Ano 7 - Número 19 R$ 29,90 - Junho/2022
SALA TECH DINAMIZA ATIVIDADES
Novo espaço do Colégio Dehon, em Tubarão, traz ambiente inovador para alunos. Páginas 14 a 17
Editorial
Qualquer profissional de ensino que se mantenha atualizado sobre as maiores tendências da área sabe que, a utilização da tecnologia na educação já é uma necessidade inadiável. Afinal, é impossível ignorar o quanto a digitalização impactou diretamente o ritmo das transformações sociais e mudou o comportamento em relação ao sistema de aprendizagem. Em Tubarão, a tecnologia ganhou uma aliada. O Colégio Dehon acaba de implantar a Sala Tech. O espaço é um ambiente inovador que vai auxiliar no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes, tema que ganhou a capa desta edição da revista Tudo. E, se vamos falar de tecnologia, abordamos nesta edição sobre uma empresa formada por estudantes do curso superior de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IFSC Câmpus Tubarão que está oferecendo uma série de serviços para empresas da região que necessitam de suporte aos seus negócios. Sobre os rumos de Santa Catarina para os próximos anos, esta edição conversa com o governador do Estado, Carlos Moisés, que traz um balanço das últimas ações e o que o catarinense pode esperar de inovações. Na editoria de Saúde, o destaque é para o tratamento da fibromialgia que nesta época do ano, afeta ainda mais os portadores da doença. Na Reportagem Especial, o assunto é longevidade. Como as pessoas que passaram dos 60 anos se mantém ativas e buscam ainda mais qualidade de vida. Em Especial Cidades, Capivari de Baixo mostra as ações em prol do cidadão. E para aquela que amam seu pet, na editoria Universo Pet, a reportagem da Tudo traz informação de como fazer a despedida do bichinho de estimação quando ele se despede de seu tutor. Enfim, mais uma edição com TUDO para quem deseja informação e divertimento em uma revista. Boa leitura!
Daiane Fernandes Editora
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Expediente
Equipe de direção: Cristiano Carrador Lúcio Flávio de Oliveira Tomaz Viana de Albuquerque Edição e textos: Daiane Fernandes Relacionamento com o cliente: Giovani Dal-Bó Daniel Pereira Diagramação: UAW! Comunicação & Design Colaboração: Assessorias de imprensa Impressão: Gráfica Soller
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Índice
12. Um Pouco de TUDO 14. Educação 18. Saúde 21. Superação 23. Especial Cidades 27. Reportagem Especial
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Índice
30. Tecnologia 32. Economia 36. Entrevista 40. Inovação 42. Ambientes
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Índice
47. Ambientes 52. Artigo 54. Cultura 56. Beleza 58. Roteiro 61. Universo Pet 64. Mundo Novo
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Índice
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Um pouco de TUDO
Google Street View completa 15 anos O Street View, recurso que permite fazer passeios virtuais pelo mundo por meio de imagens em 360 graus, completou 15 anos. Por conta da data, o Google anunciou mudanças e revelou quais foram os locais mais visualizados pelos usuários em 2021. O histórico de imagens, recurso que permite ver como um local era anos atrás e que só estava disponível no desktop, foi liberado para Android e iOS.
Mona Lisa sofre ataque com torta Uma das obras de arte mais famosas do mundo, La Gioconda, também conhecida como Mona Lisa, saiu ilesa de um ataque. O incidente aconteceu quando um homem com uma peruca e em uma cadeira de rodas atirou a torta contra a película de vidro que protege a pintura de Leonardo da Vinci. Os seguranças expulsaram imediatamente a pessoa do museu, e funcionários iniciaram a limpeza da sala.
Brasileiro vai ao espaço Por meros R$ 12 mil, um engenheiro de 28 anos atestou que “a Terra é azul” e viveu a experiência da ausência de gravidade. Victor Hespanha voou ao lado do americano Evan Dick, que integrou uma missão da New Shepard em dezembro do ano passado, do empresário e piloto de aviões comerciais Hamish Harding, de dois investidores chamados Jaison Robinson e Victor Vescovo, e de Katya Echazarreta, que será a primeira mulher mexicana no espaço. 12
Um pouco de TUDO
Influencer viajante e seu cachorro deixam legado
O influencer catarinense Jesse Kozechen, ou “Jesse Koz”, e seu cachorro Shurastey, conhecidos nas redes sociais pelas viagens que faziam juntos, que morreram em um acidente de carro nos Estados Unidos, deixaram um legado por onde passaram. A dupla era conhecida por viajar o mundo dentro de um Fusca 1978, com placas de Balneário Camboriú.
A viagem fazia parte de um projeto, chamado “Shurastey or Shuraigow?”, uma adaptação inspirada na música “Should I Stay or Should I Go” (traduzido do inglês Devo Ficar ou Devo Ir), sucesso da banda The Clash. No Instagram, quase 500 mil pessoas acompanhavam as aventuras diárias do trio Jesse, Dodongo, como era chamado o Fusca, e Shurastey.
AstraZeneca chega às clínicas particulares Dois milhões de doses de vacina da AstraZenca contra covid-19, encaminhadas para o setor privado, estarão disponíveis em clínicas do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, diz o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac), Geraldo Barbosa. A entidade estima que cada aplicação custará, em média, R$ 350 e que a fatia de mercado a ser explorada é a dos brasileiros que ainda não foram ao Sistema Único de Saúde (SUS), por vontade própria.
Testes demonstraram ‘maturidade’ do sistema eleitoral A Comissão Avaliadora do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS) afirmou no relatório final apresentado ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Edson Fachin, que os resultados obtidos nos procedimentos demonstram “maturidade dos sistemas eleitorais”. O TPS é um conjunto de ações controladas realizadas por especialistas com o objetivo de identificar eventuais vulnerabilidades e falhas que violem a integridade e o sigilo dos votos de uma eleição.. 13
Educação
SALA TECH DINAMIZA ATIVIDADES Novo espaço do Colégio Dehon, em Tubarão, traz ambiente inovador para estudantes
A geração da tecnologia ganhou uma aliada no Colégio Dehon, em Tubarão: a Sala Tech. Com diversas ferramentas tecnológicas, o espaço é um ambiente inovador que vai auxiliar no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Os equipamentos e materiais serão disponibilizados desde a Educação Infantil ao Pré-vestibular. De acordo com o Diretor do Colégio Dehon, José Antonio Matiolla, o local foi pensado para dinamizar as atividades pedagógicas. “Tem como propósito trazer metodologias e espaço diferenciados de aprendizagem para que os alunos possam desenvolver as suas habilidades e competências”, diz o diretor. Na Sala Tech, estarão à disposição dos estudantes duas TVs Touch Screen, que funcionam como
telas interativas, 40 computadores do tipo Chromebook, óculos de realidade virtual, impressora 3D e internet de alta velocidade. “Essa sala é uma antecipação do futuro. Nós estamos construindo metodologias que precisam de espaços diferenciados para gerar aprendizagem. Não dá mais para pensar em um modelo de sala de aula em que o professor está entre o estudante e o quadro. Nós trabalhamos para que o estudante seja protagonista da aprendizagem. Por isso, essa sala é um sinal do que serão as salas do futuro”, ressalta Matiolla. 14
Educação
Investimento e interatividade Esse é mais um grande investimento do Colégio Dehon e da Fundação Unisul, mantenedora da unidade escolar, que visa possibilitar aos estudantes maior interatividade dentro da sala de aula. “Nós vivemos em uma ambiência de novas tecnologias que, eu diria, é da era virtual. O processo de ensino e aprendizagem tem que levar para a sala de aula essa ambiência. Então, o aluno já vem com a sua identidade formada, do ponto de manuseio das novas tecnologias, e o processo de ensino tem que acompanhar isso”, destaca o presidente da Fundação Unisul, Sebastião Salésio Herdt. Para o vice-presidente da Fundação Unisul, Valter Alves Schmitz Neto, é motivo de orgulho ter essa novidade na escola. “Muito orgulho do desempenho de todo o time, da parceria com a Google e da visão de futuro para a educação que estamos construindo juntos para o Colégio Dehon”, destaca Valter.
Novidades e inovação Atento às inovações tecnológicas que contribuem com o ensino e a aprendizagem, o Colégio Dehon adotou a plataforma Google for Education no processo educativo. O sistema oferece um pacote de ferramentas on-line e soluções colaborativas para professores e estudantes. O projeto foi implantado por meio de uma parceria entre a Fundação Unisul, mantenedora do Colégio Dehon, e a empresa Reeducation, consultoria de tecnologia educacional e uma das principais parceiras do Google for Education na
América Latina. A proposta tem por objetivo tornar-se referência em toda a região Sul, aliando inovação aos processos pedagógicos. “Vamos desenvolver habilidades e competências que serão úteis na construção do futuro. O uso dessas tecnologias dará a esses estudantes a oportunidade de, no contato com os seus professores, vislumbrar uma forma nova de aprender. Eles serão os gestores da sua aprendizagem. E nada mais correto do que nesse momento colocar a tecnologia à disposição”, explica Matiolla.
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Educação
Prioridade para o crescimento dos alunos O presidente da Fundação Unisul, Sebastião Salésio Herdt, ressalta que a instituição priorizou uma plataforma que proporcione o crescimento dos estudantes. “Nós encontramos no Google for Education ferramentas que permitem integração entre professores e estudantes. Com a orientação dos nossos professores, os estudantes irão interagir e potencializar a aprendizagem”, destaca o presidente. “Queremos que os professores utilizem a tecnologia para construir estratégias e metodologias inovadoras,” acrescenta Matiolla. A transformação, no entanto, não ficará restrita ao Colégio. O objetivo é romper barreiras e desmitificar a ideia de que a sala de aula é o único local da aprendizagem. Desta forma, com as tecnologias à disposição, as ferramentas envolvem os estudantes a qualquer hora e lugar e por meio de qualquer dispositivo móvel.
Para o vice-presidente da Fundação Unisul, Valter Alves Schmitz Neto, o programa vai fazer com que a instituição esteja à frente do seu tempo. “Nós temos é a consolidação de uma metodologia do processo de ensino e aprendizagem que vai ajudar a transformar a vida das crianças, que vai posicionar essas crianças de uma forma melhor no mercado futuro que elas vão estar inseridas. Não só como profissionais, mas como cidadãs do mundo. E estar inserida em uma plataforma como a Google for Education certamente é um passo muito importante para inserir as crianças nesse novo contexto globalizado”, diz.
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Educação
Colégio tem 75 anos de histórias No dia 12 de agosto, o Colégio Dehon celebrará 75 anos de funcionamento. A data é em homenagem ao dia da morte do Padre Leão Dehon, patrono do Colégio, falecido em 1925. O Colégio se chamava Ginásio Sagrado Coração de Jesus e passou a ser Colégio Dehon quando foi aprovada a inclusão do Ensino Médio, em 1957, homenageando o fundador da Congregação dos padres do Sagrado Coração de Jesus, Padre Leão João Dehon. Atualmente, o Colégio oferece ensino da Educação Infantil ao Pré-vestibular. Desde 1947, o Colégio Dehon de Tubarão vem
criando uma trajetória constantemente renovada à luz de novos valores, pautados na humanização como principal ingrediente para o desenvolvimento de seres humanos engajados na construção de um mundo melhor, onde a ética e a solidariedade sejam referências de convivência familiar e em sociedade. O Colégio Dehon tem espaços apropriados para cada nível de ensino e utiliza a estrutura da Unisul: laboratórios, quadras poliesportivas, salas de música e arte, entre outros ambientes que oportunizam uma aprendizagem diferenciada e valorizam o conhecimento.
