Jornal do Yoga nº 71 - 1º semestre de 2018

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Jornal do

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nº 71 • 1º Semestre 2018


Editorial Estamos partindo para nosso vigésimo primeiro ano do Jornal do Yoga. Se ao longo dos 20 anos contabilizados fomos evoluindo em formato das edições, conceitos novos também foram introduzidos, abrindose um novo panorama que permitiu a expansão da revista para diversas linhas de pensamento, diferentes na apresentação, mas irmãs no objetivo da evolução pessoal e global, nesta visão de uma forma de viver, mais harmoniosa e feliz.

História Depoimentos de nossos parceiros Página 6

Neste caminhar, encontramos importantes parceiros, que se envolveram com a ideia e apostaram na continuidade do projeto. E todos ganhamos! Na edição presente contamos com a participação de alguns deles, trazendo temas de alto interesse, para a saúde física e mental, para a integração, com equilíbrio e bem-estar. Além de depoimentos de pessoas que fazem parte da trajetória do nosso jornal, damos continuidade a um tema interessante que é a iniciação em música, abrindo nosso campo para a criação, para o canto dos mantras que nos transformam a todo o momento. Assuntos não só relacionados a prática do Yoga, mas também de homeopatia, eneagrama, e o brincar livre, que vem da metodologia Waldorf, dando um caminho diferenciado para crianças e pais na busca da construção de um ser que ama, que respeita e que cuida. É mais uma edição feita com carinho para vocês, apresentando diferentes possibilidades e formas para que cada um cuide de seu corpo e de sua mente com muita consciência, inspiração e amor.

Filosofia e espiritualidade O sopro do eterno Página 10

Yoga

Sejam todos bem-vindos à edição número 71. Sigamos juntos!

Yogaterapia

NAMASTE!

Página 13

As Editoras

Jornal do Yoga - Responsáveis: Maria Helena Wegner e Lucy Hoffmann. Projeto Gráfico: Ivan Almeida. Jornalista Responsável: Taisa Rodrigues (MTB-RS 12.777). Revisão: Taisa Rodrigues, Lucy Hoffmann. Contato Comercial: Lucy Hoffmann (lucynaid@gmail.com). Fotos: Taiuê Hoffmann. Impressão: Grafinorte. Tiragem: 4.000 exemplares. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade dos autores. Para anunciar ligue: (47) 30289607. Comentários e sugestões podem ser enviados para: jornaldoyoga@hotmail.com

Problemas respiratórios? Dores articulares?

O yoga pode ajudar!

Aprenda a respirar. Alongue-se!

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Informações: 9114-1373/3422-3664

Descubra porque o Yoga é bom

Aulas de Yoga Atendimento individual ou em grupo. Maria Helena 9114-1373 3422-3664

Rua Aubé, 1450 (com estacionamento próprio)


Yoga

Pedro Pessoa

As Pétalas da Flor do Yoga Guruji Iyengar considera o Astanga, descrito por Patãnjali nos yoga sutras, como as pétalas de uma flor. Astanga, literalmente, significa oito membros e se pensarmos sobre isso, os nossos membros não funcionam sozinhos, pois eles precisam estar em um estado de cooperação para que, juntos, caminhem à um propósito comum. No Yoga o propósito é Samadhi, a realização do Eu. Patãnjali diz que, a menos que não se trabalhem os oito aspectos, os oito membros do Astanga juntos, não haverá Samadhi. Os oito aspectos do Astanga Yoga são: Yama, Nyama, Asana, Pranayama, Pratiahara, Dharana, Dhiyana e Samadhi. A fragmentação dos aspectos é para a nossa compreensão intelectual porque, na prática, eles devem estar todos presentes. O que o Guruji aponta é que não tem como experimentar Samadhi sem os princípios do Yama estarem presentes. Dessa maneira, Guruji os considera como as pétalas de uma flor porque todos eles estão diretamente conectados à flor, a essência dela, ou seja, eles são de fato a própria flor. Essa compreensão é muito bonita e de extrema importância para quem estuda e pratica Yoga. Na realidade, ao entendermos essa ideia, compreendemos uma lei onde tudo está conectado, ou seja, cada sutra está conectado com o outro como as pétalas estão conectadas com a flor, assim como nós carregamos uma fagulha divina ou como a semente que já contêm uma árvore. Mas vale lembrar que cada um dos sutras, das pétalas e de nós, temos nossas particularidades, nossa identidade. Assim, tomando a experiência de Guruji, que dedicou a sua vida à prática de Asanas e Pranayamas de forma contínua e fiel, com verdadeira devoção e de maneira desapegada, segue-se o caminho para a emancipação, Kayvalya.

