Edição 5 - Março de 2009

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FlorestA J or n a l d a

JoRNaL Do BaiRRo FLoResta - aNo 1 - Nº 5 - BeLo HoRizoNte - maRço De 2009 - jornaldafloresta@gmail.com

O PARA CASA DOS PAIS Pesquisas comprovam: estudantes que contam com o acompanhamento dos pais alcançam melhores resultados na vida escolar Política

Entrevista

Novo secretário afirma que maior desafio é combater a dengue

Em entrevista ao JORNAL DA FLORESTA, novo secretário da Regional Leste afirma que maior preocupação no bairro é a dengue, mas também ressalta os projetos para a região e pede mobilização de moradores para atender as demandas da Regional. Página 6

Prefeito na Regional fala em obras e pede ajuda a comunidade Foto: Gercom - Leste

Foto: Gercom - Leste

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Márcio Lacerda esteve no bairro no dia 19 de fevereiro, dentro do programa “Prefeito na Regional”. Pediu a colaboração da comunidade para resolver pequenos problemas e falou sobre a criação da Via 710 ligando a região Leste diretamente com a zona norte da cidade. Página 5

Divulgação / site

Distribuição Gratuita


Democracia

Mais uma vez, o editorial do JORNAL DA FLORESTA é sobre mobilização. Mas agora, o pedido para que a comunidade se una em busca de melhorias para o bairro não vem somente do jornal ou da associação de moradores. Em uma conversa com o novo secretário da Regional Leste, Pier Senesi, que é entrevistado neste mês pelo JF, muito foi debatido sobre o tema. Nós do jornal enfatizamos os problemas maiores do bairro, como a falta de uma creche, um posto de sáude e uma área de lazer e cultura. Como resposta, tivemos uma breve aula sobre democracia. A vontade de trazer para o bairro o Orçamento Participativo de nada adianta, segundo o secretário, se não conseguirmos dar peso às mobilizações. As obras que necessitamos são muitos mais urgentes que muitas obras que foram aprovadas pelo OP 2009/2010. A diferença é que as obras vencedoras tiveram mais votos que as nossas pelo fato de outras comunidades terem se mobilizado e também se organizado melhor. Outra palavra mágica quando o assunto é OP, é articulação. É preciso saber negociar com outras comunidades o apoio para as obras na região, chegando a um acordo para uma apoiar a outra quando necessário. É desta maneira que as obras do OP são vencidas. Isto é a força da democracia, a escolha por maioria de votos. Nesta edição, além da entrevista com o secretário, há também uma matéria com o prefeito na Floresta, onde ele discutiu com a comunidade projetos e obras para a região. Por isso, desde já converse com o seu vizinho, fale com os amigos e procure a associação de moradores. Todos os contatos da Flo-Leste estão na página oito do jornal. Não adianta reclamar e não fazer nada!

Expediente

Memória

março de 2009

agenda março

igreja de são Pedro apóstolo

A Paróquia de São Pedro Apóstolo, do bairro Floresta, foi criada em 31 de dezembro de 1952, com a celebração de Dom Antônio dos Santos Cabral, então Arcebispo de Belo Horizonte, na Capela do Colégio Santa Maria. No dia 25 de janeiro de 1953, também na Capela do Colégio Santa Maria e com a presença do Arcebispo Metropolitano, foi empossado o primeiro pároco, Padre Gonçalo Belém Rocha. Uma das primeiras atitudes de Padre Belém foi encomendar a planta da igreja, recomendando um estilo moderno, ao engenheiro Ildeu de Aguiar, que doou seu projeto. Para construir o prédio da igreja, na esquina das ruas Januária e Ponte Nova, foi adquirido o terreno de 1.400m2, da Sociedade do Santo Rosário do Colégio Santa Maria, cuja escritura foi assinada em 1º de junho de 1953. A Igreja foi consagrada em 29 de junho de 1968, dia de São Pedro, em cerimônia presidida por Dom João Resende Costa e concelebrada por outros 16 padres. Foto: História e tiponomia bairro Floresta (luiz Goes)

Editorial

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Cartas

Ganhadores da Promoção: “JF leva você ao espetáculo Meu Tio... é Tia”

Alex Ribeiro Andrade Alexandre Guimarães Camila da Silva Leticia Campos de Carvalho Correa Luciana Dias Tatiana Gomes