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Saúde
FIBROMIALGIA: O ATENDIMENTO QUE OPORTUNIZA A CHANCE DE
UMA VIDA SEM DOR
Serviços multidisciplinares são os grandes diferenciais para auxiliar pessoas que sofrem com a doença
trabalho que é pioneiro no Brasil, e o município de Indaial, no Norte de Santa Catarina, está em fase de implantação do programa inspirado na universidade. A busca pela referência, conforme a delegada voluntária da região Sul da Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Relacionadas (Anfibro), Flávia Mesquita, se dá pelo método no atendimento realizado ao fibromiálgico.
“Estava em uma crise suicida por falta de tratamento e de medicamento, até que um dia minha vida mudou completamente, tanto nas dores quanto no meu psicológico”. Esse relato emotivo e intenso é de Giselli Cunha, que sofre, há 20 anos, com a síndrome da fibromialgia. A doença, que atinge principalmente mulheres, provoca dor intensa, cansaço, ansiedade, depressão, problemas cognitivos, entre outros sintomas, e afeta em torno de 2,5% a 5% da população no Brasil, segundo estimativas. Giselli é uma das pacientes do Ambulatório de Atenção à Pessoa com Fibromialgia da Unesc, que fica anexo às Clínicas Integradas e, desde que foi implantado, já atendeu quase cinco mil pessoas até abril deste ano. O modelo deu tão certo que vem inspirando projetos similares não somente no Estado e no país, mas internacionalmente. A Itália, por exemplo, já está interessada em conhecer o
“Um dos grandes diferenciais da Unesc está no atendimento multidisciplinar, que é o ideal para quem sofre com a fibromialgia. A Universidade foi pioneira no Brasil e está servindo de molde para muita gente. Portanto, levamos esse exemplo para vários lugares”, relata Flávia, que também é coordenadora do Comitê de Saúde do Grupo de Mulheres do Brasil, Núcleo Joinville.
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Saúde
Atendimento multidisciplinar No atendimento multidisciplinar, a equipe multiprofissional em saúde é composta por profissionais de diferentes áreas, que trabalham conjuntamente em prol da saúde e do bem-estar de um paciente ou mesmo de uma família, o que permite a percepção do problema a partir de diferentes olhares, podendo haver um cuidado mais eficaz. “O tratamento multidisciplinar é importante por ser uma dor generalizada e intensa com influência de vários fatores e que acaba atingindo vários sistemas orgânicos. Aqui cada um trabalha dentro das suas especialidades e em conjunto com os demais profissionais das outras áreas, de acordo com a necessidade de cada paciente. Este processo chama-se Projeto Terapêutico Singular (PTS) e faz parte da Política de Humanização proposta pelo Ministério da Saúde”, explica a então gestora das Clínicas Integradas da Universidade, Mágada Tessmann. Segundo ela, isso também permite que o atendimento seja mais horizontalizado, sem a supervalorização de uma única disciplina ou profissão, concedendo maior diálogo entre os profissionais e
uma assistência mais humanizada. Para isso são envolvidos especialistas, como nutricionista, psiquiatra, profissional da educação física, fisioterapeuta, cirurgião dentista, enfermeiro, dentre outros.
A dor solitária e a acolhida pelos profissionais Quem também é atendida é Jucimere Pereira Bussolo. “Muitas vezes chegamos com muita dor e saímos daqui aliviados. É uma esperança de poder ser ajudada, o que faz diferença na nossa vida e, além disso, encontrar uma pessoa que entende as nossas dores. Foi uma porta aberta para mim. Estou feliz e alegre pela oportunidade. O dia em que temos menos crises de dor é um alívio”, salienta ela, logo após a sessão de fisioterapia aquática.
Márcia Beatriz Santana Gomes é moradora de Concórdia e veio até a Unesc para conhecer os trabalhos do Ambulatório. Durante a visita relatou, emocionada, o seu cotidiano. “O fibromiálgico se sente muito solitário na sua dor porque é uma dor diversa, generalizada e que nem a gente mesmo consegue entender no princípio da doença. Essa integração de troca de informações é muito boa porque nos sentimos acolhidos”, diz.
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Saúde
Pedido atendido troalimentar um ciclo vicioso, agravando e intensificando a dor, potencializando um modus operandi de manutenção do quadro de dor”, pontua. Dessa forma, segundo ela, o processo de acompanhamento psicológico do paciente deve estar totalmente integrado a um plano terapêutico singular baseado nas demandas daquele indivíduo, em conjunto com a equipe. “Sendo, assim, necessário compreender aspectos relacionados ao significado simbólico da experiência da dor, relações disfuncionais, com conflitos familiares ou interpessoais, vivencias traumáticas, sobrecarga de trabalho, dependência e submissão afetiva, para propiciá-lo a autoconsciência na busca por escolhas assertivas, assegurando autonomia e melhora na qualidade de vida”, acrescenta a psicóloga.
Para a psicóloga Suzamara Vieira, uma das profissionais que atuou na implantação do programa, devido à complexidade da fibromialgia, o diagnóstico e manejo são desafiadores. Deste modo, é necessário, conforme ela, que sejam realizadas ações que contemplem o atendimento integral pelas equipes multiprofissionais com a abordagem interdisciplinar, sendo essencial a compreensão do momento vivido pelo paciente e suas interconexões com a saúde mental. “Os pacientes com fibromialgia, na busca pelo controle da dor, acabam abandonando atividades laborais, sociais, até mesmo seu lazer, sendo que este comportamento de esquiva pode até mesmo aumentar a novas respostas dolorosas, vindo a re-
Unesc entende a dimensão e amplia atendimento O atendimento especializado é realizado por meio do encaminhamento das Unidades de Saúde dos municípios e tem o foco voltado aos casos mais graves da síndrome. Depois do tratamento o paciente recebe alta, mas os casos seguem acompanhados nas próprias unidades, com orientações do Ambulatório.
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Superação
PROFISSIONAIS RELEMBRAM ATUAÇÃO Para trabalhadores do Hospital Unimed, a covid-19 trouxe momentos desafiadores durante trabalho na linha de frente contra a doença
“Percebemos que tinha muita medicação usada de forma incorreta e isto atrapalhou muito, aliado às fakes news, propagando a desinformação. Existia uma competição de informação em que, muitas vezes, os leigos achavam que sabiam mais do que os profissionais médicos. Isto interferiu no tratamento e no combate ao coronavírus. Tivemos que enfrentar estas situações com a ciência e não com pseudociência, que não se baseia em evidências e que gera mais mal do que bem”, constata o médico.
Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ao mundo o surto da covid-19. No mesmo ano, em 11 de março, a doença foi caracterizada como uma pandemia, tratando-se de uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Durante todo o processo da pandemia do coronavírus, os profissionais da saúde, considerados da “linha de frente” no combate à doença, foram os primeiros a serem afetados diretamente, física e emocionalmente. Chegava muita gente ao mesmo tempo em situação grave e isto antes não acontecia. Foi um drama, período conturbado e de estresse. A constatação é do médico intensivista e coordenador há 18 anos da UTI do Hospital Unimed, Eduardo Godinho, ao lembrar da situação desencadeada pela pandemia do coronavírus. O grande problema, segundo Eduardo, foi a desinformação na fase inicial, não somente da comunidade leiga, mas da área médica, que procurou exaustivamente formas de tratamento que impedisse a evolução da doença.
Segundo o médico, a vacinação e o entendimento da doença fizeram os casos diminuírem. Eduardo avalia que não era só abrir leito de UTI que resolveria o problema, mas ter todo um recurso, principalmente humano. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, bioquímicos, fonoaudiólogos e nutrição, toda a equipe multidisciplinar do Hospital Unimed bem afinada, fez o diferencial na redução no número de óbitos, mesmo não estando todos devidamente preparados. 21
Superação
Período muito angustiante guiam se falar via telefone. Todos ficaram abalados pela doença e a gente, enquanto profissional, por não saber se o tratamento ia dar certo. Período muito angustiante”, recorda. A entrada nos quartos era todo paramentada, só com os olhos expostos. “Era por eles que a gente sorria, tentando dar esperança a cada um. Éramos as últimas pessoas a verem os pacientes acordados antes de irem para a UTI e serem entubados”, relembra. Edna comenta que todos da linha de frente jamais esquecerão destas situações. “Com tudo que aconteceu, podemos evoluir como ser humano, gerando uma grande experiência de vida. Isto veio para mostrar que as pessoas têm que se unirem mais, incorporar mais o espírito de amizade, de apoio e de solidariedade”, acentua a enfermeira.
A enfermeira Edna Wagner, com 25 anos de formação, atuou na linha de frente do coronavírus na área de internação do Hospital Unimed. Ela, como vários outros profissionais da área da saúde em todo o Brasil, foi contaminada pelo vírus, mas ficando apenas em isolamento domiciliar por ter sido diagnosticada com sintomas leves. A profissional lembra que todos os colegas sempre tiveram a prática da assistência, mas com a pandemia da covid-19 se deparou com uma nova situação. No seu setor de internação, no pico da pandemia, todos os leitos ficaram lotados de pacientes, muitos aguardando procedimentos e outros em situações bem graves à espera para a UTI. “Eram cenas de bastante impacto e com pacientes isolados, sem contato com familiares. Alguns conse-
“Todos tinham que se fazer de fortes” Com pouco mais de dois meses de pandemia da covid-19, a técnica de enfermagem Carla Borges, do Hospital Unimed, onde atua por 10 anos, se viu numa situação bem delicada. Foi uma das primeiras profissionais a apresentar os sintomas da doença e parar por oito dias na UTI, sendo seis intubada, somando 16 dias de internação. Carla passou da condição de profissional a paciente. “Sensação única, na qual você se sente sozinha. Uma doença que mexe com o estado emocional. Gracas a Deus tive toda uma assistência desde o pronto atendimento até a internação na UTI”, acentua.
Enfermeira compara covid a uma guerra preciso, segundo Samira, ensinar cada funcionário a se paramentar e entrar na UTI, indo muitas vezes na frente e se mostrar forte. “Não posso deixar de agradecer as pessoas que nos apoiaram nesta trajetória, a direção do hospital, tão presente em todas as fases, toda equipe de médicos, fisioterapeutas, pessoal da farmácia, pessoal da manutenção, engenharia clínica, da limpeza e, principalmente, minha equipe de enfermagem, enfermeiros e técnicos de enfermagem, por terem se dedicado e se doado a cada chamado nosso. Não somos nada sozinhos e tudo que fizemos teve a ajuda de cada um deles”.
Samira Pereira Cardoso, coordenadora da UTI Adulto e Neonatal do Hospital Unimed, lembra dos momentos difíceis em lidar com a desconhecida doença. “Tivemos que nos preparar para um paciente muito grave em UTI e as pessoas com a doença começaram a vir em números elevados”, lembra Samira. “Recebíamos famílias inteiras, marido e mulher, pai, filho e tio. Na região, as contaminações começaram a surgir em festas e, com isso, vinha toda uma família como pacientes. Teve muitas mortes de famílias”, pontua. As pessoas, segundo Samira, não acreditavam no que estava acontecendo. Foi necessário organizar toda uma estrutura. Era 22
CAPIVARI DE BAIXO FOCADA EM AÇÕES
Especial Cidades
Município realiza diversas melhorias pensando no bem-estar o cidadão em longo prazo
e esgotamento sanitário foram elaborados para o período de 35 anos. A intenção é também dar mais autonomia ao município, inclusive com as construções, por futura concessionária, de Estações de Tratamento de Esgoto e Estações de Tratamento de Água. Hoje, por exemplo, a água que chega à cidade vem de Tubarão. O Plano Municipal de Saneamento Básico, elaborado pela empresa Ampla Assessoria e Planejamento, contratada pela prefeitura, tem 540 páginas. Tanto este documento como as minutas e avisos de publicação constam no site da prefeitura e podem ser consultados de maneira inteiramente transparente por qualquer cidadão, empresa e/ou órgão fiscalizador, seguindo, portanto, a transparência necessária.
