Edição 4 - Fevereiro de 2009

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FlorestA J or n a l d a

JoRnal Do BaiRRo FloRESta - ano 1 - nº 4 - BElo HoRizontE - FEVEREiRo DE 2009 - jornaldafloresta@gmail.com

Distribuição Gratuita

Divulgação site

“Passado de glória gravado na história” Dengue

Especial

Mato chega a 3m. de altura em lote na Contorno

Sr. Spencer é o terceiro da geração na farmácia

Região leste é a segunda que mais registra casos de dengue em BH

Em uma série especial, JF mostra comércios tradicionais do bairro. Farmácia Universal é a primeira

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Flo-Leste

Chuva deixa moradores 15 horas sem luz. Problema só foi resolvido com a ajuda da comunidade Página 8

Se hoje BH perdeu sua tradição em carnavais, no passado a cidade Página 7 Entrevista tinha no bairro Floresta uma das Conheça a festas mais fortes do estado. “Vóvo Moderna”, No detalhe da foto, o grupo caricato moradora do bairro “Corsários do Samba”, único e dona do recorde de adereços sobrevivente dos tempos pelo corpo de glória da Floresta Páginas 3

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Capital do Samba A frase do grupo caricato “Bocas Brancas” retrata bem o que era a Floresta antigamente. Durante os mais de 100 anos de história, o bairro sempre esteve ligado a grandes eventos culturais de Belo Horizonte. Fomos palco da primeira rede de televisão do estado, a TV Itacolomi; servimos de moradia para grandes poetas e escritores, como Carlos Drummond de Andrade, Rômulo Paes e Pedro Nava; sediamos três grandes cinemas, que inclusive é o tema do “Memória” deste mês; entre outros marcos. Ou seja, é incontestável a importância do bairro para o crescimento cultural de nossa cidade. Justamente por isso, não poderíamos deixar de falar nesta edição, mês da maior festa cultural brasileira, sobre uma das páginas mais gloriosas de nossa história. O passado do carnaval na Floresta sempre ficará guardado na lembrança das pessoas mais velhas como um período glorioso de nossa história. Era comum pessoas virem de todas as partes da cidade, para aproveitar a folia e as festas do bairro. Os mais de 20 blocos caricatos daqui arrastavam multidões por toda a cidade. E no fim dos desfiles, novamente, voltavam para o bairro, onde ficavam até altas horas da madrugada. Por isso, nesta edição, relembramos um pouco das belas histórias do bairro. Mas também fizemos questão de mostrar o grupo caricato “Corsários do Samba”, que é o único que ainda mantém as portas abertas até os dias de hoje, mesmo com o carnaval de Belo Horizonte sendo tão menosprezado. E é como o hino dos “Bocas Brancas” disse a mais de 50 anos: “Floresta: o teu passado de glória, ficará gravado sempre na história”.

Expediente

Memória

Fevereiro de 2009

agenda Fevereiro

Cine o deon Foto: livro História e tiponomia Bairro Floresta (luis Góes)

Editorial

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O bairro Floresta já teve três cinemas ao longo de sua história. O antigo Cine Floresta, inaugurado em 06/02/1915 e fechado em 25/10/1955, que ficava na esquina das ruas Pouso Alegre e Itajubá; O Cine Floresta Novo, que funcionou de 03/06/1948 a 03/03/1980, na Avenida do Contorno, esquina com Rua Floresta, onde hoje funcionam várias lojas comerciais, como a Elmo Calçados; além do Cine Odeon (foto), de 19/07/1947 a 1956, quando foi fechado para reformas e voltando a funcionar de 31/10/1959 a 16/12/1995. Ele ficava na Avenida do Contorno, em frente ao Carrefour Bairro, onde funciona hoje a Igreja Universal do Reino de Deus.

Cartas

Agradeço penhoradamente a remessa do Jornal da Floresta, que mereceu minha leitura atenta. Ressalto a importância deste tipo de trabalho que une a comunidade e luta por seus anseios. Coloco meu Gabinete à sua disposição. Obrigado, e parabéns pela publicação.