Em Astadala Yogamala volume 2 Guruji diz: “O Astanga Yoga é como uma corrente com oito anéis, elos, unidos entre si. Nós, que praticamos Yoga, não podemos separar os elos da corrente do Yoga porque nos envolvemos subjetivamente. São esses intelectuais que não praticam, que veem Yoga à distância e separam os elos da corrente. Quando os elos são removidos, a corrente não existe. Da mesma forma, se os elos da corrente do Yoga forem separados, não haverá Yoga. Como todos os elos do Yoga são entrelaçados, nós, como praticantes, temos que estar em contato com todos os elos da corrente”. Portanto, os angas, as pétalas, não são passos hierárquicos. Os angas devem ser praticados todos juntos. Se você se concentrar na prática de yama, mesmo em um aspecto como ahimsa, por exemplo, como fez Mahatma Ghandi por toda a sua vida, já é uma prática de Dhyana, e mantendo a mente firme, sem oscilação, ele irá levá-lo ao próximo passo que é Samadhi, a libertação. Guruji costumava dizer que se você levar a inteligência e concentrar a mente em uma parte do corpo através do asana, isso é dharana, se você mantiver essa concentração contínua e ininterrupta, isso é Dhyana, meditação. Dessa maneira, a prática de asanas e pranayamas deixa de ser o que se chama de bogha yoga, para o prazer e satisfação dos sentidos, mas certamente se transforma em apavarga yoga, uma prática para auto-realização.

Pedro Pessoa é coordenador do Centro de Iyengar Yoga Florianópolis e membro do comitê técnico da Associação Brasileira de Iyengar Yoga no Brasil

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Yoga

Glauber Cavalheiro Hoffmann

O que são Props? Em uma rápida pesquisa sobre o significado da palavra “props” encontramos: suporte ou adereço. E foi assim que B.K.S. Iyengar denominou os objetos utilizados para a prática de seu método de Yoga. Apesar de sua inegável utilidade, ainda são pouco conhecidos. No entanto, se perguntarmos a um praticante de Iyengar o que são os “props” certamente irá se referir a eles como auxiliares extraordinários e poderá listar uma variedade significativa de materiais tais como cintos, mantas, blocos, bancos, bolsters e muitos outros. Podemos entender o que são os “props” através de uma mirada sobre suas funções. Um exemplo disso são as almofadas de apoio ou o banco, utilizados pelas pessoas que praticam meditação. Ao sentarem sobre essa elevação, a postura dos praticantes melhora. As virilhas podem relaxar, os joelhos descem, a coluna se eleva trazendo conforto aos praticantes. Os “props” nasceram da acurada observação de Mestre Iyengar que vislumbrou na utilização de “suportes” um grande auxílio para a prática. Talvez um dos primeiros “props” utilizados tenha sido as paredes da sua sala de práticas. Dando sustentação ao praticante, conferem estabilidade na postura e base para uma permanência segura.

O “prop” pode ser pequeno como um chumbal ou grande como uma parede. Pode ser leve e flexível como um cinto ou rígido e pesado como um cavalo. Pode auxiliar para o relaxamento ou incitar uma ação. Ele nos ensina a humildade e a presença. Possibilita o praticante permanecer mais tempo em um asana e experimentar a transformação que ele proporciona. Alguns são feitos de madeira, que possibilitam formas diversas e tamanhos variados. Outros de ferro, que auxiliam com seu peso e rigidez. Outros são de tecido, que acolhem, suportam, trazem mais leveza à prática. Iniciantes e avançados utilizam os “props” em suas práticas diárias, aprendendo a direção que o corpo deve se mover. Pessoas com dores ciáticas, hérnias de disco, hipertensão, insônia... vêm se beneficiando com as práticas terapêuticas nas quais são utilizados esses materiais. Assim como um professor corrige seu aluno em um asana, o “prop” também pode ensinar a “direção correta”. “Eu não estou tocando determinada parte, mas se eu tivesse alguém me puxando, me empurrando, me erguendo eu poderia chegar longe.” B.K.S. Iyengar

Glauber Cavalheiro Hoffmann é professor de Yoga.