Cidade replanejada, do futuro e modelo. Neste norte e com projetos-chaves já executados em 2021, e obras que estão sendo realidades neste 2022, Capivari de Baixo segue em crescimento. Com apenas 30 anos, o município busca cada vez mais fazer história. “Podemos ter uma cidade modelo, sim, mas é preciso agir. No ano passado, planejamos. Agora, vem a execução”, diz o prefeito, Vicente Corrêa Costa. Dentre as ações, se organiza todo o trâmite de concessão do saneamento básico do município, principalmente para implantação do seu sistema de esgotamento sanitário, o que irá transformar a cidade e elevar a qualidade de vida dos 25,4 mil moradores. O planejamento e estudo econômico-financeiro do sistema de abastecimento de água
Preocupação com o bem-estar animal animais de ruas. Os filhotes são a maioria dos pets para adoção. Os mais velhos já são castrados, mas o serviço estará garantido quando os pequenos atingirem a idade mínima para o procedimento. A castração de cães e gatos é gratuita ao dono ou tutor e garantida pela prefeitura. É executada por uma clínica credenciada, que funciona na rua Laguna, no bairro Oficinas, em Tubarão.
Este setor tem atuado de maneira cada vez mais abrangente no município, principalmente na questão das castrações de cães e gatos por meio de empresa credenciada, além de diversas fiscalizações preventivas e operações ostensivas, em conjunto com a Guarda Municipal de Capivari de Baixo, contra o crime de maus-tratos a animais. A Assessoria do Bem-Estar Animal também está à frente da organização da Feira da Adoção de Cães e Gatos, um grande evento, com parceria da vereadora Heloisa Cardoso, que ocorre no Parque Ambiental Encantos do Sul. A feira realizada em junho foi a primeira do ano. Capivari tem feito a sua parte no assunto e moderniza o sistema a cada mês. As castrações são o carro-chefe do controle de natalidade, inclusive dos
Para solicitar, basta apresentar os comprovantes de renda e de residência, CPF, RG, título de eleitor e foto do animal de estimação. Para outras informações sobre o bem-estar animal, basta procurar o departamento na Central de Atendimento ao Cidadão, por meio do telefone (48) 3623-4002, ou via WhatsApp: (48) 3623-0606.
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Especial Cidades
Servidores alinhados com a gestão A Secretaria de Gestão e Fazenda tem o papel fundamental de planejamento e contratação para a execução dos serviços municipais. Também faz a gerência dos Recursos Humanos. Agora em junho, adiantou a primeira parcela do 13º salário dos quase 1.000 funcionários da prefeitura, resultando na injeção de R$ 1,1 milhão no município. Esta secretaria também organiza a confecção e distribuição dos carnês do IPTU, os quais deverão começar a chegar às casas dos contribuintes o IPTU 2022. O contribuinte de Capivari de Baixo ganhou mais duas opções para efetuar o pagamento do IPTU. Além das já habituais possibilidades em três cotas únicas, com 20%, 15% ou 10% de desconto, dependendo do prazo, a partir deste ano o pagamento poderá ser feito também em até seis vezes no boleto ou em até 10 vezes no cartão de crédito.
Mais uma novidade nas condições de pagamento. Ainda na Secretaria de Gestão e Fazenda, o Departamento de Planejamento Urbano tem atuado de maneira intensa na questão de projetos visando à pavimentação de diversas ruas, a revitalização da Lagoa do Barreiro, o novo anel viário ligando com a nova ponte Capivari de Baixo - Tubarão (Stélio Boabaid Cascaes), a nova ligação com a BR-101, via rua João Ernesto Ramos, o projeto da nova sede da Guarda Municipal, dentro do Parque Ambiental Encantos do Sul, as construções dos dois postos de saúde que ainda não têm sede própria (Otto e Caçador), projetos das reformas e/ou ampliações dos prédios do CEI Anita Brunel Alves, da Escola Pequeno Polegar, da Escola Vitório Marcon e do CEI Amélia Zanella Machado, além de diversos outros projetos importantes em curso para benefício do cidadão capivariense.
Educação preparando jovens para o futuro Estudantes da rede municipal participam da turma dos Protetores Ambientais (Proa), em um grande projeto em parceria com a Polícia Militar Ambiental. A secretaria realiza a multiplicação de capacitação com todos os professores de educação especial da rede e equipe técnica. A ação é desenvolvida por multiplicadores que participaram do Seminário Caminhos para Inclusão Escolar, que ocorreu recentemente em Imbituba. Um dos projetos colocados em prática neste ano foi a volta do Hino Nacional nas escolas, cantado toda segunda-feira nas cinco escolas da rede municipal. Desde 30 de maio, um grupo de 34 alunos da Venezuela passou a cantar o hino do seu país uma vez por mês, em didática adotada na Escola Santo André. Há projetos de reforma e ampliações, ainda para 2022, do CEI Anita Brunel Alves, do CEI Amélia Zanella Machado, da Escola Pequeno Polegar e da Escola Vitório Marcon. 24
Saúde ganha aliada A Secretaria de Saúde tem modernizado o atendimento em vários aspectos. Uma das grandes obras já colocadas em prática neste ano foi a inauguração, no dia 30 de março, do Centro de Especialidades Médicas (CEM), que atende milhares de capivarienses por mês em um espaço amplo e confortável preparado no Complexo do Pronto Atendimento (PA), no bairro Caçador. A secretaria também gerencia as campanhas de vacinação contra a influenza, o sarampo e a covid-19, esta última alcançando números extraordinários, como 10.503 moradores curados da doença desde o início da pandemia e 26.641 testes realizados. Foram 34 mil doses contra o coronavírus aplicadas até agora, sendo cerca de 18,5 mil cidadãos de cinco anos ou mais vacinados. Para que o serviço de Saúde fique ainda mais completo, a secretaria decidiu contratar mais profissionais por meio de Processo Seletivo Simplificado. Foram 61 vagas para cargos disponíveis para artesão, cirurgião dentista, assistente social, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, médico, nutricionista, psicólogo, psiquiatra, técnico de enfermagem, técnico em radiologia e técnico em saúde bucal. Ainda na questão preventiva, a Secretaria da Saúde fez uma ampla capacitação dos servidores para atuar no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, e montou uma força-tarefa contínua para
evitar que Capivari de Baixo se enquadre na lista de municípios infestados pelo mosquito transmissor de graves doenças como a dengue, zika e chikungunya. Esta ação envolve, inclusive, o uso de drones para mapeamento em pontos de risco, como terrenos baldios, casas fechadas ou ‘abandonadas’, terrenos baldios com mato alto ou resíduos e empresas potencializadoras, como ferros-velhos. Santa Catarina passa por uma situação delicada na questão da dengue, inclusive com diversas mortes em 2022 causadas pelo mosquito. Apoio Todos os postos de saúde estão com médicos e funcionamento a todo o vapor. O PA, conforme proposta inicial, deverá iniciar o atendimento por 12 horas entre este e o próximo ano e, gradativamente, atuar diariamente por 24 horas até 2024. O Governo do Estado também pode ser parceiro do município e aportar recursos para transformar o PA em um Hospital Regional.
Segurança e melhorias para o cidadão Em comemoração aos 30 anos de emancipação político-administrativa de Capivari de Baixo, a prefeitura preparou um presente especial aos moradores. Na verdade, o ‘novo’ local servirá também como cartão-postal da cidade. O Elevado Brasilino Antônio Alves foi revitalizado. A estrutura ganhou uma pintura em arte grafite executada por profissionais contratados. Operações Tapa-Buracos seguem sendo reali-
zadas semanalmente, bem como o Programa Cidade Limpa é intensificado com mutirões nos fins de semana. Pavimentação de ruas, como a Rafael Luciano, no bairro Três de Maio, a Rua Santa Lúcia, no Centro, e a Rua da Liberdade também são novidade. Serão pavimentadas mais 13 ruas em 2022 e será anunciado um pacote com a pavimentação de mais 20 ruas para 2023. Serão cerca de 50 ruas até o fim de 2024.
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Especial Cidades
Curiosidades O povoamento da região de Capivari de Baixo começou no século XVIII, com o deslocamento da colônia de Santo Antônio dos Anjos, de Laguna, por volta de 1721. Os primeiros habitantes desta região foram os tupi-guaranis, mais conhecidos como carijós, que posteriormente tiveram os imigrantes açorianos, portugueses e italianos para compartilharem as suas terras. A origem do nome Capivari de Baixo vem do significado da palavra “Capivary”, que no dicionário Tupi-Guarani, de Silveira Bueno, significa Rios das Capivaras. A este rio os índios denominaram “Capivary”, e assim deu origem ao nome. Capivari de Baixo surgiu em função de esta ser a parte final do rio, que tem nascente no município de São Bonifácio. Até 1941 Capivari era uma região agrícola, até que a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1945, provocou um aumento considerável na população e, assim, Capivari tornou-se um imenso canteiro de obras com operários bem pagos.
“Podemos ter uma cidade modelo, sim, mas é preciso agir. No ano passado, planejamos. Agora, vem a execução”.
Em 2 de setembro de 1985 o então vereador Luiz Carlos Brunel Alves apresentou projeto transformando o bairro de Capivari em distrito, aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores de Tubarão. A lei criando o distrito foi sancionada em 4 de julho de 1986 pelo prefeito Miguel Ximenes de Melo Filho. Em 13 de outubro de 1986 foi homologada a lei que criou o distrito de Capivari de Baixo pelo governador do Estado, Esperidião Amin Helou Filho, depois de aprovada pela Assembleia Legislativa. No dia 18 de outubro de 1987 foi instalado oficialmente o distrito de Capivari de Baixo em ato solene na praça da matriz, com inauguração do monumento alusivo ao acontecimento, sendo prefeito de Tubarão Miguel Ximenes de Melo Filho - na interinidade, Luiz Carlos Brunel Alves. No dia 21 de agosto de 1991 foi criada a comissão de emancipação. Em 15 de março de 1992 foi realizado o plebiscito e aprovada a emancipação, com 4.377 votos a favor. No dia 27 de março do mesmo ano foi aprovada pela Assembleia Legislativa a criação do município de Capivari de Baixo, desmembrando-o de Tubarão.
VICENTE CORRÊA COSTA PREFEITO DE CAPIVARI DE BAIXO
No dia 30 de março de 1992 o governador Vilson Pedro Kleinübing sancionou a Lei nº 8.556, criando oficialmente o município de Capivari de Baixo. No dia 1º de janeiro de 1993 foram empossados o prefeito Nilton Augusto Sachetti e seu vice, Amadeu Felipe Maciel da Luz, os primeiros administradores do município. Dados Área: População: Altitude: Taxa de escolarização de 6 a 14 anos: PIB per capita: 26
53,164 km² 25.477 habitantes 12m acima do nível do mar. 97,6 % R$ 36.842,78
LONGEVIDADE E DISPOSIÇÃO Idosos mostram que idade é apenas um número e demonstram o segredo da disposição e vontade de viver
de quase 77 anos, em 2010, era de 73 anos. O aumento do número de idosos vem acompanhado de uma mudança de perfil dessa parcela da população ao longo dos anos. A longevidade, a mudança de comportamento e a busca por alternativas que mantenha essa classe mais ativa, é um dos segredos. A prática de exercícios, a alimentação saudável e o avanço da ciência que permitiu a descoberta de novos tratamentos também são aliados.
