JORNAL DE
Artes Plás cas | Cinema | Música | Literatura Porto Alegre | Junho | 2015 | R$ 3,00 Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartes Facebook |www.facebook.com/jornaldeartes Tumblr |www.murucieditor.tumblr.com
Ano 16 | N° 10 | JUN. 2015
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Detalhe Wired XI de Alessandro Del Pero. Exposta no Museu de Arte do Rio Grande so Sul - MARGS
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POESIA EM PROSA
JORNAL DE
ARTES Artes Plásticas | Artes Cênicas | Cinema | Musica | Literatua
Em um espelho de
MEMÓRIAS Por
Jornal de Artes é uma publicação da MURUCI Editor Editor | João Clauveci B. Muruci Editora de Literatura | Djine Klein (djineklein@gmail.com) Design Gráfico/Capa/Diagramação | Mauricio Muruci Email | jornaldeartes@yahoo.com.br Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartes Facebook |www.facebook.com/jornaldeartes Tumblr |www.murucieditor.tumblr.com CNPJ | 107.715.59-0001/79 - Fone | 51 3276 - 5278 | 51 9874 - 6249
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Djine Klein de Porto Alegre/Viamão - RS
No espelho Mas por quanto tempo permaneci diante desse espelho, em transe? Voltava a praia e voltara por ela, uma tartaruguinha. Suspendi-a certa vez em minha mão e por alguns segundos pareceu que tentava me iden ficar. A palma era-lhe um estranho suporte sob seu corpo recém-nascido e an go. E eu toda o meu ser a mão trêmula. Ela logo ao sen r o calor que emanava dessa super cie branca, moveu-se suave, o pescoço e es cara os braços. Na concha de minha mão o pequenino corpo ondulou. Nisso abriu-se uma fenda no espelho, que por quanto de meu desejo absurdo: será possível que me dê um abraço! E agora isso, ao meu pensar insano, o espelho como que expulso de um suporte invisível ou parede-nuvem, no chão à meus pés em mil pedaços.
Primeiro es lhaço Era o dentro de uma fenda o que um olho visou, uma paisagem de desconserto e ternura. O outro (olho) perguntava por ela e se nha algo para nos contar. Então um anuro se aproxima e diz: ela é bela, todavia passa a viva de pele craquelenta, e de teimosia ainda vive de mar. É possível? E eu respondo que sim, que o impossível é ser gente e não amar um bicho assim, feito que seu corpo é como se coberto de escudos. Até injusto é, e que as pessoas são os bichos que mais precisam desse po de abrigo, para seus medos ocultar. Mas são como que menos que um bebê-tartaruga. Gente é sem nada de solidez que lhe abrigue. São feitos uns caramujos, mas sem a casa no lombo, ou couraça a vencer chuvas e ventos. Apenas uma nudez sem nome para não ocultar a vergonha. Vivem nesse mundo, uns brutos! E assim, desse fei o só mesmo sendo eles mesmos. Indigentes.
O sé mo es lhaço O que faiscou de longe era com uma lâmina, ou as unhas de um gato do outro lado de um espelho abismal. Nascia-me, eu parturiada por um relógio e vi tudo ainda inocente, o tal equívoco. Todavia até o tempo se engana, então me fui dali com presa de ter des no. Como a tartaruga que nasce longe da praia, e tem que vencer as areias do tempo para chegar ao mar. Até parece que a vida das criaturas tem início de exis r só por contratempo.
No vigésimo terceiro es lhaço Não dava para saber se era gente ou bicho, apenas que respirava. Tinha uma cabeça descomunal, um corpo que se voltava para o ventre e quatro membros treme-vacilantes. Emi a sons incompreensível, e dava para persaber que se encontrava em descontentamento. Criatura esquisita nas maneiras de se portar, assim junto a um lago, mas advindo de um marovo. E de mais o tudo que se possa dizer, vejo que não tem dentes, não tem pelos nas ventas, muito menos sabe andar. Salta no mundo sem escudo, sem bagagem para a viagem que o tempo lhe escreve insone. Até acho que não é muito apto a mar, como aquela tartaruguinha que tanto me comoveu.
Es lhaços, de 117 a 235 ainda descendo
Capa: Tela “Wired XI" de autoria de Alessandro Del Pero. Exposta no MARGS Óleo sobre tela em 200cm x200cm
Era tanta a fome que se gemia, tão encurvado o bicho, salvo que os membros eram estranhamente longos e pedia água sobre areia escaldante. Muito se arrastava, mas não a nava o des no do mar. Soluçava quando se deteve ao admirar uma insigne tartaruguinha. Ela lhe fez uma careta, por ele passara na pressa que não nha, mas teve nojo. Depois seguiu como a mesma e velha pressa, e levava uma lembrança de mar chamando. Já sobre esse aí, o rastejante e craquelento, era dissimulado. Dizia-se ser ví ma de alguma maldade. Mas se foi justo ele mesmo que afogou o mar, deitou-lhe seus detritos mais impuros, depois um dia arrependido fez promessa de se redimir. Todavia não é capaz de reconhecer que é o único responsável pelo próprio infortúnio. Impróprias restaram todas as águas do Mundo e outros se houver, e ter sede também o mar. E que agora, isso é o que lhe sobra a ser ele o poderoso homem. Hoje de graça dispõe-se aos demais. Lamentoso.