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Bem-estar

Flávia Sorg

Dicas de Verão Por causa das temperaturas mais extremas, inverno e verão são as estações que nos pedem cuidados especiais. No caso do verão, os cuidados com a pele são maiores devido a nossa exposição ao sol por mais tempo. Então, separamos algumas dicas para aproveitar essa delícia de estação: - Beber muita água; - Comer alimentos frescos e ricos em beta carotenos (verdes escuros e alaranjados), pois a vitamina A auxilia na produção natural de melanina, pigmento do bronzeado que ajuda a proteger a pele de dentro para fora; - Evitar protetores solares com oxibenzonas, parabenos e perfumes sintéticos. As oxbenzonas poluem os mares e causam morte dos recifes dos corais no mundo. Os parabenos são conservantes que podem causar distúrbios hormonais e os perfumes sintéticos representam os ingredientes mais alergênicos nos cosméticos; - Hidratar a pele com hidratantes orgânicos, pois são ricos em óleos de manteigas vegetais e extratos de plantas medicinais como a babosa, que cuidam da pele agredida pelo sol;

Para ajudar nas escolhas saudáveis, criamos essas receitinhas para ficar com a pele linda nesse verão: Máscara facial calmante e clareadora 1 colher (sopa) de argila amarela 1 colher (sopa) de argila branca 2 gotas de óleo essencial de lavanda 2 gotas de óleo essencial de Patchouli 1 colher de sopa de gel puro de aloe vera Hidrolato de camomila (o quanto baste para hidratar a máscara) Preparo: Misture todos os ingredientes e aplique no ros to lavado e deixe por 20 minutos. Lavar em seguida. Dica: não deixe a argila secar. Se antes de 20 minutos ela secar, umedeça delicadamente com o hidrolato. Tônico hidratante refrescante corporal e facial

-Fazer umectação nos cabelos com óleos vegetais, uma vez por semana, para hidratar os fios após banho de mar e piscinas;

20 ml de gel puro de aloe vera 40 ml de hidrolato de camomila 40 ml de hidrolato de lavanda 10 gotas de óleo essencial de lavanda 10 gotas de óleo essencial de bergamota (LFC, que não mancha no sol)

- Para repelir os insetos procure os repelentes naturais para a pele e para o ambiente procure usar óleos essenciais como citronela, eucalipto, cravo, lavanda e gerânio;

Preparo: Colocar os ingredientes em um frasco de spray, borrifar no rosto e no corpo para tonificar sempre que desejar. Agite antes de usar.

- Existem muitas opções naturais de desodorantes livre de alumínio.

Flávia Sorg é bióloga e proprietária da Cheiro de Mato Cosméticos Naturais

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História

Depoimentos e entrevistas JY - Uma nova visão de saúde e cura vem sendo divulgada e primorosamente trabalhada pela Botica do Valle desde a sua fundação. Como você considera o papel do Jornal do Yoga nesse processo? Quando fomos convidados para participar do Jornal percebemos que poderíamos contribuir ainda mais para que muitos passassem a ter uma visão sistêmica sobre a vida, e assim terem um maior equilíbrio da energia vital, resultando em saúde plena. Esta parceria contribuiu com nossos clientes, na medida em que seus conteúdos produziam uma expansão da consciência de forma holística. JY - O Jornal do Yoga é uma publicação distribuída gratuitamente, sem fins lucrativos, que cultiva o propósito maior, o bem-estar dos leitores. Como sua empresa se sente fazendo parte desta história?

O Jornal do Yoga deve sua sustentabilidade aos seus parceiros. A fidelidade dessas pessoas e empresas permitiu que, ao longo dos anos, alguns conceitos mais abrangentes sobre saúde integral e bem-estar fossem se apresentando, acrescentando novas visões e conceitos alternativos. Alguns desses colaboradores estão conosco desde a primeira edição e outros foram entrando, à medida que o trabalho progredia. Isso possibilitou transformações também no próprio jornal: em formato e tiragem. A todos esses parceiros de caminhada, nossos agradecimentos pela fé depositada numa nova ideia e no nosso trabalho. Que essas parcerias prosperem e se tornem mais e mais fortes e duráveis.

