Colonia Bellunesi 4

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ano IV | abril 2012 | nº 4

4ª Festa da Fortaia 22 de abril de 2012 FJBRUGNAGO

Capela Santo Antônio – Sete de Janeiro – Massaranduba/SC

CONVITE A Associazione Bellunesi nel Mondo – Famiglia Jaraguá do Sul e a Colônia Bellunesi convidam a comunidade italiana e os simpatizantes a participarem da 4ª Festa da Fortaia da Colônia Bellunesi, no dia 22 de abril de 2012 (domingo). Local: Capela Santo Antônio – Sete de Janeiro – Massaranduba/SC PROGRAMAÇÃO 9h – Recepção dos visitantes pelos corais com músicas e cantos folclóricos. 9h30min – Apresentação do DVD institucional dos 10 anos da Associazione Bellunesi. 10h – Santa Missa na língua italiana. 11h15min – Início dos torneios de mora, scarabocchio, tressete, com troféus para cada modalidade. 11h30min – Almoço com o melhor da gastronomia italiana – variedade de fortaias. 12h – Início das apresentações dos corais, músicas do folclore italiano e outros entretenimentos. 13h30min – Apresentação de grupos de dança. 14h – Abertura da tarde dançante (domingueira). 15h – Café com produtos típicos da Colônia Bellunesi 17h30min – Encerramento das atividades.

Capela Santo Antônio será o local da festa. É uma das mais antigas comunidades, com cerca de 150 anos

E AINDA  Durante as festividades haverá eventos culturais como tenda com exposição de fotos e objetos históricos dos primeiros imigrantes italianos.  Tenda de amostra de livros antigos e correspondências vindas da Itália de parentes de imigrantes. Também venda de livros que contam a história da colonização italiana.  Tenda de queijos e vinhos, iguarias típicas mantidas pelos descendentes dos imigrantes. A Diretoria da Associação Bellunesi e membros da Colônia Bellunesi contam com a presença de todos e agradecem sua presença.


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Gemellaggio tem a marca da FOTOS FJBRUGNAGO

A data de 1º de setembro de 2011 entrou para a história de Massaranduba. No Nof Filó de Cencenighe Agordino, Vale do Biois, Belluno, Itália, o prefeito Mário Fernando Reinke assinou a oficialização do gemellaggio com os colegas prefeitos de Cencenighe, Canale D’Agordo, San Tomazo, Vallada Agordina e Falcade. O gemellaggio consolidou-se depois de anos de preparativos e de idas e vindas de italianos e brasileiros. Foi um momento histórico e único testemunhado por uma delegação de cerca de 40 brasileiros e registrado pelo Jornal do Vale do Itapocu e Rádio Píu. A oficialização das cidades-irmãs teve vários capítulos, iniciada por Carla Andrich, pelo lado italiano, e Iria Tancon (atual presidente da Associazione Bellunesi) pelo lado brasileiro, na década de 1990. A cerimônia aconteceu durante a reunião do Conselho Comunal que envolve os conselheiros (vereadores) das cinco cidades italianas gemelares de Massaranduba. O gemellaggio é resultado da ação de resgate das raízes históricas das famílias que saíram do Vale do Biois para o Brasil, particularmente à Colônia Luís Alves, a maioria instalada em lotes que hoje fazem parte do território de Massaranduba. A Associazione Bellunesi – Famiglia Jaraguá do Sul teve um papel fundamental na efetivação desse evento.


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Associazione Bellunesi

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FOTOS FJBRUGNAGO

TEATRO DA IMIGRAÇÃO

Iniciado na Itália... concluído em Luís Alves No final de agosto e início de setembro de 2011 um grupo de brasileiros acompanhou a oficialização do gemellaggio entre Massaranduba e cinco cidades do Vale do Biois, em Belluno, Itália. Cada cidade procurou de alguma forma marcar a visita com uma atividade. Em Vallada Agordina, na fração Cogúl, foi seguramente a mais emocionante. Lá, no meio das coníferas e emoldurado pelas belas montanhas a comunidade preparou a representação da saída de uma família para o Brasil. No meio das casas e dos tabiás onde é armazenado o feno dos animais e a lenha para enfrentar o rigor do inverno, os atores locais mostraram aos brasileiros como era a despedida das famílias, usando inclusive trajes da épo-

ca. Não houve quem não se emocionasse. A segunda parte da encenação foi completada no Brasil, em Luís Alves, para a delegação de italianos liderada por Luca Luchetta, presidente da Comunidade Montana do Vale do Biois e cidadão honorário de Luís Alves e Massaranduba. O prefeito de Falcade, Stefano Murer, estava junto.

