FlorestA J or n a l d a
JorNAL Do BAIrro FLorEStA - ANo 1 - Nº 1 - BELo HorIzoNtE - NoVEmBro DE 2008 - jornaldafloresta@gmail.com
Distribuição Gratuita
A Floresta ganha seu mais novo morador
Em uma região com tantas opções, chega o JORNAL DA FLORESTA, c om um conteúdo voltado para a comunidade. Juntos vamos em busca de benefícios para os moradores, mas também mostrar as belezas e culturas deste que é um dos mais tradicionais bairros de Belo Horizonte. Igreja Nossa S enhora das D ores, um dos projetos arquite tônicos mais antigos do bair ro, localizada no coração da Floresta
História Você sabia que Carlos Drummond de Andrade já morou na Floresta? Página 3
Segurança Bairro tem o menor índice de violência dos últimos anos Página 4
Entretenimento Com a Lei Seca, o melhor é se divertir no bairro. E opções aqui não faltam Páginas 6
Saúde Verão chegando, a dica é malhar numa academia ou fazer exercícios na natureza Página 7
Editorial
Nasce um jornal
A partir de agora, você vai conhecer o mais novo morador do bairro. O JORNAL DA FLORESTA, único jornal do bairro, que nasce com a missão de se tornar um importante aliado da comunidade em busca de benefícios. Com matérias objetivas, imparciais, críticas e democráticas, vamos buscar não apenas soluções de problemas da região, mas também mostrar um pouco das belezas e atrações deste que é um dos mais tradicionais bairros da cidade. Neste mês de nascimento do JORNAL DA FLORESTA vamos ter uma variedade de notícias especiais e de interesse da comunidade. A valorização de imóveis, as opções de atividades físicas no bairro, as dicas de entretenimento, com um levantamento dos melhores bares e restaurantes. Reservamos também um espaço especial para mostrar a Floresta dos bons tempos, quando era inspiração para poemas de grandes poetas, dos blocos caricatos, mostrando suas tradições e histórias. Como a do poeta Carlos Drummond de Andrade, que morou muito tempo em nosso bairro. Vamos ainda falar de segurança. Conheça como os bandidos agem aqui. O JORNAL DA FLORESTA chegou para enaltecer o que há de positivo, mas também para ser um canal de comunicação entre os moradores e as entidades e órgãos responsáveis pelas melhorias que se fizerem necessárias. Como manda o bom jornalismo, vamos mostrar os problemas, mas também usar a força de um veículo de comunicação para buscar respostas e melhorias. Queremos fazer parte do seu dia-a-dia levando até você informação de qualidade sobre o bairro em que você mora. E fazer da Floresta um lugar ainda melhor para se viver.
Expediente FlorestA Jornal da
Avenida do Contorno, 1205 / 201 bloco 2 Floresta - Belo Horizonte - mG CEP: 30110-070
Memória
Viaduto S anta tereza
Construído em 1929, o Viaduto Santa Tereza foi projetado pelo engenheiro Emílio Baumgart. O objetivo da obra era ligar os bairros de Santa Tereza e Floresta ao centro de Belo Horizonte, que naquela década crescia muito com a expansão industrial. Na época, a obra ficou conhecida pela magnitude e audácia dos projetistas. O arco parabólico, por exemplo, a parte mais importante e difícil do projeto, consumiu 700 metros cúbicos de concreto e foi uma revolução em seu tempo. A inauguração foi em setembro de 1929, mas até hoje, o viaduto permanece como uma das mais importantes obras de arte de engenharia urbana do estado.