Confira alguns depoimentos:

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Há 26 anos, chegamos em Joinville com o propósito de atender a necessidade de poucos médicos homeopatas, de terem uma farmácia de confiança, para manipular os medicamentos homeopáticos prescritos para os seus pacientes. Aos poucos, a Homeopatia foi ganhando espaço com a chegada de novos médicos vindos de várias regiões do País e com o desejo de todos nós, de vermos a Homeopatia sendo difundida e conhecida por muitos. Hoje, passados estes 20 anos de parceria, podemos afirmar que: “Estávamos certos”! Era necessária muita entrega e companheirismo para que hoje pudéssemos contemplar uma cidade repleta de pessoas que buscam o equilíbrio e uma vida mais plena. Valeu a pena! Parabéns a toda equipe do Jornal do Yoga pelo trabalho realizado com tanta maestria e por nos permitir fazer parte desta história...Gratidão pela parceria! Ana Paula do Valle Nogueira Botica do Valle


JY - Nesta retrospectiva dos 20 anos comemorados pelo Jornal do Yoga, como você vê a mudança de cenário com relação à presença de sua marca na cidade?

Saudação ao Novo Ano! O início de um Novo Ano é uma época especial e merece ser celebrada. Fechemos nossos olhos, descansemos e busquemos dentro do nosso Eu, um mundo de paz, bem querer e renovação. Reservemos um sentimento sublime à nossa alma para que possa ser revigorada com bondade e energia divina. Só então enfrentaremos com força e ânimo o Novo Ano, 2018. Agradeçamos as boas situações e as difíceis, pois tudo é aprendizado para que possamos prosseguir a jornada... Nossa vida... Presente de Deus. Nancy Santangelo

O Jornal do Yoga faz parte da nossa história. Vamos completar seis anos e já no início nos tornamos anunciantes dos quais nos sentimos muito orgulhosos. O jornal tem nos ajudado a divulgar nosso trabalho. JY - Ao completar 20 anos, o Jornal do Yoga passa a não só circular por outras regiões, como também ganha sua edição online. Quais são os planos para o futuro? Nossos planos é ampliar o leque de produtos e, com novo espaço para cursos e ateliês, proporcionar à cidade cursos e eventos educativos na área de saúde integral. Estamos contentes porque a cada dia somos reconhecidos pela comunidade como referência em qualidade e, principalmente, na confiança depositada em nós sobre os produtos que vendemos.

Flavia Sorg Cheiro de Mato JY - Como você enxerga o Jornal do Yoga hoje, após 20 anos de consolidação? O que esta parceria simboliza para sua empresa? As parcerias ao longo da trajetória empresarial são importantes alicerces para construir um negócio duradouro, mas isso somente é possível quando é realizado com empresas sérias e com os valores similares, atribuindo desta forma referências mercadológicas. Portanto, o Jornal da Yoga sempre foi e continuará sendo importante para a Riskpel. Um ponto relevante para destacar ainda é a grande demanda (procura) dos nossos clientes pelo Jornal do Yoga na Riskpel, pois isso demonstra a importância do jornal pelos conteúdos que ele nos traz, identificando um interesse ao bem-estar associado aos patrocinadores locais.

Ligia B. Rosetto Riskpel

Depoimento da Elisa, Casa de Yoga Há 20 anos ganhei de uma amiga o “Jornal do Yoga”. Ele chegou até mim num momento delicado, pois passava por grande preocupação com a saúde do meu filho mais novo, que, na época, estava com seis anos. Foi um grande alento. Com os ensinamentos do Yoga que o exemplar trazia aprendi por meio da respiração, vivenciar a situação com calma, centramento e presença. Ali principiou meu interesse no caminho do Yoga, no qual continuo trilhando profundamente agradecida. A sua leitura tornou-se uma constante, inclusive como preparativo das minhas aulas. Namaste! Maria Elisa Bernstorff Crivellaro Instrutora de yoga há 14 anos