Frederico Ribeiro

FlorestA

Publicação: JmR Comunicação Diagramação e Produção gráfica: avenida do Contorno, 1205 / 201 bloco 2 mateus Rabelo Floresta - Belo Horizonte - mG estagiária: shirley Pacelli CeP: 30110-070 Jornal da

telefones: (31) 3309-2148 / (31) 8539-7576 / (31) 8869-2148 e-mail: jornaldafloresta@gmail.com Diretor Responsável: mateus Rabelo mtB - 12.281 JP editor Chefe: eustáquio trindade Neto Jornalista Colaboradora: Beth sily

Fotos: mateus Rabelo arte Publicitária: alaor medina edwaldo Ribeiro impressão: imprima editora Ltda tel: (31) 3226-2845 tiragem: 5.000 exemplares Periodicidade: mensal Distribuição Gratuita

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Dia Nacional do turismo Dia do meteorologista Dia do Filatelista Brasileiro Dia dos Fuzileiros Navais Dia internacional da mulher Dia do telefone Dia do Bibliotecário Dia do Vendedor de Livros Dia Nacional da Poesia Dia dos animais Dia da escola Dia mundial do Consumidor Dia de são José Dia do Carpinteiro Dia do marceneiro Dia Universal do teatro Dia Universal Contra a Discriminação Racial Dia do Cacau Dia do Circo Dia do Diagramador Dia do Revisor Dia da integração Nacional Dia da saúde e da Nutrição

Utilidade Pública FERIADOS

Realmente. O Brasil só começa a funcionar em março. Vamos ver se agora as pessoas começam a trabalhar direito pra ter dinheiro e gastar. Vamos ver se aos poucos, fazendo da nossa parte, conseguimos ajudar a reorgarnizar essa economia e tudo voltar ao normal. Pena é essa quantidade de feriados. Eduardo Gomes

ESPECIAL

Bela iniciativa do jornal em fazer uma série lembrando e contando um pouco das histórias do bairro. Vários pontos comerciais estão ligados com a história da Floresta. A Farmácia Universal é uma delas e espero ver outros comércios na série que também acho serem importante ressaltar.

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CARNAVAL

Pena hoje em dia o Carnaval de BH ser tão desvalorizado. É impressionante como falta apoio das entidades públicas para as questões culturais de nossa cidade. Não é a toa que durante a festa, mais de 500 mil veículos deixaram a capital neste ano. Rafael Avelar

Polícia militar......................................190 Disque Denúncia...............................181 20ª Cia (16º BPm).................3307-0527 Polícia Civil..........................................197 Corpo de Bombeiros........................193 Defesa Civil..........................................199 Regional Leste......................3277-4460 Procon....................3335-9297 ou 1512 Cemig....................................................116 Copasa..................................................195 Juizado da infân. e Juv. ....3272-4133 Direitos Humanos...............3291-6190 Disque tapa-Buracos.........3277-8000 H.P.s. João XXiii....................3239-9302 Detran.....................................3236-3610 terminal Rodoviário...........3271-3000 BHtrans...................................3277-6500 metrô.......................................3250-4054 aeroporto Pampulha.........3490-2001 aeroporto Confins..............3689-2344


Capa

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março de 2009

escola e Família: união de sucesso para os filhos Pesquisa comprova que alunos com mais assistência em casa se saem melhor na vida escolar

Uma campanha publicitária da década de 1990 reafirmou a máxima de que "não basta ser pai, tem que participar!". Em 2003, um cruzamento dos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostrou que, muito além da afirmativa, a participação dos pais e mães no desenvolvimento dos filhos é imprescindível. Os dados mostraram que apresentaram melhores notas na avaliação os estudantes que tiveram de perto o acompanhamento dos pais em sua rotina escolar. De acordo com a pedagoga do Colégio Batista Mineiro, Claudinely Vieira Gomes, é fundamental a parceria entre a escola e os pais. Somente com a união de ambas as partes é possível alcançar o desenvolvimento pleno dos alunos. “Antes de a criança entrar para a escola, é a família quem deve dar os primeiros passos na educação; a escola não é responsável por toda ela”, afirma. Para ela, “o acompanhamento dos pais é essencial para que o aluno caminhe sozinho — é lógico que a intensidade deste acompanhamento vai depender da faixa etária do filho. Mas eu acredito que até o segundo grau ainda deve-se fazê-lo, porém dando a liberdade necessária para os jovens”, aconselha. O Saeb, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), mostrou que os estudantes da 4ª série, que afirmaram ter os pais sempre atentos ao que acontece na escola, alcançaram, na prova de Língua Portuguesa, média de 17 pontos a mais que aqueles provenientes de famílias que demonstram pouco interesse. Na avaliação de Matemática, a diferença foi de 13 pontos.

