Jornal do Algarve

Page 1

O

SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

P5

EXP ANSÃO EXPANSÃO I

Preço 1,10

DO

ALGAR VE ALGARVE

PORTE PAGO - TAXA PAGA

www.jornaldoalgarve.pt

Transportadoras da região pagam gasóleo mais caro Quatro zonas de fronteira vão ter uma redução de 13 cêntimos por litro no gasóleo profissional a partir desta quinta-feira, para equiparar o preço ao praticado em Espanha, mas o Algarve ficou de fora. Governo diz que se trata de um projeto-piloto. PSD Algarve acusa o executivo socialista de “discriminação negativa”

Educação:

Tolerância zero para as praxes na Universidade do Algarve

MAIOR

quinta-feira I 15 de setembro de 2016 I ANO LX - N.º 3103

Acessibilidades:

Obras da EN 125 ameaçam estender-se até ao próximo verão

DE

P4

P6

Vila Real Sto. António:

António Murta pode ser candidato à Câmara pelo PS P9

Alcoutim:

Osvaldo Gonçalves anuncia novos projetos para o concelho P 11

Cultura:

Algarve com 30 eventos nas Jornadas Europeias do Património P 16

Camões, Pessoa e Mourinho têm 'costela' algarvia ... e até Simón Bolívar. Árvore genealógica do Algarve é uma caixinha de surpresas. O investigador Nuno Campos Inácio revela ao Jornal do Algarve algumas das figuras históricas ou ilustres que são descendentes de algarvios

RADIS Dr. Jorge Pereira

Agora com TAC - Rx - Ecografia - Mamografia RX Panorâmico Dentário Acordos - Convenções ADSE - SAMS - CGD - PSP - CTT - TELECOM - ADMFA ADMG - MÚTUA PESCADORES - MEDIS SAMS QUADROS - MULTICARE Rua Aug. Carlos Palma n.º 71 r/c e 1.º Esq. - Tel. 281 322 606 em frente à farmácia do Montepio (Tavira)

P3


JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

REDACÇÃO/ADMINISTRAÇÃO/PUBLICIDADE Tels. 281511955/6/7 - Fax 281511958 e-mail: jornaldoalgarve@gmail.com; ja.portimao@gmail.com Rua Jornal do Algarve, 58 8900-315 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

ALMARGEM CRITICA COBERTURA JORNALÍSTICA DOS INCÊNDIOS

EDITORIAL Fogo impune!

www.jornaldoalgarve.pt

Fernando Reis

Portugal todos os anos e o Algarve, com alguma frequência, são vítimas de um flagelo que destrói a floresta, os recursos naturais, casas e bens, e causa mortes. Só no Algarve, arderam nos últimos 15 anos, cerca de 115 mil hectares, o equivalente a cerca de 1/5 do território da região, como consequência dos incêndios de 2003 em Monchique, de 2004 no Caldeirão e no Sotavento e de 2012 em Tavira, a que se somou, agora, o incêndio de Monchique, que consumiu cerca de 4 mil hectares de mato e floresta. Por entre as causas naturais, associadas às altas temperaturas e à falta de limpeza, ordenamento, vigilância e prevenção, a esmagadora maioria dos fogos registados têm origem criminosa, como aconteceu com este último de Monchique, ateado no alto da Foia, por um indivíduo que foi apanhado em flagrante e que já teria, entretanto, ateado outros fogos. A ideia que vai passando para a opinião pública, é que os seus responsáveis são indivíduos com perturbações mentais ou outras patologias, uns considerados inimputáveis e outros condenados a penas leves. Não é por acaso, que há muitos reincidentes entre os incendiários. Admitindo que isto é verdade, impõe-se perceber, para termos uma ideia concreta do problema e da verdadeira dimensão desta tragédia, quem lucra com estes crimes. Isto é, quem ganha dinheiro com o negócio da madeira, das terras e do combate aos fogos. É que por detrás dessa mão, muitas vezes invisível, dos incendiários, há outros criminosos que ganham milhões com os fogos. É aqui que reside o verdadeiro busílis da questão. Não podemos deixar, por isso, de juntar a nossa voz aos que se recusam aceitar que se banalizem os incêndios, como vem acontecendo. Tantos são os fogos e a constância com que as imagens das chamas invadem as nossas casas através da televisão, que tendemos, quase involuntariamente, a aceitar este drama como mais um fatalismo, dos muitos que foram moldando a nossa mentalidade. Chegou efetivamente a hora de dizermos basta! Estes incêndios são, como muito bem alguém já disse, uma ação terrorista e antipatriótica, que urge combater. Por um lado, através de alterações à Constituição e ao código penal, que agravem significativamente as penas de prisão dos incendiários e de todos os seus cúmplices e, por outro, através de uma política que encare, sem rodeios, a nossa floresta como um bem muito precioso, que é preciso amar e conservar. O Jornal do Algarve quer expressar publicamente o seu reconhecimento e homenagem aos bombeiros portugueses e, em particular aos algarvios, pela forma abnegada como, arriscando a própria vida, combateram as chamas, tendo, no caso de Monchique, impedido que o fogo tivesse consequências ainda mais dolorosas para a floresta e para as pessoas. freisjornaldoalgarve@gmail.com