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Saúde

Diogo Vinicius Kroetz e Juliana Aparecida Peres Pasqual

A era da homeopatia A Homeopatia iniciou no final do século XVII quando o médico alemão Samuel Hahnemann verificou por meio de estudos e experimentos nos seus pacientes que substâncias diluídas e dinamizadas através de sucções provocam a cura de doenças cujos sintomas são os mesmos provocados em pessoas saudáveis. A homeopatia está baseada em três princípios: 1) Similitude – O remédio da doença é o princípio ativo que produz os mesmos sintomas quando administrados em pessoas saudáveis. 2) Experimentação – Podemos considerar alguma planta ou substância como medicamento quando testado em pessoas saudáveis, com a descrição de todos os sintomas possíveis. 3) Medicamento dinamizado – O princípio ativo do medicamento não está mais no frasco como matéria, mas como informação armazenada nas moléculas de água presentes no processo de diluição e dinamização. A partir desta descoberta iniciou-se o desenvolvimento de uma nova forma de pensar e aplicar a medicina. Surgiram novos médicos que aprimoraram os métodos, espalharam para outros países da Europa, América e Oriente. No Brasil, foi o francês Benoit Mure, na metade do século XIX, a vir e aplicar a nova técnica no atendimento de pacientes. Seguiram-se outros grandes homeopatas e, atualmente, o país conta com grandes escolas, tendo professores lecionando em universidades como UNIRIO, Unicamp e USP. O mundo vive uma era de homeopatas que estão aprimorando os métodos de diagnóstico e tratamento de doentes. A concepção dos princípios da Homeopatia ainda é motivo de muita discussão e contestação, mesmo sendo especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. A forma de validá-la em estudos padrão, chamados ensaios clínicos randomizados, também é dificultada, pois os princípios de diagnóstico e tratamento não são os mesmos da medicina convencional. Há medicamentos na Homeopatia que podem ser usados para tratar uma pessoa que sofre de rinite e para outra funcione bem para enxaqueca, ou seja, os princípios de diagnóstico e tratamento não são equivalentes à medicina alopática. Existem, ainda assim, muitos estudos com metodologia adequada evidenciando sua efetividade.

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A explicação para a dinamização pode encontrar fundamento em pesquisas como a do grupo de Emiliano Del Giudice, do Departamento de Física Nuclear da Universidade de Milão. Por meio de modelos matemáticos, teorizam que o campo eletromagnético de uma substância em solução pode gerar certos “domínios de coerência” no solvente, específicos e estáveis, como uma “assinatura eletromagnética da substância na água” (teoria da memória da água). O homeopata na prática médica busca compreender a totalidade do indivíduo, avaliando os aspectos físicos e mentais, seu histórico de vida e familiar, hábitos, características individuais peculiares, sinais do inconsciente expressos nos sonhos, meio ambiente que vive e, por meio de um exercício que envolve ciência e arte, encontrar por meio de de um único medicamento, a cura deste indivíduo. Referência bibliográficas: 1. Zulian, MT 2006 Homeopatia: ciência, filosofia e arte de curar. Revista de Medicina, vol. 2 n 85. 2. Kent J.K. Filosofia Homeopática 3. Aldo Farias Dias. Fundamentos da Homeopatia 4. Hahnemann. Organon

Diogo Vinicius Kroetz é pediatra homeopata. Juliana Aparecida Peres Pasqual é acupunturista.


Publieditorial

RISKPEL Muito mais que uma papelaria! Não vire a página sem ler esta história! Respeitável Público!... Há 25 anos nascia a Riskpel (setembro de 1992), edificada em valores até hoje mantidos pela sua relevância, como a busca constante pela satisfação dos mais exigentes clientes, com um corpo de colaboradoras valorizadas, que trabalham com persistência e otimismo, tendo responsabilidade social com apoio a projetos na comunidade. A simpática Papelaria Riskpel consolidou-se no mercado Joinvilense, fidelizando numerosa carteira de consumidores, em razão da qualidade dos produtos oferecidos. Localizada na rua Blumenau, nº. 2616, no bairro Santo Antônio, a Riskpel, embora compacta, surpreende a quem a visita, principalmente pela variedade, similar a cartola de um mágico, que de lá tira inúmeras surpresas e oferece ao público. Ligia Rosetto, a proprietária, e suas colaboradoras, apresentam desde materiais escolares e técnicos, para artesanato e de escritório, até artigos para presentes, serviços de fotocópia e encadernação, embalagens para presentes, produtos da linha de beleza e muito mais. E para quem acha que tudo já foi mostrado e é conhecido, com maestria a Riskpel sempre estreia com novos produtos para encantar.

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Filosofia e espiritualidade

M. Laura Garcia Packer

O SOPRO DO ETERNO INTRODUÇÃO ÀS UPANISHADS

OM SAHANA VAVATU SAHANAU BHUNAKTU SAHA VIRYAM KARAVAVAHAI TEJASVINA VADHITAMASTU MA VIDVISHAVAHAI OM SHANTI SHANTI SHANTIH

Possa Brahman proteger-nos. Possa Brahman depositar diante de nós o fruto do conhecimento. Que possamos obter a energia para adquirir o conhecimento. Possa nosso estudo revelar a Verdade. Que possamos não nutrir maus sentimentos um para com o outro.