A data era 12 de novembro e o local a Vila do Salto, justamente na última parte navegável do rio, onde os imigrantes desembarcavam. A emoção, agora do lado italiano, não foi diferente. Depois seguiram pela trilha, a pé, até a Capela Santa Paulina, refazendo o caminho que os antepassados bellunesi faziam até o barracão na Freguezia de Luís Alves, de onde eram encaminhados para os lotes demarcados. Foram dois momentos distintos de reavivamento da história da imigração italiana bellunesi. Muitos descendentes recepcionaram os italianos, com os mesmos sobrenomes, com feições semelhantes, separados pela distância, mas não pelos laços fraternos e de sangue.


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Tchatcho, o líder do 7 de Janeiro FOTOS REPRODUÇÃO/ARQUIVO DE FAMÍLIA

Bodas de Ouro de Tchatcho e Leontina no dia 6 de setembro de 2005

José Bonifácio Micheluzzi, o Tchatcho, era uma figura singular e um líder na Comunidade do 7 de Janeiro. Sempre trabalhou na agricultura plantando fumo, milho, aipim e mantinha a criação de animais para a subsistência. Filho de Deonizio Micheluzzi (*20.12.1880 +13.08.1937) e de Marieta Brugnago (*08.03.1893 +28.11.1953), ambos filhos de imigrantes que vieram de Belluno, Itália, moravam no Braço Direito (Sagrada Família). A família era grande, como a maioria das famílias italianas da sua época. Deonizio e Marieta tiveram os filhos Domingos casado com Santina Tomaselli, Helena casada com José Cândido da Silva, Clementina que era religiosa e ajudava em Nova Trento no Santuário de Santa Paulina, Policarpo que morreu solteiro, Mística casada com Ângelo Cristofolini, Marta casada com Tobias Costa, José Bonifácio casado com Leontina Luchetta, Ana casada com Nilo Rank. Tchatcho nasceu no dia 15 de setembro de 1932 e faleceu no dia 30 de setembro de 2005. Casado com Leontina Luchetta, filha de José (Bépi) Luchetta e de Antônia Cândido da Silva, tiveram sete filhos: Nivaldo casado com Terezinha Rüncos, Arnaldo casado com Leosete Oliveira, Geraldo casado com Marina Seidemann, Juvenal, Deonísio casado com Maria Rosana Melchioretto, Moacir casado com Maria Vanete Scaburri e Celina casada com Ricardo Mussi. Desde que casou morou na Comunidade do 7 de Janeiro. Quinze netos e seis bisnetos completam a descendência. Tchatcho sempre foi muito religioso. Contam os filhos que já aos 14 anos puxava a reza na Sagrada Família, o que chamou a atenção por ser tão jovem. Ele ajudava nas missas, fazia as encomendações dos corpos, enfim, participava intensamente da vida da sua comunidade, no 7 de Janeiro.

Era também benzedor. Fazia as intercessões junto a Deus pela cura de erisipela (zipra) e garganta e outras doenças de ocasião. Fazia com a maior boa vontade, sem nunca pedir nada em troca, usando os dons que Deus lhe concedeu. Sempre foi uma pessoa muito respeitada na comunidade por ser justo, de princípios religiosos e morais rígidos, que passou para os filhos. Tchatcho também gostava de contar histórias do passado e causos, como da onça que devorava os animais e cujo urro assustava os moradores. Tinha o hábito de cantarolar alto quando ia para a roça ou em outro momento. O cachimbo era também o seu companheiro, dando as baforadas de fumaça, mas não tragava. A reza obrigatória do terço com os filhos eram sagrados. Também fazia pedir a bênção, num gesto de respeito e reverência à figura paterna e a Deus. Nas horas de folga jogava trissete (modalidade de carteado) e gostava das boas conversas. Viveu intensamente na simplicidade, mas na riqueza de valores familiares, éticos e religiosos trazidos de berço. É sempre lembrado com saudades pelos familiares e amigos que deixou, mas que nunca o esquecem.

