Jornal do Algarve

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FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

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quinta-feira I 12 de abril de 2018 I ANO LXII - N.º 3185 I Preço 1,30

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Litoral de Cacela Velha precisa de intervenção urgente

Zona não foi contemplada nas últimas medidas e financiamentos do Governo. Depois do assoreamento da Ria Formosa, que tem vindo a acabar com a produção de bivalves, os últimos temporais destruíram parte da arriba que sustenta a fortaleza. Assembleia da República aprovou na última semana o levantamento do património em risco na costa algarvia, mas, no caso de Cacela Velha, as medidas, quando chegarem, poderão vir demasiado tarde

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INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL:

Linha do Algarve estará eletrificada no final de 2020 Trabalhos poderão sofrer um atraso de seis meses se houver necessidade de realizar um estudo de impacte ambiental. A decisão estará nas mãos da Agência Portuguesa do Ambiente. Obras vão custar 58 milhões de euros e incluem a eletrificação dos troços Tunes/Lagos e Faro/Vila Real de Santo António P7

Turismo algarvio "levanta voo" mesmo sob alta pressão

Monchique explora "grande potencial" do medronho P3

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RADIS

Imagem da Mãe Soberana regressa à sua ermida P 13

Carlos do Carmo dá nome ao auditório municipal de Lagoa

Albufeira ajuda jovens a preparar o futuro

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RESULTADO PODE DETERMINAR O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO NO ALGARVE

100 horas para terminar consulta pública sobre petróleo O prazo da consulta pública sobre o projeto "Sondagem de Pesquisa Santola 1X" termina na próxima segunda-feira. Este pode ser o primeiro furo de petróleo realizado em Portugal, a cerca de 46 quilómetros das praias de Aljezur > NUNO COUTO Faltam menos de cinco dias, cerca de cem horas, para terminar o prazo da consulta pública sobre a exploração de petróleo no Algarve, extensamente denominada “apreciação prévia de sujeição a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental do projeto Sondagem de Pesquisa Santola 1X”. Segundo apurou o JORNAL DO ALGARVE, o resultado desta consulta será determinante para o Governo decidir se o projeto de pesquisa de petróleo ao largo da Costa Vicentina vai ou não ser submetido a avaliação de impacte ambiental. A consulta pública apenas foi disponibilizada pelo Ministério do Ambiente, na primeira semana de março, através do portal online ‘participa.pt’. Neste portal oficial, o Governo disponibiliza vários mapas e relatórios, sendo que, até à hora de fecho desta edição, a consulta já contava com 203 participações. O ministério defende que a ideia é envolver a administração central, as autarquias, a comunidade académica e a

sociedade em geral, abrindo também as portas à possibilidade de os cidadãos se pronunciarem, através de críticas ou sugestões. No entanto, a contar pela onda de opiniões negativas que têm sido manifestadas publicamente, nos últimos meses, por autarcas, movimentos empresariais, Região de Turismo do Algarve, ambientalistas e pela maioria da população, o processo deveria estar condenado à nascença. A verdade é que não está…!

Ambientalistas desconfiam do resultado Só depois de terminar a consulta pública, no próximo dia 16 de abril, é que Ministério do Ambiente vai tomar a decisão: ou decide submeter o projeto a avaliação de impacte ambiental, adiando novamente os planos das petrolíferas por mais algum tempo, ou, pelo contrário, autoriza o consórcio Eni/Galp a avançar com o furo, o que poderá acontecer já em outubro. No entanto, os ambientalistas desconfiam do resultado desta consulta pública, já que,

Os ambientalistas desconfiam do resultado, uma vez que já foram realizadas duas consultas que chumbaram o projeto, sem efeitos práticos

como sublinham, “a exploração de petróleo já foi chumbada em duas consultas públicas, uma delas com mais de 42 mil posições contra e apenas quatro a favor”, mas o Governo nunca travou o processo. Ao invés, o executivo de António Costa decidiu no início deste ano prorrogar o contrato de concessão ao largo de Aljezur por mais um ano, o que deixou indignados os autarcas e a população. “Ou seja, estas consultas não servem para nada e tudo até já pode estar decidido nas nossas costas”, reclamam os movimentos que se opõem à pesquisa e explo-

ração de petróleo no Algarve. Para além da consulta pública realizada em agosto de 2016, as autarquias também já foram consultadas formalmente para darem a sua opinião, no final de 2017, sendo que, novamente, os autarcas pronunciaram-se negativamente. Mais recentemente, no final de fevereiro de 2018, vários autarcas, empresários e ambientalistas uniram-se em coro, em Loulé, para protestar contra a exploração de petróleo no Algarve. Ou seja, existe uma grande desconfiança em torno da eficácia desta nova consulta pú-

blica, até porque os ambientalistas dizem que não há garantias de uma avaliação ambiental “independente e séria”. Por outro lado, consideram “uma exigência legal” e “absolutamente indispensável” a realização de uma avaliação de impacte ambiental antes do início das atividades associadas ao furo de prospeção.