(Vereador Alberto Rodrigues) ---------------------------------------------------Não recebi o jornal no mês de janeiro. Só consegui saber dele através de amigos que receberam o exemplar. Queria saber como eu faço pra receber todos os meses? (Elen Ramos) Cara Leitora, como está em nosso editorial, são feitos 5 mil exemplares do jornal por mês. Infelizmente precisamos de quase 8 mil exemplares para atingir todas as residências do bairro. Estamos em busca de mais parceiros para conseguir chegar a 10

FlorestA

Publicação: JMR Comunicação Diagramação e Produção gráfica: avenida do Contorno, 1205 / 201 bloco 2 Mateus Rabelo Floresta - Belo Horizonte - MG Estagiária: Shirley Pacelli CEP: 30110-070 Fotos: Mateus Rabelo telefones: (31) 3309-2148 / (31) 8869-2148 arte Publicitária: alaor Medina E-mail: jornaldafloresta@gmail.com Edwaldo Ribeiro Jornal da

Editor Chefe: Eustáquio trindade neto Editor Geral: Mateus Rabelo MtB - 12.281 JP Jornalista Colaboradora: Beth Sily MtB - 02.194 JP

impressão: imprima Editora ltda tel: (31) 3226-2845 tiragem: 5.000 exemplares Periodicidade: Mensal Distribuição Gratuita

mil exemplares o mais rápido possível. Hoje, a distribuição é feita aleatoriamente, mas quem realmente tiver interesse em receber um exemplar, pode entrar em contato com a redação e pegar conosco na Avenida do Contorno, 1205/201, Bloco 2, Floresta. ----------------------------------------------------

Errata

Na edição passada do JF, na matéria sobre os casarões históricos, na retranca “Abandono”, falamos sobre uma casa abandonada na Rua Bueno Brandão, como se fosse referente à foto da notícia. Fazendo a correção, a foto é de uma casa que fica na Rua Pouso Alegre e não tem ligação com a matéria. Outro erro foi sobre a divulgação da foto, como se fosse de uma casa abandonada. Apesar da fachada descaracterizada, há moradores na residência, que está em condições normais.

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Dia do agente Fiscal Dia de iemanjá Dia do Datiloscopista Dia do Gráfico Dia do zelador Dia da Criação da Casa da Moeda Dia Mundial do Enfermo Dia nacional do Ministério Público Dia da amizade Dia do Repórter Dia do Esportista Dia da Conquista do Monte Castelo (1945) Data Festiva do Exército Dia do Rotaryano Promulgação da 1ª Constituição Republicana (1891) Dia da Criação do Ministério das Comunicações Dia dos idosos Dia do agente Fiscal do Receita Federal

Utilidade Pública Polícia Militar......................................190 Disque Denúncia...............................181 20ª Cia (16º BPM).................3307-0527 Polícia Civil..........................................197 Corpo de Bombeiros........................193 Defesa Civil..........................................199 Regional leste......................3277-4460 Procon....................3335-9297 ou 1512 Cemig....................................................116 Copasa..................................................195 Juizado da infân. e Juv. ....3272-4133 Direitos Humanos...............3291-6190 Disque tapa-Buracos.........3277-8000 H.P.S. João XXiii....................3239-9302 Detran.....................................3236-3610 terminal Rodoviário...........3271-3000 BHtrans...................................3277-6500 Metrô.......................................3250-4054 aeroporto Pampulha.........3490-2001 aeroporto Confins..............3689-2344


Carnaval

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Fevereiro de 2009

“Floresta: o teu passado de glória, ficará gravado sempre na história”

Refrão do antigo grupo caricato “Boca Branca” relembra o sucesso que era o bairro no carnaval da capital

Capital do samba. É assim que o bairro da Floresta será imortalizado, se depender do hino dos “Boca Branca”, tradicional bloco caricato do bairro, que nasceu por volta de 1944. Os moradores sempre sentiram orgulho de seu carnaval que, no passado, era o local mais “badalado” entre as festas de Belo Horizonte. Vinham centenas de pessoas de outros bairros da capital para prestigiar o carnaval da Floresta. O bloco caricato é uma invenção belohorizontina. É verdade que o bloco de sujo sempre existiu nos carnavais brasileiros, mas, em Minas, esses blocos se organizaram diferente — bateria na carroceria de um caminhão, músicos de cara pintada, passistas e carnavalescos. A idéia pegou e se tornou a cara do carnaval da capital mineira.