Tchatcho é sempre lembrado com saudades por familiares e amigos


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O pioneirismo dos Michel A família Micheluzzi, originária da Itália, tem muitos membros espalhados pelo Brasil. São quatro ramos, mas não são aparentados. Pelo menos entre as gerações mais próximas. Um dos ramos vem de Miguel Vaz Micheluzzi, conhecido como Vaz, cuja árvore genealógica registrada vem desde 1520. Miguel Vaz Micheluzzi veio da região de Vallada Agordina, Belluno, Norte da Itália. Chegou a Colônia Luís Alves em 1892, casado com Giustina Della Giacoma. Um dos filhos, Ticiano Micheluzzi, nasceu em 1892. Tinha apenas o registro de batismo. Acredita-se que tenha nascido na viagem da Itália para o Brasil e registrado quando desembarcado em Itajaí. É a informação que se tem de três de seus filhos, Justina, Padre Hilário e Plácido, que reunidos numa manhã de fevereiro de 2012, na localidade de 7 de Janeiro, Massaranduba, na casa de Justina, a mais velha da prole, relembraram oralmente fatos familiares para o jornalista Flávio José Brugnago, que estava acompanhado de Hélio, filho de Plácido, e de Florinha, filha de Justina. Foram horas agradáveis de uma viagem ao passado, apesar do incômodo dos maruins na varanda da casa. Ticiano tinha irmãos, a Irma, o Guerino, João, Cezar, Bortola, Genoveva e Maria. Duas irmãs teriam morrido crianças em Vallada Agordina, Itália, onde moraram antes de imigrar para a Colônia Luís Alves, vindo morar na localidade de Santa Luzia, no Braço Direito. Em 1917, Ticiano contraiu núpcias com Ursula Lazzaris, na Igreja São Vicente de Paulo, em Luís Alves. Era a

primeira igreja da chamada Freguezia, bastante simples, onde eram realizados os ofícios religiosos. O Padre Hilário Micheluzzi, Salesiano de Dom Bosco, conta que foi o segundo casamento feito por sacerdote da congregação salesiana na Igreja São Vicente. Ticiano e Ursula tiveram uma prole numerosa. Os 14 filhos nasceram no 2º Braço do Norte. São eles: Justina, Miguel Ângelo, Mercedes, Caetano, Maria das Neves (que é a Irmã Hilária, da congregação fundada por Santa Paulina), Alice, Mário, Sílvio, Hilário, Plácido, Maria Assunta (chamada de Maroca), Aurora, José e um falecido, o José João. Três se consagraram à vida religiosa. Padre Sílvio (morto em 1984) e Padre Hilário, ambos Salesianos e Maria das Neves, a Irmã Hilária, da Congregação da Imaculada Conceição, que conheceu a fundadora, a Madre (Santa) Paulina. Seis irmãos estão vivos. A mais velha é Justina, que mora no 7 de Janeiro e completa

94 anos no dia 20 de abril de 2012. O chefe do clã, Ticiano – lembram os filhos Hilário, Plácido e Justina – era catequista e professor e lecionava em Santa Luzia, Sagrada Família, Nossa Senhora da Saúde e também nas casas. Além das atividades da roça, a família tinha uma fabriqueta para tirar palha para fazer trança que era utilizada na fabricação de chapéus que era vendida para a fábrica do Marcatto, em Jaraguá do Sul. A fabriqueta era tocada a água, único meio de obter energia elétrica na época. Os maços de trança tinham no início 40 metros. Quando a carga estava cheia era levada de carroça para Jaraguá, lembra Padre Hilário. Os irmãos Hilário e Sílvio foram pequenos para o seminário de Ascurra estudar com os Salesianos. Ficaram pouco mais de um ano. Dali os irmãos seguiram para Lorena e Lavrinhas, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Eles se ordenaram sacerdotes juntos, no dia 8 de dezembro de 1957, na Igre-


