Jornal da Universidade

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Impresso Especial 1777-2003-DR/RS UFRGS CORREIOS

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Porto Alegre | RS | Brasil

Ano IX | Número 86

Abril de 2006 FOTOS: FLÁVIO DUTRA

O perigo não vem do céu Para especialista, no combate ao vírus da gripe aviária, aves migratórias são vítimas, e não os vilões Devido à sua rápida propagação, o vírus H5N1, conhecido como gripe das aves ou influenza aviária vem assustando cientistas, governos e autoridades sanitárias em todo o mundo. Um mapa divulgado pelo site da Organização Mundial da Saúde www.who.int

mostra o avanço da doença, divulgando os casos confirmados de vítimas fatais entre os seres humanos. Apresentando os sintomas de uma forte gripe, que rapidamente destrói o tecido pulmonar, o vírus ressuscitou o medo de uma pandemia, como a ocorrida no século passa-

do, quando a gripe espanhola matou milhões em vários países. O Jornal da Universidade conversou sobre o tema com três especialistas: o professor Carlos Tadeu Pippi Salle, coordenador do Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA) da Fa-

culdade de Veterinária da UFRGS; o professor Luciano Z. Goldani, chefe da Unidade de Infectologia do Hospital de Clínicas e coordenador do recém-criado Núcleo Estratégico de Controle de Doenças Infecciosas Emergentes (Nede); e o ornitólogo da Fundação Zoobo-

Jovens brasileiros no funil Bolsas ajudam a qualificar do ensino superior público estudantes de graduação Especial Cerca de 87% dos jovens brasileiros matriculados no ensino médio freqüentam escolas públicas. No entanto, menos de 30% deles conseguem cursar universidades gratuitas. Na tentativa de desfazer esse funil, a atual política de expansão do ensino superior brasileiro enfrenta sérios desafios. Para a professora de Política e Administração da Educação da UFRGS e membro

do Conselho Nacional de Educação, Maria Beatriz Luce, o problema da expansão é prever condições de trabalho acadêmico de qualidade para professores e estudantes. Já, a pesquisadora do CNPq e professora do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação, Denise Leite, é contra a oferta limitada de vagas no vestibular das universidades públicas. Página central

Campus A UFRGS, por meio das Pró-reitorias de Pesquisa e de Extensão, oferece anualmente diferentes modalidades de bolsas remuneradas aos estudantes da graduação. Esse sistema auxilia os alunos a colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, tanto nos laboratórios quanto na prestação de serviços à comunidade. Estudantes que desejam prosseguir na carreira acadêmi-

ca também encontram oportunidades, construindo seus projetos de pesquisa com a orientação de um pesquisador da Universidade. Nesta reportagem, coordenadores de projetos, alunos-bolsistas e bolsistas voluntários falam sobre suas experiências e conquistas e relatam como sua formação acadêmica foi enriquecida pelo trabalho realizado fora da sala de aula. Página 7

tânica do Rio Grande do Sul, Glayson Bencke. Os três acreditam que a informação é a mais importante arma para evitar a propagação do vírus, mas Glayson Bencke lança um alerta: as aves migratórias são vítimas e não os vilões dessa história. Página 11

Sérgio Silva

Luz, câmera, ação!

A origem da intolerância religiosa

A terceira idade do

rock Atualidade Analisando a longa trajetória deste “mestiço que veio do norte”, o jornalista José Carlos de Azevedo mostra como o rock sobreviveu às mudanças culturais e políticas das últimas décadas, conquistando cada vez mais adeptos. Enquanto roqueiros com

mais de 60 anos seguem sacudindo o mundo, provando que o gênero não se esgotou, novas gerações de fãs lotam estádios. Visto como um fenômeno multigeracional, o rock fortaleceu sua expressão cultural pela diversidade de formas que assumiu e, hoje, é também a voz da

terceira idade. Apesar da resistência de alguns setores do ambiente acadêmico, multiplicam-se as dissertações, teses e ensaios sobre sua relevância como motor da indústria cultural contemporânea e como elemento positivo de transformação social. Página 13

Atualidade Publicar cartuns ofensivos a Maomé pode causar muito estrago mundo afora. E até mortes, como aconteceu recentemente durante protestos em países muçulmanos. Nada comparável, no entanto, às terríveis condenações do tribunal do Santo Ofício ou às guerras que a intolerância religiosa vem provocando ao longo do tempo. Nem às seqüelas que uma atitude preconceituosa pode deixar na mente infantil. O professor Ari Pedro Oro, do Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS, diz que a intolerância religiosa é provocada por uma crise muito mais ampla e que, por trás dela, estão outros tipos de intolerância: cultural, econômica, étnica, sexual. Ele também entende que a tendência fundamentalista aparece em todos os contextos religiosos e que, mesmo no Brasil, considerado o país da convivência harmoniosa, existe intolerância. Página 5

Perfil Com ele nada é morno, nada é devagar. Se fica brabo, o mundo vem abaixo, mas é por pouco tempo. De repente, dáse conta de que não vale a pena espernear tanto por tão pouco, e se acalma, encontra os amigos no bar, volta pra casa bem-humorado. Essa energia represada o professor Sérgio Silva usa para dar aula no curso de Arte Dramática e para exercer o duro mas gratificante ofício de dirigir filmes. Na hora de emitir opinião, ele também é contundente. Exemplo: “Ler Os Lusíadas é ótimo quanto já se está velho. Aos 18 anos, temos que ler algo que esteja mais próximo da gente, como Vidas Secas ou O Tempo e o Vento”. O perfil do diretor de Anahy de las Misiones e Noite de São João está na Página 15.


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