“Muitos portugueses acham belo ver uma floresta a arder” O comentário de um apresentador de telejornais após uma reportagem sobre o incêndio em Monchique – que terá dito “imagens belas mas terríveis” –, assim como a profusão de imagens na televisão, estão a causar indignação. A Almargem sublinha que “uma área natural a arder, mesmo sem risco para as populações, não deixa de ser um episódio dramático e terrível e nada tem de 'belo'” A Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (Almar-gem) criticou esta semana a comunicação social, especialmente os canais televisivos, pelas reportagens sobre o recente incêndio na serra de Monchique, que consumiu cerca de quatro mil hectares de mato e floresta, e pôs em risco várias habitações. A Almargem refere-se concretamente a “um conhecido apresentador de telejornais de um dos principais canais televisivos”, que terá feito o comentário, após uma reportagem do fogo em Monchique: “Imagens belas mas terríveis”. “Este comentário espontâneo e imponderado reflete, provavelmente, o sentimento de muitos portugueses que, lá bem no fundo, consideram 'belo' ver uma floresta a arder”, reage a associação em comunicado, criticando também “a profusão de reportagens, diretos e repetições televisivas” que são feitas nos canais de televisão. A Almargem apela assim ao “bom senso” dos meios de comunicação social, em especial as televisões, “para que ponderem melhor o modo como apresentam as reporta-

gens dos incêndios, pois uma área natural a arder, mesmo sem risco imediato para as populações, não deixa de ser um episódio dramático e terrível e nada tem de 'belo'”.

Um quinto do Algarve ardeu nos últimos 15 anos Ainda de acordo com a associação, nos últimos 15 anos, arderam no Algarve 115 mil hectares, correspondendo a cerca de um quinto do território da região. Os incêndios mais graves ocorreram em

Monchique (2003 - 32 mil ha), Caldeirão (2004 - 20 mil ha), Sotavento (2004 – 20 mil ha) e Tavira (2012 - 24 mil ha).““Há causas que podem e devem ser combatidas de imediato, como a quase ausência de práticas sistemáticas de desmatação, a falta de limpeza de áreas ardidas ou alvo de exploração florestal, para além da diminuição do investimento nas essenciais tarefas de prevenção e vigilância”, acentua a direção da Almargem. No caso de Monchique, a

associação refere que a serra está transformada num “autêntico barril de pólvora” e tudo por culpa das crescentes manchas de eucaliptal e matos de transição. “Mas devemos lutar para que, pelo menos em parte, esta situação se possa inverter nas próximas décadas, caso haja vontade e empenhamento dos responsáveis pelo território e das populações locais”, frisam os membros da associação. N.C.

REGIÃO APRESENTA A MAIOR TAXA DE OCUPAÇÃO DE INTERNAMENTO

Algarve tem 529 camas de cuidados continuados A região algarvia passou a dispor esta semana de um total de 529 camas de internamento, destinadas a cuidados continuados integrados, sendo 69 camas de convalescença, 10 camas de paliativos, 143 camas para internamentos de média duração e reabilitação e 307 camas para internamentos de longa duração e manutenção. As últimas três camas foram entregues na segunda-feira, após a assinatura de um protocolo entre a ARS Algarve e a Unidade de Média Duração e Reabilitação de Cuidados Continuados Integrados de Olhão, que permitiu alargar a sua capacidade assistencial com mais três camas, passando de 33 para 36 camas. Entretanto, a ARS Algarve anunciou que já celebrou contratos-programa com as entidades gestoras das unidades de cuidados continuados de Loulé e do Azinhal,

que permitiram a reconversão de um total de 31 camas de Longa Duração e Manutenção em camas de Média Duração e Reabilitação, com o objetivo de “criar uma distribuição territorial cada vez mais equitativa do número de camas por tipologia no âmbito dos cuidados continuados integrados na região algarvia”. “Face à população existente no Algarve com 65 anos ou mais, (cerca de 87.769 habitantes), o Algarve é uma das regiões do país que neste momento oferece maior cobertura assistencial a nível de internamento em cuidados continuados integrados”, salienta a ARS, acrescentando que o Algarve é também “a região que apresenta a taxa de ocupação mais elevada para todas as tipologias de internamento”, acima dos 95 por cento.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.