Em pouco mais de dez anos, o número de idosos no Brasil aumentou em 11 milhões de pessoas. Em 2010, o país tinha 19 milhões de habitantes com mais de 60 anos de idade. Em 2021, esse número chegou a 30,3 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa para as próximas décadas é que esse número continue aumentando. Projeções estimam que, em 2060, três em cada dez brasileiros serão idosos. Atualmente, a expectativa de vida no Brasil é
Exemplo de dedicação e solidariedade Por Micheline Zim Aos 93 anos, Lourença Cargnin D’Aláscio, de Tubarão, dedica boa parte do seu tempo para fazer o bem. Há aproximadamente dois anos, ela confecciona casaquinhos e blusas de crochê para serem doadas a crianças em situação de vulnerabilidade social. Dona Lourença sempre foi muito atuante, principalmente nas atividades da Catedral Diocesana de Tubarão e também como escritora - inclusive, com livros publicados. O crochê sempre fez parte de um de seus hobbies, mas que foi deixado de lado após a morte de seu marido, há alguns anos. Em 2020, no entanto, a técnica de Enfermagem Célia Alves foi trabalhar com dona Lourença. De cuidadora a amiga, Célia disse que começou a pensar em algo que pudesse também “agitar” um pouco a rotina de dona Lourença, que ficava apenas em casa por conta da pandemia de covid. “Eu sabia que ela gostava de crochê e havia parado há um tempo de fazer. Como estava prestes a ganhar um bisneto, sugeri que fizéssemos casaquinhos para o neném que estava por vir e ela, mesmo reticente no começo, dizendo que
não sabia mais nem pegar na agulha, aceitou. Daí não paramos mais”, lembra. Dos casaquinhos ao bisneto, a ideia foi além. Sempre envolvida com a comunidade, dona Lourença pensou que poderia fazer algo a mais. Foi então que surgiu a ideia de fazer os casaquinhos e blusas para serem doados, através do Apostolado da Oração da Catedral. “Para mim, foi uma maravilha. Esta minha grande amiga Célia, que é um presente de Deus que ganhei, me incentivou e agora passamos o dia crochetando. Quando as peças ficam prontas, tenho a amiga Rosita Willemann Porto, também do Apostolado, que busca os casacos e faz a distribuição às famílias que necessitam”, conta.
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Especial
Produção de casacos precisa de mais e mais lãs Célia e dona Lourença já perderam as contas de quantos casacos e blusas de crochê já fizeram para serem doados. Os novelos de lãs são comprados por ela e pelos filhos. Como eles tiveram uma alta nos preços e a produção cada vez foi ficando maior, esta semana Célia chegou a sugerir que fizessem uma rifa para arrecadar mais dinheiro para comprar as lãs que se transformarão em mais peças. “Quando sugeri a rifa, dona Lourença ficou ainda mais animada. Colocamos primeiro 200 números para venda de bilhetes, a R$ 5. Mas o sucesso foi tanto que tivemos que aumentar e chegamos a quase 650 números vendidos”, comemora. Quem quiser doar lã, pode entrar em contato com Célia, pelo telefone (48) 99648-3141.
100 anos de vitalidade e muitas histórias educação para nossos filhos. Pesquisamos várias cidades, até no Rio Grande do Sul, e foi por Tubarão que sentimos mais afinidade. Já tinha alguns conhecidos aqui, e minha mãe também gostava da cidade, então, viemos para cá”, conta. Em pouco tempo, o casal já estava estabelecido na Cidade Azul, onde nasceram os outros dois filhos, Antônio Carlos e Mariléa, e onde Lindomar abriu sua farmácia, a Santa Albertina, na rua Coronel Collaço, que funcionou até sua aposentadoria, aos 85 anos. “A sociedade tubaronense nos recebeu de braços abertos. Em pouco tempo, já éramos sócios dos clubes mais tradicionais da cidade: 7 de Julho, 29 de Junho e Sul Catarinense. Também ajudei a fundar o Cidade Luz e era torcedor do Ferroviário”, conta Lindomar, que também foi um dos fundadores do CDL. “Aqui é nossa cidade, onde temos grandes amigos, onde formamos nossa família completa, agora com três filhos (quatro faleceram), 13 netos e 15 bisnetos”, completa.
Quando Tubarão completava 52 anos, em 27 de maio, nascia em Lauro Müller Lindomar Tournier. Ainda sem saber, a história dos dois já estava intrinsecamente ligada. Atualmente, Lindomar celebra 100 anos de vida. Destes, sua trajetória começou quando ele foi trabalhar aos dez anos na farmácia de um tio. “Eu sempre soube que farmácia era minha vocação”, lembra ele, que fez desta sua profissão por 75 anos. Casou com o grande amor de sua vida, Francisca, em 3 de novembro de 1944 (estão prestes a comemorar 78 anos de casados), em Araranguá, onde ela morava e onde ele trabalhava na época. De lá, o casal se mudou para a terra natal de Lindomar, no Guatá, em Lauro Müller. Foi lá que nasceram os cinco primeiros filhos: Maria Helena, Vera Lúcia, José Roberto, Maria Inês e Elizabeth (que faleceu com apenas nove meses). Em 1955, Lindomar veio com a esposa e os quatro filhos morar em Tubarão. “Buscávamos uma melhor qualidade de
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Especial
O segredo de uma vida longa e saudável centemente e recebi os parabéns do médico. Isso que há alguns anos tive um câncer de garganta, mas foi curado e hoje não sinto nada. Apenas um pouco de dificuldade pra andar, mas acredito que seja por causa da idade mesmo”, avalia. Nem mesmo a pandemia da covid-19, que Lindomar disse ter sido a pior crise de saúde já vivenciada por ele em todos estes anos, o afetou fisicamente. “Tomei todas as doses necessárias da vacina e me cuidei bastante, sem sair quase de casa. Tenho pena de ter perdido alguns amigos para esta doença, mas é preciso enaltecer a ciência, que criou a vacina e que está nos livrando disso em todo o mundo”, pontua.
Usar a palavra lucidez para descrever como está Lindomar Tournier ao chegar a 100 anos é muito pouco. Com uma conversa calma, muitas histórias de vida, uma memória impecável, ensinamentos que repassa com carinho e apenas com um “pouco” de cansaço nas pernas, ele diz feliz da vida que acha que agora está “começando a ficar velho. Daqui a uns cinco anos, acho que terei envelhecido, talvez”, brinca o homem, que ainda se derrete de amores pela esposa e que se desdobra em cuidados com ela. “Levo uma vida tranquila, nunca tive inimigos, acredito que só fiz amigos e ainda faço até hoje”, afirma. “Não tenho nenhum problema de saúde, inclusive, fiz um check-up re-
Escritor e colunista A outra vocação de Lindomar Tournier ficou guardada até sua aposentadoria e, então, aflorou. Artes plásticas e literatura. Autodidata também nestas áreas, aos 85 anos, escreveu seu primeiro livro e também começou a pintar telas. Agora, prestes a completar 100 anos, ele lança seu 10º livro, dos 20 que tem escritos “e mais outros cinco que já estou escrevendo”, revela. O escritor, que já foi colunista do DS e fundador da Academia Tubaronense de Letras. Recentemente lançou seu livro, “A Carta”.
Vovós tiktokers fazem sucesso De Brusque, no Vale do Itajaí, as irmãs “Vó e Tita”, de 81 e 84 anos, podem dizer que alcançaram internautas de todo o Brasil. Há menos de dois meses produzindo conteúdo para o Tiktok, a dupla soma mais de 100 mil seguidores na plataforma. Os vídeos acompanham as tendências da rede social, mas se diferenciam por manter a rotina leve das aposentadas. Nas publicações, elas aparecem descontraídas e são conduzidas pelas netas de Vó, Kaine Goedert Tormena Zandavali e Karoline Tormena, que estão sempre acompanhando as trends da internet. Os assuntos dos vídeos transitam entre receitas, dancinhas e brincadeiras. A primeira publicação fez sucesso de forma despretensiosa, enquanto Vó e Tita estavam em família. O vídeo foi publicado primeiro no perfil da irmã de Kaine, que percebeu que a ideia podia dar certo. No vídeo, parentes reunidos brincavam de fazer mimicas e adivinhar palavras. Apesar da sintonia que mostram nos vídeos, Vó e Tita têm histórias de vida bem diferentes. Tita, de 84 anos, por exemplo, não casou e não teve filhos. A aposentada, tia-avó de Kaine, trabalhou por 40 anos em uma fábrica têxtil em Brusque. Ela começou no emprego aos 14 anos, e ficou lá até se aposentar. Já Vó, de 81 anos, casou com 15 anos e teve 4 filhos e cinco netos. Nunca trabalhou fora. 29
Tecnologia
TECNOLOGIA A FAVOR DO CRESCIMENTO Empreendimento de estudantes sai do papel e conquista mercado em Tubarão
Formada por estudantes de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, a SharkCode existe desde 2020. A empresa é focada em desenvolver websites, landing pages e prestar outros serviços a negócios de Tubarão e região. Já são nove empresas atendidas. A meta é ampliar esses atendimentos. “Nós procurávamos sempre pegar trabalhos de outras empresas juniores. Agora vamos procurar pequenas e médias empresas de Tubarão e região”, afirma o aluno e presidente da SharkCode, Fernando Sousa. Os valores cobrados são abaixo do mercado. “Cobramos um preço bem abaixo do mercado por sermos uma empresa júnior. O caixa vindo dos projetos não pode ser usado para remuneração, apenas para compra de cursos e capacitações para os membros”, acrescenta.
Uma empresa formada por estudantes do curso superior de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IFSC Câmpus Tubarão está oferecendo uma série de serviços para empresas da região que necessitam de suporte aos seus negócios. Criada ainda durante a pandemia, a SharkCode, primeira empresa júnior do segmento na região de Tubarão, agora espera expandir sua atuação e já tem um projeto próprio para ser lançado. A empresa júnior é uma sociedade civil sem fins lucrativos, formada por alunos de curso superior, sob a orientação de professores. O objetivo é proporcionar ao estudante um maior contato com o mundo do trabalho, vivenciando o meio empresarial e comprometendo-se com o desenvolvimento pessoal e do coletivo. 30
Tecnologia
Equipe afinada com projeto No momento, a empresa está articulando novos serviços. “Estamos para fechar alguns projetos mais específicos, como um de agendamento de serviços médicos para uma empresa aqui da região, mas estamos abrindo esse leque agora que temos mais integrantes”, explica Fernando. Atualmente, são sete integrantes ativos na SharkCode. O número deve aumentar para 11 até o final de 2022. Fernando Sousa, Diego Elias Formentin, Gustavo Cancelier dos Santos, Victor Luiz de Oliveira, Danilo Paes Ribeiro, Gustavo Cândido França e Murilo Augusto Cunha são os alunos que fazem parte da empresa júnior. Todos eles são acadêmicos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Câmpus Tubarão. Para o futuro, a SharkCode planeja ampliar os serviços prestados. “É expandir nosso escopo de trabalho para toda Santa Catarina, poder usar da imagem que criaremos para capacitar e nos inserir no meio de trabalho com uma bagagem muito boa”, completa Fernando.
Oportunidades únicas outras áreas além da Tecnologia da Informação. “O Câmpus Tubarão é um polo de conhecimento em Tecnologia da Informação e Automação. Vejo a SharkCode com grande potencial para oferecer produtos e serviços de qualidade, não somente em TI, mas também em projetos que fazem sinergia da tecnologia com outros eixos que o câmpus está desenvolvendo: Gestão, Logística e Sustentabilidade. O projeto Shark Coleta é um exemplo disso”, analisa Iuri.
A Federação de Empresas Juniores de Santa Catarina (Fejesc) cuida de todas as empresas juniores do estado. E quem teve a honra de desenvolver o site da federação foi a SharkCode. “O mais legal foi que dentre todas as outras empresas juniores, eles nos procuraram para contratar os nossos serviços”, lembra Fernando Sousa. O novo site será ativado em breve. Para o professor coordenador da empresa júnior, Iuri Destro, a empresa irá se relacionar com
A empresa taca a importância da oportunidade para a carreira dos jovens. “A gente coloca em prática o nosso conhecimento técnico. No convívio geral com outras empresas, a experiência é de estar realmente em uma empresa igual a qualquer outra. Desenvolvi algumas habilidades de comunicação. Eu vou poder colocar no meu currículo a minha experiência e o networking que a gente desenvolve com muitos contatos de outras empresas”, diz.