o Jornal da Floresta é você quem faz
Esta é a p r i m e i r a e d i ç ã o d o JORNAL DA FLORESTA. Um jornal dinâmico, que vai atingir todas as residências do bairro, além do comércio da região. O JORNAL DA FLORESTA terá uma característica marcante: a interatividade. Com a ajuda da comunidade, vamos expor problemas, buscar soluções, mas também mostrar o que temos de melhor. Para que isso aconteça, você, leitor, será nosso aliado e poderá sugerir matérias, reportagens e se sentir dentro do jornal. Sua comunicação com o nosso jornal será bem simples, mas fundamental. Mande sua sugestão de reportagem, dúvidas e reclamações para Avenida do Contorno, 1205 / 201 bloco 2, Floresta, Cep: 30110-070 . Publicação: Jmr Comunicação Diagramação e Produção gráfica: mateus rabelo Edvaldo ribeiro
telefones: (31) 3309-2148 / (31) 8869-2148 E-mail: jornaldafloresta@gmail.com
Fotos: mateus rabelo
Editor Chefe: Eustáquio trindade Neto Editor Geral: mateus rabelo mG 12.281 JP Jornalista Colaboradora: Beth Sily mG 02.194 JP
Impressão: Imprimira Editora Ltda tel: (31) 3226-2845 tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: mensal Distribuição Gratuita
Arte Publicitária: Alaor medina
2 Jornal da Floresta - Novembro 2008
Entre em contato ainda pelo e - m a i l jornaldafloresta@gmail.com, com seu nome completo, endereço e telefone; ou ligue para o telefone 88692148 para falar com o editor do jornal, Mateus Rabelo. Agora que você já sabe os detalhes, esperamos a sua participação. O JORNAL DA FLORESTA quer contar com a participação de toda comunidade, porque é ela quem conhece o bairro e sabe do que realmente precisa, sugerindo temas e assuntos de seu interesse. Portanto, considere-se um pauteiro (o profissional da área de jornalismo que sugere assuntos que se transformam em reportagens). É ele quem define fatos e notícias que serão abordados pelo veículo de comunicação, seja ele jornal, internet, rádio ou televisão.
Agenda Novembro 1 Dia de todos os Santos 2 Dia de Finados 3 Dia do Cabeleireiro 3 Dia do Direito de Voto da mulher 4 Dia do Inventor 5 Dia da Ciência e Cultura 5 Dia do Cinema Brasileiro 5 Dia do radioamador e técnico Eletrônico 8 Dia do Aposentado 8 Dia mundial do Urbanismo 9 Dia do Hoteleiro 10 Dia do trigo 11 Dia do Soldado Desconhecido 12 Dia do Supermercado 14 Dia do Bandeirante 15 Proclamação da república 15 Dia Nacional da Alfabetização 16 Dia da Semana da música 19 Dia da Bandeira 20 Dia do Auditor Interno 20 Dia Nacional da Consciência Negra 21 Dia da Homeopatia 21 Dia das Saudações 22 Dia do músico 23 Dia Internacional do Livro 25 Dia Nacional do Doador de Sangue 26 Dia do ministério Público 28 Dia mundial de Ação de Graças
Utilidade Pública Polícia militar......................................190 Disque Denúncia...............................181 20ª Cia (16º BPm).................3307-0527 Polícia Civil..........................................197 Corpo de Bombeiros........................193 Defesa Civil..........................................199 regional Leste......................3277-4460 Procon....................3335-9297 ou 1512 Cemig....................................................116 Copasa..................................................195 Juizado da Infân. e Juv. ....3272-4133 Direitos Humanos...............3291-6190 Disque tapa-Buracos.........3277-8000 H.P.S. João XXIII....................3239-9302 Detran.....................................3236-3610 terminal rodoviário...........3271-3000 BHtrans...................................3277-6500 metrô.......................................3250-4054 Aeroporto Pampulha.........3490-2001 Aeroporto Confins..............3689-2344
História
Floresta: um bairro de operários, condes, comendadores e poetas
Criadacomomoradiapara osoperáriosquecontruíram BH,obairrocrioufamae virouacasadegrandes nomesdopaís.