ARTES PLÁSTICAS
DÊ ARTE COM AMOR Por
Rejane Hirtz Trein
de Porto Alegre/RS
Apresentou-se o momento de visitar minha mãe em Guapé, cidade do interior de Minas Gerais, o que me enchia de emoções antagônicas, pois estava com saudades, e ao mesmo tempo, múl plas tarefas no meu atelie. Pela primeira vez, esta viagem seria feita sozinha, apenas com uma pequena mochila e uma bagagem de mão. Levei junto um livro que ganhei de um amigo querido, sobre coaching, que agora teria tempo para devorar com atenção e prazer, o que mais tarde se revelaria de muita ajuda em tarefa inesperada. São Paulo, Boa Esperança, Guapé.....1.500 km, sendo que apenas de Porto Alegre a SP faria de avião. Boa Esperança me lembra minha infância. Cidade com prédios an gos, praças e seu povo solícito e gen l. De lá, viagem até Guapé. Lindas paisagens neste trecho de 100 km, com suas colinas e importantes la fúndios, maioria de cafezais organizados em formato de "ruas",tomando conta de muitos quilômetros da topografia .A noite de céu limpo, com uma imensidão de estrelas, nada além dos faróis do ônibus, que não ravam a resplandecência deste que servia de pano de fundo para uma lua cheia. Cidade do interior, Guapé tem atra vos de eco-turismo pois é margeada pelo Lago de Furnas e tem várias cascatas, entre elas a do Parque Ecológico do Paredão, com sua cascata de três lances de águas límpidas e geladas apesar do clima tépido. Dona de um por de sol lindo, a represa espelha e reflete suas cores que a cada dia oferece um novo espetáculo. No meu segundo dia fui convidada pelo professor de artes, Antonio Euclides Carvalho, do ensino médio do colégio Dr. Lauro Corrêa do Amaral para falar sobre minha trajetória ar s ca e sobre arte. Sem planejamento e de improviso, tremi nas bases! Como abordar "Arte"de forma que entendessem o quanto faria diferença em suas vidas? Queria versar e apontar de maneira que avaliassem sobre a grandiosidade e magnitude da aplicação e do conhecimento dos diversos seguimentos da arte e sobre a dinâmica que este conhecimento traria. Falar sobre minha pessoa teria que ser apenas uma introdução, pois a energia e viço destes 250 adolescentes não permi riam e nem caberia longa e enfadonha conferência. Me apresentei com desembaraço que logo me tomou conta. Versei sobre arte com naturalidade, amor e franqueza. A minha simplicidade e sinceridade despertou total atenção de todos. Iniciei falando de como não podemos nos deixar levar pelos ventos da vida, como folhas caídas de uma árvore. Falei que cada um deve ser protagonista de sua vida, sem culpar alheios por seus
i nfo r t ú n i o s e q u e a l i , to d o s n h a m a s m e s m a s oportunidades. A diferença torna-se considerável e significa va quando o conhecimento em conjunto com o refinamento esté co e cultural influenciam nos resultados dos projetos das inúmeras profissões que se encontram a disposição para escolher, sobressaindo-se eles, da grande massa. Citei sobre a dinâmica das cores e de como elas são importantes, como por exemplo, os nossos sen dos gusta vos, que são antecedidos pela sen do visual. "Comemos com os olhos", na escolha das necessidades do nosso corpo através das cores dos alimentos. Esta composição é deveras importante na nutrição, profissão em bastante evidência. Nosso corpo sinaliza quais frutos de cores nos faltam pelo desejo. Na moda as cores nos influenciam o estado de espírito ( nos lembrando dos ocres dos monges e púrpura dos cardiais). Os vermelhos vivos nos es mulam a cria vidade e nos fornecem energia enquanto que os tons pasteis nos acalmam. As cores vivas tem um papel importante no desenvolvimento da inteligência dos bebês. É sabido que crianças que crescem em ambientes desprovidos de cores, tem maiores dificuldades de aprendizagem! Na jardinagem e paisagismo, um bom conhecimento na esté ca das diversas tonalidades e texturas, com volumes contrastantes e entremeados pelos coloridos das flores, são absolutamente substanciais. Em se falando de esté ca e cosmé cos, nos recursos de claros e escuros, podemos solucionar e realçar os pontos atra vos dos rostos, que todos possuem. Obrigatoriamente e com fundamento, seus trabalhos seriam reconhecidos em aplicar este aporte, com retorno compensatório e prazeroso. Abordei a cura pela arte e de como cada vez mais é usada em terapias reconhecidas. Terminei por dizer que muito me honrou a oportunidade de conhece-los e que meu coração se enchia de alegria. Que ficaria muito feliz se minha palestra pudesse fazer diferença nos futuros promissores dos que ali estavam. Aplaudiram e meu mostraram seus desenhos, estes jovens ar stas. Que presente e surpresa maravilhosa! Retornei revivendo esta experiência e agradecendo.O amor á arte reembolsa com a riqueza infinita de suas possibilidades e caminhos.