Batalha

Nas décadas de 1930 e 1940 havia a famosa batalha de confetes, que se realizava na rua Pouso Alegre, entre as ruas Jacuí e Varginha, até subir Bahia e ganhar Afonso Pena. Blocos de outras comunidades vinham para a batalha, como o “Zé Pereira”, do Santa Efigênia. Existiam cerca de vinte blocos no nosso bairro. Entre eles: Imigrantes da Abissínia, Coloreds, Selenitas, Corsários do Samba, Florisbela, Boca branca. Dois desses blocos (Boca Branca e Imigrantes da Abissínia) são citados na música “Indignação”, no disco de estréia da banda mineira Skank. O visual dos “Boca Branca” se inspirou no cantor norte-americano Al Johnson, que era branco, mas só se apresentava com o rosto pintado de negro e a boca de branco. O look se completou com o chapéu palheta, bem ao estilo do maluco Zé Carioca. A iniciativa começou com um pequeno grupo de dois ou três jovens moradores das imediações onde é hoje a Praça Comendador Negrão de Lima. A ideia foi ganhando adeptos,

até que surgiu um bloco inteiro. Hoje em dia, existe na esquina da Rua Pouso Alegre com Itajubá, o Posto de Gasolina “Boca Branca”, em homenagem ao bloco. É que ali era o ponto de ensaio da bateria.

Mais blocos

Outro bloco famoso era “Florisbela”, que era formado somente por homens vestidos de mulheres. O bloco desfilava na Rua Itajubá, de onde saía para arrasar nas batalhas de confete. Em 1950 foi fundado o bloco “Imigrantes da Abissínia, que foi campeão durante vários anos. Na década de 80, tornou-se Bloco Carnavalesco, fazendo belos desfiles na Avenida Afonso Pena. Moradora da Floresta, Célia Ribeiro, 65, se lembra bem da época dos desfiles de carnavais. “Papai levava a gente para vê-los na avenida. Passavam aqueles carros alegóricos, e em cima deles as mais lindas e poderosas mulheres de Belo Horizonte”, descreve. Havia também os “Tangarás da Floresta”, os “Foragidos da África” e os “Estivadores do Havaí”.

Hoje

A Floresta, assim como toda a cidade, não tem mais a tradição que tinha no carnaval do passado. Apenas um bloco caricato continua existindo: o “Corsários do Samba”. Eles ensaiam três vezes por semana em frente ao Posto “Boca Branca” e vão se apresentar na Via 240, no dia 21 de fevereiro a partir das 19h. O tema ainda está sendo decidido, mas a expectativa é de que o grupo se apresente com mais de 100 pessoas e consiga uma posição melhor que a do ano passado, quando terminou em quarto lugar. Outra atração bem próxima da Floresta são os bailes das regionais. Na Regional Leste o baile está previsto para o dia 22 de fevereiro, às 20hs, na Avenida Belém, entre a Avenida dosAndradas e a Rua Itabirito.

o Carro alegórico “Migração Japonesa” do Corsários do Samba no carnaval de 2008


Feriados 4

Muitos feriados à vista Somando os feriados, férias e fins de semana, são 145 dias de folga que o brasileiro vai ter em 2009

Um ditado popular diz que o Brasil só funciona depois do carnaval. Neste ano podemos dizer que nem depois da tradicional festa o país vai funcionar direito. Isso porque, ao contrário do ano passado, vamos ter muitos feriados em dias que eram para ser úteis. Serão nada mais nada menos que 11 feriados nacionais (há ainda os estaduais e municipais), todos em dias de semana. O primeiro feriado já passou e talvez você nem tenha notado. No dia 1º de janeiro, quinta-feira, foi a Confraternização Universal. Nos dias 23 e 24 de fevereiro, segunda e terça-feira, é o carnaval, data tão esperada pelos brasileiros. Um pouco mais para frente, em 10 de abril, sexta-feira da Paixão, mas vale a pena lembrar que muita gente — e bota muita gente nisso — ainda enforca a quinta-feira. Também em abril, mais especificamente no dia 21, terça-feira, é dia de Tiradentes. Na sexta-feira, dia primeiro de maio, é dia do trabalho, porém neste dia quase ninguém trabalha. No dia 11 de junho, quintafeira, teremos Corpus Christi. No dia 7 de setembro, segunda-feira, data que celebra a independência do Brasil. No dia 12 de outubro, segunda-feira, é Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Em novembro mais dois feriados: o primeiro, dia 2, segunda-feira, dedicado a finados; e o segundo, dia 15, domingo, Dia da Proclamação da República. Fechando o ano, no dia 25 de dezembro, sexta-feira, é Natal.