O bairro Floresta nasceu como subúrbio da cidade, ainda na primeira década de Belo Horizonte, sendo um dos primeiros locais de moradia dos operários que trabalham na construção da capital. Inicialmente foram construídas moradias simples, dando lugar, tempos depois, a uma série de casarões e residências mais luxuosas, dentre elas o famoso palacete do Conde de Santa Marinha, construído em 1896, que se tornou a primeira residência fora dos limites da Avenida do Contorno. Esse palacete sequer chegou a ser habitado, tendo seu dono falecido no Rio de Janeiro enquanto a família se preparava para viver na nova capital. O bairro era formado inicialmente por chácaras que, segundo historiadores, foram responsáveis pelo abastecimento de hortifrutigranjeiros da capital recém inaugurada. Os vestígios da primeira forma de ocupação ainda existem. A área da Praça comendador Negrão de Lima, é um exemplo. Essa praça está localizada no local onde existia a chácara da referida família. A sede da propriedade, na Rua Leonídia Leite, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e continua preservada. A Região abrigou também algumas personalidades ilustres como os poetas Carlos
Casa do Conde, a primeira construção fora do perímetro da Avenida do Contorno
Drummond de Andrade e Pedro Nava, Negrão de Lima e até o compositor carioca Noel Rosa, que na ocasião veio passar uma temporada em Belo Horizonte em busca da cura da tuberculose. Outro compositor não menos importante, Rômulo Paes, cantou o bairro em versos: “Minha vida é esta, subir Bahia, descer Floresta. Antes assim, que descer Bahia, subir Bonfim”. Por sua proximidade com o Centro, o bairro cresceu rapidamente, surgindo novas e modernas construções. Por volta do ano de 1930, o comércio começou a se desenvolver, principalmente na região entre as avenidas do Contorno e Assis Chateaubriand. No passado, o bairro também ficou conhecido pelas ruas tradicionais como a Itajubá que, durante muito tempo, foi um dos pontos mais fa-
mosos e movimentados da capital, conhecida pela animação de seus bares e bailes de carnaval, e por ser também a única rua que atravessava toda a Avenida do Contorno sem mudar de nome. Culturalmente, o bairro também é destaque. Abrigou o primeiro e mais importante canal de TV do estado na época, a TV Itacolomi, fundada pelo pioneiro da TV no Brasil, Assis Chateaubriand. Hoje, o bairro atrai inúmeras manifestações artísticas que ganham destaque no Teatro Alterosa, na Praça Comendador Negrão de Lima, na sede do Giramundo, que abriga uma escola de teatro de bonecos e um museu há sete anos, responsáveis pelo maior acervo de marionetes do Brasil; além da Casa do Conde, palcos de grandes shows; o Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, entre outros.
“A vida é esta: Descer Bahia e subir Floresta”
Os versos do saudoso e irreverente compositor e radialista Rômulo Paes foram apenas uma das várias homenagens que a Floresta recebeu ao longo da história. E não poderia ser de outra forma. O bairro foi moradia de, por exemplo, Pedro Nava, médico e escritor, participante da geração modernista de Belo Horizonte e autor de seis livros, considerados um marco no memorialismo brasileiro. Mas o morador mais ilustre do bairro foi Carlos Drummond de Andrade. Aqui, ele chegou com a família, no início da década de 1920, quando foi morar em uma casa ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores, na Rua Silva Jardim. A casa, infelizmente, não existe mais, mas foi inspiração para um de seus poemas: “A casa sem Raiz”, em que questionava a falta de história da casa, em meio às lembranças de sua Itabira.
“A casa não é mais de guarda-mor ou coronel./ Não é mais o Sobrado./ E já não é azul./ É uma casa entre outras./ O diminutivo alpendre/ Onde oleoso pintor pintou o pescador/ Pescando peixes improváveis./ A casa tem degraus de mármore/ Mas lhe falta aquele som dos tabuões pisados de botas,/ Que repercute no Pará./ Os tambores do clã./ A casa é em outra cidade,/ Em diverso planeta onde somos o quê?/ Numerais moradores./.../ Aqui ninguém bate palmas./ Toca-se campainha./ As mãos batiam palmas diferentes./ A batida era alegre ou dramática/ Ou suplicante ou serena./ A campainha emite um timbre sem história. Silva Jardim, ou silvo em mim?”
