Jornal do Algarve

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O

SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

Algarve vira oásis para observação de baleias e golfinhos P3

Alcoutim propõe mais descentralização do poder central P7

Castro Marim

Trabalhadores da Câmara estreiam peça de teatro P 13 Algarvios dominam nacional de vela

quinta-feira

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18 de setembro de 2014 I ANO LVII - N.º 2999

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Mais de um milhar de estudantes sem dinheiro para pagar propinas Universidade do Algarve voltou a não aumentar as propinas e alargou o número de prestações, que passou de quatro para oito. A decisão "tem em conta a difícil situação das famílias", explica o reitor António Branco, alertando para o aumento do número de alunos que não concorrem ou que acabam por abandonar a universidade devido a carências económicas P 8/9

PORTIMÃO P 16

Ambientalistas estão contra mais um campo de golfe

PROGRAMA CUIDAR: CIRURGIAS OFTAMOLÓGICAS

Contas da Câmara VRSA e Olhão começam passadas a "pente fino" a financiar operações A auditoria à gestão municipal entre 2009 e 2013 arranca esta semana e deverá estar concluída em dezembro

P 24

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P8

P 10

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JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

PROJETO DA FEITORIA FENÍCIA IMPLICA DESTRUIÇÃO DE SOLOS AGRÍCOLAS EM ÁREA PROTEGIDA DE SILVES

Ambientalistas contra mais um campo de golfe no Algarve A associação ambientalista Quercus reafirmou esta terça-feira que está contra a construção de mais um campo de golfe na região. A declaração de impacte ambiental do projeto da Feitoria Fenícia, no concelho de Silves, deverá ser emitida até novembro, abrindo portas para o licenciamento do 38º campo de golfe do Algarve. A Quercus denuncia que o projeto está numa zona classificada e lamenta que a região continue a sofrer de "um problema sério" no que diz respeito ao ordenamento do território e do cumprimento da legislação > NUNO COUTO A associação ambientalista Quercus está contra a construção de mais um campo de golfe na região, nomeadamente o projeto a cargo da Feitoria Fenícia, no concelho de Silves. Em comunicado divulgado esta terça-feira, a associação lembra que o projeto do campo de golfe, cujo estudo de impacte ambiental esteve em consulta pública até ao passado dia 16 de setembro, implica “mais destruição de solos agrícolas e afetação de 34 habitats em pela Rede Natura 2000 no concelho de Silves”. Segundo apurou o JA, o licenciamento do projeto poderá ser concedido logo após a declaração de impacte am-

biental “favorável” ou “condicionalmente favorável”, que deverá ser emitida até 18 de novembro. O projeto é da responsabilidade da empresa Feitoria Fenícia - Investimentos Agropecuários e Turísticos, e, além de um campo de golfe de 18 buracos (numa área de 62 hectares), abrange a construção de uma casa do clube e áreas dedicadas à manutenção da estrutura, acessos e estacionamento. O problema é que a propriedade – localizada na bacia do rio Arade, nas margens da ribeira de Odelouca – está afeta à Rede Natura 2000, Reserva Agrícola Nacional (RAN), Rede Ecológica Nacional (REN), Domínio Público Hídrico, assim

como ao aproveitamento hidroagrícola de Silves, Lagoa e Portimão.

Quercus aponta para impactes ambientais muito superiores “A Quercus vem, mais uma vez, demonstrar a sua indignação e desagrado com a anunciada intenção de implementar o projeto numa zona classificada como sítio de importância comunitária Arade/ /Odelouca”, lê-se no comunicado. De acordo com os ambientalistas, que asseguram ter analisado ao pormenor os documentos disponibilizados no âmbito da consulta pública, “este projeto provocará impactes ambientais que ul-

TAVIRA

Acidente em cadeia na EN 125 provoca um morto e sete feridos Uma colisão envolvendo cinco viaturas provocou um morto e sete feridos, um dos quais grave, no domingo à noite, na EN 125, na zona da Calada, entre Tavira e a Luz. A vítima mortal é um homem na casa dos 50 anos, natural de Loures. O acidente aconteceu às 23h50 e as ações de socorro decorreram até cerca da 01h30 da madrugada, tendo envolvido ações de desencarceramento e assistência às vítimas. A estrada esteve cortada à circulação até perto das 02h30 devido às ações de investigação levadas a cabo pelas autoridades e posterior limpeza da via. Nas operações de socorro estiveram envolvidos os Bombeiros Municipais de Tavira e de Olhão, com veículos de salvamento e desencarceramento, ambulâncias de socorro e um veículo de combate a incêndios, bem como o INEM, com viaturas médicas, ambulâncias SIV, e ambulâncias de emergência de Faro e Olhão. D.V.

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trapassam em muito os cenários apontados no estudo de impacte ambiental e os impactes económicos resultantes da sua implementação”. Segundo a Quercus, existem alguns aspetos que “não foram tidos em atenção ou são desvalorizados” no estudo de impacto ambiental, como, por exemplo, o facto de o terreno estar situado “em leito de cheia com risco para pessoas e bens”, ou poder vir a alterar a qualidade da água e dos solos “devido ao uso de fertilizantes e pesticidas”. Além disso, frisa a associação, “o terreno está classificado como RAN, o que significa que estes solos são aptos para a atividade agrícola, onde constam vestígios de plantações recentes, desconsiderando-se que este é um instrumento que estabelece condicionantes ao uso não agrícola do solo”. Ao mesmo tempo, os ambientalistas lembram que a propriedade também está classificada como REN, “que foi criada com o objetivo de proteger os recursos naturais, para salvaguardar processos indispensáveis a uma boa ges-

tão do território e para favorecer a conservação da natureza e da biodiversidade”.

Ambientalistas advertem para excesso de oferta A Quercus acentua que em toda a região do Algarve já existem 37 campos de golfe, dos quais, três estão localizados no concelho de Silves. “O projeto não apresenta qualquer estudo que aborde a possibilidade de se estar a caminhar para um excesso de oferta que comprometerá a viabilidade de outros já existentes”, refere a associação. Em relação à economia local, os ambientalistas sustentam que o impacte será reduzido, na medida em que “o campo de golfe contém nas suas instalações serviços de restauração e ainda existe possibilidade de construir um hotel na propriedade, não potenciando a interligação com a sede do concelho que está nas imediações”. Por outro lado, a Quercus acusa o estudo de impacte ambiental de parcialidade e denuncia uma situação de “conflito de interesses”, já que “o mesmo arquiteto paisagis-

ta que teve a responsabilidade de projetar o campo de golfe, também coordenou o estudo, uma situação que não pode ocorrer sob pena de perverter os processos de avaliação”. Em conclusão, a associação ambientalista revela que tem vindo a analisar diversos projetos a implementar na região do Algarve e continua a constatar “a existência de um problema sério no que diz respeito ao ordenamento do território e ao cumprimento da legislação estabelecida”. “Ao invés de ser adotada uma política de desenvolvimento assente no balanço entre as áreas artificializadas e os ecossistemas naturais, privilegiando a manutenção das áreas existentes e a requalificação das áreas degradadas, continua-se a apostar na destruição de áreas nucleares para a conservação da natureza e na desconexão dos corredores ecológicos e na fragmentação da paisagem, gerando um passivo ambiental que, silenciosa e paulatinamente, gerará novas despesas e incremento da dívida municipal”, rematam.

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