Cinco meses!

Recapitulando, ao todo serão sete feriados na segunda ou sexta e quatro feriados

na terça ou quinta, num total de 11 feriados. Há aquelas pessoas que gostam de fazer mais umas continhas como, por exemplo, o ano tem 365 dias, são 52 semanas, portanto 104 dias de descanso (sábado e domingo), sem contar com os 30 dias de férias que os trabalhadores têm. Somando os 11 feriados em 2009, mais os 104 sábados e domingos e os 30 dias de férias, dá um total de 145 dias sem trabalho. São quase cinco meses de feriado! O auxiliar de farmácia e estudante de jornalismo, Éber Vaz da Costa, 29 anos, fala do que acha de o nosso país ter muitos feriados e se é bom ou ruim. “No Brasil temos bastante feriados, alguns importantes por sua representação histórica ou religiosa, e outros nem tanto, mas que os brasileiros gostam por significar um descanso extra. É bom encontrar amigos e resolver coisas nesses dias, mas para mim, que trabalho em plantão (12x36), os feriados não significam um descanso, mas sim um dia ‘quase’ normal de trabalho, mas com menos movimento e relativamente tranquilo”. Para finalizar, como todo bom brasileiro, ele afirma que adora feriados. “Eles proporcionam uma mudança na rotina da cidade. Isso é bom, mas para quem trabalha há o problema do transporte que se torna mais escasso, além de ter que encontrar algumas pessoas mal humoradas”, afirma. Apesar de tudo, “são sempre bem vindos esses dias, pois eles significam uma pequena pausa para repor energias, rever pessoas e se preparar para novos dias de trabalho”.

Cotidiano

Fevereiro de 2009

Moradores reclamam de casarão na Rua Jacuí

O JORNAL DA FLORESTA recebeu denúncias de que um casarão abandonado na Rua Jacuí, 161, teria sido invadido por moradores de rua e estaria sendo usado para consumo de drogas e divisão de itens roubados no bairro. A equipe do jornal esteve no local e conversou com a vizinhança. Alguns disseram que desconhecem o problema, mas outros confirmaram a invasão do local por moradores de rua. O terreno, que pertence a uma igreja evangélica, foi limpo nestes últimos dias, mas ningúem foi visto no local. E, segundo uma moradora do edifício Pouso Alegre, o pastor responsável pelo terreno deixou, inclusive, seu contato com a síndica. Nenhuma denúncia também foi feita na 20ª Cia - 16º Batalhão da Polícia Militar, mas se prontificaram em mandar uma viatura

Casa está lacrada, mas fundo seria o alvo

para averiguar a situação, se a nossa equipe julgasse necessário. Caso você morador tenha mais alguma denúncia, o ideal é comunicar à polícia imediatamente para que seja feita a ocorrência e os suspeitos possam ser presos em flagrante. Além disso, entre em contato conosco. O JORNAL DA FLORESTA está a sua disposição.

Dengue é ameaça confirmada na Região leste

No último dia 26 de janeiro, a Regional Leste promoveu o primeiro mutirão para conter o avanço da dengue. Enquanto 19 agentes fizeram o trabalho de conscientização, 20 funcionários da limpeza urbana se encarregaram da capina e retiraram a sujeira das bocas de lobo. Foram necessários quatro caminhões para recolher 49,65 toneladas de entulho. Segundo Synara Batista, da gerência Regional Leste de Saúde, já há um caso de dengue confirmado na região. “Nosso grande desafio é fazer com que as pessoas se conscientizem da importância delas no combate à doença; a maioria dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, está nas residências”, explica. O índice larvário de Belo Horizonte é de 3,9%, o que quer dizer que a cada cem casas, quase quatro têm focos do mosquito trasmissor. É bom lembrar que, segundo o

Mato em lote vago na Contorno chega a 3m.