Carlos Drummond viveu no bairro entre os anos de 1920 e 1934. Neste período, foi personagem de outras histórias curiosas. Uma delas conta que, um dia, quando voltava do trabalho, pelo Viaduto Santa Tereza, como sempre escrevendo, resolveu subir no alto do arco, onde teria mais tranqüilidade para elaborar suas poesias. Nesse dia, Carlos Drummond recebeu voz de prisão, mas lá de cima respondeu ao guarda: “se quiser me prender vai ter que vir até aqui”. O guarda tirou os sapatos, as meias e tentou subir no arco, mas como não conseguiu, foi embora. Assim, como dizem que fica encantado quem passa debaixo do Arco-íris, coube ao arco-íris figurativo do viaduto encantar o poeta e a tantos outros escritores famosos que vieram depois dele — de Fernando Sabino e Otto Lara Resende a Paulo Mendes Campos, Murilo Rubião e Alphonsus Guimarães Filho.
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Segurança
Violência no bairro cai 48% em um ano
Viaduto Santatereza com Andradas era um dos pontos com mais crimes na região
Conselho de Segurança do bairro pede mais ação dos moradores
Mesmo sendo fundamental a participação de toda a comunidade no combate à criminalidade, não é bem isso que acontece em nosso bairro. A Floresta tem um Conselho de Segurança Pública, o CONSEP 20, mas que chegou a ficar desativado por muito tempo, por falta de interesse dos moradores e de lideranças do bairro. Desde julho, quando o CONSEP 20 voltou a funcionar, não houve nenhuma reunião. Tentativas não faltam, mas a falta de quorum impede a realização de reuniões. Segundo o morador Fabiano Paniffi, membro do CONSEP 20, não há como contestar os dados da polícia, mas ele acredita que se os moradores fossem mais ativos, esse número poderia ser mais expressivo. “Como morador, falo
que não me sinto seguro aqui no bairro, mas como membro do Conselho não posso afirmar isso, já que não conseguimos fazer reuniões. Pode ter caído o número de ocorrências, mas tenho certeza que muitas pessoas deixam de denunciar quando são vítimas de algum crime. Falta interesse da população. Falta os moradores cobrarem mais da prefeitura, da regional, que sejam mais participativos em busca de melhorias para a comunidade”, afirma. Uma nova reunião do CONSEP 20 já está marcada. Vai acontecer na segunda-feira, dia 17 de novembro, na 20ª Cia do 16º B.P.M, na Rua Tenente Vitorino, 71 - Santa Tereza, às 19h. A reunião é aberta a todos os moradores do bairro.
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De uns tempos pra cá, os moradores mais atentos devem ter tido a impressão de que o bairro está mais tranqüilo. Quem pensa assim, de acordo com a polícia, está certo. A Floresta tem hoje o menor índice de crimes dos últimos anos. Se compararmos de janeiro a setembro de 2008, em relação ao mesmo período do ano passado, as estatísticas apontam uma redução de crimes em 48,41%. Vários são os fatores apontados pela polícia para essa nova realidade do bairro, que há alguns anos era um dos locais prediletos na ação de bandidos. Segundo o Capitão Fábio Henrique, da 20ª Cia do 16º Batalhão da Polícia Militar, as novas estratégias adotadas pela PM são alguns dos motivos para essa nova realidade. “A gente tem sempre procurado fazer uma análise bem profunda de crimes no bairro para elaborar as estratégias e tomar as medidas necessárias em termos de prevenção criminal. Conseguimos chegar a essa diminuição de crimes com ações como o policiamento com bikes, o aumento da rotatividade de viaturas, as operações policiais, entre outras”, explica. Outro fator determinante para essa diminuição de crimes é a revitalização no centro de Belo Horizonte. Há poucos anos atrás, a Praça da Estação, a Avenida dos Andradas, — embaixo do Viaduto Santa Tereza — e a Praça Rui Barbosa eram os grande vilões da nossa comunidade. Hoje, depois das mudanças feitas nos locais, principalmente com melhores iluminações e segurança nesses pontos, a situação é outra. “Quando há uma revitalização na área central temos a tendência de que bairros próximos ao centro
fiquem mais seguros. Com o uso de câmeras de vigilância e o aumento da segurança no centro, os marginais ficam intimidados e procuram bairros periféricos. Então, uma medida nossa foi impedir que esses criminosos viessem para os bairros que fazem divisa com a área central”, relata o Capitão. Mesmo com as melhorias, toda a atenção dos moradores é fundamental para que cada dia possamos ter um bairro mais seguro. Segundo a Polícia Militar, a maioria dos crimes não acontece em pontos perigosos; em vez disso, é praticada por bandidos que estão de passagem pelo bairro e aproveitam o descuido dos moradores para cometer o crime. Os crimes mais freqüentes são cometidos por menores de idade e andarilhos que geralmente roubam celulares, pequenas quantidades em dinheiro, ou outro tipo de objeto. Por isso é muito importante que os moradores tenham cuidado, que evitem andar com grandes quantias em dinheiro, tomem cuidado onde usam o celular, evitem deixar o carro em locais de pouco movimento. Vale lembrar que a Floresta é um bairro com muitas agências bancárias, endereços que estão sempre na mira dos marginais. É importante que, ao saírem dos bancos, as pessoas reparem se estão sendo seguidas ou vigiadas. Qualquer suspeita, ligue imediatamente para a emergência policial. “A PM tem que fazer sua parte, mas a população tem que colaborar. Porque a participação de moradores denunciando pessoas suspeitas e tomando os devidos cuidados é fundamental para conseguirmos diminuir esses crimes ainda mais”, conclui o Capitão Fábio Henrique.