As mais antigas escrituras da Índia e as mais importantes são os Vedas. Todos os hindus ortodoxos reconhecem neles a origem da sua fé e o seu texto escrito mais autorizado. Os Vedas são em número de quatro: o Rig, o Sama, o Yajur e o Atharva. Cada um deles está dividido em duas partes: Trabalho (Karma kanda) e Conhecimento (Jnana Kanda). A primeira parte é composta de hinos e instruções com relação aos rituais e às cerimônias e regras de conduta. A segunda parte é denominada Upanishads, cujo significado é “sentando perto devotadamente.” Isso nos remete a uma bela imagem do discípulo sentado aos pés do Mestre para receber o ensinamento mais profundo e oculto. Upanishad também significa “ensinamento secreto”. Secreto, sem dúvida, porque um ensinamento só é outorgado àqueles que estão espiritualmente prontos para recebê-lo.

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Shankara diz que Upanishad é o conhecimento de Deus, “o conhecimento de Brahman, que destrói os laços da ignorância e leva à meta suprema da liberdade.” São conhecidas 108 Upanishads, sendo que dez foram consideradas por Shamkara como as Principais Upanishads: ISHA, KENA, KATHA, PRASNA, MUNDAKA, MANDUKYA, TAITTIRIYA, AITAREYA, CHANDOGYA, BRIHADARANYAKA.


Vamos apresentar uma síntese da Katha Upanishad, por ser considerada por alguns eruditos como sendo um exemplo vivo da filosofia e da poesia mística dos antigos sábios. Aborda o segredo da morte e traz relevantes simbologias do entendimento do processo da vida e do despertar. Nesta Upanishad o segredo da morte é o tema principal, onde Yama, o senhor da morte, é o Instrutor e Nachiketas, o jovem investigador, é o discípulo. Aqui encontramos um íntimo relacionamento entre o Instrutor e o Discípulo, no qual um está em comunhão com o outro. Temos na Katha Upanishad o instrutor ideal e o discípulo pronto para receber os ensinamentos do Brahma - Vidya (o conhecimento do Absoluto). A Invocação acima é recitada por ambos: Instrutor e Discípulo. Ambos, ao mesmo tempo, pedem para obter a energia para adquirir conhecimento, pois a busca do conhecimento requer muita energia. Qualquer desperdício de energia seria prejudicial para esta busca. Para que esse desperdício não ocorra, deve haver extraordinária clareza de parte de ambos. A invocação acima diz: “ Possa nosso estudo revelar a Verdade.” O Instrutor e o Discípulo estão preocupados com a Verdade – e a Verdade precisa ser descoberta. O relacionamento entre o Instrutor e o Discípulo não é estático, mas é intensamente dinâmico, um relacionamento onde os dois aprendem juntos. O Discípulo faz questionamentos profundos ao Instrutor e a principal investigação é se há ou não continuidade da existência na morte. O que há realmente no momento da morte: existência ou não existência? Para atingir o tema da morte, esta Upanishad explica o Yoga através de uma famosa parábola, exemplificando a natureza real do Ser e os revestimentos corpóreos que deixam de existir quando a morte chega. “Sabei que o Eu é o passageiro, que o corpo é a carruagem, que o intelecto é o cocheiro, e que a mente são as rédeas. Os sentidos, dizem os sábios, são os cavalos e as estradas por onde passam são os labirintos do desejo.” passageiro = Ser carruagem = o corpo cavalos = os sentidos (corpo emocional) instintos, sentidos, emoções rédeas = a mente (a mente é o órgão de percepção na visão hindu) cocheiro = intelecto (buddhi) - discernimento o caminho = os labirintos do desejo - o ensinamento objetivo = chegar à luz