Shark Coleta é o nome de um dos projetos próprios que estão sendo desenvolvidos pela SharkCode. Um aplicativo e um site foram desenvolvidos para identificar localizações de pontos de coleta de lixo eletrônico e óleo de cozinha na cidade de Tubarão. A ideia foi construída com apoio do governo do município, através da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Funat). Diego Formentin, integrante da empresa, des31
Economia
TUBARÃO 180º Num esforço conjunto, plano busca construir cidade do futuro
O Tubarão 180° consiste em pensar e construir a cidade do futuro, em um esforço conjunto entre governo e sociedade, tendo como premissas a cooperação, visão de futuro e o bem comum. O Tubarão 180° é um plano norteador, porém não está pronto: é um plano em constante crescimento e que conta com a participação ativa da sociedade em geral. O projeto foi planejado com base em três grandes eixos: desenvolvimento e sustentabilidade, educação e cidade e saúde e qualidade de vida. Em cada um, diversos projetos vão contemplar áreas específicas. O Tubarão 180° tem o
objetivo de construir, até 2050, uma Cidade mais Humana, Inteligente e Sustentável (CHIS), tendo o IDH (PNUD) como indicador de referência. A meta é ser a número 1 do Brasil até 2050. Inovação, emprego e renda, saúde, mobilidade, sustentabilidade ambiental, segurança, educação e empreendedorismo são os principais pontos abordados, a partir dos quais estão sendo implementados projetos e programas para incremento das áreas afins. Os eixos estão alinhados com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Roteiro para valorizar o turismo local é proposta Considerada a cidade mais hospitaleira do país, segundo usuários da plataforma Airbnb, Tubarão tem a Rota Termas da Guarda, que é resultado do projeto Tubarão é Mais, idealizado pela prefeitura e Sebrae/SC. As águas hidrominerais da Rota da Termas da Guarda possibilitam banhos relaxantes e prazerosos, além de atividades terapêuticas, esportes e lazer em meio à natureza. Também integram o roteiro experiências com a ruralidade e o contato com a arte, a cultura e a história de Tubarão. “Listamos 15 atrativos com a proposta de agregar valor e desenvolver turisticamente o município. Para isso, também vamos investir em infraestrutura, com a construção de uma ponte para ligar as margens direita e esquerda das Termas da Guarda e ampliar o acesso à localidade. Com a estruturação de um complexo na rota, a ideia também é atrair novos investimentos para o município”, pontua o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Tubarão, Giovani Bernardo. 32
Economia
Primeiro produto turístico Organizada de forma a integrar todo o potencial turístico de Tubarão, a Rota Termas da Guarda pode ser considerada o primeiro produto turístico da história do município. “Temos um grande potencial turístico, mas precisamos que a população em
geral tenha conhecimento e pertencimento dessa vocação. O turismo é uma atividade que gera grande desenvolvimento econômico, pois atrai dinheiro novo e impulsiona o setor de serviços”, ressalta o prefeito Joares Ponticelli.
Parque empresarial dá impulso Outro ponto importante para a cidade é o Parque Empresarial José Roberto Tournier, no bairro São João Margem Esquerda. Os terrenos têm áreas entre 1.225 m² e 4.177,27 m². Concluída essa fase, todas as 18 áreas repassadas via licitação estarão esgotadas. Junto a elas
estará a unidade do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), que receberão investimento da ordem de R$ 18 milhões, além do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas da Região da Amurel (Setran).
Geração de empregos é positiva O saldo de empregos em Tubarão no ano de 2021 foi expressivo, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No total, restaram 2.907 postos de trabalho, entre contratações e desligamentos, o que colocou Tubarão na 11ª posição do ranking das cidades que mais criaram postos de trabalho em Santa Catarina. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação Giovani Bernardo, o cenário se deve a um conjunto de fatores. “Hoje, Tubarão tem uma política muito aberta e
amigável para o desenvolvimento de negócios e acabou conseguindo colher esses frutos, que são o resultado do Caged, e quando analisamos o cenário per capita ficamos em uma posição ainda melhor em relação a outras cidades. O município está no caminho certo, e esperamos que este ano seja ainda mais pujante, considerando os projetos já anunciados, como a implantação da unidade da Intelbras, e outros empreendimentos que já manifestaram interesse em se instalar aqui”, destaca Giovani. 33
Economia
Parceria com Israel traz efeitos Cidade Azul como um dos resultados da missão tubaronense ao país neste ano. O equipamento que a escola ganhará é produzido pela HomeBiogas, empresa de biogás com sede em Beit Yanai, Israel. A doação foi anunciada na própria escola, onde o cônsul esteve acompanhado do prefeito Joares Ponticelli, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Giovani Bernardo, e outros gestores do município.
Outra parceria de sucesso com Tubarão é a aliança com Israel. Em nova visita a Tubarão, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, anunciou a doação de um biodigestor para a Escola Municipal de Educação Básica Professor Cleto da Silva, na Guarda Margem Direita. O equipamento aproveita resíduos de material orgânico, no caso restos de alimentos, para geração de biogás e fertilizante agrícola, sendo uma iniciativa bastante comum em Israel e que chegará à
Projeto planeja Tubarão pelos próximos anos remos tornar Tubarão a melhor cidade do país para se viver. Contamos com a energia e apoio de todos. Os desafios são muitos, mas vamos conseguir atingir nosso objetivo”, destaca o prefeito Joares Ponticelli.
O Tubarão 180° foi lançado em 2017. A ação pretende planejar Tubarão para os próximos 33 anos. O projeto Tubarão 180° tem o objetivo de construir uma nova cidade, tornando-a referência de desenvolvimento para todo o país. “Que34
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Entrevista
Cenário catarinense:
VISÃO PARA O FUTURO DO ESTADO Santa Catarina vive um momento de vislumbrar o futuro. Os mais diversos setores buscam se reerguer após a pandemia. Diante desse cenário e outros tantos desafios, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, avalia como caminha o Estado vislumbrando o futuro. Moisés faz uma análise da gestão e como Santa Catarina pode seguir se desenvolvendo.
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Entrevista
TUDO - Considerando que o sr. assumiu o cargo e logo veio a pandemia, qual sua avaliação sobre sua gestão nesse período?
para um superávit de R$ 162 milhões em 2019, primeiro ano de nosso governo, e de R$ 1,86 bilhão em 2020. O Tribunal de Contas acaba de aprovar nosso exercício de 2021 sem nenhuma ressalva, algo inédito. E quero deixar claro: não aumentamos impostos. Logo no segundo ano, surgiu o enfrentamento da pandemia, em que se impôs a missão prioritária de poupar vidas, procurando, ao mesmo tempo, atenuar os impactos econômicos, que foram mundiais. E ainda, paralelamente a tudo isso, executamos nossa política municipalista, colocando mais de R$ 3 bilhões nas cidades, e retomamos os investimentos em infraestrutura, que já passam de R$ 1,5 bilhão nesses quase três anos e meio.
MOISÉS - Arrumar a casa e enxugar a máquina foram os primeiros desafios, os pontos de partida para que Santa Catarina pudesse se tornar um canteiro de obras, remunerar os professores com pelo menos R$ 5 mil mensais e doar um notebook a cada um deles, pagar a dívida “impagável” da saúde e implantar a maior política municipalista da história do Estado. O que antes era feito às custas de empréstimos, hoje é realizado com recursos próprios. Enfrentar a pandemia de covid-19 foi, sem dúvida, o maior desafio de nossa geração, em particular de todos os gestores. Quis Deus que um bombeiro estivesse no cargo de governador do Estado exatamente neste momento. Medidas que adotamos no primeiro ano de gestão, como corte de gastos, extinção das secretarias regionais e revisão de contratos, se mostraram providenciais para enfrentar esta crise que eclodiu no segundo ano de governo. Estamos fazendo investimentos históricos em todos os setores, com prioridade à infraestrutura, e colocando o dinheiro nas cidades, que é onde as pessoas vivem. Nunca houve uma política municipalista como a atual. Por isso, digo, sem medo de errar, que este governo é incomparável.
TUDO - Qual foi o maior impacto causado pelo vírus para os catarinenses? MOISÉS - Nada se compara à perda de quase 22 mil vidas. Por mais que tenhamos adotado as medidas no tempo correto, e depois empregado toda a logística do Estado para assegurar a distribuição plena das vacinas, todos nós perdemos amigos e parentes, nessa batalha contra a covid-19. Outro impacto grande foi a suspensão de cirurgias eletivas, para que todo esforço fosse concentrado no enfrentamento à covid-19. Esse passivo está sendo enfrentado agora com um mutirão de procedimentos. Houve também, claro, o impacto econômico, em todos os setores, que o Estado procurou mitigar com ações como o SC Mais Renda e o SC Mais Renda Empresarial, oferecendo suporte, auxílio financeiro, renegociação de dívidas, alongamento de prazos, empréstimos com juro zero. Recebemos nota 10 de organismos independentes pela atuação no combate à pandemia, com a menor taxa de letalidade do país, e somos o Estado que mais gera empregos. Portanto, podemos dizer que conseguimos cuidar da saúde e da economia.
TUDO - Qual foi o maior desafio nesses anos de gestão? MOISÉS - O primeiro desafio, base para todas as demais ações do governo, foi colocar a casa em ordem, com medidas que nos permitiram economizar R$ 645 milhões por ano em corte de gastos, revisão de contratos que eram lesivos ao Estado, digitalização de processos. Saímos de um déficit de R$ 1,1 bilhão em 2018
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Entrevista
TUDO- O sr. foi bastante criticado por ações preventivas durante os primeiros meses de pandemia. Passado este período mais crítico, o senhor avalia que elas foram assertivas?
cionada e Santa Catarina em equilíbrio das contas públicas, com geração de superávits e com crescente disponibilidade de recursos para investimento; o histórico recente de crescimento acima da média brasileira; o crescente número de empresas em processo de expansão ou instalação no Estado; o baixo endividamento das famílias catarinenses na comparação com a média nacional; o controle crescente da pandemia e a inexistência de novos eventos adversos ao desempenho econômico.
MOISÉS - Santa Catarina foi o primeiro estado a fechar e o primeiro a reabrir, para nunca mais fechar. Foi uma medida dura, mas, naquele momento, necessária. Praticamente o mundo todo parou em 2020. A Europa e a Ásia fizeram lockdowns duríssimos. Não se sabia muito bem como o coronavírus iria evoluir, não havia remédio, e principalmente, não havia vacina. Precisávamos de tempo para preparar todo o sistema de saúde para a demanda que, inevitavelmente, viria. O grande momento da virada, claro, foi a chegada das vacinas. Santa Catarina mobilizou toda sua logística do Estado para levar as doses a todos os catarinenses. À medida que a imunização avançou, a rotina pôde ser retomada. Temos, como disse, a menor letalidade do país, 1,25%, e ao mesmo tempo o menor desemprego do Brasil. Conseguimos, repito, alcançar um equilíbrio entre a vida e a economia.
TUDO - A saúde e a educação também foram setores bastante castigados. Quais ações o sr. destaca que começam a reerguer estes setores? MOISÉS - Na Saúde, a primeira ação que este governo fez, antes mesmo da pandemia, foi pagar a dívida, que muitos consideravam “impagável”. Em 2021, para a Saúde foram destinados R$ 4,96 bilhões, o que corresponde a 14,45% da arrecadação dos impostos e, portanto, acima dos 12% previstos por lei. Esses recursos foram, em sua maioria, para manutenção dos leitos Covid-19 e outros. Tantas ações fizeram com que Santa Catarina recebesse nota máxima (10) por órgãos independentes, com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no combate à covid-19. Na Educação, os resultados são ainda mais animadores. Várias ações merecem destaque. O governo conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o pagamento mínimo de R$ 5 mil mensais aos professores com ensino superior completo e carga horária de 40 horas semanais. Além disso, a nova tabela de remuneração do magistério catarinense incluiu reajustes de 20% a 56% para todos os servidores desde janeiro deste ano. As medidas de valorização terão impacto superior a R$ 1 bilhão no orçamento. Outro destaque é a criação do Programa Bolsa Estudante, uma iniciativa que vai oferecer auxílio financeiro anual de até R$ 6.250 a estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual.