Economia
Imóveis estão mais valorizados
Por ser um bairro cercado por todos os lados, a Floresta hoje não é uma grande opção para novas construções. Onde há lotes, não há possibilidade de construção de novos prédios, por causa do tombamento do espaço aéreo, determinado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que busca preservar a história do bairro. Novas construções, hoje, estão limitadas a poucas áreas, como no bairro Colégio Batista, que faz divisa com a Floresta. Esse cenário do bairro beneficia quem mora aqui. Os imóveis estão mais valorizados com a diminuição de oferta e o aumento da procura. “Na Floresta, assim como em qualquer bairro tradicional próximo ao centro de Belo Horizonte, o número de ofertas é reduzido. Existem algumas opções, mas a procura é muito maior, justamente pala valorização do local, que tem um dos metros quadrados mais caros de Belo Horizonte, mais até que muitos bairros da região sul. Por isso, quem tem uma propriedade aqui, tem um imóvel cada vez mais valorizado, saindo daqui somente quando tem uma possibilidade bem melhor”, afirma o empresário Roberto Marzullo, um dos sócios da Casa Sartori - Negócios Imobiliários. Outro fator que beneficiou quem tem uma propriedade no bairro, segundo o empresário, foi o estouro no mercado imobiliário em todo o país, apesar de a crise financeira mundial já estar, de certa
forma, afetando a região. “Alguns imóveis subiram muito além do que realmente valem e já estão sofrendo uma adequação de preços. O que aconteceu é que existia um alvoroço com a valorização de imóveis e hoje estamos chegando mais à realidade com a crise econômica”, explica Roberto Marzullo.
Entenda o porquê da valorização
Para se ter uma idéia da valorização de imóveis nos últimos anos, um apartamento pequeno, com 65 m/2, há dez anos podia ser comprado por R$ 55 mil. Hoje, o mesmo apartamento vale R$ 75 mil. A professora Lenice Lima, que tem um apartamento no bairro há sete anos, é uma das moradoras que sentiram a diferença nos preços. “Há dois anos pensei em vender meu apartamento para comprar um maior. Mesmo com um lucro de quase 20%, desisti de vender. Depois vim a descobrir que uma vizinha comprou um apartamento idêntico 30% mais caro do que comprei o meu”, relata. Pra quem tem a intenção de comprar ou alugar um apartamento hoje, a dica das imobiliárias é ter paciência e batalhar muito em busca do imóvel ideal. “A Floresta é um dos bairros mais atrativos da cidade. A oferta hoje gira em torno de 400 imóveis para aluguel e compra. Quem quiser ser um novo morador tem que ficar de olho e correr atrás”, conclui o empresário Roberto Marzullo.
Um dos poucos imóveis à venda n o bair ro, na rua Varginha
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Entretenimento
Do bolero à música eletrônica
Bareserestaurantesdaregiãocomemoramaboafase.É que,comaLeiSeca,omovimentoaumentoueobairro mostraqueháopçõesparatodososgostoseidades.