Detalhe da tela Wired XII de Alessandro Del Pero. Dimensões 420x208 cm. Foto: Galeria Arte & Fato ALTES PLÁSTICAS | EXPOISÇÃO
ALESSANDRO DEL PERO: O ATELIÊ COMO AUTORRETRATO Por
André Venzon de Porto Alegre/RS *
O jovem e virtuoso Alessandro Del Pero nasceu na província de Bolzano, em uma pequena cidade ao norte da Itália. Ar sta autodidata, antes de começar a pintar em 2009, aos 30 anos, estudou e trabalhou com arquitetura em Florença. Viveu na Espanha, em Barcelona, onde iniciou sua pintura e realizou as primeiras exposições. Todavia, assim como muitos ar stas na história da arte, saiu em busca de uma grande cidade, mais favorável para a criação e promoção do seu trabalho, um lugar que fosse o centro do mundo. Então decidiu ir para Nova York, onde reside e mantém ateliê no cultural bairro no Harlem. No entanto, estas múl plas mudanças de territórios não veram grande influência em sua iden dade ar s ca, o que mudou, segundo ele, foi o modo como as pessoas passaram a ver o seu trabalho: “Sempre vi o mundo da arte como algo estranho, longe da minha realidade. Eu li e vi muitas coisas na história da arte, então vim a concluir que as imagens têm um poder maior, e são produzidas de tal modo que qualquer coisa pode tornar-se sua. Acho que o meu obje vo como ar sta é oferecer um grande repertório de imagens, saídas do mundo que eu tenho experimentado pessoalmente.” Alessandro Del Pero Os pintores Caravaggio, Van-Gogh, Picasso, Modigliani e Bacon, exímios retra stas, cada qual no seu es lo, são mestres que, não por acaso, impressionaram Alessandro e fazem parte das suas principais referências ar s cas. Sua atual reinterpretação da obra Quarto em Arles (1888-89), de Vicent Van Gogh – um dos maiores ar stas de todos os tempos − já anuncia a escala incomum da pintura de Del Pero que presenciamos na sua pioneira exposição no Brasil, “O ateliê como autorretrato”, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - MARGS. Desde sua produ va série de autorretratos, ao retrato do escultor Michelangelo e do pós-impressionista Van Gogh, bem como a suíte de estudos para a cabeça deste ar sta holandês, passando por retratos de amigos, até chegar ao seu ateliê, somos tentados a pensar − diante da sua admirável obra − que Alessandro Del Pero não aprendeu a pintar, senão que a pintura, enquanto técnica de representação visual, já nasceu com ele. Para tanto, sua inspiração maior é a própria super cie da pintura − a tela pintada com as cores que lhe são próprias. Assim, tudo é sujeito para obra de Del Pero, seja a pele que reveste o rosto retratado ou o corpo desnudo, criados em pinceladas de cor ou escarnados, seja o deteriorado piso do ateliê, construído em linhas que fugam para um ponto que está além da perspec va do quadro, e cujo sen do pode ser tudo aquilo que converge em nosso olhar. Percebemos em Del Pero a despretensão de uma pintura que é o que Eu (ar sta) sou aos olhos da maioria das pessoas, sem o ranço de conceitos e o receio de preconceitos − nem o apaixonado Narciso por si mesmo, nem a assustadora Medusa que a todos petrifica. Sen mos em sua obra o eterno desejo de uma pintura profundamente descomplicada e simplesmente sublime. Em vista disso, o ateliê vem a ser mais do que um tema, é um signo, um lugar que está tão próximo ao ar sta, a ponto de se confundir consigo mesmo, e como se fosse o seu retrato, evoca aquilo que traz em si próprio: in midade, relação e devaneio. O ateliê, este espelho do ar sta, por sua vez o observa sem o dever da apreciação. Contudo, se ver é ter à distância das coisas, o ato de pintar para Del Pero pode ser este instante de ter a posse do mundo. Não obstante, lembramos o pintor e escultor suíço Alberto Giacome (1901-1966): “– ver melhor, compreender melhor o que me cerca, compreender melhor para ser o mais livre, o mais forte possível, para me exaurir, para me consumir no que eu faço, para viver minha aventura, para descobrir novos mundos,...” (Texto publicado originalmente na revista XX siècle, em 1957). O jogo pictórico de Alessandro Del Pero pode ser associado também a esta citação do livro Um Retrato de Giacome , por James Lord, em que o ar sta afirma ao modelo retratado: “É preciso fazer desfazendo. Tudo está desaparecendo mais uma vez. É preciso ousar, dar a pincelada final, que faz tudo desaparecer.” As pinturas de Alessandro normalmente se materializam por camadas de nta acrílica sobre uma fina tela de algodão, com secagem rápida, o que lhe permite redesenhar mais camadas de nta em menos tempo. Primeiramente, a composição é mais abstrata e orgânica, onde a mão do ar sta aproveita a fluidez do material líquido para tomar os pontos de luz por meio de um lenço e água. Sucessivamente, o trabalho segue um caminho mais clássico, por pinceladas, construindo espacialmente a pintura. Na série mais recente de trabalhos, as imagens que representa parecem com esculturas descascadas no ar − reflexos vazios dos primeiros retratos que realizou, onde as figuras eram mais visíveis. Agora sobre pedestais, simulam poses de súplica, sugerindo marionetes cujas cordas podem ser vistas soltas no chão. Por fim, as ausências destas formas figura vas logram um aspecto abstrato e de desolação à pintura nesta nova fase, em que podemos ver, por diferentes ângulos, cantos do ateliê do ar sta, com ênfase sempre para o chão, onde fios, sombras e manchas são indícios que configuram um tão remoto quanto derradeiro autorretrato. * André Venzon | Ar sta visual, curador e gestor cultural. Texto do curador para a exposição Alessandro Del Pero – O ateliê como autorretrato De 25 de junho a 25 de julho de 2015 Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS.
NÃO BASTAM SOMENTE ÁRVORES A NOVA ESTÉTICA CHEGOU A obrigatoriedade de Obras de Artes nos edi cios com mais de 2000 m,2 agora é Lei. Vai amenizar o impacto na área urbana, gerado pela especulação imobiliária.
Ar sta: Inês Bene Tela: Exuberância das Cores Em exposição na Galeria de Arte Carmen Medeiros
Você esta convidado a par cipar dessa mudança.