Ministério da Saúde, índices acima de 4% significam risco de epidemia. A região Leste da capital é a segunda com maior índice larvário, ficando atrás apenas da região norte. O próximo mutirão está previsto para o próximo dia 12 de fevereiro, no Centro de Saúde Mariano de Abreu, próximo ao Alto Vera Cruz. Sem a ação da comunidade, não dá para acabar com a dengue!


Economia

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Fevereiro de 2009

Volta às aulas exige planejamento Preçoéimportante,masdeolhonaqualidadedosprodutos edosestabelecimentosparanãotomarprejuízos

O ano novo traz, além das festas tradicionais, um mundo de contas e de impostos — do IPTU ao IPVA, passando por uma série de outras despesas. Uma delas, a compra do material escolar. Comprar sem planejamento é sinal de prejuízo. E dos grandes! A designer Andréa Rocha, 44, mãe de dois filhos, ambos alunos do Colégio Batista, se define uma consumidora atípica. “Enquanto o pessoal ainda está preparando o Natal, já estou pensando no material escolar. Começo a comprar tudo em dezembro. Faço muitos orçamentos e compro em grande quantidade, para garantir descontos”, ensina. Ela mesma confecciona a capa dos cadernos, junto com os filhos, e acredita ser importante a participação deles nesse ritual de volta às aulas. Mesma sorte não teve a esteticista Marli Amorim, que deixou tudo para a última hora e — pior! — foi comprar em um estabelecimento nada recomendável. “Os preços eram ótimos, mas tão ótimos, que comprei tudo lá”, conta Marli, referindo-se a uma loja de um dos shoppings populares do centro. Mas, só ao chegar em casa é que percebeu a má qualidade dos produtos. “Quando voltei para reclamar, só faltei apanhar”, afirma.

Alternativas

Cerca de pouco mais de cem, quase duzentos produtos. Há 15 anos, era o que havia em uma lojinha de 30m2, onde começou uma história de sucesso, a do atual GRUPO MIXPEL. Hoje, aproximadamente 14 mil itens, entre artigos de papelaria, brinquedos, informática e presentes, em geral, estão à

disposição do público, confirmando essa história de sucesso. Mais do que isso, uma história de muito trabalho. Foi a obstinação dos irmãos Adriano e Alexandre Boscatte que multiplicou a única loja em uma rede com 12 unidades em BH, Contagem e Betim. Para isso, foi necessário investir na qualificação dos funcionários — uma exigência da MIXPEL para garantir a excelência do atendimento. Além disso, a empresa tem também uma preocupação com a educação e o social, participando de iniciativas como o projeto Menor Aprendiz, da Fundação CDL Pró-Criança, que oferece oportunidades para jovens de famílias de baixa renda.

Variedade

Nessa volta às aulas, a MIXPEL garante variedade para a garotada e qualidade e preço para os pais. Só para se ter uma ideia, são cerca de cem opções em mochilas Pais apreveitam orçamento e pagamentos diferenciados para fazer as compras escolares e aproximadamente 200 capas de cadernos diferentes — da Pucca ao Hot Wheels, pas- e os orçamentos prontos, agilizando a consando por Jolie, Capricho, Betty Boop, Bar- sulta e oferecendo ainda a entrega em domicílios, com os livros já encapados. Nesta bie, Bob Esponja e Bem 10. O proprietário, Adriano Boscatte, diz temporada, a MIXPEL está oferecendo tamque quase nunca perde um orçamento. Mas bém descontos e promoções, além de pardá algumas dicas. Segundo ele, o consumi- celar em até 6 vezes sem juros nos cartões dor deve ficar atento a alguns estabeleci- Visa e Credicard. Uma dica para os pais é mentos que colocam um ou dois produtos promover também a troca de livros didátimais baratos para atrair clientes. “No fim da cos entre alunos que cursam séries diferencompra o valor total geralmente fica mais tes. Afinal, não custa lembrar que, daqui a caro, não compensando o desconto num quatro anos, entra em vigor definitivamente a famigerada reforma ortográfica da língua único artigo”, diz. Para os pais que deixam tudo para úl- portuguesa. As mudanças não são tantas, tima hora — e que são a maioria —, as lojas mas delas, nem um livro de porte do “Auda rede têm as listas de material das escolas, rélio” vai escapar: terá que ser trocado.