Historicamente, o bairro Floresta e a região leste de Belo Horizonte sempre estiveram intimamente ligados à boemia — no bom sentido, é claro! Santa Tereza, por exemplo, foi moradia de grandes nomes da música, do Clube da Esquina ao Skank. Já a Floresta foi moradia de vários intelectuais, famosos também por gostarem de uma boa farra. Além das dezenas de bares e botecos, a grande maioria com intensa variedade de bebidas e petiscos, a Floresta tem hoje também uma diversidade imensa em opções de entretenimento, para todos os gostos e idades. E para as famílias, principalmente. O restaurante e bar Floresta Grill é uma opção para quem quer almoçar, com serviço de self-service e churrasco, mas também é uma boa opção à noite, por oferecer grande variedade de bebidas e petiscos perto de casa — o que, em tempos de Lei Seca, é uma ótima. As especialidades da casa são o Joelho de Porco, a Picanha na Chapa e a Chapa Floresta Grill, com carnes variadas, fritas e queijo. O local ainda serve um caldo diferente a cada dia da semana e uma mesa de frios com várias opções. Mesa que é a grande atração em dias de jogo de futebol. Segundo o gerente do restaurante, Jachson Inácio, o movimento começou a crescer depois da Lei Seca. Se perdeu clientes que poderiam vir de outras regiões, em compensação cresceu o número de moradores do bairro. “Às vezes,
aparece alguém de fora, mas a grande maioria dos clientes mora no bairro. Com a Lei Seca, o que fiz para tentar buscar os moradores foi trazer pra cá as coisas que eles encontram em outros bairros mais movimentados”, explica. As noites mais cheias no restaurante são nos dias de jogos de futebol, mas o local também é uma boa opção pra quem quer apenas relaxar no happy hour ou nos fins de semana.
Vai uma pizza?
O Pizza Bar não é apenas mais uma das várias pizzarias do bairro. O local é o único no bairro que oferece música ao vivo todas as noites. O público é o mais variado possível; jovens, no pagode das terças-feiras; mais maduros no bolero das noites de quinta-feira e no samba de raiz das segundas. Mesmo com a diversidade de ritmos, o lugar é tranqüilo. Segundo o proprietário da casa, a grande maioria dos fregueses são moradores do bairro. “É gente entre 20 e 70 anos, por causa da diversidade musical. Por isso apostamos na diversidade, fora os shows”. Além disso, oferece almoço self-service, e à noite, petiscos, pizzas e jantar. “Quem não quer uma boa refeição acompanhada de ótima música?”, afirma o empresário Haroldo Persiquini Cunha. É conferir pra ver! Outra opção de música ao vivo é na Oca dos Tapuias. Além da música ao
Espaço Arrumação: com variadas bebidas e uma programação cultural diversificada
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No Jequitibar, a noite começa com música ao vivo e termina com boate
vivo todos os dias no almoço e de terça a sábado à noite, o restaurante, que tem um ótimo espaço e uma decoração toda especial, tem como especialidade da casa a comida indígena aos domingos. A poucos passos da Oca, o Jequitibar e o Jequi’s Bar e Pizzaria, que estão há 17 anos no mercado, parecem estar mais vivos do que nunca. Hoje é a casa noturna mais movimentada e completa do bairro, com variados shows de terça a domingo e boate nos fins de semana. Na quintafeira, além da música ao vivo, o cliente paga a entrada e tem petiscos por conta da casa. O bar ainda oferece pizza, mesas de sinuca e transmissões de jogos de futebol. Enquanto isso, o Espaço Arrumação aposta em uma programação cultural especial: o Circuito Prosa & Canção, com Sarau Poético Musical às terças e música ao vivo nos outros dias da semana. Mas para quem quer apenas uma boa refeição, as opções são o Restaurante e Pizzaria Giovanni, que aos 47 anos de história acaba de inaugurar um espaço com churrascaria; a Pizzaria Mangabeiras, a Pizza Storica, o Jequitibarzinho, o Restaurante Sabor e Vida, entre outros. O bairro ainda oferece atendimento local e delivery com o Net Burguer, Pizza Storica, China in Box e Brevità, comida italiana. A melhor forma de driblar Lei Seca é ficar no próprio bairro. E a Floresta volta a ser uma ótima opção para quem quer curtir a noite belohorizontina sem se preocupar com a volta pra casa.