Segundo a pedagoga, isso acontece porque os pais mais interessados sabem de cada detalhe da vida escolar dos filhos e assim fica mais fácil ajudá-los em suas dificuldades. “É importante que os pais participem das atividades escolares, sejam reuniões, palestras ou comemorações”, aconselha Claudinely, lembrando que “nos encontros individuais, por exemplo, os pais tomam conhecimento do andamento de seus filhos na vida escolar — é nítida a diferença entre o aluno que tem e o que não tem acompanhamento. Além do aproveitamento, a autoestima dele também melhora, ele se sente valorizado, porque os seus pais se interessam por sua vida”, explica. Outro fator de suma importância para o aprendizado fora das salas de aula são os exemplos práticos no cotidiano dos filhos. Para se aprender português, por exemplo, nada melhor que o uso de situações práticas de escrita, como bilhetes e cartas; formulação de idéias próprias e, principalmente, leitura de diferentes textos. Na matemática, uso do raciocínio estabelecendo relações, jogos educativos com resoluções de problemas, etc. Independentemente de qual seja a matéria, é buscar no cotidiano as coisas que despertem a curiosidade dos filhos. “Discussão de notícias que estão na mídia, marcação de quilometragem do carro em uma viagem, escrever bilhetes, tudo isso, com certeza, são atividades que estimulam o aprendizado dos alunos. É aliar a teoria à prática”, ressalta Claudinely. Segundo ela, “o importante para os pais é a qualidade e não a quantidade do tempo com seus filhos”.

mônica e o marido sempre acompanham o dever de casa dos filhos tiago e Felipe

exemplo que dá certo

Um exemplo prático de sucesso entre escola e família é a residência de Mônica Fernandes Ribeiro. Ciente de que educação vem é de casa e que a escola só complementa, Mônica mantém Tiago, de 11 anos, e Felipe, de 7, sob seus cuidados. “Acompanho meus filhos todos os dias. Meu marido e eu olhamos os cadernos diariamente. Eles têm horários estabelecidos para fazer as atividades escolares. Sentam cada um em sua ‘ilha de trabalho’ e quando surge uma dúvida nos chamam.”, conta. Os exemplos do cotidiano para unir teoria à prática também são levados a sério na casa de Mônica. Muitas vezes, noticiários viram motivo de debate entre a mãe e os filhos. “A gente conversa muito com eles. Esse novo acordo ortográfico, por exemplo, foi muito debatido com o Tiago. Além disso, sempre que leio alguma matéria interessante eu recorto, mostro pra eles e a gente dis-

cute”, afirma. Responsabilidades à parte, momentos de lazer também fazem parte da vida de Tiago e Felipe. Mas se as notas são ruins... “Quando acontece de não cumprirem o combinado, nós retiramos alguns privilégios deles. Primeiro é o Para Casa e depois a brincadeira”, diz Mônica. Para ela, “o acompanhamento dos pais na fase escolar dos filhos é imprescindível para que sintam que todas as matérias têm importância em algum momento de suas vidas — seja hoje, amanhã ou daqui a dez anos”. Atenta, Mônica lembra também que “para não perder a afinidade com eles, se nós não nos preocuparmos com os estudos dos dois, não adianta se preocupar com quem andam, o que estão olhando no computador, o que estão fazendo ou por que estão calados demais. É essencial para seu futuro, que eles saibam que têm um suporte”, conclui.


Educação 4

Colégio Batista, 91 anos

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Lazer & Cultura

iron maiden Divulgação / site

Álbum: Somewhere Back in Time

Data: 18 de março – quarta-feira Horário: 21h

Local: Mineirinho – Av. Abraão Caran, S/N, Pampulha Informações: 4003-1527

Ingressos: Arquibancada: 1º lote: R$200,00 (inteira) / R$100,00 (meia); Pista: 1º lote: R$300,00 (inteira) / R$150,00 (meia); Pista Prêmio: 1º lote: R$500,00 (inteira) / R$250,00 (meia)