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luzzi Vaz FOTOS FJBRUGNAGO

ja Nossa Senhora Auxiliadora, em São Paulo. O pai, Ticiano, teve a felicidade de acompanhar a cerimônia de ordenação de Hilário e Sílvio. A mãe Ursula Lazzaris, falecera no dia 14 de março de 1943. Depois de ordenados cada qual seguiu o caminho, como a congregação determinava. Padre Sílvio trabalhou no Sul. Padre Hilário nunca. Atualmente está em São Paulo, Estado onde passou a maior parte da vida religiosa. Padre Hilário trabalhou em Alagoas e por 12 anos foi missionário em Angola, África, no tempo da guerra civil. Foram épocas difíceis. Plácido Micheluzzi é o único dos irmãos que nasceu e sempre viveu no 2º Braço do Norte. Num período da vida também extraia a palha da madeira para fabricar tranças para chapéus. O sustento da família sempre veio da roça, das culturas de subsistência. Tem cinco filhos. Quando jovem, serviu no Regimento Andrada Neves, no Rio de Janeiro,

quando era presidente da República o General Eurico Gaspar Dutra. Serviu no ano de 1948, durante 11 meses. Entre 1982 e 1988 foi vereador à Câmara Municipal de Massaranduba. Justina, a primeira filha da prole de Ticiano e Ursula Lazzaris Micheluzzi é

viúva. Foi casada com Joaquim Campigotto e teve nove filhos. Sempre trabalhou na roça plantando milho, aipim, fumo e com a criação de porcos e gado mantinha a família. Fabricava também o queijo e a manteiga para consumo próprio e venda do excedente.

Hilário, o servo de Deus As visitas do Padre Hilário aos familiares em Santa Catarina, particularmente Massaranduba, sempre é motivo de alegria e de festa. Apesar da idade e da saúde frágil, continua o seu pastorado em São Paulo, mas não deixa de acompanhar o tempo atual, que considera muito mais fácil do que antigamente. Tem uma memória prodigiosa. Lembra-se de que ia descalço para

a missa e para a escola. As roupas e calçados eram passadas de irmão para irmão. Não tinha TV, rádio, telefone. Era tudo precário e simples. O carro de boi e a carroça mostravam a “riqueza” das famílias que o possuía. Mas, apesar dos avanços da modernidade, a perda dos valores humanos e familiares é motivo de preocupação para o Padre Hilário. “O povo está perdendo a fé e a tradição”, lamenta.


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Capela Santo Antônio tem cerca de 150 anos FOTOS FJBRUGNAGO

A Capela Santo Antônio, do 7 de Janeiro, é uma das mais antigas de Massaranduba. Segundo relato oral registrado no livro “Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Uma História Centenária”, lançado em 2011 por ocasião dos 100 anos da Paróquia, do Padre Antônio Francisco Bohn, de Luís Alves, na década de 1860 foi edificada a primeira capelinha feita de ripa e o cemitério. Na localidade residiam inicialmente negros escravos fugitivos de Itajaí. Teriam sido eles os primeiros moradores do lugar, embora não existam registros históricos que comprovem a versão.

No cemitério existem vestígios nas inscrições nos poucos túmulos de famílias de sobrenome Rosa, Amaro e Massaneiro. Famílias de origem polonesa também residiam na localidade. A segunda capela também teria sido de ripa e uma terceira, no ano de 1905, de madeira. A partir de então chegavam ao 7 de Janeiro famílias italianas e alemãs. A primeira capela em alvenaria foi erguida nos anos de 1942 e 1943. Serviu a comunidade por 46 anos. A atual construção data de 1989, mas a torre foi construída somente em 2006. É como a conhecemos no presente.