O JF indica .
Pizza Bar
End: Av. do Contorno, 1636 tel: 3274-3136 (restaurante self-service, pizzaria e música ao vivo todas as noites) .
restaurante e Lanchonete Ibituruna
End: Av. Assis Chateaubriand, 257 tel: 2526-9955 (Lanche pela manhã e selfservice no almoço) .
Floresta Grill
End: r. Ponte Nova, 364 tel: 3423-9944 (Almoço self-service com churrasco e Happy Hour próximo ao Colégio Batista) .
Jequitibar
End: Av. Assis Chateaubriand,577 tel: 3271-6522 (restaurante, pizzaria, jogos, show ao vivo e boate)
Saúde
D e olho no Verão!
A pouco mais de um mês para o início oficial do verão, nas academias de ginástica e nas ruas já é possível ver a diferença. Nas principais academias do bairro, o número de novos alunos cresce muito neste período. Já as ruas mais planas começam a ganhar aparência de pistas de caminhada e cooper. Nos clubes e quadras, o movimento também aumenta. Na academia Floresta Fitness, uma das mais movimentadas do bairro, o aumento de alunos é significativo. Segundo o dono da academia, Rogério Alves, de agosto até hoje o movimento aumentou 30% — o que é comum acontecer todos os anos. “É só o tempo começar a ficar mais quente, que o movimento aumenta. Em dezembro os alunos saem de férias e retornam em janeiro, e ficam até março. Depois cai, com a chegada do frio”, afirma o empresário. A freqüência de exercícios é importante. O certo é que as pessoas façam atividades físicas durante todo o ano. Pra quem deixou a busca pela boa forma pra última hora, agora é dobrar os esforços, mas de olho nos cuidados, principalmente com alimentação e hidratação. “Apesar da grande procura depois de setembro, o certo é nunca parar de fazer exercícios para conseguir um bom condicionamento físico. Só que nesta época
Aula de Jump na Floresta Fitness, um dos exercícios mais procurados pelas mulheres. do ano o gasto calórico é maior. É preciso uma alimentação adequada e um cuidado especial com a hidratação”, explica Tiago Bottaro, professor de educação física. O músico Jorge Bonfá, morador do bairro, fez academia durante quatro anos consecutivos, ficou parado por três anos, e há dois meses voltou, depois de acumular problemas com a falta de preparo físico. “Voltei porque o corpo estava reclamando; sentia que estava mais cansado, indisposto e até entrar no ritmo é difícil. Mas depois que pega uma seqüência, o corpo começa a melhorar e até o dia rende mais”, conta. Quem prefere os exercícios gratuitos, também não tem do que reclamar. No bairro, várias vias são consideradas adequadas para a prática de caminhadas e cooper. Na Avenida dos Andradas, uma das preferidas, em poucos minutos é pos-
sível ver dezenas de pessoas caminhando e correndo entre as avenidas do Contorno, na Floresta; e Silviano Brandão, no Horto. Um dos moradores que fazem seus exercícios todos os dias na avenida fala que há um motivo especial para gostar do local. “Com a loucura do dia-a-dia, aqui é como um refúgio pra mim. É a oportunidade que tenho de entrar em contato com a natureza e ainda estar bem com meu corpo”, declara o técnico em informática, Fernando Belloni. Com tantas opções, a dica aos sedentários, segundo professor de educação física, Tiago Bottaro, é que iniciem já os exercícios. “Comecem agora, mas bem devagar e com acompanhamento de um profissional. Se precisar procure um acompanhamento médico. O ideal é contar ainda com um acompanhamento nutricional”, conclui.