Em março de 1918, nascia na capital mineira o que viria a ser um dos mais tradicionais e completos sistemas de educação do Estado: o Colégio Batista. Para comemorar seus 91 anos de história, no último dia quatro, foi realizado em sua sede um culto em ação de graças e uma solenidade especial para lançamento do livro “Cartas Aberta aos Jovens do Século XXI”, escrito pelo ex-diretor do Batista, professor Armindo de Oliveira, 85 anos. Dirigido pelo capelão do Colégio Batista, pastor Rubens Cordeiro, o culto contou com a presença de cerca de 600 pessoas. Entre elas o diretor-geral do Sistema, professor Valseni Braga, diretores das unidades da capital e do interior, professores, funcionários, alunos e familiares, ex-diretores, exalunos e representantes da Junta de Educação da Convenção Batista Mineira. Em seu discurso, o diretor-geral agradeceu a participação de todos e destacou o apoio sempre presente da Junta de Educação e do Conselho Diretor do CBM. Além disso, lembrou aos presentes que o Colégio foi criado pelo casal de missionários Efigênia e Otis Maddox, e que, durante sua história, prestigiou a sociedade mineira com uma educação do mais elevado nível. “Podemos encontrar milhares de exalunos permeando a nossa sociedade, de Minas e do Brasil, todos muito bem postados, contribuindo para uma sociedade mais justa e mais humana. Aqui o aluno sempre recebeu, recebe e receberá uma educação compromissada com a formação do bom caráter”, enfatizou.

História

O que era um pequeno colégio, com cerca de 13 alunos, cresceu e se transformou em um sistema educacional que atende, hoje, aproximadamente oito mil alunos. Com dez unidades, distribuídas em cinco cidades do estado, fornece educação do berçário ao ensino superior. Sônia Moreira, 53, estudou do primário até o ensino médio no Batista. Sua família inteira, o pai Jadyr Braga, seus irmãos, filhas e sobrinhos, todos fizeram parte da história do Colégio Batista. “Sou muita grata ao colégio; a excelente educação que recebi foi essencial para vencer os desafios vida afora”, afirma a ex-aluna.

Projetos sociais

Entre as unidades do Sistema Batista Mineiro de Educação estão os centros sociais Colégio Batista Mineiro (Nova Contagem), que atende 465 crianças em situação de risco social; o EJA - Educação de Jovens e Adultos, que realiza suas atividades por meio da alfabetização de adultos e preparando os alunos para as provas dos exames supletivos do Ensino Fundamental e Médio; e o Núcleo Batista Mineiro de Socialização Infanto-Juvenil, no bairro Petrópolis. Os alunos da EJA, no bairro Floresta, têm também a oportunidade de se qualificarem realizando gratuitamente cursos de Informática Básica com Digitação, Assistente Administrativo, Promotor de Vendas, Cuidador de Idosos e de Pessoas com Deficiência. O Colégio Batista Mineiro é uma escola sempre presente na vida da cidade. Nesses 91 anos de história contribuiu para uma melhor formação educacional e capacitação das crianças mineiras. E é um dos mais justos orgulhos dos moradores da Floresta.

chamada Era de Ouro do Iron Maiden – a década de 1980. O grupo passou ainda por Curitiba e Porto Alegre. Na oportunidade, eles prometeram que iriam a outras cidades brasileiras, como realmente vai acontecer. “Prometemos que vamos voltar e torturá-los um pouco mais”, anunciou o vocalista na última apresentação. “Vamos voltar muito em breve. Mas será um show maior, com explosões, fogos e mais luzes. Vamos voltar em um ano para o Brasil, para São Paulo e para outras cidades”, prometeu.

simple Plan Álbum: Simple Plan

Data: 26 de março – quinta-feira Horário: 21h

Local: Chevrolet Hall (Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi)

Divulgação / site

Diretor-geral do Colégio Batista, Valseni Braga, na festa de aniversário de 91 anos

Pela primeira vez, Belo Horizonte será palco de uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos, uma verdadeira lenda viva do rock. A princípio, a banda inglesa Iron Maiden não estava confirmada na capital mineira, mas desde o anúncio do show, em fins de janeiro, os roqueiros do estado já começaram a se mobilizar em busca dos ingressos. Da última vez que passou pela capital paulista, em março de 2008, a banda lotou o Parque Antártica (Estádio do Palmeiras), com 37 mil fãs, que cantaram a plenos pulmões um repertório de 16 hits da

