16 JORNAL DO AVE 22 de outubro DE 2020
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Cultura
// Vila Nova de Famalicão
“O Cânone” uma crítica literária editada pela Tinta-da-China e pela Fundação Cupertino de Miranda Camilo Castelo Branco entre os escritores que fazem o “cânone” da literatura portuguesa
neiro, Sexta-feira Santa, Corpo de Deus, 1 de maio, 15 de agosto e 8, 24, 25 e 31 de dezembro.
O escritor Camilo Castelo Branco, que viveu parte da vida em Vila Nova de Famalicão, é um dos cerca de 50 escritores que figuram no livro “O Cânone”, uma crítica literária editada pela Tinta-da-China e pela Fundação Cupertino de Miranda, que pretende estabelecer as referências da literatura portuguesa. António Feijó, João Figueiredo e Miguel Tamen são os editores da obra, que se caracteriza por variados ensaios, alguns assinados pelos próprios e outros encoCamilo Castelo Branco é um dos cerca de 50 escritores que figuram no livro “O Cânone” mendados a diferentes especialistas, como Pedro Mexia, Fernando “O Cânone”, descreve a editora, autores e as suas opiniões, muitas Famalicão. Trata-se de uma exCabral Martins, Joana Matos Frias “não é um dicionário ou um guia vezes minoritárias”, explica ain- posição permanente dedicada à ou Abel Barros Baptista. neutro para a história da literatu- da a Tinta-da-China, sublinhan- literatura portuguesa, que se esOs ensaios estão dispostos por ra portuguesa: é um livro de críti- do que neste livro se “encontrará tende por quatro andares e 14 saordem alfabética dos escritores ca literária para nos fazer pensar muitas opiniões discordantes so- las, através de uma linha do temmencionados, à exceção de Luís sobre a literatura portuguesa”. A bre muitos autores portugueses, po que inicia no século XX e rede Camões e Fernando Pessoa, escolha dos escritores não nasceu muitas escolhas, muitas ideias, e cua até ao século XIII, composta que “abrem” e “fecham” o livro, de um “consenso ou votação po- muitos tons diferentes”. por diverso material multimédia. tendo direito a dois textos cada pular”, mas pelo facto de “terem A “torre literária” está disponíA obra foi apresentada a 14 e 15 um. Figuram ainda Agustina Bes- sempre leitores, mesmo que pou- de outubro, poucos dias antes da vel para visita de segunda a sexsa-Luís, Cesário Verde, Eça de cos, ao longo do tempo”. abertura da “Torre Literária - Lou- ta-feira, das 10h00 às 12h30 e das Queirós, Gil Vicente, Bocage, José “Os ensaios aqui incluídos não vor e simplificação da literatura 14h00 às 18h00, e aos sábados e feSaramago, Luiza Neto Jorge, Maria representam nenhum consenso. portuguesa”, na Fundação Cuper- riados, das 14h00 às 18h00. EncerJudite de Carvalho, entre outros. Representam as ideias dos seus tino de Miranda, em Vila Nova de ra aos domingos e nos dias 1 de ja-
Escritores presentes na obra Agustina Bessa-Luís, Alexandre Herculano, Alexandre O’Neill, Almada Negreiros, Almeida Garrett, Antero de Quental, António José da Silva, António Nobre, António Vieira, Aquilino Ribeiro, Bernardim Ribeiro, Bocage, Camilo Castelo Branco, Camilo Pessanha, Carlos de Oliveira, Cesário Verde, Dom Duarte, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Fernão Lopes, Fernão Mendes Pinto, Fiama Hasse Pais Brandão, Florbela Espanca, Frei Luís de Sousa, Gil Vicente, Gomes Leal, Herberto Helder, Irene Lisboa, João de Deus, Jorge de Sena, José Régio, José Rodrigues Miguéis, José Saramago, Júlio Dinis, Luís de Camões, Luiza Neto Jorge, Maria Judite de Carvalho, Mário Cesariny, Mário de Sá-Carneiro, Miguel Torga, Oliveira Martins, Raul Brandão, Ruben A., Ruy Belo, Sá de Miranda, Teixeira de Pascoaes, As Três Marias (Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa), Vitorino Nemésio.
“Encontro das artes” acontece em novembro com o 5.º BINNAR A Música, a fotografia, o vídeo e as artes plásticas dão corpo à 5.ª edição do Festival BINNAR, que decorre em Vila Nova de Famalicão – e online – de 5 a 27 de novembro. Promovido pela associação Estrelas e Pelicanos, o evento apresenta-se em vários espaços culturais da cidade, contando com a performance de artistas emergentes e consagrados, estudantes e formadores. É considerado pela organização como um “encontro das artes, das pessoas, dos coletivos, das escolas”. “Um encontro da cidade e do concelho, do território famalicense consigo mesmo, com os seus espaços, os seus dinamizadores e o seu público”, acrescentam os dinamizadores, que idealizam o BINNAR também como uma forma de “tratar a cul-
F estival decorre de 5 a 27 de novembro tura no seu estado mais puro, sem a pressão dos números de plateia, para servir e incluir todos, com entrada e inscrição totalmente livres nos eventos, exposições, oficinas ou workshops”. O programa deste ano é com-
posto por dois concertos, uma mostra coletiva de fotografia e vídeo e uma mostra de arte experimental, esta última disponível para apreciação no site do festival, binnar.org, de 23 a 27 de novembro, com trabalhos de alunos
da Oficina, na sua parceria de três anos com o festival. A Casa das Artes recebe, a 5 de novembro, às 21h45, o concerto de Caterina Palazzi, com visuais de F. Scacchioli. “Zaleska”, epíteto do espetáculo, dá ao público um ambiente “escuro, íntimo e hipnótico”, através ´de traços melódicos com apontamentos “distorcidos” e “dissonantes”, que remetem para uma “orquestra fúnebre solitária”. Cada composição inspira-se num ator que personificou Drácula no cinema. Na mesma noite, sessão de cinema com “Family Romance, LLC”, de Werner Herzog, numa parceria do festival com o CineClube de Joane. A 21 de novembro, às 22h00, a Fundação Castro Alves é palco de um concerto do projeto “Criatura Azul”, seguidor dos “sons
díspares, distintos e psicadélicos” e cujas armas são “as melodias sombrias e melancólicas com detalhes de felicidade e perfeição”. “A sua missão é a partilha de paz interior e bem-estar nas viagens em que conduz os ouvintes até um destino que é sempre incerto”, pode ler-se na sinopse do espetáculo. De 10 a 27 de novembro, Joana Moher, David Nero, Fátima Abreu Ferreira, Johannes Gerard e Frederico Dinis apresentam, numa coletiva de fotografia e vídeo, uma mostra, cujo ponto de partida são “as palavras partidas e reajustadas, coladas como motor de inspiração”. São apresentadas “reflexões sobre o mundo, entre o que nos liberta e o que nos condena, numa espécie de mote premonitório do que nos atravessa as vidas”.