Ar sta: Vitorio Gheno Técnica: Acriclica sobre tela Dimensões: 100 x 70 cm Em exposição na Nieto Atelier de Molduras
Galeria Moinhos de Vento Loja 40 - Avenida Independência, 1211 51 3517-2482
Rua Ce. Bordini, 665 - Porto Alegre/RS 51 3061-6768
Nieto Atelier de Molduras e Galeria de Arte – end.Av.Cel.Lucas de Oliveira,432 – Mont Serrat - Porto Alegre – RS – (51)3330-8407 – www.nieto.art.br
Destaque do
MERCADO DE ARTE
A tela «A Terra Vista do Céu» com dimensões em 50cm X 70cm e técnica de acrílico sobre tela, da ar sta plás ca Tanira Dornelles, recebeu medalha de ouro na exposição internacional da Associação Ar s ca de Pintura de Porto Alegre, AGAPA , em exposição no hotel Con nental em Gramado. Foto: Carlos Cruz
Trein Vitrais Rua Eudoro Berlink 822 - Bairro Auxiliadora Porto Alegre - RS - Brasil - CEP 90450-030 Fone/Fax: (51) 3333-0342 Cel: (51) 8111-0186 ou 8111-0012 E-mail: treinvitrais@gmail.com
www.fotophoenix.com.br
CADERNO DE
CINEMA & FOTOGRAFIA “FOTOGRAFIAS PARA IMAGINAR” Por
Bruna Paulin de Porto Alegre/RS
Projeto fotográfico desenvolvido por Gilberto Perin tem financiamento do Fumproarte e reúne exposição e livro com mesmo tulo
Inaugura no dia 16 de junho, às 19h, a exposição Fotografias para Imaginar. O projeto, desenvolvido por Gilberto Perin, segue em cartaz até 31 de julho, na Sala Aldo Locatelli, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tem financiamento do Fumproarte. No mesmo dia, o público poderá conferir o lançamento do livro de mesmo nome, que reúne as 16 fotografias de Perin mais o olhar de 16 escritores e 16 ar stas convidados pelo fotógrafo para interferir no seu trabalho e escrever textos inspirados na obra escolhida por cada um deles. “Os ar stas criaram novas obras através de uma Interferência/apropriação/recriação/es mulo a par r das imagens. Cada fotografia escolhida por um escritor ins gou a criação para um conto/poema/texto experimental que surgiu da imaginação dele. É isso que esse livro e a exposição apresentam: a foto original; mais uma obra recriada a par r dela; e mais um texto a par r da impressão que ela causa em cada um deles”, conta. Fotografias para imaginar surgiu em 2012 com fotografias produzidas no Brasil e exterior que revelam espaços sem a presença humana, propondo que o limite documental da fotografia seja ultrapassado, rompendo a fronteira do visível, reconstruindo a realidade com outro olhar - além daquele esboçado e recortado pelo fotógrafo. A publicação e a exposição contam com a par cipação de nomes como Carlos Urbim, Charles Kiefer, Ignácio de Loyola Brandão, Martha Medeiros, Luiz Antonio de Assis Brasil, André Venzon, Bri o Velho, Chico Baldini, Régis Duarte e Zoravia Be ol, entre outros. Inspirado nessa experiência de transversalidade de conteúdos e com tantos talentos reunidos, o livro Fotografias para Imaginar tem também um sen do de prosseguimento com a experiência integrada entre fotografia, texto e obras visuais. A par r da publicação foi criado um projeto para professores trabalharem com alunos de 12 a 17 anos. Suzana Saldanha, atriz e Mestre em Teatro-Educação, sistema zou o projeto para que os professores apliquem nas escolas do ensino fundamental e médio uma oficina teórica-prá ca onde os par cipantes serão es mulados a criar a par r de fotos, textos e obras visuais desse livro. O obje vo é ins gar a imaginação, a memória, o senso esté co e crí co, além de promover a reflexão, discussão e trocas cole vas propiciando a formação de um cidadão consciente e crí co. Os mil exemplares impressos serão distribuídos gratuitamente em escolas, bibliotecas, museus, galerias e en dades que trabalham com jovens adolescentes. Fotografias para Imaginar tem entrada franca. A Sala Aldo Locatelli funciona de segunda a sexta das 09h às 12h e das 13h30 às 18h.