O núcleo importante desta relação é o cocheiro e o passageiro, pois se o cocheiro for vigilante saberá levar o cavalo e a carruagem no local certo, conduzirá o Ser no cumprimento do seu dharma (dever). O cocheiro tem que estar a serviço de uma causa nobre. A carruagem precisa estar em bom estado para levar o passageiro (o Ser) ao seu destino final. Os cavalos simbolizam a força determinante que puxa a carruagem, mas se estes estiverem fora do controle não conduzirão a carruagem no caminho correto. Portanto, os cavalos estão sob domínio das rédeas (que simbolizam a mente) e a mente sob o domínio do cocheiro (buddhi em nós, ou seja, a luz da nossa alma). Buddhi é quem sabe onde a carruagem deverá chegar e qual o propósito desta viagem, porém se Buddhi estiver pouco desenvolvido, com pouco discernimento, pouca clareza de entendimento, o Ser não chegará a realizar a sua meta nesta viagem e ficará preso nas armadilhas da mente (cocheiro) e das emoções (cavalos). Com isso surge nesta Upanishad o objetivo do Yoga que é o domínio dos sentidos: ter forte o discernimento, ter claro o caminho e a meta a ser atingida. PROPOSTA DO YOGA NA SIMBOLOGIA DA KATHA UPANISHAD 1º Cuidar da carruagem - ASANAS E PRANAYAMAS (posturas psico físicas e controle da respiração) 2º Ter controle sobre os cavalos - sentidos - PRATHYAHARA (domínio dos sentidos) 3º Dominar a mente - DHARANA (atenção plena/concentração/foco mental) 4º conhecer o caminho - é o ensinamento da SENDA (aproveitar cada oportunidade para elevar o nível de consciência) 5º Revelar o passageiro - O SER (estar mais atento ao chamado do eu interior: aos insights) Desta forma, tivemos uma explanação simples sobre um tema profundo que aborda a natureza transitória e eterna, exemplificando os corpos e a consciência, o que se mantém depois da morte e o que deixa de existir. Hari OMMM!!!

Referência bibliográficas: 1.

O Chamado das Upanishads – Rohit Mehta

2.

Os Upanishads – Swami Prabhavananda

M. Laura Garcia Packer é professora de Yoga há 31 anos. Autora de obras sobre Yoga e Vegetarianismo, fundou a Casa de Yoga em Joinville em 1988 e o Chacarananda Ashram em 1992

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Terapia

Jaqueline Tartari

Eneagrama da Personalidade: como a criança que você foi explica o adulto que você é O Eneagrama da Personalidade é uma ferramenta de autoconhecimento cientificamente comprovada que permite uma profunda compreensão do comportamento humano, apresentando nove perfis de personalidade com suas motivações, competências e defesas. Desde criança, percebemos a realidade de uma determinada maneira e vamos buscando estratégias para sermos amados, aceitos, acolhidos ou, até mesmo, para sobreviver no ambiente em que nascemos. Assim, vamos criando crenças limitantes sobre a vida e construindo verdades a partir das nossas experiências subjetivas. Com o tempo, nos tornamos especialistas nessa visão de mundo e cristalizamos determinados padrões de comportamento.

Benefícios: - Saber como formou sua personalidade; - Compreender motivações, medos e atitudes; - Conhecer com clareza seus pontos fortes e fracos; - Entender o comportamento das pessoas com as quais convive; - Facilitar relacionamentos com diferentes perfis de pessoas; - Desenvolver-se pessoal e profissionalmente; - Promover sua inteligência emocional; e - Aprender novos caminhos para realizar mudanças conscientes.

A abordagem do Eneagrama com esse olhar para a infância, época em que formamos nossa personalidade, é terapêutica e nos convida a compreender a criança que fomos, sem julgamentos, e acolher suas necessidades e sentimentos. A criança registra e guarda memórias de dor, feridas da infância que precisam ser ressignificadas com amorosidade. Quando permitimos essa conexão com nossa criança interior, nos libertamos de mecanismos defensivos infantis que nos acompanham até hoje e ficamos mais próximos da nossa essência. O contato com nosso SER, a nossa criança divina, nos leva a trilhar novos caminhos para uma vida adulta saudável e livre de condicionamentos inconscientes. Fica o convite para mergulhar na sua infância e conhecer por meio do Eneagrama o percurso para seu autodesenvolvimento.

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Jaqueline Tartari é educadora, Terapeuta e Coach, com mestrado e especializações avançadas em Eneagrama da Personalidade