TUDO - Sobre a economia: o que esperar de Santa Catarina, no cenário econômico, para 2023? MOISÉS - A média das expectativas de instituições internacionais e de agentes de mercado em seus relatórios de cenários econômicos de longo prazo indica, para o Brasil, um crescimento de 1% em 2022, e de 1,3% em 2023. Essas médias têm como base os relatórios recentes de instituições como o FMI, OCDE, Banco Mundial, Itaú, Bacen e Bradesco. Para Santa Catarina, a nossa expectativa é de um crescimento entre 3% e 5% em 2022 e entre 3% e 4% em 2023. Essa previsão considera diversos fatores. Posso citar a melhora dos indicadores de competitividade da economia catarinense, já considerada a segunda mais competitiva do País; o momento atual, em que a economia estadual encontra-se bem tra-
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Entrevista
projeto havia. Agora, conseguimos colocar sete a cada 10 quilômetros em condições, no mínimo, razoáveis. Porém, quarenta anos de descaso e desleixo não se resolvem em quatro anos. Nós elegemos a infraestrutura como prioridade porque onde há logística, mobilidade, a economia progride. Uma boa estrada atrai investimentos, gera empregos. Agora, temos projetos e estudos de viabilidade técnica e financeira para tirar demandas históricas do papel. O próximo mandato, eu não tenho dúvida alguma, será marcado por ainda mais obras que o atual. Hoje, temos obras em todo Estado, temos a frota de viaturas das polícias renovada, e sem deixar dívidas. Ainda pagamos empréstimos anteriores, mas investimos com recursos próprios. Com dinheiro em caixa, e com projetos, a expectativa para os próximos anos só pode ser otimista. Basta que Santa Catarina decida continuar no caminho certo, o caminho da responsabilidade, da lisura, da seriedade e do empreendedorismo.
Em relação ao ensino superior, o Uniedu investe R$ 467,3 milhões para o programa de bolsas universitárias de graduação e pós-graduação. Foram ações que merecem destaque, entre outras tantas. TUDO- O sr. acredita que 2023 será um ano que vamos voltar ao “normal”? De que maneira? MOISÉS - Santa Catarina já está voltando ao normal. Durante a pandemia nós cuidamos da saúde das pessoas, mas também demos atenção especial para a economia do nosso Estado. Nas contas aprovadas sem ressalvas pelo TCE, os números estão claros. Além disso, estamos em pleno emprego. De acordo com os números do Caged, o Estado catarinense gerou 64.038 vagas formais nos três primeiros meses de 2022. Trata-se do segundo melhor resultado do país em números absolutos. Dessa maneira, Santa Catarina segue à frente de seus vizinhos do Sul e de unidades da federação mais populosas, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para reforçar, os números do Observatório da Junta Comercial apontam que Santa Catarina segue avançando quando o assunto é abertura de empresas. Em apenas dois meses, o Estado contabiliza um saldo positivo de 23.118 novos negócios, uma média de 392 por dia. Só no mês de fevereiro, 18.429 foram constituídas, enquanto as extintas totalizaram 6.829, o que corresponde ao saldo positivo de 11.600 empreendimentos. Esses dados nos dão condições de projetarmos um 2023 com grandes perspectivas. TUDO– Quais planos seguem engatilhados para o próximo ano, seja quem for assumir a cadeira de governador? MOISÉS- Ainda há muito por fazer. Um exemplo é a infraestrutura. Um estudo da Fiesc apontou, há quatro anos, que 70% das estradas catarinenses estavam em más condições. Em muitos casos, nem
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Inovação
CENTRO ADMINISTRATIVO DE BRAÇO DO NORTE Cidade estima economia de R$ 500 mil por ano com aluguéis com novo local para atender munícipes
Um sonho antigo de Braço do Norte começa a ser tirado do papel: um novo centro administrativo municipal, que reunirá praticamente todos os serviços no mesmo lugar. O novo centro administrativo, localizado entre a Avenida Getúlio Vargas e a BRN-424, que liga Braço do Norte ao Pinheiral, abrigará seis secretarias, além da Funbama e do gabinete do prefeito, e terá três pavimentos. O terreno tem 17.766,22 m², sendo 2.993,43 m² de construção. Conforme o prefeito, a estimativa é que sejam economizados cerca de R$ 500 mil por ano com aluguéis após a construção da nova sede. “Teremos ali seis secretarias, gabinete do prefeito e vice-prefeito e Funbama, todas ao alcance da população em um só lugar. Isso nos confere agilidade, economia, pois vamos estancar uma sangria em desperdício de recursos públicos de aproximadamente meio milhão de reais ao ano somente na despesa com aluguéis, melhor atendimento e acessibilidade. Um sonho planejado pensando no futuro e com muito amor pela nossa cidade”, comenta.
Em um evento para a apresentação do empreendimento, no final de abril, o prefeito de Braço do Norte, Beto Kuerten Marcelino, detalhou que o projeto será feito em duas etapas, com recursos próprios do município. “A previsão é que sejam investidos R$ 13,1 milhões na obra. Iniciamos a terraplanagem exatamente um mês após o lançamento e a nossa intenção é que a obra seja licitada em 60 dias após o fim da terraplanagem”. Os responsáveis pelo novo projeto são Élcio Bianchini e Valdir Volpato, do Escritório de Engenharia e Arquitetura Élcio e Valdir, de Braço do Norte. O terreno foi viabilizado através de José Della Giustina, Jacinto Della Giustina e Darcísio Becker. Já o vice-prefeito, Ronaldo Fornazza, lembrou que a obra será 100% acessível. “A acessibilidade é uma das prioridades do projeto, já que o atual prédio, com instalações antigas, não comporta esta necessidade”.
Inovação
Homenagem Durante o evento de apresentação, o prefeito aproveitou a oportunidade para expressar o desejo de que o Centro Administrativo, depois de pronto, leve o nome do ex-secretário de Administração e Fazenda, Silvânio Kniess Mates. “Gostaríamos de fazer essa solicitação aos vereadores, na
presença da sua família, esposa e pais. Assim que a obra estiver pronta, queremos homenagear o Silvânio, esse que foi um guerreiro, que ajudou a pensar no futuro de Braço do Norte e trabalhou para isso, que confiava na gestão e tinha amor por Braço do Norte”, destaca.
Mais R$ 2 milhões para mobiliário Durante o evento, o município foi surpreendido pelo anúncio de mais R$ 2 milhões. O comunicado foi realizado pelos deputados Júlio Garcia e Ricardo Guidi, sendo R$ 1 milhão de cada um. “Não esperávamos esse presente. Com isso, vamos investir em mobiliário. Uma nova sede, com nova mobília, com melhores condições para os servidores e conforto para a população que procura os serviços da prefeitura fecharam o dia com chave de ouro”, encerra Beto.
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FORMAS ORGÂNICAS CRIAM ESPAÇO Projeto do arquiteta Gabriela Zamparetti traz representações naturais e destaca contemporâneo e atemporal para receber
As formas orgânicas e suas representações naturais, sem configurações pré-definidas e com seus contornos irregulares foram a base da criação da arquiteta Gabriela Zamparetti na assinatura da Vitrine Masotti Floripa desta temporada, projeto apresentado ao público em Florianópolis. “A questão das formas orgânicas é uma tendência forte que está
no mercado da arquitetura já faz algum tempo. Vêm de todo um ciclo depois de termos passado por um período de pandemia, onde tínhamos linhas mais retas, cores mais sóbrias, pesadas. Depois de tudo o que aconteceu, acredito que a gente queira leveza, algo que nos permita circular pelos ambientes de forma mais alegre”, define Gabriela. 42
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Detalhes A valorização na detalhista escolha do mobiliário começa com a mesa de jantar TUB, com tampo orgânico e base em Carvalho Ivory, assinada pelo Studio Mooringa, a mesma grife criadora da cadeira Slim, com base em aço carbono chumbo e estofado revestido em tecido. As cores neutras das peças contrastam com os recortes coloridos e assimétricos do tapete.
Living para agregar Batizada de Vivere Contemporaneo, a vitrine pensada pela arquiteta reúne de maneira integrada o living com um pequeno jantar, agregando ainda um espaço perfeito para receber amigos e familiares. “Uma das premissas do projeto foi pensar um ambiente moderno e aconchegante, com uma cara contemporânea e, ao mesmo tempo, atemporal. O grande lance é a questão da proporção, de sabermos dosar, usar e ousar para ter a graça”, revela a arquiteta, destacando também a forma do mobiliário.
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Imponência Dando sequência a esta organicidade definida por Gabriela, um dos destaques imponentes na vitrine é o sofá Acorde, modular e revestido em tecido, acompanhado do conjunto de mesas de centro Drop, novamente assinado pelo Mooringa, também com acabamento em Carvalho Ivory. A versão escura de mesmo nome funciona como ponto de apoio ao lado do estofado.
Ponto de cor Outro ponto de cor entre as escolhas mais sóbrias são as poltronas Volpi, feitas com base em aço carbono e estofados revestidos em couro natural na cor vintage mostarda. Giratórias, as peças permitem que os convidados circulem com mais liberdade pelos ambientes. 44
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Tons claros Gabriela complementa a decisão das cores: “A paleta vem em tons mais claros e neutros, com toques de cor, para trazer essa leveza de um novo momento que estamos vivendo. Temos que trazer também para dentro de nossas casas”.
A profissional Gabriela Zamparetti é arquiteta e atua também em design de interiores. Seus projetos autorais mostram uma profissional que ama construir e participar de sonhos.
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MODA E ARQUITETURA EM PERFEITA SINTONIA Arquiteta Paula Ramos traz sofisticação para ambientes
nota-se aqui e ali a alusão ao estilista italiano. O casal de moradores manifestou desde o início o desejo por espaços que fossem clássicos, atemporais e marcantes. “O briefing repassado era de um projeto que não fosse datado e que primasse por pontos de sofisticação”, explica a arquiteta. Ela incorporou ao planejamento dos espaços também o desejo da dupla em reverenciar o universo da alta costura.
A sofisticação das grifes de luxo serviram de inspiração para a arquiteta Paula Ramos dar vida a este apartamento, em Florianópolis. O imóvel tem uma área de execução de 185 m², com destaque para o living com cozinha em conceito aberto, conectado à varanda. Chanel e Valentino são referenciados no projeto. No hall, as lembranças passeiam pela grife francesa, mas adentrando um pouco mais os outros ambientes FOTO: FERNANDO WILLADINO
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Fotos: Fernando Willadino
Sofá convidativo No living integrado, um convidativo sofá branco. Em frente, a mesa de centro de formato orgânico com estrutura em laca e tampos em lâmina nogueira e a televisão. Uma parede verde e a confortável poltrona Boom da mesma cor. Um espaço perfeito para receber os amigos e para momentos aconchegantes em família.
Espaço para receber Os oito lugares da mesa de jantar foram ocupados pelas cadeiras com estrutura em aço carbono golden e tecido bege claro - perfeitas para as reuniões gastronômicas e festivas.
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Comodidade
Na ilha gourmet, onde conversas agradáveis costumam acontecer em torno do preparo de pratos especiais, banquetas de estofado claro, com base em aço golden, conferem a comodidade necessária aos visitantes. O cenário parece um sonho. Em cima, ao lado da coifa, uma referência a outro mago da alta costura: Christian Dior. 49
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Design da era moderna Os tons claros com detalhes em dourado pontuam a cozinha e o living. Já o preto predomina no mobiliário do bar, transmitindo um ar descolado e chique. E é neste espaço que está um ícone do design da era moderna: as cadeiras Platner desenhadas pelo arquiteto e designer Warren Platner, em 1966. Ele fez de fios de aço uma coleção de mobiliário escultural que se tornou um clássico. A opção por estas peças com pontos em dourado deixou tudo ainda mais elegante. 50
Lifestyle Vestir e morar, duas necessidades humanas básicas, podem também ser demonstrações do lifestyle de alguém. Para isso é fundamental poder contar com bons profissionais, materiais e mobiliário de qualidade para personificar este estilo de vida. Saber o que se quer é outro ponto importante para que as expectativas sejam atingidas, e entre a concepção e a materialização do sonho se entremeiam camadas de conceito e funcionalidade. Como disse Coco Chanel: moda é arquitetura, é só uma questão de proporção.