Exploração compatível ou incompatível com o turismo? Entretanto, todos os trabalhos ao largo da Costa Vicentina estão suspensos. Assim ficou decidido pelas partes

envolvidas numa audiência sobre a providência cautelar levantada pela PALP contra o Ministério do Mar, realizada no passado dia 22 de fevereiro, no Tribunal Administrativo do Círculo de Loulé. Os movimentos voltam a afirmar que “a exploração de petróleo no Algarve implica uma mudança de paradigma na atividade económica da região”, uma vez que “a exploração de petróleo no mar do Algarve é totalmente incompatível com a manutenção da excelência turística numa região que é conhecida em todo o mundo pela beleza natural das suas praias”. Em declarações ao JORNAL DO ALGARVE, uma fonte oficial da Galp adiantou que “o consórcio está a desenvolver todos os esforços e a cumprir escrupulosamente todos os passos” para avançar ainda este ano com os seus planos. Além disso, a Galp garante ao nosso jornal: “Todos os riscos que envolvem a nossa atividade estão identificados, assim como todas as medidas para minimizar os impactos. Ao mesmo tempo, é incorreto falar de incompatibilidade, já que existem muitos outros sítios onde há exploração de petróleo que são zonas muito sensíveis em termos ambientais, como é o caso dos fiordes na Noruega”. A mesma fonte garante que “a plataforma não será visível das praias de Aljezur”.

ENFERMEIROS ALERTAM PARA FALTA DE CONDIÇÕES

Viaturas dos centros de saúde estão velhas e sem condições Os profissionais das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) de Portimão, Faro, Olhão, São Brás de Alportel e Loulé recusam conduzir viaturas velhas e que sofrem problemas mecânicos frequentes. Um dos carros quase provocou um grave acidente em São Brás de Alportel quando entrou descontroladamente em contramão Os profissionais que trabalham na Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Olhão, São Brás de Alportel e Loulé comunicaram, na passada sexta-feira, que vão deixar de conduzir as viaturas existentes que servem para apoiar ao domicílio os utentes do concelho, juntando-se, assim, aos seus colegas de Portimão e Faro. Os profissionais dizem que as viaturas estão velhas e obsoletas, têm muitos anos e têm problemas mecânicos frequentes. Os carros estão, segundo alguns funcionários, literalmente a colocar em risco a vida dos profissionais. “Em São Brás de Alportel, uma das viaturas que já tinha sido reportada com problemas, quase provocou um acidente quando entrou descontroladamente em contramão”, denuncia Nuno Manjua, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). O problema arrasta-se no tempo e não há quem o resolva. “As queixas têm a ver com a falta de motoristas, a falta e estado e idade das viaturas e o consequente perigo que são as deslocações

em carros velhos e sem manutenção e a falta de verba para a limpeza das mesmas”, denuncia o sindicato, que pretende obter compromissos escritos por parte da Administração Regional da Saúde (ARS) aos problemas que têm comunicado ao longo dos anos, “mas que são sucessivamente ignorados”.

Enfermeiras intimadas a pagar danos em viatura Esta nova polémica estalou quando duas enfermeiras das UCC de Portimão e Faro receberam cartas enviadas pela ARS a exigir o pagamento de danos nas viaturas de serviço (riscos em jantes e espelho partido), sob ameaçada de processo disciplinar. Os profissionais de saúde argumentaram desde logo que não têm que conduzir viaturas e muito menos pagar quando algo corre mal em serviço. Por isso, na última semana, os profissionais de várias UCC do Algarve já recusaram conduzir as viaturas. Na sequência desta atitude, o SEP denuncia que a direção do

Agrupamento de Centros de Saúde Barlavento retirou todas as assistentes operacionais da UCC e proibiu-as de acompanhar as enfermeiras nas visitas domiciliárias. “A infantil retaliação está a ter como consequências a dificuldade nas consultas de enfermagem no centro de saúde e a redução do número de domicílios, porque agora saem para os domicílios duas enfermeiras, uma das quais a substituir uma assistente operacional”, critica o SEP, falando de “um absurdo e inaceitável desperdício dos escassos recursos”. Já após uma reunião com o presidente da ARS, Paulo Morgado, o SEP anunciou que aquela entidade iria reapreciar a deliberação sobre o pagamento dos danos nas viaturas e comprometeu-se, ainda, a rever o regulamento interno da utilização das viaturas. Apesar disso, o sindicato adianta que os trabalhadores vão aguardar pela “concretização escrita e célere dos compromissos” por parte da ARS até voltarem a conduzir.


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