FOTOGRAFIA
AUTORAL TRANSEUNTE caminhar entre dois bairros, entre o Centro e o Bom Fim. Viver no ritmo do co diano, o gesto corriqueiro das pessoas, o detalhe despercebido. Caminhar na presença das cores, as vezes marcantes e outras su s. Uma experiência humanista fur va, um encontro ao acaso com a luz, as sombras e silhuetas. O co diano, o charme do dia a dia, quando a surpresa do desconhecido se mistura ao encanto do familiar. Conflito entre o antes e o depois, a luz e a sombra. Só, sem pressa, numa ida e volta, transeunte, do Centro ao Bom Fim.” Por
André Nunes de Porto Alegre/RS
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Fotografia e arte 51 9806.5856 marilopes@marilopes.com.br
FOTOGRAFIA
AUTORAL Carvão – Ouro Negro Por
Márcio Ferraz de Porto Alegre/RS
O trabalho “Carvão – Ouro Negro” foi apresentado como projeto de conclusão do curso de Fotografia Avançada da ESPM-Sul. Neto e bisneto de mineiros, o fotógrafo Marcio Ferraz resolveu homenagear duas gerações de seus antepassados e foi até a região Carbonífera do Estado, nas cidades de Arroio dos Ratos e Bu á, para trabalhar neste projeto autoral. E-mail: marcioferraz@marcioferraz.com.br | Telefones: (51) 3024 4720 | 9824 5184
APOIO |
FOTOGRAFIA
TERPSÍ
o tempo da delicadeza Por
Fábio André Rheinheimer de Porto Alegre/RS
Cúmplice do movimento em cena, e testemunha ocular da trajetória de muitos profissionais da dramaturgia e da dança, é deste modo que, ao longo de 28 anos de uma sólida e bem sucedida carreira, se desenvolve a trajetória do fotógrafo Cláudio Etges. Em TERPSÍ - o tempo da delicadeza, série de fotografias especialmente selecionadas para o espaço exposi vo do Café do MARGS, o ar sta amplia o diálogo com o público ao se apresentar enquanto confidente da trajetória desta companhia de dança contemporânea de Porto Alegre, criada em 1987, e dirigida pela coreografa Carlota Albuquerque. TERPSÍ - o tempo da delicadeza, enquanto ruptura esté ca, apresenta um vigor atemporal, muito oportuno em tempos obscuros e, assim, se faz urgente e imprescindível. Em sua coerente trajetória profissional, Cláudio Etges rompeu com os usuais paradigmas do mero registro visual para, deste modo, alcançar outros patamares: um contribuinte, ou melhor, um confidente do ocorrido nos palcos. E, portanto, assim se desnuda outra faceta deste ar sta gaúcho, para muito além da precisão técnica, pois sai de cena o profissional para, em seguida, se apresentar um ser encantado pelo movimento e, por este, há muito arrebatado. Nesta exposição, Cláudio Etges apresenta, em sequencia cronológica, a memória da Terpsí Teatro de Dança, Companhia que celebra 28 anos de impecável atuação profissional, sempre a romper com paradigmas e a ques onar o consenso vigente, reacionário e há muito estabelecido. Dentre os principais trabalhos, se destacam: Quem É? (1989), Lautrec... Fin de Siècle (1993), A Família do Bebê (1999), O Banho (2001), e Casa das Especiarias (2011). TERPSÍ - o tempo da delicadeza, propõe uma narra va visual em que a revigorante ruptura esté ca se faz possível - e atemporal, a par r de um traço da alma humana, sem o qual inexiste a construção entre a beleza e o tempo: a delicadeza.
Fábio André Rheinheimer - Arquiteto & Ar "PROJETO Arte no Café/2015"- Café do MARGS
sta Visual - Curador
LITERATURA
EL PRENDEDOR Por
Nicolas Gustavo Ramos de Buenos Aires/Argentina
Nicolasgustavoramos.blogspot.com.br
Encadernações
LG Personalizados
Encadernações Capa Dura/Brochura Livros Fiscais Trabalho de Conclusão
Rua Uruguai, 35 - 2º Andar/Sala 227 | Centro Porto Alegre/RS - Fone: 51 3226-2007 E-Mail: igpersonalizados@gmail.com
9
As 4 Estações + Uma
Atelier de Pintura
Clair S. Leitão Aulas de Pintura em Tela Pintura Pastel Pintura Oleosa | Desenho Com Telas a Venda noAtelier 51
8584 - 2201 51 9903-1211
E-mail: ar staclair@gmail.com Av. Passo da Pátria, 26 - Bela Vista - Porto Alegre
Centro de Conservação-Restauração de Livros e Documentos Av. Júlio de Cas lhos, 440, Cj. 84 Centro Histórico - Porto Alegre/RS livroearte@terra.com.br restaurolivroearte.blogspot.com.br
Café del Gato Negro. 17 Hs. Lluvia tropical, humedad y una leve brisa. La ansiedad me mataba. El cielo oscuro, anunciaba que su llanto sería inacabable por lo menos otro día más. Me sacudí las botas, agité mi paragüas, lo cerré y me dispuse a entrar. Dejé que una pareja saliera primero, sonreí, saludé y con nué mi camino hasta una mesa para dos, que está cobijada tras una columna, a derecha del mostrador principal, sentándome de espaldas a la puerta de entrada. Tuve una breve charla con la mesera, que resultó ser algo mida, pedí una sana es mulante y un trozo de lemon pie. Comencé a escribir esperando su llegada. Mi par cular paragüas rojo y la escritura eran el salto y seña para ubicarnos. Ella vendría con saco verde y un prendedor floral. Sería nuestra primera cita. Habíamos decidido no enviarnos ni ver ni siquiera una foto nuestra antes del encuentro y dejar así todo librado a la espontaneidad. Nos escribíamos con frecuencia, y úl mamente casi tres veces a la semana. Había visto, hacía un par de meses, su aviso en el diario, en la sección de Compañías Epistolares. Cinco minutos pasaron hasta que llegó mi pedido, mientras que tardé el doble de ese empo en devorar la mitad del pie de limón: la incer dumbre da hambre, mientras en la espera uno desespera. Mis ojos jugaban por todo el lugar deleitándose con tan notable si o, buscando las palabras exactas que pudieran describir dicha situación. Sen una presencia tras de mí, en la silla que antes se encontraba vacía. Quise mirar, y una suave voz femenina dijo: - ¡No lo haga!, mejor, antes, conozcámonos. Dígame su nombre. Con el rabillo del ojo izquierdo, alcancé a ver la manga de un saco verde. Pronto respondí: - Alejandro. - Entonces, debe ser usted - me respondió. - Y usted, ¿cómo se llama? - So a. Mis ojos se iluminaron.- Siéntese conmigo -, le dije. - No, todavía no, no se apresure. Respóndame antes con el corazón... - Siempre lo hago. Dígame. - Mire que de esto depende que con nuemos o no está conversación. - ¡Hágame la pregunta nomás!, pude sen r que el aire se cortó levemente, y me dijo: - ¿Está dispuesto a amar? - Pero si ni siquiera la conozco realmente. - No le pregunté si me amaba, le pregunté si estaba dispuesto a abrir su corazón a otra persona. Igualmente, esto ya me da una pauta. - ¿Una pauta de qué? - De usted. - ¿De mi?, ¿de qué?. - De su persona, de cómo es. - ¿De cómo soy?, pero escúcheme, si apenas nos hemos escrito y entablado dos palabras y usted cree que me conoce como para op... - Discúlpeme, pero me parece que no tenemos más nada que hablar, hasta luego... - Pero espere, no sea así, ¡no se vaya! - Adiós. - ¡Quédese! No ve que usted también ene miedo a amar. ¿Por qué se escapa? (Silencio breve. Ruido de silla. Nuevamente, se sentaba) - Me agrada tu voz, ¿te puedo tutear? - Ya lo hiciste. - Vos también. Me gusta tu perfume.