A profissional Paula Ramos é arquiteta e urbanista formada pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Atua no mercado desde 2016 com o Escritório Paula Ramos Arquitetura e Interiores. Possui curso de Gestão de Obras e Projetos pelo Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo. Autônoma, desenvolve projetos nas áreas residenciais e comerciais de Arquitetura e de Interiores. 51
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DEFICIÊNCIAS INFRAESTRUTURAIS:
UM CAMINHO PARA A SOLUÇÃO O Estado brasileiro perdeu a capacidade de in- petividade brasileira despenca e impacta negativestimento. Essa situação é resultado de décadas de vamente na qualidade de vida das pessoas e na inchamento da estrutura estatal, desequilíbrio fiscal, produtividade das empresas. A qualidade de vida aumento desmesurado das despesas públicas, fi- se deteriora quando faltam rede de esgotos e de nanciamento imprudente de programas permanen- abastecimento de água, energia elétrica, sistema tes, prioridades equivocadas, além de outros fatores de coleta de águas pluviais, rede telefônica e gás que poderiam ser aqui enumerados e que, ao final, canalizado. As rodovias em mau estado de conrevelam a ineficiência da gestão públiservação, a pequena malha rodoviária ca. Às vezes temos a sensação que existe asfaltada, a inexistência de ferrovias uma regra não escrita, segundo a qual é em extensas regiões do País, os portos “proibido” administrar a coisa pública com marítimos esgotados, aeroportos mala visão empresarial e a eficiência gerencial -equipados, sistemas de comunicação do setor privado. Com isso, são desperultrapassados – tudo isso retira a comdiçados insumos, elementos e fatores de petividade que as empresas conquistam produção. internamente em seus processos de gesEssa insuficiência afeta toda a socieNEIVOR CANTON tão e produção. Vice-presidente para dade, mas quem mais sofre com a difiSe o Brasil precisa de infraestrutura assuntos estratégicos da Fiesc culdade que o Estado brasileiro tem para para crescer e o Estado não tem a necesinvestir é o setor produtivo. A área de infraestrutura sária capacidade de investimento, só há uma saída: é a mais afetada. O Brasil investe menos de 2% do buscar investidores privados, dentro e fora do País. PIB em infraestrutura, enquanto que em países mais Duas convicções se fortalecem. Não há dúvidas que desenvolvidos esses investimentos estão acima de investir em infraestrutura é a melhor aposta para o 5%. Estudos do Ministério da Infraestrutura apon- futuro do País e que a solução para as deficiências tam para a necessidade de se investir ao menos 4,3% infraestruturais está na parceria entre o Estado e o do PIB pelos próximos dez anos para o Brasil reduzir empresariado, num esforço legítimo para harmonigargalos ao desenvolvimento econômico e social. zar o interesse da coletividade com as expectativas Ao deixar de investir em infraestrutura, a com- de resultados dos investidores.
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Cultura Cultura
IMIGRANTES E A ACOLHIDA CATARINENSE Em Capivari de Baixo, escola adotou o canto do hino da Venezuela como atividade oficial na unidade de ensino
seus países de origem para buscar uma vida melhor em outro lugar. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, a Venezuela tem hoje a segunda maior população deslocada no exterior, atrás apenas da Síria. A crise econômica e política fez com que mais de quatro milhões de venezuelanos deixassem o país. No Sul do Estado, Capivari de Baixo concentra um grande número de venezuelanos. Diante desse cenário, a escola municipal Santo André adotou o canto do hino da Venezuela como atividade oficial na unidade de ensino. Segundo a prefeitura, a proposta busca acolher e valorizar a cultura dos 34 estudantes venezuelanos matriculados no colégio.
Santa Catarina tem atraído o maior número de refugiados e imigrantes na última década, devido aos índices de desenvolvimento e às possibilidades de incorporação no mercado de trabalho, superiores aos níveis nacionais. Os novos contingentes de imigrantes e refugiados têm se estabelecido em cidades do interior com maior oferta de emprego e que precisam de mão de obra para suas indústrias e para o terceiro setor. Na última década, Santa Catarina recebeu um número significativo de imigrantes das Américas, principalmente em decorrência das crises humanitárias vividas no Haiti e na Venezuela. Desastres naturais e crises econômicas são os principais fatores que forçam as pessoas a deixar 54
Em busca de oportunidades 30.312 registros como residentes em terras catarinenses. Nascidos na Venezuela e no Haiti também lideram a quantidade de imigrantes no Cadastro Único, que é um conjunto de informações sobre as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil. O cadastro possibilita a implementação de políticas públicas por meio de medidas nacionais, estaduais e municipais.
Santa Catarina foi sonho ou a necessidade para os mais de 82 mil imigrantes que estão oficialmente registrados como moradores no Estado. Apenas entre 2020 e 2021, cerca de 23 mil novos estrangeiros escolheram o solo catarinense para viver e chamar de lar. De acordo com números da Polícia Federal (PF), em primeiro lugar estão os haitianos, que somam
Apoio do Estado nham acesso aos direitos sociais e à saúde. A política é baseada na legislação federal sobre migração, sancionada em 2017. Conforme a proposta, entre os objetivos principais estão a garantia ao migrante do acesso a direitos fundamentais, sociais e aos serviços públicos; o impedimento à violação de direitos; e o incentivo à participação social e ao desenvolvimento de ações coordenadas com a sociedade civil visando à inclusão.
A chegada da nova onda de imigrantes no Estado tem mobilizado os órgãos públicos e entidades não governamentais. Em outubro de 2020, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou e o Executivo sancionou uma política estadual voltada à proteção da população migrante. Trata-se da Lei 18.018/2020, originada de um projeto assinado pelo deputado Fabiano da Luz (PT) e outros 21 parlamentares. A legislação determina que os imigrantes te55
Beleza
BELEZA
NA PALMA DAS MÃOS
Projeto de modelo mostra arte do empreendedorismo para auxiliar outras mulheres no resgate da autoestima
Durante o período da pandemia, a catarinense e modelo Juliana Zandomenico decidiu investir na cosmetologia. A ideia de trabalhar com o mundo da beleza sempre foi uma constante desde a época em que Juliana foi morar nos Estados Unidos, com 18 anos de idade, para atuar como modelo. Antes disso, Juliana já tinha aprendido a arte do empreendedorismo com sua mãe, que tinha um mercadinho e que, quando criança, auxiliava no dia a dia. Foi unindo a paixão pelo mundo da beleza ao empreendedorismo que Juliana lançou uma marca de cosméticos. Nascida em Tubarão, Juliana foi criada na comunidade de Pedrinhas, pertencente à cidade de Pedras Grandes, que possui pouco mais de quatro mil habitantes. A mãe de Juliana tinha o mercadinho e o pai trabalhava no agronegócio. Desde pequena, ela trabalhava no comércio com a mãe, abastecendo prateleiras, pagando impostos, lidando com dinheiro e com toda a responsabilidade do empreendimento. Foi nessa época também que Juliana percebeu a força feminina, tendo sua mãe como maior inspiração. 56
Beleza
Das passarelas ao mundo dos negócios A carreira de modelo de Juliana, apesar de breve, foi um sucesso. Juliana desfilou em eventos tradicionais e mundialmente conhecidos da moda, como o Fashion Rio e São Paulo Fashion Week. Foi vivendo nesse mundo da moda que conheceu o universo da cosmetologia e da beleza, pelo qual, desde então, nutre uma verdadeira paixão. Apesar de sair do mundo da moda e da beleza, esse universo continuou a fascinar Juliana. Só que, agora, a Juliana mais experiente e empreendedora queria abrir seu próprio negócio que envolvesse beleza. Foi então que, na pandemia, Juliana iniciou o projeto de desenvolvimento de sua própria marca de cosméticos e que, agora, já conta com os primeiros produtos à venda.
Expectativa de lançamento de novos produtos Os produtos chegam ao mercado num momento de revolução na cosmetologia. A nanotecnologia e todos os testes realizados pela Anvisa comprovam que os cremes vão além da hidratação momentânea. Com a proposta de tratamento intensivo da pele, com eficácia na regeneração de células e na transformação da epiderme, a marca, segundo Juliana, faz parte de um importante momento do setor e deve protagonizar nesse cenário. Muito além da inovação, Juliana diz que a linha caminha ao lado de bandeiras relevantes para a sociedade, como a do feminismo. A admiração pelas mulheres também se destaca na linha de batons, que deve ser lançada em breve pela marca. Cada batom, conforme Juliana, foi batizado com o nome de uma mulher protagonista, tanto da história brasileira quanto no contexto mundial. “Neste primeiro momento, estou finalizando os preparativos para lançar duas cores de batons: um vermelho básico e um cor de vinho. O batom é um instrumento de empoderamento e eu aproveitei esse gancho para levar mais informação para as mulheres, na forma de apoio e incentivo”, finaliza Juliana 57
Roteiro
FÉ MOVE TURISMO RELIGIOSO CATARINENSE
Santuários levam dezenas de turistas e fiéis durante todos os meses do ano
Nova Trento. O local abriga Santa Paulina, primeira santa brasileira, canonizada em 2002. Além dela, postulam santidade a menina Albertina Berkenbrock, nascida em Imaruí, beatificada em 2007. Além disso, o Estado tem Frei Bruno, de Joaçaba; e o Padre Aloísio Boeing, de Jaraguá do Sul, e a gruta de Treze de Maio.
A fé move montanhas. A frase pode até descrever a ida de muitos peregrinos em santuários por motivos de conforto espiritual, para pagar promessas ou para orar. Para outros, essa é uma forma de demonstrar sua devoção a uma fé. O segmento é um dos mais fortes do turismo catarinense. Um dos locais mais procurados é
A primeira santa do Brasil obra religiosa teve sua origem. Como eles, mais de 800 mil peregrinos, dos mais diversos estados e de mais de 21 países, visitam anualmente o bairro de Vígolo, onde está localizado o complexo ecológico e religioso da primeira santa brasileira, canonizada em 2002 pelo papa João Paulo II. No local, o visitante tem a oportunidade de conhecer a igreja que abriga uma parte do osso do braço amputado da Santa Paulina, que sofria de diabetes, e outras estruturas, como a Ermida Santa Paulina, a Igreja de Vígolo e o Oratório de Nossa Senhora Aparecida. O santuário de Santa Paulina também conta com um bondinho aéreo que faz a ligação com o Morro da Colina, num percurso de 440 metros, em meio à natureza.