Informações: 3209-8989

Ingressos: 1º lote: R$180,00 (inteira) / R$90,00 (meia); 2º lote: R$200,00 (inteira) / R$100,00 (meia); 3º lote: a definir. Depois de um ano e dois meses, a banda de rock adolescente Simple Plan volta aos palcos do Brasil para a divulgação do novo álbum que leva o nome da banda. Esta é a quarta vez que o grupo se apresenta no país. Mas desta vez, os mineiros também vão poder curtir o show. Da última vez que a banda desembarcou no Brasil, em janeiro do ano passado, os músicos disseram considerar a energia do público brasileiro incrível. "É um dos melhores lugares para se

fazer show", afirmou o baixista David Desrosiers na ocasião. Das passagens anteriores da banda pelo país, o grupo diz ter gostado do churrasco. Também falaram sobre a música das bandas Sepultura e NX Zero, que abriram o show do Simple Plan em janeiro de 2007. Mesmo com o novo CD tendo sido lançado apenas no mês passado, uma musica já vem se tornando destaque nas paradas: “When I’m Gone”, que promete agitar o público em Belo Horizonte


Política

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Prefeito e comunidade debatem obras para a região Márcio Lacerda discute obras , mas ressalta a participação da comunidade para resolver pequenos problemas

Dentro do programa “Prefeito na Regional”, a Floresta/Colégio Batista foi o local escolhido para a reunião entre o Prefeito Márcio Lacerda, o Vice-Prefeito Roberto Carvalho, o Secretário da Regional Píer Giorgio Senesi Filho, e a comunidade da Região Leste, no dia 19 de fevereiro, às 19h, no auditório do Colégio Batista. Este tipo de evento que também aconteceu nas outras oito Regionais de Belo Horizonte, marca um novo modo de relacionamento entre o chefe do Executivo Municipal, que deixa a Prefeitura e vai ao encontro direto com pessoas nas comunidades. Uma importante prática democrática, que lembra o nascedouro da democracia na antiga Grécia, quando as pessoas se reuniam nas praças públicas, ou seja, em um lugar comum, para discutir assuntos de interesse geral.

Gestão Compatilhada

O intercâmbio de argumentos entre governantes e comunidade foi ressaltado pelo Prefeito Márcio Lacerda logo no início da reunião. Ele considera importante começar esta nova etapa do governo em contato direto com as pessoas, representadas através de lideranças das regiões. E afirmou: “as reivindicações apresentadas pela po-

região Leste, pulação vão peruma das princimitir que a Prepais metas da feitura determine Prefeitura é a as prioridades a construção da serem atendidas Via 710, que litanto no setor de gará a Avenida obras físicas quanto dos Andradas, na área social”. próximo à área Em seu hospitalar, ao pronunciamento, Minas Shopo Prefeito mosping. A via pertrou uma visão mitirá a comunirealista do que cação entre as pode ser feito a márcio Lacerda e autoridades em visita à Regional Leste regiões Leste e curto, médio e longo prazo, em meio à crise econômica mundial. Norte sem a necessidade de passar pelo centro Explicou que o atendimento das chamadas gran- da cidade. Apresentou ainda em linhas gerais, as prindes demandas, como nas áreas de saúde e educação, irão ocorrer de acordo com o planejamento e cipais metas do programa de governo para a reos recursos disponíveis. Por outro lado, deman- gião Leste: todos na escola aprendendo, trânsito das como combate à dengue, bota-foras clandes- livre, seguro e confortável, ações para a cidade tinos, lixo acumulado, problemas com linhas de viver em paz, desenvolvimento inclusão social, ônibus e outros, devem ser atendidas a curto tecnologia em favor do cidadão, programa para a prazo. E ressaltou que nestas questões, a partici- população viver e morar bem, crescimento planejado e compartilhado em defesa do patrimônio pação das comunidades é fundamental. No plano das obras físicas, ele disse que na e do meio ambiente, cidadania e inclusão: uma

cidade justa e igualitária e gestão compartilhada. A seguir, o Secretário da Regional Leste, Píer Sinésio, traçou um perfil geopolítico da região, relacionou os serviços prestados, as obras do PAC e do Orçamento Participativo 2009/2010, que para a Floresta, consta a revitalização da Praça Alberto Mazoni, no Colégio Batista. Na área de Educação, o Secretário falou sobre as principais ações a serem implantadas. De imediato, introdução do reforço escolar, construção de uma nova escola de ensino fundamental e de sete novas UMEIS, ampliação da oferta de Escola Integradas em mais nove unidades, fortalecimento do “Escola Aberta” e da educação de jovens e adultos. Píer Sinésio também ressaltou a importância da participação e colaboração da comunidade. Segundo ele, muita coisa pode ser melhorada se aumentar o nível de consciência coletiva. Ao final da reunião, diversos líderes comunitários da região Leste falaram e apresentaram as reivindicações das várias regiões, que foram anotadas pela equipe do governo. O Prefeito encerrou a reunião, afirmando que voltará às Regionais sempre que houver solicitação da comunidade.


