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SEMANÁRIO
FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis
quinta-feira
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26 de novembro de 2015 I ANO LVIII - N.º 3061
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NESTE NÚMERO
Olhão e VRSA operam mais pacientes do que o SNS O número de pessoas operadas num ano a problemas de visão, em Olhão e Vila Real de Santo António, supera o número de intervenções realizadas em todo o Algarve pelo Serviço Nacional de Saúde
P6
ALJEZUR
30 toneladas de batata-doce num "festival de autenticidade"
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Guadiana vai ser navegável em segurança até ao Pomarão
Candidatura a fundos comunitários para a segunda fase do projeto de navegabilidade do Guadiana "está praticamente concluída". A terceira fase, entre o Pomarão e Mértola, continua em agenda. Os trabalhos da primeira fase, entre a ponte internacional e Alcoutim, ficaram concluídos no final do mês e a inauguração decorreu na sexta-feira P4
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EDITORIAL
Um algarvio na futura pasta das Finanças
Fernando Reis
Depois da queda na Assembleia da República da maioria PSD-CDS, que venceu as últimas legislativas, pelo voto maioritário dos partidos de esquerda, o presidente da República, Cavaco Silva, acaba de indigitar António Costa, líder do PS para formar governo, na base da existência de um acordo de incidência parlamentar que une os socialistas ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV. Após semanas de alguma indefinição, que geraram instabilidade e muita crispação política, o país vai experimentar uma solução de governo, inédita, que promete acabar com a austeridade e repor os rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, em especial aos funcionários públicos e aos mais carecidos. Não deixaremos de estar atentos à aplicação das medidas anunciadas. De facto, pela primeira vez em 40 nos de democracia, vai governar um partido que não venceu as eleições, mas que conseguiu reunir, no entanto, uma maioria parlamentar, pelo que, sendo inédita, esta solução é constitucional. E é inédita, também, porque pela primeira vez depois do 25 de Abril de 1974, o PS consegue um entendimento com os partidos à sua esquerda. De entre os nomes que vão sendo conhecidos para integrarem o futuro governo de António Costa, queremos destacar o de Mário Centeno, 48 anos de idade, apontado para a pasta das Finanças, autor do programa económico do PS, que é natural de Vila Real de Santo António, onde estudou e residiu até aos 15 anos, facto que muito nos orgulha enquanto jornal fundado e sediado, desde sempre, na mesma terra. Mário Centeno compensa a falta de experiência política, com um rico e vasto currículo profissional. Doutorado em Economia pela Harvard University em 2000, na área da Economia do Trabalho, desempenhava, até há pouco, funções como director-adjunto no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal e de professor de Economia na Universidade Nova. Pelo trabalho desenvolvido no âmbito da sua dissertação de doutoramento a European Economics Association atribuiu-lhe em 2001 o seu prémio anual aos melhores jovens economistas europeus, o Young Economist Award, e em 2006 recebeu o Prémio da União Latina para investigação científica. Mário Centeno tem trabalhos publicados em revistas científicas internacionais nas áreas da Economia do Trabalho, Finanças e Matemática, tais como o Journal of Human Resources, European Economic Review, Labour Economics, Empirical Economics, Economica, Economics Letters, Journal of International Money and Finance, Journal of Labor Research, Revista Brasileira de Economia e Computers and Operations Research. Presentemente, a sua investigação concentra-se na área da Economia do Trabalho e da Microeconometria Aplicada. Para já desejamos-lhe boa sorte e as melhores felicidades neste novo e difícil cargo, na certeza de que o seu sucesso será, também, o de todos os portugueses. freisjornaldoalgarve@gmail.com
Olhão reduz dívida em mais de 7 milhões de euros António Miguel Pina apresentou aos vários setores da sociedade olhanense as principais linhas dos seus primeiros dois anos de mandato. Empresários, comunicação social e chefias ouviram da boca do autarca um balanço das principais dificuldades e obstáculos encontrados desde que o atual executivo tomou posse. O contexto tem sido algo complexo: tomar posse com maioria relativa, num cenário de contenção agravada de despesas e tendo uma dívida significativa como herança, fizeram com que estes dois anos de mandato de António Miguel Pina à frente da autarquia de Olhão se tenham revestido de algumas dificuldades. “Mas conseguimos todos fazer, com muito diálogo, tudo o que tinha que ser feito pelos olhanenses”, sublinhou o autarca. Olhando para o início do seu mandato, António Pina evoca como a primeira grande contra-