Entrevista

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site de relacionamentos orkut

Heloísa Lemos, 61 anos, quatro filhos, seis netos e quase cinco quilos de adereços espalhados pelo corpo (4,750 Kg mais precisamente), não é uma mulher que passa despercebida. Afinal, a “vovó moderna”, como é conhecida, é recordista brasileira no quesito — acredite se quiser — “maior número de acessórios em si”. Aqui, Heloísa, que já apareceu em diversos programas de TV, fala ao JORNAL DA FLORESTA sobre seus adereços.

JF - Houve algum retorno financeiro depois de ser reconhecida no Ranking de Recordes Brasileiro? Heloísa – Não. Você não ganha nada além dos certificados. E para obtê-los se gasta R$ 680,00. Além disso, toda vez que você fala do recorde, é obrigada a mostrá-los. Também não ganho cachês.

JORNAL DA FLORESTA - Quando e como começou essa espécie de coleção? Heloísa - Tem cerca de 35 anos que comecei a usar os adereços. Comecei com pulseirinhas hippie, hoje as peças são mais “sofisticadas”, até mesmo para não causar nenhum problema de pele.

JF - Que inconvenientes a sua “coleção” já lhe trouxe? Heloísa – Bom, em banco eu não entro. No aeroporto, então, apita tudo. A minha viagem a Disney causou um tumulto. Todo mundo ficava olhando e querendo tirar foto. E quando tenho que ir a algum velório... Se for de família, já me conhecem — aí tudo bem. Mas quando não é, chego e causo espanto no povo. Na hora do “rala e rola”, só rola, não rala nada. E faz um barulho, menina...

JF - Qual a opinião da sua família sobre a sua coleção? Heloísa - Eu nunca perguntei para os meus filhos se eles gostam ou não. Afinal, não vivo às custas deles. Além disso, nunca expus minha família para a mídia, não os difamei. Meu atual “namorido” me dá total apoio. As minhas netas adoram. Busco elas na escola para ser apresentada aos outros alunos. E elas sabem até mesmo quando coloco uma pulseira nova.

“Gosto de aparecer na TV. Não eu que eu queira virar atriz, não! Mas de vez em quando é bom aparecer. Já fui ao programa do Geraldo Sadres, da Sônia Abraão, da Sílvia Popovic, do Gugu e da Márcia Goldschmidt” JF - E este sobrepeso não incomoda ou prejudica sua saúde? Heloísa - Todo mundo pensa que é pesado demais, mas quando eu distribuo no corpo, nem incomoda. Além disso, eu procuro calcular o peso em cada braço.

JF – Em quantos e quais programas você já apareceu? Heloísa - Já participei de uns 20 programas. Gosto de aparecer na TV. Não eu que eu queira virar atriz, não! Mas, mas de vez em quando é bom aparecer. Já fui ao programa do Geraldo Sadres, da Sônia Abraão, da Sílvia Popovic, do Gugu e da Márcia Goldschmidt. No “Domingo Legal”, achei que só vinha uma moça me entrevistar e de repente chegou o Rodolfo na minha casa. Fizemos uma palhaçada juntos — fomos até a Savassi fazer umas filmagens. A entrevista ficou ótima.

Distribuição dos adereços Pé: 1.300 gr Braço direito: 1.200 gr Braço esquerdo: 1.450 gr Pescoço: 800 gr orelha direita: 8 piercings orelha esquerda: 9 piercings

o JF leva você ao espetáculo Meu tio é...tia! Divulgação

Uma vovó da pá virada!

JF - Quanto tempo a senhora já ficou sem tirar os acessórios? Heloísa – Ah, eu fico anos sem tirar as peças. Só tiro para fazer entrevistas, porque eu peso e conto para os repórteres anotarem tudo direitinho. Quando nasce um neto meu, tiro tudo, porque sou eu quem cura o umbigo deles. Eu ficava doida para curar rápido, para colocar minhas peças de volta. Não gosto de ficar sem elas.