Programa Idade Ativa
Mais de 5 mil moradores da Floresta — o que corresponde a 30% da comunidade —, estão na terceira idade. É nessa fase que começam a aparecer alguns problemas de saúde que, se não cuidados corretamente, podem levar a questões mais sérias. Pensando nisso, a Academia Floresta Fitness acaba de criar o programa “Idade-Ativa”, voltado exclusivamente para os moradores do bairro que pertencem a essa faixa etária. Com aulas três vezes por semana, os alunos fazem exercícios de fortalecimento na musculatura, trabalham a resistência, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e habilidade motora. Segundo a professora de educação física do programa, Maura Soares, os exercícios são importantes em qualquer idade, mas para os mais velhos têm uma importância ainda maior. “Quando a pessoa vai envelhecendo, a tendência é perder as capacidades físicas e quando isso acontece e não fazem exercícios, a probabilidade de doenças crônicas aumenta. Pra prevenir é muito importante praticar atividades físicas”, explica. E os benefícios das atividades físicas não param por aí. “Os exercícios regulares na terceira idade ajudam a diminuir o peso corporal, a aumentar o gasto de energia metabólica, melhorar o colesterol bom e abaixar o ruim, prevenir o diabetes, combater a ansiedade e a depressão, melhorar a qualidade de vida, além de diminuir o uso de remédios”, conclui a professora.
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Flo-Leste: o diálogo com a comunidade da Floresta
B eth Sily O bairro Floresta, um dos mais antigos de Belo Horizonte (começou a ser habitado no final do século XIX), possui atualmente cerca de 15 mil habitantes, que convivem entre as tradições repassadas pelas gerações anteriores, mas em diálogo permanente com a contemporaneidade. Apesar de todo seu patrimônio cultural, social e econômico, a frase mais ouvida entre seus moradores é: “A Floresta está abandonada”. Realmente este sentimento de baixo-estima pode ser entendido, quando se toma consciência de que o bairro não possui um Posto de Saúde (apesar de seus habitantes pagarem impostos altos), o trânsito está caótico, pois a região tem sido cada vez mais usada como área de passagem, a segurança deve ser reforçada, principalmente após
membros da diretoria Flo-Leste: Antônio moreira (Butinada), Eliana Kondo e Beth Sily o “Projeto Olho Vivo”, no centro da ci- social, em torno de uma agenda comum dade, que motivou a fuga de contraven- de propostas para melhorias no bairro. tores para o bairro e vários outros As principais reivindicações priorizam problemas. as questões de segurança, a saúde, meA partir daí, um grupo de pessoas lhorias do trânsito, da limpeza urbana, decidiu se unir e criar uma entidade para construção de áreas públicas para as práreivindicar melhor qualidade de vida ticas culturais e esportivas, a preservação para a região. Assim, no primeiro se- do patrimônio histórico, entre outras.A mestre do ano passado, nasceu a Flo- Flo-Leste, inspirada no programa educaLeste: Associação dos Moradores da cional de Paulo Freire, estabeleceu como Floresta. Neste início, enquanto busca metodologia de trabalho, a prática dialóconsolidar sua legitimidade, a Associa- gica, que leva em conta a participação e ção tem ouvido e estimulado seus mora- o debate junto com a comunidade, pardores para o processo de mobilização tindo da realidade local. E busca atuar
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em duas frentes para obter resultados. A primeira é encaminhar as reivindicações para as autoridades competentes e cobrar soluções. A outra, é levar a comunidade a ter uma participação ativa na melhoria da qualidade de vida, através de práticas educativas, como a campanha feita no mês de junho, junto com a SLU, para que os moradores coloquem o lixo para fora, apenas nos horários de coleta. Outros projetos serão lançados pela Flo-Leste, como a valorização do comércio local, campanhas para a instalação de um Posto de Saúde no bairro, colocação de câmeras do “Olho Vivo”, resgate das identidades locais. Para que estes projetos obtenham sucesso, a Associação precisa do apoio de todos os moradores. Afinal, a grande formadora do local é a própria comunidade. A Flo-Leste ainda não tem sede própria, mas os contatos podem ser feitos pelos telefones 3271-4270 e 9957-4803 (Beth) , 2526-2383 (Antônio moreira-Butinada). As reuniões acontecem em locais cedidos por entidades, como o Carrefour, Colégio São José e outros.