riedade que encontrou o facto de “não poder gastar um cêntimo sem ter as dívidas da autarquia a serem pagas a 90 dias”, uma imposição do Governo, em tempo de troika e austeridade. Houve, portanto, que “meter mãos à obra” e equilibrar as contas da autarquia, um processo que contou “com uma postura responsável por parte dos partidos da oposição, que têm sabido colocar o que é melhor para os olhanenses à frente dos interesses partidários”. O primeiro passo foi uma natural redução na despesa, que passou por uma reestruturação do organograma dos serviços camarários e por um corte nas verbas gastas com eventos, o que representou uma poupança de cerca de 400 mil euros. Houve, no entanto, áreas onde o executivo fez questão de continuar a investir, aumentando mesmo, sempre que possí-
vel, o investimento. É o caso da ação social onde, só no ensino, a autarquia investe anualmente cerca de 200 mil euros, entre alimentação, transporte, material escolar, passes e atribuição de livros e manuais escolares a todos os alunos do 1.º Ciclo. No setor da saúde, António Miguel Pina destaca o Projeto Cuidar, que proporciona aos munícipes de menores recursos económicos consultas, diagnóstico, cirurgias e acompanhamento na área da Oftalmologia. Desde o início desta iniciativa, foram já realizadas mais de 120 cirurgias, num universo de cerca de 2.700 consultas. Outro setor que mereceu particular atenção por parte deste executivo foi o do desporto, com cerca de 4 mil pessoas envolvidas nas várias atividades proporcionadas pela autarquia, do pré-primário à população sénior. Dezasseis clubes são, também, apoiados pela câmara municipal, num total de
1.250 atletas. No que diz respeito à cultura e juventude, no auditório olhanense assistiu-se a mais de 70 espetáculos e houve mais de 80 exposições nos diversos equipamentos culturais do concelho desde o início do mandato. Entre cortes na despesa, implementação de uma política de rigor orçamental e investimento nos setores que mais de perto tocam os cidadãos, o balanço destes dois primeiros anos de mandato à frente da Câmara Municipal de Olhão é de uma redução de 5 milhões de euros da dívida. Se a esta parcela se juntarem os cerca de 2.600 milhões de euros poupados pelo conjunto das Empresas Municipais (Ambiolhão, Mercados e Fesnima), a dívida da Câmara de Olhão sofreu uma redução efetiva de mais de 7 milhões de euros.
Loulé prepara-se para responder a intempéries A Comissão Municipal de Proteção Civil de Loulé realizou uma reunião extraordinária que teve como ponto da ordem do dia a reflexão, ponderação e análise às respostas dadas pelos dispositivos de Proteção Civil, Socorro e Segurança, aquando da intempérie do passado dia 1 de novembro. Como explicou o presidente do Município, com este encontro pretendeu-se também “elaborar algumas soluções para minimizar as consequências de outras intempéries ou outras ocorrências que surjam no concelho”. Vítor Aleixo sublinhou a importância dos serviços municipais de modo a que “seja dada uma resposta adequada nessas situações”. Vítor Aleixo propôs ainda às entidades e agentes de proteção civil que fizessem chegar as suas sugestões e medidas concretas aos serviços. De acordo com os representantes do Município, esta reunião “foi bastante positiva visto ter tido o contributo das várias entidades e agentes de proteção civil, resultando num conjunto de sugestões de forma a mitigar e prevenir futuras ocorrências deste âmbito”. O chefe de divisão de Proteção Civil e de Vigilância, João Matos Lima, fez uma breve apresentação do relatório municipal de
ocorrências, documento que reflete todas as ocorrências registadas no concelho, e que teve o contributo de várias entidades, mencionando ainda os procedimentos adotados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil. O Comandante dos Bombeiros, Irlandino Santos, também descreveu de uma forma geral como decorreram as operações de socorro, referindo o número de elementos envolvidos e meios, destacando as ocorrências na freguesia mais afetada, Quarteira. Por seu turno, os presidentes das Juntas de Freguesia presentes reportaram-se às situações ocorridas nas suas freguesias e também deram o seu contributo para este fórum, propondo situações de melhorias e soluções. Ficou ainda decido que será realizada uma nova reunião alargada da comissão para analisar as medidas propostas, para que desta forma “seja salvaguardada a promoção da segurança dos cidadãos, bens e ambiente, assumindo-se como um direito e uma das metas fundamentais de uma melhor e mais sustentável qualidade de vida das populações”, explicaram os responsáveis autárquicos.