Cultura

Fevereiro de 2009

Com mais de 160 mil espectadores e pelo menos 600 apresentações, está de volta a BH o espetáculo “Meu Tio é... Tia!”. A peça faz parte da 35ª Campanha de Popularização do Teatro e conta a história de três amigos que vivem juntos em um apartamento. Certo dia, um deles é surpreendido com a notícia de que seu sobrinho, um peão aspirante a locutor de festas de rodeio, vai se hospedar em sua casa para participar de um concurso de locução. Para receber o sobrinho, os amigos reformulam o apartamento a fim de ocultar a vida que o tio leva. Decidem viver uma farsa e se passam por verdadeiros machões. Mas, e quando a cachaça entra em cena? É isso mesmo que você está imaginando! O enredo é conduzido de maneira ágil, leve e engraçada até o final. A comédia fica em cartaz até o dia 3 de março, no Teatro Sagrado Coração de Jesus, que fica na Rua dos Inconfidentes, 500, Funcionários. Os horários são: quarta-feira, às 21h; e de quinta à domingo, às 19h e 21h. A entrada custa R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia) e R$ 10 (antecipado no posto do Sinparc). Quem quiser concorrer ao sorteio de seis pares de ingressos, basta mandar um e-mail com o nome completo, endereço e telefone para jornaldafloresta@gmail.com.br.


Especial

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Fevereiro de 2009

Farmácia Universal: três gerações de tradição

Corre-corre, trânsito confuso, engarrafamento, dispersão, ruído, sensação de alegria, de deslumbramento, de insegurança, de ansiedade, de irritação... Quantos sentimentos, diagnósticos para descrever o dia-a-dia em uma cidade contemporânea. Um ritmo tão veloz que faz a gente esquecer que o nosso bairro, ou seja, bem próximo de nós, moram histórias que deram e dão sentido ao lugar. Assim, a partir desta edição, o JORNAL DA FLORESTA, vai contar várias histórias das casas comerciais do bairro, ressaltando seus valores culturais e históricos. Quem abre esta série é a tradicional Farmácia Universal.

Beth Sily Presidente da Flo-Leste

Tudo começou em 1890, quando Trajano Procópio de Alvarenga Monteiro, formou-se pela Escola de Farmácia de Ouro Preto. Retornando a Santa Maria do Itabira, sua terra natal, abriu a Pharmacia Universal (grafia usual da época). Em 1922, mudou-se para Itabira, onde chegou a ser Prefeito e fundador do Colégio Sul Americano, hoje Colégio Estadual, que teve em seu quadro de professores, o ainda desconhecido Carlos Drumond de Andrade, que também era farmacêutico. Em 1933, Trajano Procópio veio com a família para Belo Horizonte, quando abriu a Farmácia Universal, numa velha casa, na Rua Itajubá, 523. De lá para cá, passaram-se 76 anos, com muitas histórias para contar e novas gerações sucedendo seu fundador. Hoje, quem está à frente do estabelecimento é o filho de Trajano, o farmacêutico Spencer Procópio de Alvarenga e sua filha, a

farmacêutica Luciana Procópio Vilela Alvarenga (neta de Trajano) e portanto, representando a 3ª geração. Spencer Procópio contou que trabalhou com o pai desde criança, e formou-se em 1949, pela Escola de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. Para ele, a outra paixão depois da Universal é o bairro Floresta, que considera uma local muito agradável para viver e conviver com a comunidade. Assim, em meio ao vai e vem das pessoas pela calçada da Rua Itajubá, o barulho do trânsito intenso, Spencer encostou no balcão, bem lá no fundo da farmácia, esqueceu um pouco as fórmulas e os remédios, deu uma volta no tempo e narrou histórias de quando a Floresta era um bairro com ares provinciano (décadas de 30, 40). Lembrou dos “footing” na Rua Pouso Alegre com Contorno, onde as moças caminhavam de um lado e os rapazes do outro, muitos trocando olhares, pois era assim que começavam a maioria dos namoros, que depois se torna-

