndependentemente do sexo, da idade e da classe social. O mau hálito – ou halitose – surge, muitas vezes, como um sinal de que algo está errado e não deve ser negligenciado. Existe, contudo, uma falta de informação generalizada sobre as causas e os trata mentos disponíveis. Seguem-se algumas crenças sem fundamento: 1. Problemas de digestão causam sempre mau hálito Com os ava nços n a área saúde, foi possíve l ve r i f i c a r q u e o s problemas digestivos são responsáveis por menos de 3% dos casos de halitose. Contudo, a l g u m a s do enç a s do trato digestivo podem provoca r u ma sensação de mau gosto que pode ser interpretada como mau hálito. 2 . Má higiene oral pode causar mau hálito Na m a ior i a dos casos, o mau hálito tem origem na boca. Cáries dentá r i a s e geng iva s q ue s a n g r a m p e r m item o desenvolvimento de um certo tipo de bactérias responsáveis
4. Pessoas com mau hálito conseg uem senti-lo Gera lmente, pessoa s que sofrem de h al itose n ão detet a m a presença de mau cheiro porque se habituaram a ele. Na maioria d a s vez e s , apa re cem na consulta com essa quei xa porque fora m encaminhados por out ros prof issiona is de s aúde o u até m e s m o pelos própr ios fa m iliares. 5 . Na m a ior i a do s casos , o mau há lito não tem solução médica Grande parte da popu lação que sofre de mau hálito admite não procu ra r ajuda especia li zada por acredit a r q u e n ã o e x i s te m tratamentos ef icazes. No enta nto, o apa re cimento de aparelhos de d iag nóstico espe cí f icos, a descober ta pelo cheiro desagradável. Manter uma higiene oral rigorosa diminui as possibilidades de sofrer de halitose. 3. Mau hálito é contagioso Nem todas as bactérias presentes na boca têm capacidade pa ra provocar mau cheiro. Apesa r de poder h aver tra nsm issão dessas bactérias de pessoas para pessoa (por
das causas da ha lito se e o desenvolvimento de terapêuticas de maior ef icácia permitem o t rat a mento d a qua se tota l idade dos casos. O m au h á l ito p o de ser prevenido através da realização de uma higiene oral completa e ef icaz. Para tal, devemos escovar os dentes durante 2 minutos, no mínimo, duas vezes por dia, sem esquecer a língua. O fio dentário deve ser utilizado diariamente, para eliminar os resíduos de comida que ficam presos entre os dentes. Podese usar um elixir para bochechar, f inalizando a higiene da boca. B eb er á g u a com f re quência e fazer pequenas refeições durante o d i a per m ite ox ige nar a boca e aumentar o f luxo salivar, impedindo as bactérias de se fixar. O médico dentista é o prof issional indicado para diagnosticar e tratar a halitose. Nos casos em que o mau há lito su rge associado a outras doenças, o paciente é sempre encaminhado para outra especialidade. PUB
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