Portais demarcam a Colônia Bellunesi Três portais homenageando as famílias de imigrantes foram instalados em novembro de 2011. Delegação italiana do Vale do Biois, em visita ao Brasil, acompanhou. Eles estão localizados no 7 de janeiro – onde foi feita a inauguração simbólica com a recepção ao grupo -, no Braço Direito, no caminho a Vila Itoupava e próximo da Capela São José, na direção a Luís Alves. Eles se juntaram ao primeiro portal implantado anos atrás no topo do morro que separa o Guarani-Mirim do 2º Braço do Norte. A iniciativa é da Associazione Bellunesi Nel Mondo, incentivado por Aclino Feder. A área demarcada é da ocupação dos imigrantes vindos de Belluno à Colônia Luís Alves. Os portais indicam as famílias bellunesi que vieram para o Brasil e também

outras que residem na área que se convencionou chamar de Colônia Bellunesi. Os portais foram patrocinados por famílias e empresas de descendentes bellunesi e se constituem em um marco comemorativo do Ano da Itália no Brasil.


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FOTOS FJBRUGNAGO

Chiesetta, monumento ao imigrante alpino A data de 10 de novembro de 2011 foi histórica. Ela marcou o lançamento da pedra fundamental da chiesetta alpina, no Morro da Boa Vista, no caminho para as antenas, em Jaraguá do Sul. O monumento religioso consagrado ao Cristo dos Alpes e dedicado ao Papa João Paulo I será construído em um terreno de 20 mil m2, dentro da fazenda da família de Durval Spezia, cujos trâmites burocráticos foram finalizados no mês de março. Ao lançamento estiveram o Cônsul da Itália para o PR e SC, Salvatore Di Venezia, o ex-Cônsul Vittoriano Speranza, a primeira dama do Estado Angélica Colombo, o Bispo Dio-

cesano Dom Irineu Scherer, a prefeita Cecília Konell, Padres Donizeti e Tito, uma delegação italiana do Vale do Biois liderada por Luca Luchetta e o prefeito de Falcade, Stefano Murer, representantes de associações italianas, professor Franco Gentili que lançou a ideia da construção da chiesetta, além de lideranças políticas e comunitárias. No lançamento da pedra fundamental foi apresentada a maquete da chiesetta feita pela arquiteta Nidiana Lazzaris. O projeto é do arquiteto João Barba Filho. O monumento religioso é inspirado na Igreja San Simon, de Vallada Agordina, Itália. Seu corpo tem 102 m2 de área

e mais a torre. A capacidade será para cerca de 60 pessoas sentadas. Desde então foi cumprida as formalidades burocráticas de medição do terreno e a sua escrituração e legalização. A comissão de construção tem na liderança o empresário Vicente Donini. Outras comissões cuidam das demais áreas, inclusive de arrecadação de recursos para pagar a obra. Uma rifa será lançada tendo como prêmio um Fiat Uno. Algumas doações já foram confirmadas. A área já está terraplenada para a sondagem do terreno. Trabalha-se com a expectativa de inaugurá-la em novembro de 2012, fazendo parte das comemorações do Ano da Itália no Brasil.


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Brasileiros fazem imersão na língua e cultura Sete alunos do curso de italiano e mais a professora Iria Tancon estiveram na Itália em janeiro na região do Vale do Biois, em Belluno, para um curso de imersão à aprendizagem da língua italiana e conhecimento da cultura local. Foram duas semanas de atividades intensas com as professoras Giovanna, Savina, Carla Andrich, Marilise Luchetta, Beba Dedea e Antonella sobre aspectos ortográficos, gramaticais e também da literatura italiana. Atividades extracurriculares foram desenvolvidas incluindo visitas às cidades da região, escolas, igrejas, museus, fábricas, planetário, como também contatos informais com a população local para o complemento da aprendizagem da língua. O projeto é vinculado ao ge-

Participante relata a experiência no evento A experiência de participar do curso de italiano, caracterizado não apenas pela busca do aprendizado do idioma, mas, sobretudo pela profunda imersão nos contextos culturais, foi extremamente valiosa. Do ponto de vista formal, as lições oferecidas por um grupo de experientes e competentes professoras italianas da região de Vallada apresentaram aspectos fundamentais para o aperfeiçoamento da fala, da escrita e da compreensão da língua italiana. Foram focalizados aspectos ortográficos, gramaticais e literários, proporcionando uma ampla visão do idioma como expressão de uma cultura milenar. Mas as aulas que nos foram oferecidas proporcionaram também o conhecimento de aspectos da vida local, dos hábitos alimentares e domésticos.

mellaggio estabelecido no ano passado entre Massaranduba e o Vale do Biois. O resultado da imersão foi excelente, na avaliação de Iria e também de Marta Benetti, respectivamente presidente e secretária da Associazione Bellunesi Nel Mondo – Famiglia Jaraguá do Sul. O sucesso da iniciativa serve para orientar o planejamento e a realização de futuras viagens com o mesmo propósito, que deve ocorrer a cada dois anos.