Sr. Spencer Procópio, o segundo da geração de farmaceuticos, ao lado do “Museu”

vam sérios, com os encontros na casa da moça, rodeados e vigiados pelos pais e demais membros da família. Na Floresta, como em grande parte de BH, poucas pessoas tinham carro e por isso, quando se via dois ou três veículos juntos, tinha-se uma certeza: era casamento ou enterro. Depois das lembranças da vida social, Spencer mostrou com muito orgulho, o pequeno “museu” formado ao longo dos 76 anos da Farmácia Universal, cuidadosamente organizado em um grande armário de vidro. São peças como a balança gramática – utilizada para pesar medicamentos, as provetas para medir, o balão volumétrico para misturar as substâncias, o almofariz,

para socar as raízes e o “jacaré” (uma peça que parece de decoração), usada para apertar as rolhas dos vidros de medicamentos manipulados. Agora já na terceira geração, o estabelecimento usa modernos aparelhos e balanças aferidos pelo IMETRO, mas mantém os valores desde os tempos de Trajano Procópio: trabalho bem criterioso, um rigoroso controle de qualidade e muita atenção e afetividade com os clientes. Valores tão bem cultivados, que mesmo aqueles que mudam do bairro, voltam sempre, porque não mudam de farmácia. Com isso, a tradição vai sendo mantida e certamente, daqui alguns anos, a matéria vai enfocar a quarta, quinta geração da Universal...


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Fevereiro de 2009

Comunidade da Floresta põe a “mão na massa”

Beth Sily Presidente da Flo-Leste Temos repetido através deste jornal, em conversas e reuniões com a comunidade, que só com mobilização e participação vamos atingir as conquistas. Uma comprovação disto, aconteceu há poucos dias. Após a chuva do último dia 2 de fevereiro, segunda-feira, com a queda de árvores, parte da Floresta (entre rua Sapucaí e um trecho da Av. Contorno), por volta das 18 horas, teve queda de energia. No dia seguinte (terça-feira), cerca de quinze horas sem energia, uma equipe da Cemig chegou para fazer os reparos no trecho. Verificou-se que a queda de fios oferecia riscos e uma outra equipe com equipamentos mais possantes foi chamada. Mais um tempo de espera... Mais ou menos por volta das 14h, lá estava o caminhão maior, mas para fazer o reparo, era preciso colocá-lo na esquina, fechando a trânsito na Sapucaí. A BHTrans

a árvore caída no Viaduto Floresta foi arrastada para o passeio pelos moradores

foi acionada e mais um tempo de espera... Chega o pessoal do trânsito, que analisa o local e alega que é preciso programar o fechamento, para evitar transtornos. O pessoal da Cemig pede agilidade e diz que o fechamento da rua é por pouco tempo (10 minutos mais ou menos, apenas para cortar o fio de alta tensão), que oferecia risco às pessoas que por ali passavam. Impacientes com tanta demora, nós da diretoria da Flo-Leste e vários moradores decidimos parar o trânsito com uma barreira

humana e explicar aos motoristas o problema. Várias pessoas que estavam no local toparam a idéia e em cerca de 10 minutos, a Cemig cortou o fio, afastou o risco, a energia voltou, o trânsito também voltou ao normal, pois não se formou engarrafamento. E as pessoas retomaram sua rotina. A participação da comunidade não ficou apenas nisso. Logo após a chuva, um coqueiro caiu sobre o Viaduto da Floresta e fechou duas pistas. Cansados de esperar o socorro, um grupo de pessoas se juntou e

com certa dificuldade, removeu o obstáculo, ajudando a melhorar a circulação no local. Com isso, fica comprovado que enquanto os órgãos públicos gastam muito tempo agarrados às teias da burocracia, a comunidade se mobiliza e resolve problemas de maneira mais objetiva, como pede a moderna vida contemporânea. Fatos que reforçam nosso slogan: mobilização, participação e conquista. No dia 3 de fevereiro, membros da diretoria da Flo-Leste estiveram em audiência com o novo Secretário da Regional Leste, Píer Giorgio Senesi Filho. Na oportunidade, o grupo falou sobre os objetivos da Associação e mostrou a disposição de trabalhar em parceria com o poder público, para buscar uma melhor qualidade de vida para a comunidade do bairro. E afirmou sua disposição de participar das várias comissões temáticas na Regional, principalmente, nos debates que envolvem o Orçamento Participativo, o trânsito, a saúde, a segurança, entre outros.

Entre em contato conosco: email: ass.floresta@gmail.com ou pelos telefones 3271-4270 e 9957-4803 (Beth) e 2526-2383 (antônio Moreira - Butinada).


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