Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

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quinta-feira I 29 de junho de 2017 I ANO LXI - N.º 3144

PSD anuncia candidatos para todas as Câmaras P5

Polémica em Olhão:

Autarca eleito pelo PS vai ser apoiado pelo PSD P6

Francisco Amaral:

"Encontrei uma Câmara desajustada das necessidades do concelho" P 20

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Comerciantes querem câmaras em todas as "zonas sensíveis" Autarquias algarvias desafiadas e instalar videovigilância P3

Paderne recebe gala das "7 Maravilhas – Aldeias de Portugal" P 21

NESTE NÚMERO

Algarve é a região com mais baixo índice de desenvolvimento

Matagais ameaçam urbanizações de Portimão Moradores temem que um incêncio neste matagais se propague aos prédios e provoque uma tragédia P4

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Continua proibida a captura de conquilha no sotavento Presença de toxinas que provocam intoxicação diarreica obriga autoridades a decretar a interdição da captura, para comercialização e consumo. Está ainda proibida a captura de todas as espécies de bivalves entre o Cabo de S. Vicente e Portimão. Mas há mais proibições em toda a costa algarvia > DOMINGOS VIEGAS

Cientistas exploram grutas marinhas em Sagres Equipa da UAlg avalia potencial arqueológico e geológico Uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve realizou uma segunda campanha de campo, de 22 a 25 de junho, com a finalidade de identificar e avaliar o potencial arqueológico, hidrodinâmico e geológico de novas grutas marinhas na região de Sagres. A iniciativa decorreu no âmbito de um projeto coordenado pelo Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) e pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg. “Nesta campanha foram realizados levantamentos cartográficos, recolha de amostras e de imagens fotográficas e ideográficas dos trabalhos exploratórios das grutas marinhas ao longo da costa de Sagres”, adiantam os responsáveis, frisando que na primeira campanha de campo já foram identificadas várias reentrâncias na rocha que foram agora exploradas.

NUNO BICHO GANHA 20 MIL DÓLARES

National Geographic financia investigador da UAlg O investigador Nuno Bicho, coordenador do Centro de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da UAlg, ganhou um novo financiamento de 20 mil dólares (cerca de 17.800 euros) da National Geographic Society para estudar a evolução dos primeiros humanos modernos no sudoeste de Moçambique. Refira-se que este é o quarto financiamento (o segundo para Moçambique) que o arqueólogo recebe da National Geographic Society. “Esta nova tranche vai permitir que se dê continuidade aos trabalhos de escavação e prospeção arqueológica ao longo do vale do rio Machampane, localizado no distrito de Massingir, província de Gaza”, adianta a universidade algarvia. Os trabalhos serão realizados em colaboração com uma equipa alargada de especialistas da UAlg, várias universidades dos Estados Unidos da América e a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique. Esta aposta da National Geographic Society, pela segunda vez, num projeto para Moçambique reforça a importância que a região tem no âmbito da arqueologia da Idade da Pedra e a evolução do Homo sapiens sapiens na África Austral.

À hora do fecho desta edição continuava ativa a proibição de captura de conquilha em toda a costa entre Tavira e Vila Real de Santo António, devido à presença de toxinas (DSP) que “provocam intoxicação diarreica”, explicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Em 2016, esta interdição aconteceu, pelas mesmas razões, durante todo o mês de maio e primeira semana de junho, todo o mês de julho e primeiras três semanas de agosto, bem como durante todo o mês de outubro, primeira metade de novembro e última metade de dezembro. No total, a proibição esteve em vigor durante mais de cinco meses. O último relatório do IPMA proibia ainda a captura de todas as espécies de bivalves no litoral Faro/Olhão, exceto amêijoa-branca e pé-de-burrinho, e na zona de Olhão da Ria Formosa, exceto amêijoa-boa, devido à presença da mesma toxina. Refira-se que a captura de amêijoa-boa também esteve interdita na Ria Formosa (zona de Olhão), mas esta foi levan-

tada com a divulgação daquele último relatório. Também devido à referida DSP, está proibida a captura de todas as espécies de bivalves entre o Cabo de S. Vicente e Portimão e de berbigão na Ria de Alvor. De acordo com o referido relatório, na zona litoral entre o Cabo de S. Vicente e Aljezur está proibida a captura de lapas devido à presença de cádmio e chumbo em valores superiores ao que está estabelecido. O IPMA explica ainda que to-

das estas interdições temporárias devem-se “à presença de fitoplâncton produtor de toxinas marinhas ou de níveis de toxinas, de contaminação microbiológica ou de contaminação química acima dos valores regulamentares”.

Autoridades apertam o cerco à apanha ilegal No final da última semana, a Unidade de Controlo Costeiro da GNR de Vila Real de Santo António apreendeu 53 quilos de conquilha, com o valor de

mercado de 264 euros. A ação foi efetuada no decorrer de uma fiscalização, nas praias de Monte Gordo, Cacela e Fábrica, tendo os militares detetado sete infrações por falta de licença e interdição da apanha de bivalves. Foram ainda aprendidos quatro arrastos avaliados em 375 euros. Os infratores foram identificados e a GNR elaborou os respetivos autos de contraordenação, tendo os bivalves sido devolvidos ao seu habitat natural.

Quantidade de peixe capturado é o segundo mais baixo em 48 anos A quantidade de peixe capturado pela frota nacional em 2016 (124.264 toneladas) foi a segunda mais baixa desde 1969, quando se iniciou a série estatística, informou na semana passada o Instituto Nacional de Estatística (INE), mas o preço unitário alcançou valores inéditos. O INE informou que o pescado recolhido em 2016 diminuiu 11,8% em relação a 2015, enquanto houve uma subida de 15,9% no preço médio e o valor unitário “ascendeu a 2,10 euros por quilograma, o maior desde que existem registos estatísticos disponíveis”. As receitas na lota subiram 3,3%, acrescentou o INE, que refere que o défice da balança comercial dos produtos da pesca se agravou em 69 milhões de euros, totalizando 787,4 milhões de euros, o que correspondeu a um aumento de 9,7% face a 2015. A diminuição da quantidade de pescado resultou de uma diminuição de capturas no continente e nos Açores, sobretudo de peixes marinhos como a cavala (-39,7%) e atuns (-25,9%). “Para a redução das capturas de cavala não terá sido alheia a cessação temporária da atividade da frota do cerco, aliada à orientação para a captura de espécies mais valorizadas, como por exemplo o biqueirão”, lê-se na informação do INE, que ex-

plica que a queda na captura de atum “está diretamente relacionada com as características migratórias deste recurso”.


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