Entrevista

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Dengue: o maior desafio para o novo secretário da Regional Leste

O JORNAL DA FLORESTA conversou com o novo secretário da Regional Leste, Pier Giorgio Senesi Filho. Mineiro da cidade de Frutal, Pier Senesi é advogado, possui pós-graduação em advocacia cível. Trabalhou na área de telecomunicações, sendo diretor da Construtel entre 1992 e 2001. Durante sete anos foi diretor-geral da unidade chilena da empresa. Na entrevista exclusiva, ele enfatizou a importância da participação da comunidade para colocar suas demandas em pauta. JORNAL DA FLORESTA - Como está o trabalho desde que o senhor tomou posse do cargo? Pier Senesi – Ainda estou conhecendo a regional, todas as suas atividades, as execuções, os trabalhos e as obras. É um trabalho, ao mesmo tempo desafiador e muito interessante, bom de ser feito. E eu estou depositando muita energia no desenvolvimento dele. JF - Quais são as prioridades da nova secretaria? PS – A prioridade é o combate à dengue. Colocamos como uma obsessão conscientizar a população que ela precisa estar do nosso lado. Não podemos deixar de nos preocupar todo dia, porque a dengue está aí e se a comunidade não colaborar é uma guerra que vamos perder. E nós temos um trabalho muito forte com mutirões que estão programados em todos os bairros. Há também um trabalho diário da equipe de saúde visitando os domicílios e fazendo uma campanha forte nas ruas, nas escolas e no comércio. Essa é a primeira prioridade.

Serão construídas sete novas unidades nas regiões mais necessitadas. Além disso, algumas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já estão bem adiantadas — que são as obras no Taquaril e algumas do programa aberto da própria prefeitura.

JF – E nos pontos de foco de dengue próximos a cidade de Sabará, houve alguma mobilização em conjunto com a prefeitura de lá? PS – Sim! Inclusive nos reunimos com o prefeito de Sabará dia 12 de fevereiro. Fizemos um mutirão no bairro Castanheira (região com alta concentração larvária) em conjunto com a prefeitura de Sabará. Eu me reuni com William Borges e apresentei o nosso programa contra a dengue. A área de saúde da regional está trocando uma série de informações diretamente com a secretaria de saúde da prefeitura de Sabará.

JF – E as obras necessárias, secretário? PS – Bom, de acordo com as propostas da prefeitura, temos que nos preocupar com a melhoria da qualidade de vida da população. Com avanços na área da saúde e da educação. Planejamos fazer novos postos de saúde e escolas, principalmente UMEIs (Unidade Municipal de Educação Infantil).

JF – Há outros projetos na Regional? PS – Sim. Outro ponto interessante que a gente está oferecendo é o sistema de atendimento ao munícipe. Nós queremos dar uma resposta às demandas mais evidentes da população num prazo menor. Hoje existe, inclusive, o Disque Tapa-Buraco. O indivíduo liga, fala o endereço e leva cinco dias úteis para a prefeitura tapálo — é através do 3277-8000. Aliás, há uma série de números com os quais você fala com a prefeitura. Um estudo está em andamento para unificar o atendimento, o que vai otimizar o serviço. A comunicação é importante. As associações de bairro, por exemplo, trazem os problemas e apontam as soluções.

