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JORNALDAUNIVERSIDADE
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Porto Alegre | RS | Brasil
Ano IX | Número 91
Setembro de 2006
FLÁVO DUTRA
Gaúchos lutam para preservar
tradição
música, na indumentária, nos adereços, na culinária, no comportamento e assim por diante.” Ele adverte: “Não somos contra a evolução musical. Quer fazer uma mistura de vanera com axé? Não tem problema, mas faça isso fora do CTG, que é um local de preserva-
Mais uma vez, o ambiente tradicionalista gaúcho é estremecido por uma polêmica. E o tema é, novamente, musical: a tchê-music pode ou não pode ser tocada nos centros de tradições? Reunidos num encontro anual, o Movimento Tradicionalista Gaúcho decidiu que
não. De acordo com o presidente do MTG, Manoelito Savaris, os CTGs existem para uma única função: preservar a tradição. “O CTG tem que ser uma sociedade de famílias que propicie a convivência permanente e a preservação da tradição em todos os seus aspectos, na
18 anos de tentativas de mudança
Aprenda a decifrar os códigos da infância e da adolescência
quetes sem autonomia, vinculados a CTGs, o número de entidades chega a 3 mil, sendo que, no Brasil, há cerca de 1.300 CTGs. Também há centros de tradição fora do País. Calcula-se que essas associações mobilizam cerca de três milhões de pessoas. Página 13
Indígenas, distantes das universidades
tes que se transforme num ato desesperado. O psicanalista José Outeiral, que no início de agosto participou do II Simpósio sobre Juventude, Violência, Educação e Justiça, realizado na UFRGS, diz que crianças e adolescentes sofrem numa sociedade marcada pelo processo cultural da “adultescência”. Página 5
‘Novos velhos’ buscam espaço Debates No mês em que se realiza uma série de atividades voltadas para as pessoas da terceira idade, o Jornal da Universidade convidou dois professores que atuam em projetos voltados para esta parcela de população a refletir sobre o lugar dos velhos na sociedade brasileira. Johannes Doll, da
Faculdade de Educação, acredita que o aumento da inclusão dos idosos no mercado de trabalho pode ser sinal da limitação das aposentadorias, enquanto Eliane Blessmann, da Escola de Educação Física, acha que o bem-estar do idoso depende do que a sociedade tem a lhe oferecer. Página 4
Como fica a questão das
NEY GASTAL/JARDIM BOTÂNICO
Uma lei para apoiar pesquisa de plantas medicinais Ciência Até o final do ano, o governo deverá apresentar um programa nacional para o setor. Um dos aspectos polêmicos é a inserção do uso de plantas medicinais e fitoterápicos (como a cavalinha, foto) no Sistema Único de Saúde (SUS). O assunto está sendo discutido por professores da UFRGS. Página 11
cotas? Poucos professores e técnicos administrativos participaram do seminário “Experiências de ações afirmativas: cotas étnicas e cotas sociais”, realizado na UFRGS no final de agosto. Em compensação, o encontro teve boa afluência de estudantes ligados aos diretórios acadêmicos e a grupos organiza-
dos de negros e de indígenas. Segundo dados oficiais, a reserva de vagas para essas “minorias” já foi adotada em 30 instituições brasileiras de ensino superior. Apesar disso, a iniciativa ainda tem sua eficácia contestada pelos que acham mais urgente melhorar a qualidade do ensino . Página 7
FLÁVO DUTRA
No próximo mês, a Constituição promulgada em 1988 chegará à maioridade. Às vésperas de um novo pleito, mais uma vez o tema das reformas constitucionais ganhou destaque, com o governo e os partidos de oposição defendendo a necessidade de uma nova constituinte. Será essa a solução? O Jornal da Universidade reuniu três especialistas para discutir as virtudes e defeitos de nossa Carta Magna: André Marenco, professor de ciência política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS; Cláudio Barros Silva, sub-procurador-geral de justiça para assuntos administrativos do Ministério Público Estadual; e Eduardo Carrion, professor de direito constitucional da Faculdade de Direito da UFRGS. Todos concordaram que a origem de nossos problemas está nos desmandos da prática política e não no excesso ou falta de leis. Por outro lado, defenderam maior controle sobre o Executivo e um Legislativo mais profissional. Página central
Atualidade Quando uma criança furta um lápis, não é do lápis que ela está se apropriando e sim do afeto e do cuidado de que sente falta. E, quando chama um estranho de tio, está buscando amparo. Da mesma forma, atitudes anti-sociais tomadas por adolescentes devem ser entendidas como um pedido de socorro, an-
ção”. No Rio Grande do Sul, há 1.457 entidades vinculadas ao MTG, incluindo CTGs, departamentos de tradição gaúcha em sociedades, centros de cultura nativa, grupos de arte nativa, piquetes tradicionalistas com personalidade jurídica. Somando os pi-