Os brasileiros, em contrapartida, oportunizaram a iniciação à língua portuguesa por meio da língua, gramática e cultura. O relacionamento entre italianos e brasileiros foi aprofundado, experiência histórica iniciada com a imigração para as terras catarinenses e cada vez mais fortalecida com as viagens e descobrimento das raízes das famílias separadas por mais de um século de distanciamento físico ou qualquer outro contato. FOTOS DIVULGAÇÃO

Quanto aos aspectos de imersão, cabe ressaltar o intenso e cotidiano contato com a população local, que nos acolheu com carinho e alegria, e com a qual convivemos em momentos de informalidade e amizade - esses também importantes contribuintes na nossa aprendizagem. Dentre esses aspectos, podemos citar as informais - mas nem por isso menos sistemáticas e eficazes - aulas de Língua Portuguesa que o grupo brasileiro ofereceu para os italianos interessados. Meio que furando o protocolo, houve até mesmo aulas de samba e forró! Ensinando nosso idioma, aprendemos ao mesmo tempo o italiano! Além disso, os momentos das refeições e festas constituíram outro ponto alto, que também gerou oportunidades de exercício da conversação. Sobre a imersão na cultura regional, particularmente aquela de montanha - já que estávamos vizinhos das magníficas Dolomiti Bellunesi - incluiu visitas a escolas como o Istituto Minerario, o Istituto Professionale Alberghiero di Stato Falcade (que tem como anexo o Ski College Veneto, uma escola para formar esquiadores), ao Museo Vittorino Cazzetta di Selva di Cadore (dedicado à Geologia, Palentologia e Arqueologia da região das Dolomiti), à Cooperativa Agordino Latteria di Vallada (integrante da ‘Strada dei Formaggi delle Dolomiti Bellunesi’), ao Planetário de San Tomaso e a uma exposição sobre a vida do Papa João Paulo I (Papa Luciani). Tivemos oportunidade ainda de visitar igrejas

de importância histórica e de participar de missas e celebrações festivas como a Sagra di San Simon, de frequentar bares e cafés, de fazer compras e de visitar uma ‘taipa’ nas montanhas de Cencenighe. Outro ponto forte foi à oportunidade de conhecer locais típicos das montanhas, com caminhadas pela neve, como a visita a monumentos naturais como Serrai di Sottoguda, com a oportunidade de patinar sobre o gelo e de deslizar pelos caminhos brancos de neve com a ‘slitta’. Particularmente no meu caso, como pesquisador da área de História da Educação, foi possível até mesmo estabelecer contato com a população local e colher depoimentos e material histórico sobre o processo de escolarização na Itália durante a era fascista. Cabe ressaltar que o curso foi oficializado, assumindo um caráter legal, sendo certificado pelo Istituto Comprensivo di Scuola di Cencenighe Agordino no âmbito do projeto “Gemellaggio Val del biois - Massaranduba”. Ou seja, certamente o curso planejado e ofertado, mesmo numa sua primeira edição, atingiu os objetivos inicialmente propostos. Não seria demasiado afirmar que superou as expectativas. Ademir Valdir dos Santos, professor e pesquisador da UFSC, amante da língua e da cultura italianas.