- Gracias, es el... - No me digas, conozco el nombre. Es mi perfume favorito. Intenso. - Persistente. - Volá l. - No te creas. - ¿No pensás que ya es hora de mirarnos? - ¡No seas ansioso!, disfrutemos esto un poco más. Hasta ahora nunca nos habíamos encontrado, disfrutemos el que quizá sea el úl mo anonimato amoroso de nuestras vidas, ya nos vamos a cansar de vernos, y de todo lo demás. - Espero que no. - Siempre decimos lo mismo. - ¡Yo no! - ¿Por qué tendría que creerte? - ¿Por qué soy el amor de tu vida? - ¡Jajaja!, no me hagas reír, ¿tan repen no te entregás así? ¿Qué tendría que pensar? - Nada más. Solo que hasta recién pensaba en algo, hasta que tu reflexión me hizo cambiar, y si no estoy dispuesto a amar plenamente, no puedo esperar lo mismo de vos. - Duele. - ¿Qué duele? - Morir por la propia espada. - Entonces no pelees, no te resistas, dejemos que ocurra y ya. Y no va a ser necesario morir porque podemos vivir amándonos hasta el úl mo segundo, y después, vemos. - ¿Qué significa el amor para vos? - Compar r mi vida con un otro apasionado, enamorado también de la vida, desprejuiciado, libre, sin condiciones; caminar juntos caminos que se rozan, como tangentes; potenciarnos, ayudarnos, sen rnos, abrazarnos, comprendernos, aceptarnos, hacer que sobren las palabras y que hablen los silencios, admirarnos, reflejarnos, disfrutarnos, endulzarnos, reír, emocionarse, y volver a elegirse cada día. - Acepto. - ¿Qué cosa? - La propuesta. - ¿De amarnos? - De dejar de buscarnos en otros ojos, para aprender a mirarnos realmente, de qué me tomés la mano y que salgamos a caminar bajo la lluvia. ¡Quiero besarte! - ¡Y yo! - ¿Y qué esperamos? - Que pagues la cuenta. - Ya pagué cuando ordené, ¿y entonces? - Date vuelta. ¡Cómo describir este beso!, ¡Qué di cil! ¡En qué problema literario me he me do! Realizar cualquier descripción sería un intento vano de representación de algo que fue sublime. Hasta quizá decir que nunca antes había sido besado de esa manera, sería comparar lo incomparable. Fue como llegar a sen r mi alma, volando a otro cuerpo, mi cabeza al éter, el empo detenido, el deseo nunca más postergado, el placer hecho real sin importar el momento y el lugar. Salimos velozmente disparados hacia la calle. Podía sen r la adrenalina y nuestras manos sudando. Pero antes de cruzar ambos la salida del café, la puerta se abrió. Y rodando hasta mis pies cayó... Rodando hasta mis pies cayó un prendedor floral, que entregué atónito a una mujer, también de saco verde, que con apuro y ya tarde, entraba buscando a alguien aquel lugar.