No roteiro religioso em Santa Catarina o mais famoso destino é Nova Trento. A cidade já é hoje o segundo maior destino para peregrinos no Brasil, perdendo apenas para Aparecida do Norte, em São Paulo. Isso por ser sede do Santuário de Santa Paulina, a primeira santa do Brasil. A madre italiana viveu na pequena cidade durante boa parte da vida e a estrutura montada onde foi sua história real tornou-se parada obrigatória para quem tem fé. O Santuário Santa Paulina tem mais de 30 pontos de visitação. São locais de oração, contemplação, meditação, mas também de reflexão sobre a vida e a obra de Santa Paulina. Entre eles está o casebre, uma réplica do original construído em 1988 e que mostra onde a 58
Roteiro
Italiana que conquistou o Sul Amábile Lúcia Visintainer, intitulada Santa Paulina, nasceu na região de Trento, na Itália, e migrou com a família para o Brasil aos 10 anos. Interessou-se ainda jovem pela caridade e pela vida religiosa. Fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, considerada a primeira para mulheres no Brasil, em 1890. Em Nova Trento, Madre Paulina viveu por 28 anos. Cuidou de antigos escravos em São Paulo no início do século e trabalhou na formação de jovens religiosas em Bragança Paulista. Descobriu em 1938 que tinha diabetes, doença que a deixou cega e sem o braço direito. Mais de duas décadas depois de sua morte ocorreu o primeiro milagre atribuído a Madre Paulina: a melhora de Eluíza Rosa de Souza, de Imbituba, que em 1966 sofreu uma hemorragia em decorrência da morte intrauterina do feto. O segundo milagre foi a cura de uma menina de apenas cinco dias de vida, em 1992, que tinha nascido com má-formação cerebral. Iza Bruna Vieira de Souza, de Rio Branco, passou por cirurgia e melhorou. O caso foi responsável por transformar Madre Paulina em santa.
O Santuário O santuário é considerado o segundo destino de turismo religioso que mais recebe fiéis do Brasil. Além do templo, o Santuário Santa Paulina tem mais de 33 pontos de visitação, entre eles, capelas, trilhas e cascatas, que estão em comunhão com a beleza natural do local. O fluxo de turistas é diário, com destaque para duas datas especiais. Em julho, na festa de Santa Paulina, em apenas um dia passam pelo local mais de 20 mil pessoas, e em dezembro, quando é promovido o show do Natal Luz, o santuário recebe mais de 15 mil peregrinos.
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Roteiro
A primeira santa do Brasil fidelidade até o extremo, foi beatificada em 2007 pelo Papa Bento XVI e continua sendo um sinal de Deus para a Igreja no Brasil. A história de seu assassinato faz lembrar a vida de outros santos, que também passaram por uma situação semelhante, ou que também foram capazes de abraçar o amor de Deus com sinceridade nos seus primeiros anos de vida. “Albertina foi uma menina que ousou ser santa.” Foi com essas palavras que Dom Jacinto Bergmann, bispo da diocese de Tubarão na época, referiu-se a ela na cerimônia de sua beatificação. A cerimônia de beatificação de Albertina foi realizada em Tubarão. Estavam presentes cerca de 20 mil pessoas, na praça da Catedral de Tubarão, além de dezenas de bispos e sacerdotes.
No município de São Martinho fica o santuário e a pequena gruta que celebra a Beata Albertina Berkenbrock (que viveu de 1919 a 1931) e foi uma brasileira a quem são atribuídos milagres. Em 2007 ela foi declarada oficialmente beata pela Igreja Católica. Albertina Berkenbrock nasceu em 11 de abril de 1919, em Imaruí, município pertencente à diocese de Tubarão e participante da comunidade de São Luiz. Ela viveu pouco: apenas 12 anos. Foi assassinada em 15 de junho de 1931, após resistir a uma tentativa de estupro. Porém, nesse pequeno espaço de tempo, conseguiu mostrar como Deus pode inflamar de tal maneira um coração bem-disposto, a ponto de que ele seja capaz, inclusive, de entregar a própria vida antes de ofender a esse amor que o toma por inteiro. Por sua
Peregrinação para Nossa Senhora viu como ponto de visitação. Décadas mais tarde, um neto da devota resolveu transformar o pedido da avó em realidade e apresentou à comunidade a proposta para erguer a imagem de 13 metros. Depois disso, os moradores, em sua grande maioria produtores rurais, se uniram e, por meio de rifas, festas e doações, buscaram o dinheiro necessário para erguer o santuário inaugurado em 12 de outubro de 1999 e que hoje é referência para os católicos do Sul de Santa Catarina.
Um dos principais pontos turísticos de Treze de Maio, a imagem de Nossa Senhora Aparecida tem 13 metros de altura. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é uma das maiores do Brasil e surgiu a pedido da devota Maria Cechinel Niero, que fez uma promessa e pediu que uma pequena gruta fosse construída no alto de uma colina com 400 metros de altura. A mulher morreu dias após o pedido, mas os filhos dela resolveram construir a gruta em 1969, que durante anos ser-
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Universo Pet
ÚLTIMO ADEUS AOS AMIGOS DE PATAS Cemitério e cremação de animais de estimação trazem conforto para tutores
prou um hamster, que adotou como Tião. Ele era um amigo fiel e um grande companheiro para Louise, na época com seis anos. Com o passar do tempo cativou todos os familiares, tornando-se como um membro da família. Algum tempo depois, Tião virou uma estrelinha. Foi um momento difícil para toda família. Nessa época, a família de Gilmar não conhecia uma forma de eternizar o pet de forma digna e humanizada, e foi a partir dessa necessidade que surgiu a ideia de criar um local digno àqueles que trazem felicidade. Então, idealizaram o Memorial Park Amigo Fiel.
Quem tem um animal de estimação sabe o que é ter um companheiro. Os bichinhos se tornam parte da família, sendo considerados até como filhos. E se despedir deles é um momento difícil. Muitos não sabem como lidar com a situação, e ainda fica a dúvida sobre o que fazer com o corpinho do pet. Assim como no caso dos entes queridos, a cremação pode ser uma opção de prestar uma última homenagem aos amigos que foram fiéis por tantos anos. Em Santa Catarina, já existem espaços para realizar essa última despedida, como o Memorial Park Amigo Fiel. No ano de 2001, no intuito de atender aos pedidos e mimos da filha, Gilmar Rachadel com-
“Durante oito anos recolhi materiais, pesquisei e estudei muito sobre o assunto, e em junho de 2009, com o apoio da minha esposa Márcia e meu filho Caio, que acreditaram nessa ideia e me apoiaram desde o início, começamos a tirar a ideia do papel e executamos o projeto”, lembra Gilmar.
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Universo Pet
O primeiro bichinho de estimação O primeiro animal a ser enterrado no Memorial foi a mascote de Rachadel, a poodle chamada Natasha. A cachorrinha morreu em 2000 e foi sepultada no lugar. Ao lado dela, estão outros quatro cachorros. Uma das preocupações do espaço é não poluir o meio ambiente. Na área foram instalados seis piezômetros, que chegam até o lençol freático para monitorar a água. Periodicamente, uma empresa faz coleta e análises. Os sepultamentos também são ecológicos. Quando as famílias solicitam enterro, o pet é colocado no caixão, em formato de osso quando é cachorro, e novelo de lã, se for gato. A embalagem impermeabilizada, produzida por uma empresa com sede em Itajaí, é totalmente biodegradável. Nela também é incluso um absorvente para sugar o necrochorume da decomposição e evitar que o líquido vaze e contamine o solo. A lápide com letras prateadas, ao lado de uma foto em porcelana, marca o local do enterro por dois anos. Depois, a equipe retira o material e incinera completamente.
O espaço O Memorial Park Amigo Fiel é o primeiro cemitério de animais de Santa Catarina, e um verdadeiro paraíso para os pets. Um local de paz, com profissionais que amam o que fazem e que buscam confortar e acalentar corações das famílias que, de certa forma, depositaram seu amor em um pet e querem tratá-lo da melhor forma até o fim da vida deles. O local tem 5 mil m², às margens da BR-101, em Tijucas, na Grande Florianópolis. O Memorial Park Amigo Fiel busca oferecer às famílias a oportunidade de se despedir e até lembrar de seus animais de estimação, visitando o local onde ele foi enterrado. 62
Universo Pet
Serviço com plantão 24 horas Com serviço de plantão 24 horas, coleta na residência e preparação, o cliente pode escolher entre sepultar ou cremar o animal. A cremação também é ecológica. A equipe recolhe o bichinho na residência ou veterinária. Enquanto o animal é preparado, os familiares são convidados a conhecer o local.
Há no Memorial a “Salinha do Tchau”, onde são velados os pets. As famílias o acompanham até o “Cantinho da Saudade”, para deixar os objetos preferidos como coleiras, mantinhas, brinquedos, as cinzas e fotos. São oferecidas coroas de flores, aplicações nos túmulos, homenagens e objetos temáticos. 63
Mundo Novo
>> Carro de ‘De volta para o futuro’ é anunciado
Inovações Tecnologia Facilidades
Retratado como uma máquina do tempo nos filmes da franquia “De volta para o futuro”, o modelo DMC, da DeLorean Motor Company, é um dos carros mais icônicos do cinema. A montadora americana vai aproveitar essa nostalgia para apresentar um novo carro elétrico, chamado de Alpha 5. As imagens conceituais do veículo já estão disponíveis no site oficial da marca desde o fim de semana. Para acessar o conteúdo, basta inserir o código “ALPHA 5”. Segundo a página oficial da DeLorean, o novo modelo é um cupê totalmente elétrico, capaz de ir de 0 a 96,5 km/h em cerca de 2,99 segundos. O carro atinge uma velocidade máxima de 250km/h e sua bateria de 100 kWh tem autonomia de até 483 km.
Empresa prevê mais de 200 ‘carros voadores’’ A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, prevê que até 2035 mais de 200 “carros voadores” transportem 4,5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas anualmente no Rio de Janeiro e região metropolitana do estado. A expectativa é começar em 2026. “Carro
voador” é, na verdade, uma espécie de helicóptero mais confortável e que tem atraído várias empresas pelo mundo. O veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) é uma aeronave que faz menos barulho e usa mais hélices para voar.
Facebook lança avatares 3D O Facebook lançou no Brasil os avatares 3D, uma nova forma de usuários criarem representações de si mesmos na rede social. O recurso, que havia sido lançado em janeiro na América do Norte, também chega hoje na Argentina, na Colômbia e em Porto Rico. A atualização é mais um passo da Meta, controladora da rede social, em direção ao metaverso. Nas próximas semanas, também será possível criar um avatar 3D no Instagram e compartilhá-lo no Facebook e no Messenger. 64
Mundo Novo
>>Microsoft lança mouse feito com plástico do oceano A Microsoft vai lançar no Brasil um mouse sem fio feito com lixo plástico retirado do oceano. Chamado Ocean Plastic Mouse, o acessório começa a ser vendido por R$ 169. O mouse tem até 20% do seu corpo composto por plástico recuperado do oceano e de vias marítimas, como lagos e rios, segundo a empresa. Esse material passa por uma limpeza e é transformado em uma resina plástica, que é usada para criar a “casca” do acessório.
Custa aproximadamente
R$ 169,00
>> Airbnb anuncia mudança A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, prevê que até 2035 mais de 200 “carros voadores” transportem 4,5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas anualmente no Rio de Janeiro e região metropolitana do estado. A expectativa é começar em 2026. “Carro voador” é,
na verdade, uma espécie de helicóptero mais confortável e que tem atraído várias empresas pelo mundo. O veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) é uma aeronave que faz menos barulho e usa mais hélices para voar.
>> Pesquisadores criam hashis elétricos Pesquisadores japoneses desenvolveram hashis computadorizados que realçam o sabor salgado da comida e que podem se tornar grandes aliados de quem precisa reduzir o sódio na dieta. Co-desenvolvidos pelo professor da Universidade Meiji, Homei Miyashita, e pela fabricante de bebidas Kirin Holdings Co. (2503.T), os hashis realçam os sabores usando estimulação elétrica e um minicomputador usado em uma pulseira. O dispositivo, então, usa uma corrente elétrica fraca para transmitir, através das varetas, íons de sódio que vão dos alimentos até a boca, onde criam uma sensação de salinidade.
Cidades’ da era pré-colonial são descobertas Pesquisadores da Alemanha descobriram “cidades” na Amazônia da Bolívia que datam da era pré-colonial. O achado, inédito, foi descrito em um estudo publicado na revista “Nature”. Os locais foram descritos pelos cientistas como “assentamentos urbanos de baixa densidade”. Ao todo, os pesquisadores encontraram dois grandes assentamentos e mais 24 menores. Dos 26, 11 ainda não eram conhecidos. 65