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11 FOTOS FJBRUGNAGO E REPRODUÇÃO

No final de novembro de 2011 recebemos a visita do diretor da Associazione Bellunesi Nel Mondo, Marcos Crepaz, e do conselheiro Rino Budel. Eles realizaram uma vista ao Brasil iniciando pelo Rio de Janeiro, depois Porto Alegre, Caxias do Sul, Antônio Prado, Bento Gonçalves, Criciúma, Urussanga, Nova Veneza, Siderópolis, Jaraguá do Sul, Massaranduba, Curitiba e Erechim. Eles chegaram a Jaraguá do Sul no dia 25 de novembro e no dia seguinte foi realizado um encontro informal com a Famiglia Bellunesi di Jaraguá do Sul. Foi projetado vídeo sobre os 10 anos da nossa Associação e dos 45 anos da entidade-mãe, na Itália. Marcos e Rino vieram ao Brasil para conhecer, ouvir e debater questões das associações filiadas para o melhor planejamento da ABM. Eles tiveram boa impressão, principalmente pela integração dos italianos com outras culturas. Pediram também mais adesões a revista Bellunesi Nel Mondo, que é o principal canal de comunicação com as Associações espalhadas pelo mundo. Em Massaranduba, participaram da formatura da primeira turma de alunos da Escola Ministro Pedro Aleixo do curso de italiano. Ficaram impressionados. Estiveram também no 1º, 2º e 3º Braço, visitando a colônia com forte presença dos bellunesi. Participaram de celebrações religiosas e principalmente, contataram com descendentes de imigrantes italianos. Foram momentos ricos culturalmente dizendo. Marcos Crepaz e Rino Budel puderam sentir o quanto os descendentes amam a Itália, como uma reverência aos nonos, bisnonos e trinonos que enfrentaram todas as vicissitudes da viagem e do desconhecido, para conquista a América. A revista Bellunesi Nel Mondo, edição de janeiro, traz o relato feito por Marco Crepaz sobre a viagem ao Brasil, com diversas fotos Formatura do curso de italiano em Massaranduba ilustrativas dos encontros.


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FOTOS FJBRUGNAGO

Festa da Fortaia 2011

Braço Direito, Comunidade São José

Formação da Colônia

EXPEDIENTE LA LETTERA DELLA ASSOCIAZIONE BELLUNESI NEL MONDO - FAMIGLIA JARAGUÁ DO SUL Pesquisa, redação, edição e fotografias (no Brasil e na Itália) Flávio José Brugnago Programação Visual: Jeferson Klahold Apoio cultural: Jornal do Vale do Itapocu e Jornal de Bairros ( 3275-0633 www.jdv.com.br

O Rio Luís Alves foi o começo de tudo. Subindo o Rio Itajaí-Açu os imigrantes europeus (italianos, alemães e poloneses) entraram pelo Rio Luís Alves até o Salto, o grande paredão de pedras que determinava o fim da viagem. Até ali era possível navegar. Os imigrantes eram direcionados para a sede da Freguezia de Luís Alves e acima do barracão iniciava o Braço Direito, para onde eram destinados aos lotes previamente demarcados. No seu entorno iniciou-se a colonização pelos bellunesi, bergamascos e mantuanos. Para o 1º Braço do Norte seguiram a maioria dos imigrados das Províncias de Bergamo e de Mantova. O Braço Seco, 2º Braço, 3º Braço, Bracinho, Braço Costa e arredores receberam a maior parte dos imigrantes vindos de Belluno, a nossa origem. A exceção do 1º Braço, pelo menos 90% dos lotes dos demais braços foi colonizada pelos bellunesi. Hoje a área está demarcada por quatro portais: final do 2º Braço na divisa com o Guarani-Mirim, 7 de Janeiro (defronte a capela), 3º Braço (no caminho a Vila Itoupava) e início do Braço Direito, próximo da Capela São José. Na Colônia Bellunesi as atividades econômicas são centradas na produção de bananas, criação de peixes e de frangos, serrarias, confecções, produção artesanal de queijos e do melado, cachaça, selaria, mais o plantio da palmeira real, eucalipto e fumo. Famílias de grandes empresários tiveram origem na Colônia Bellunesi. Dentre eles Lunelli (Lunender), Micheluzzi (Karlache), Tomaselli (Caiman), Pedrini (de Pomerode) e Feder (Cozinhas Berlim) citando alguns exemplos. A Festa da Fortaia tem a finalidade de resgatar as origens, de reencontro das famílias, de confraternizar por meio da oração, dos cantos, da gastronomia, da história, enfim, reverenciar a memória dos imigrantes bellunesi e das demais províncias italianas que povoaram a região. (Aclino Feder – Berlim)


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