JF- Como secretário da Regional Leste, o que o senhor acredita que será seu maior desafio? PS – Tudo é desafio. Cada momento é único. E neste momento o nosso maior desafio é conseguir reduzir o índice de infestação da dengue. Estamos fazendo um trabalho árduo, em conjunto com a secretaria de saúde. E é importante dizer que no último levantamento feito, quase 80% das larvas dos mosquitos estavam nas residências. Nossa área é grande, tem aproximadamente 280 mil habitantes. A nossa meta é atender bem a todos os munícipes. Esse é o nosso desafio constante.

a arte e a importância de contar histórias sueli de Castro Pires Hott Graduada em Biblioteconomia – UFMG A leitura e o contato com os livros são de fundamental importância para o desenvolvimento das crianças. Não é preciso começar apenas quando seu filho for alfabetizado. Com a correria do dia-a-dia, a prática de contar histórias está perdendo cada vez mais espaço nas relações familiares. E isso é uma pena porque é ouvindo histórias que a criança adquire o gosto pela leitura, amplia o seu vocabulário e desenvolve a linguagem do pensamento. Por esse motivo, reserve um tempinho do seu dia e leia para o seu filho. Seguem algumas dicas de como tornar esse momento mais agradável e instrutivo para todos:

1 - Escolha o momento certo: é importante que nem você nem a criança estejam entretidos em outra atividade. Pergunte ao seu filho se ele quer ouvir uma história. Se ele disser que não, não insista. Esse tem que ser um momento prazeroso para vocês.

2 - Escolha o livro certo: deixe que a criança opine sobre a história que quer ouvir. Se achar que o livro escolhido é muito grande ou tem pouco interesse, proponha-lhe outros até sentir que a sua proposta agrada. Não imponha um livro. Isso pode desestimulá-lo.

3 - Escolha o local certo: procure um local tranquilo para que a criança não tenha sua atenção desviada. Sente-se junto a ela para que ambos possam ver o livro e as ilustrações.

4 - Leia e estimule: enquanto estiver lendo, acompanhe com o dedo as linhas do livro. Isso garantirá que a criança preste atenção às palavras, mesmo que não as entenda. Leia com expressão, pronunciando claramente e fazendo pausas. Converse sobre a história e explique alguma situação ou palavra que ela não tenha entendido. Pergunte o que ela acha que vai acontecer a seguir, pois isso estimula a imaginação e o interesse pela leitura.

5 - Identifique a duração certa: fique atento aos sinais de cansaço da criança. Não a force a ouvir a história por mais tempo do que deseja. Se o livro ainda não tiver acabado, interrompa-o e continue depois.

6 - Converse depois da leitura: quando acabar a leitura, converse sobre a história, sobre as personagens que a criança mais gostou e sobre os pontos que ela achou mais interessante. Certamente aí estará nascendo um(a) futuro(a) leitor(a).


Especial

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momo: sinta-se com o rei na barriga

Momo é o nome do rei do carnaval – a festa mais popular dos brasileiros. Momo lembra alegria, descontração, celebração popular. Na Floresta, Momo também evoca muitas lembranças: delícia, cheiro do bom tempero, o sabor dos “deuses”. Só que aqui na Floresta, Momo faz a alegria no “carnaval da gula”. Estamos falando da MOMO CONFEITARIA, que fica bem no coração do bairro, na esquina das ruas Itajubá com Pouso Alegre e que tem este nome justamente porque este local era a tradicional marca do carnaval de Belo Horizonte. Este estabelecimento é o segundo da série especial de matérias sobre os comércios tradicionais da Floresta. E dá continuidade ao empreendedorismo de uma família, pois Eugênia, sócia-proprietária da Momo, é sobrinha do senhor Spencer, daFarmáciaUniversal,que abriu a série.

Beth sily Jornalista Colaboradora

A Momo foi fundada em 1989, pelo casal de empresários Marcelo Guerra e Eugênia Procópio Cabral Lage. Provenientes da cidade de Santa Maria do Itabira, trouxeram para Belo Horizonte, o ideal de erguer uma empresa no ramo de alimentação. Concretizaram o sonho, quando encontraram o imóvel aqui na Floresta. Eram duas velhas lojas que logo se transformaram em uma confeitaria e um restaurante self-service, a quilo, uma grande novidade para a época. Desde o início, o casal assumiu o comando do negócio, dividindo as tarefas de acordo com a aptidão de cada um: Marcelo, na administração e Eugênia, na culinária. Uma relação que tem dado muito certo ao longo destes 20 anos à frente da Momo e da vida em família: 26 anos de casados, quatro filhos — Danilo, Rodrigo, Henrique e Vinícius. Questionada sobre o sucesso da Momo, Eugênia respondeu com aquele ar de