DISCOGRAFIA Por
Alexandre Fritzen da Rocha de Porto Alegre/RS
Foto: Nata Santejano
NADDO ENTRE GIGANTES – A ESTREIA Com o pé direito, a banda gaúcha Naddo Entre Gigantes inicia sua discografia. O álbum de estreia mostra a robustez do grupo. Produzido por Marcelo Fruet, é daqueles álbuns que nos prendem a atenção do início ao fim. Dividido em dez faixas, o ouvinte é recebido por um solo de ukulele imerso em uma cuidadosa atmosfera de reverb e um primoroso trabalho de mixagem, caracterís co das produções do Estúdio E12. O solo é acompanhado pela bateria e baixo, até chegar à voz peculiar de Naddo, cantando “Chegue um pouco pro lado. Fique calado, atento, em meditação”. As guitarras, os backing vocals e um sexteto de cordas completam a “overture” do disco, um prelúdio do que virá nas faixas posteriores. A canção seguinte é um ode à liberdade. “Siga Livre” começa com o naipe de sopros do trio Rodrigo Siervo, Joca Ribeiro e Humberto Boquinha. Tem um vigor intenso e possui uma sonoridade contrastante com a faixa anterior. O colorido do disco segue com “Solidão II”, talvez a canção mais marcante da banda, uma música que todos esperam ser tocada nos shows. Uma balada elegante, falando de amor sem ser piegas, e que em todo show é acompanhada pela plateia, que a adora. “Outros Tempos”, quarta música, apresenta a voz de Cín a Rodrigues, “Não venha me dizer como eu devo ser. Às vezes o silêncio melhor pode fazer”. Seguindo o ecle smo mbrís co vocal do disco, “João de Deus (o profeta)”, faixa cinco, outra balada, mostra Marcelo Marinoni (guitarrista do grupo) conduzindo a voz principal. Costurada por um elegante arranjo de cordas, assinado por Artur de Faria, é uma canção vigorosa, com um interessante contraponto do baixo, desenhado em uma textura delicada e ao mesmo tempo densa. Seguindo o disco, “Baile de Máscaras”, um “quase reggae”, preenchido com as luxuosas par cipações dos talentosos Giovanni Ber nas percussões e Júlio Rizzo no trombone, além dos teclados de Luquinhas (Chimarruts). A viagem segue com “Quintanas”, uma parceria “pós-tumba” de Naddo Pontes com o poeta porto-alegrense Mario Quintana, composta em 2012 por Naddo em seu ukulele, sendo a úl ma canção a ser integrada ao disco. Segundo Naddo, na primeira apresentação da música, em um show na Casa de Teatro de Porto Alegre, “o Fruet estava presente e se impressionou com a reação do público, que cantou a música com a gente, mesmo sem conhecer a canção. Foi uma iden ficação imediata. Acabou por estar no disco e ser nosso 1º Single lançado”. “Eu vendo sonhos coloridos, insanos, pra quem quiser”, é o anúncio da canção seguinte, “Conspiração”, mais uma balada repleta de guitarras e que encerra com vocalizes que remetem à soul music. “Trilhos sem Saída”, nona faixa do disco, é um rockabilly, meio rap, meio rock progressivo que nos conduz para a úl ma faixa do álbum. “Amor nunca Mais” é o poslúdio da obra, um “blues progressivo”, ilustrado pelo arranjo de sopros cria vo do saxofonista e compositor Rodrigo Siervo (Funkalister e Camerata Brasileira). As letras de Naddo tem um cuidado poé co peculiar, sempre coerentes com os desenhos harmônicos de suas canções. Imerso em um liquidificador de referências, que vão do rock'n'roll até a MPB, passando pelo rock progressivo, rockabilly, rap, reggae, blues e soul, Naddo está entre três gigantes da discografia gaúcha, Marcelo Fruet (produção musical), Leo Lage (designer gráfico) e Marcos Abreu (masterização). Ademais, o disco é repleto de par cipações especiais, além das citadas, incluindo Aldo Ibaños (baixo), Luciano Leães (Wurlitzer), e músicos das Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul e OSPA. A arte gráfica, assinada por Leo Lage, é inspirada em Lucio Pian no. Ar sta visual portador de Síndrome de Down, Pian no tem uma obra sensível, repleta de cores, e expõe em galerias de arte do Brasil e Itália. Sobre o ar sta, Naddo comenta: “conheci a obra do Lucio (e virei fã) através de seu o Luciano As ko (ar sta e palhaço de rua) que encontrei no Fes val Universo Paralelo, na Bahia, em uma turnê com um grupo que par cipei. Agradeço à família do Lucio por ter autorizado esta parceria, que tem por maior interesse divulgar a obra do Lucio o quanto pudermos”. Formado por Naddo Pontes (voz, ukulele e teclados), Cín a Rodrigues (voz e percussão), Marcelo Marinoni (guitarra e voz), Rodrigo Ruivo (baixo) e Marcelo Masina (bateria), Naddo Entre Gigantes é remanescente dos Melomaníacos (em a vidade desde 2004), e até então não havia entrado em estúdio. O disco teve sua pré-produção iniciada em 2010, as gravações finalizadas em 2013 e o lançamento em 2014. No momento, o grupo está focado na divulgação e difusão de seu disco, mas tem planos de gravar novas músicas num futuro breve. Os resultados do álbum de estreia já são percebidos pelas plateias cheias nos seus shows e pelas crí cas posi vas que o álbum tem recebido, com destaque para a inserção na lista dos 100 melhores lançamentos de 2014 do site Embrulhador.
Apoio:
A produção foi financiada pelo Fundo Municipal de Cultura de São Leopoldo e por plataformas de financiamento cole vo da internet. É possível adquirir o disco de Naddo Entre Gigantes na Toca do Disco (Garibaldi, 1043 – PoA), Casa da Traça (Independência, 450 – PoA), OpenStage (O o Niemeyer, 2415 – PoA) e Vida Mais Gráfica Expressa (Praça Conde de Porto Alegre, 41 – PoA). Também disponível para download no www.soundcloud.com/naddoentregigantes. Contatos: (51)3023.4817, (51)8599.0770 e (51)3228.5599.
Escola de Música e Produções Ar s cas 51
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JĂşlia & Simone GRAPHIC NOVEL
Por
Cloveci Muruci de Porto Alegre/RS
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ARTIGO
Lei 11.769 e o ensino de música dialógico ou
POR QUE ESTUDAR MÚSICA? Por
Por Paulo F. Parada / Paulinho Parada de Porto Alegre/RS Email: paulinhoparada@hotmail.com Foto: Achu
na José do Patrocínio, 541, Cidade Baixa
www.murucieditor.tumblr.com
Almoço Disco Bar Segunda a Sábado das 11:30 às 14:30
Sou professor desde os meus 17 anos de idade, quando ministrava aulas para amigos e conhecidos, geralmente a temá ca das aulas era música ou alguma matéria do colégio que eu dominava. Hoje tenho formação para a prá ca docente, mas na época seguia uma espécie de ins nto e forte mo vação pelo conhecimento. Pude estudar música de graça e de forma con nuada somente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando já nha meus 21 anos de idade em 2010. Acontece que no tempo da infância e adolescência, nunca ve condições de pagar professores par culares de música, não obstante quando meus pais inves am em algumas aulas esparsas e descon nuadas quando eu era criança. Contei esse breve resumo de história de vida, para afirmar que é comum essa vivência de não poder estudar música: percebo essa realidade conversando com amigos, alunos, professores, músicos, ar stas, etc. Nem todas as pessoas podem pagar uma escola de música, professor par cular, etc. Nem toda a escola básica tem educação musical em seu currículo. Em 2008 o ex-presidente Lula sancionou a lei 11.769 que torna obrigatório o ensino de música nas escolas públicas e privadas, com prazo até 2011 para a adaptação das escolas. A realidade é que estamos em 2015 e ainda são poucas as escolas que oferecem o ensino de música com qualidade e aprofundamento. Algumas ins tuições de ensino fazem com que professores de outras disciplinas, com pouco ou nenhum conhecimento prá co ou teórico em música, ministrem aulas de musicalização. Outras escolas são exemplos em organização e mostram que é possível ensinar música na escola básica. E se pensarmos o problema de outra forma: por que estudar música? Como ensinar música na realidade do Brasil? A educadora Leda Maffiolle em seu ar go “O que se aprende com Música?”, afirma que “situar-se no espaço-tempo da música envolve a mesma complexidade que situar-se no mundo. Do que se pode inferir que fazer música é produzir formas de compreensão de si no mundo”. Certamente, compreender um pouco de si mesmo é uma forma reflexiva e crí ca de transformação: um exercício filosófico que engendra mudanças cole vas para quem apreende música em grupo. A professora Jusamara Souza (no ar go Educação Musical e Prá cas Sociais publicado pela revista ABEM), defende o ensino de música como prá ca social, afirmando que as preferências musicais dos adolescentes estão ligadas a “gêneros musicais que para eles possuem um significado relacionado à liberdade de expressão e de mudança”. Buscar a compreensão e a reflexão crí ca do mundo que nos cerca é pensar no outro. É vigente a preocupação com a diversidade também nas áreas de ensino de história e história da educação, mirando principalmente as prá cas e as vozes das populações indígenas e das classes populares, abordando conceitos como etnia, raça, gênero e geração. Estudar música é primordial, não somente pelo desenvolvimento cogni vo, saúde sica e mental: a música é uma poderosa ferramenta de compreensão do passado e, também, do presente, porque constrói, transforma e reflete nossas interações e necessidades iden tárias no mundo e com o mundo. Infelizmente essa discussão não está superada: é comum ques onar os mo vos pelos quais devemos estudar música. E como ensinar música? É triste quando um aluno se depara com um professor autoritário, que não compreende e não deseja entender as mo vações que levaram o estudante a querer aprender certo po de música. Acredito que devemos abrir mão do ensino como mera transferência de conhecimento: o saber se faz no cole vo, onde aprendemos com o outro e não (para ou) pelo outro. Gostar de sertanejo, rock, funk, bossa nova, samba, ou seja lá qual música do mundo, acontece porque vivenciamos algo intenso com a expressão de determinada cultura. Funk, rap, reggae, pop, etc é música sim, não podemos desprezar as diversas manifestações culturais existentes no mundo. Aliás, depreciar as prá cas populares e elevar a cultura erudita é um discurso classista de ódio e preconceito. Alguns professores não sabem disso, mas é! Creio que o ensino de música deve ser dialógico, pois como dizia Paulo Freire: “o mundo não é. O mundo está sendo”, podemos viabilizar transformações e quebrar paradigmas. Convido o leitor para refle r a importância do ensino de música. E, ainda: cobrar das escolas públicas e privadas o ensino de música (principalmente dos governantes e órgãos públicos que liberam essa verba). É direito nosso, é lei e poucos sabem. O número da lei está aí, os pais e alunos devem buscar no ciberespaço Google: “lei 11.769”, e pronto, lá está a lei para imprimir e levar na ins tuição de ensino ou procurar um canal de diálogo com os governantes e órgãos públicos. Todos merecem estudar música, bem como os professores de música e de outras áreas precisam de valorização profissional, melhores salários e condições de trabalho. Viver é um ato polí co, todos nós fazemos polí ca mesmo quando não sabemos que estamos fazendo. É interessante ques onar os por quês: por que o ensino de música não é valorizado no Brasil? Quem se beneficia com isso? Fico feliz em ter esse espaço para dialogar com o leitor de uma forma simples e direta. Deixo aqui meu contato para conversarmos sobre o assunto, está feito o convite, vamos refle r juntos.
Referências u lizadas: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prá ca Educa va. São Paulo: Paz e Terra, 1996 MAFFIOLLETI, Leda de Albuquerque. O que se aprende com música? Pedagogia da Arte: entre-lugares da escola – volume 2 / [org.] Gilberto Icle – Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 23-39, 2012 SOUZA, Jusamara. Educação musical e prá cas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, 7-11, mar. 2004.
Design
Altar Barroco
Raquel Hirtz Trein 51
8111-0186 | 51 8111-0012
Técnica: acrílico sobre encosto e folhação em ouro no estofado.
Reflexo do rebuscamento terreno e celes al, na execução de três obras sacras, das quais uma delas a cadeira "Altar Barroco". Elementos de renascença, mantendo criteriosamente originalidade das cores e formas u lizadas na época. Intensa sensibilidade deixa fluir de corpo e alma na linguagem rebuscada. Influência nas profecias, em meio às crises dos valores pelas lutas religiosas, onde passavam por reformas polí cas e sociais".