simplicidade do interior mineiro: “as receitas dos antigos quitutes, repassadas por herança”. Contou que sua mãe era uma quituteira de mão cheia, requisitada para fazer os doces e salgados de todos os aniversários e casamentos da família. As tias também tinham receitas maravilhosas. Mas sempre pronta a ouvir e na vanguarda da criação e recriação de sabores, Eugênia acrescentou às receitas familiares, sugestões de clientes, que também fornecem muitas idéias desde o início do negócio. Esta democrática mineiridade de misturas de receitas proporcionou à Momo, a oportunidade de montar um cardápio ao gosto do povo. O sucesso, então, veio a galope. Em 1992, o casal montou bem perto da Momo, na Rua Itajubá, a Panificadora Colombina, que trouxe a novidade de padaria com estacionamento, e atualmente é considerada uma das mais diversificadas de BH. A expansão continuou. Como sempre vinha gente de toda capital para comprar os produtos da Momo na Floresta, foram abertas confeitarias na Savassi, Buritis e Cidade Jardim.

a primeira confeitaria momo, criada na Floresta há 20 anos. Hoje são quatro em Belo Horizonte

O cardápio da confeitaria é muito diversificado, mas como em todo negócio, sempre há um produto que fica no topo da preferência. Segundo Eugênia, o “carro chefe” na Momo é a torta “Floresta Negra” – originária da Alemanha. Só que aqui, apenas o nome lembra a origem, porque Eugênia reinventou a receita: chocolate e nozes. Na Alemanha, ela é feita com chantilly e cereja e aqui na Momo, esta mistura é produzida, só que com o nome abrasileirado de “Selva Negra”. Tudo tão saboroso, que pode ser resumido no slogan criado pela própria empresa: “Sinta-se com o rei na barriga”. Toda produção da Momo é concentrada na Floresta. A fábrica fica próximo à Praça Negrão de Lima. Eugênia contou que a empresa emprega cerca de 200 pessoas e estas são consideradas a grande força motriz do negócio, pois a participação desta turma tem

sido fundamental desde o início. Este reconhecimento é destacado pelos funcionários, pois quando a gente conversa com eles, muitos tratam Eugênia carinhosamente de “mamãe”. Este relacionamento compartilhado e democrático não acontece só com o grupo de funcionários, mas também com toda a comunidade. A prova disto é que a Momo não esconde suas fórmulas e processos, pois acredita que hoje é praticamente impossível impedir a imitação e joga aberto, compartilhando suas receitas — em revistas, programas de televisão. Só que enquanto estas receitas estão sendo copiadas, a Momo já está lançando novos produtos. Daí, Momo na Floresta ser considerada um verdadeiro “carnaval de sabores”. Só que ao contrário da maior festa cultural brasileira, aqui, o carnaval dura o ano todo. Ainda bem!


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março de 2009

Verticalização na Floresta

Cite-se, por exemplo, a recente extinção da Villa Inhá, situada à Rua Floresta. Ali, todo o acervo patrimonial de parte do bairro foi jogado por terra, em razão da insaciável sede do capitalismo, em outras palavras, do ímpeto de erguer, sem critérios, imensos edifícios a troco, inclusive, da malsinada especulação imobiliária. Assim, repletamente convictos, acreditamos que a verticalização da Floresta nada mais é, do que a supressão da cultura do bairro e, induvidosamente, mais grave, da história dos cidadãos que habitam o bairro.

Paulo Henrique Nascimento Advogado da Flo-Leste Floresta dos casarões, das vilas, das ruas, das avenidas, dos becos, dos viadutos, do patrimônio, da história, dos poetas e, sobretudo, da relíquia cultural inerente à sua própria história. Este cenário ímpar, diga-se de passagem, disponível aos moradores do bairro bem como àqueles que, diariamente circulam pelo mesmo, vem sendo deturpado pela indigesta verticalização que vem ocorrendo, às claras e que, muitas das vezes passa

entre em contato conosco: eVisão dos prédios na Rua Pouso alegre, esquina com itajubá

despercebida por nós. Nesse contexto, a FLO-LESTE manifesta, através da presente nota, seu repúdio para com a verticalização exacerbada e, sem controles, que

vem, consideravelmente, afligindo os mais nobres patrimônios da nossa comunidade, eis que destroem nossos casarões e congêneres para promover a construção desenfreada de edifícios.

mail: ass.floresta@gmail.com ou pelos telefones 32714270 e 9957-4803 (Beth) e 2526-2383 (antônio moreira - Butinada).


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