Yogaterapia

Milena Boniolo

Yoga para mulheres O Yoga é para todos, não há restrições: homens, mulheres, crianças, idosos, doentes ou portadores de alguma deficiência podem praticá-lo. De acordo com B.K.S. Iyengar, se você tem um corpo, o yoga é para você. No entanto, a prática deve estar orientada de acordo com as capacidades física e mental de cada um. Nos dias atuais, muitas mulheres têm negligenciado sua saúde seja por meio de uma carga excessiva de trabalho, horas insuficientes de sono, má alimentação ou até mesmo por uma prática de yoga não adequada. As mulheres precisam aprender a adaptar sua prática pessoal durante todo o mês, visto que há alterações significativas ao longo deste período. Somente assim poderão sentir e explorar a potência interna que seu corpo possui. No período menstrual, toda energia do corpo está sendo direcionada para descamar as paredes internas do útero, o que pode gerar desconforto físico como cólicas abdominais, dores nas costas, inchaço e sensibilidade nos seios, fadiga e esgotamento físico. Geeta S. Iyengar, autora do Best-seller, Yoga a Gem for Women, recomenda que ásanas como torções e equilíbrio sobre os braços devem ser evitadas neste período, uma vez que endurecem o abdômen e os órgãos reprodutivos. As inversões também são contraindicadas já que impedem e retardam o fluxo do material de descarte do corpo (endométrio); caso estes ásanas sejam realizados regularmente durante a menstruação, em especial a longo tempo, podem comprometer não apenas a menstruação, mas também a saúde reprodutiva.

Abaixo, constam alguns aspectos considerados numa prática de yoga terapêutica para as mulheres: • • • •

Limpeza do sistema reprodutivo; Funcionamento correto dos ovários; Equilíbrio da produção hormonal; Alinhamento das paredes do útero.

Estima-se que 30% das mulheres tenham alguma disfunção do ciclo menstrual como excesso de sangramento, pouco sangramento, ausência de sangramento, sangrar por mais de dez dias, sangramentos irregulares ou dolorosos. Se esse é seu caso, fale com seu professor de yoga terapêutico. É possível prescrever uma sequência específica que atenda às necessidades dos dias fora e dentro do período menstrual. No Sadhana Yoga Joinville são oferecidos regularmente cursos de yoga terapêutico para pequenos grupos. • • •

Módulo I: Período menstrual Módulo II: Preparação para Gravidez e Parto (tentantes e gestantes) Modulo III: Menopausa

Acompanhe as próximas datas no site sadhanayogajoinville. com.br ou entre em contato pelo telefone (47)3028.9607. Milena Boniolo é professora de Yoga

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Yoga

Jessica Santander e Lucy Naid C. Hoffmann

Asanas

O asana é praticado para conquistar a firmeza do corpo e da mente, trazendo saúde e flexibilidade. A palavra asana significa postura e segundo Patanjali no Yoga Sutra II.46, asana é Sthira Sukhan, ou seja, a postura deve ser estável e confortável. Os asanas ocupam o terceiro estágio da prática. A prática dos asanas nos permite entender o corpo e por meio dele despertar qualidades de solidez, forma, firmeza e força. Precisamos de um corpo vigoroso para desenvolver uma mente vigorosa. Uma mente vigorosa, lúcida, possibilita maior sensibilidade favorecendo ações mais precisas. Apresentamos alguns asanas que podem ser praticados nas pequenas séries ou individualmente. Confira:

Virabhadrasana II: apresenta benefícios similares com sua variação número “I”, porém, a partir dos braços alargados pelas laterais do corpo e foco no olhar (dristhi), o praticante pode estabelecer uma permanência maior, desenvolvendo seu ato respiratório e do exercício do foco. Nesta variação o guerreiro Virabhadra apresenta determinação e fé de quem recebe das forças da luz sua missão e a realiza sem desânimo ou dúvida.

Virabhadrasana III: neste asana que apresenta uma variação mais avançada, o praticante se apresenta com total disciplina e entrega a missão dada pelo divino ao guerreiro Virabhadra. Um asana extremamente benéfico a todo corpo, tendo a qualidade de ser sustentado por uma base firme e força de ânimo interno.

Virabhadrasana I: asana de série em pé que gera grande fortalecimento das bases do praticante incluindo tornozelos, pernas e coxas. Além de gerar um grande calor interno, esse asana segue uma série com três variações onde o divino guerreiro Virabhadra se apresenta aos desafios da vida guiado pela conexão com o superior. Variação mais simples

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Setu Bandha Sarvangasana com as pernas estendidas: asana de extensão que gera sensação de relaxamento e entrega. Regiões abdominal e peitoral são grandemente favorecidas. Tem um efeito tonificante sobre a coluna vertebral, fortalecendo a musculatura costal. Ardha Chandrasana: nesta postura de meia-lua, o sadhaka ou praticante desenvolve maior consciência corporal e alinhamento através do exercício de equilíbrio e sustentação. Com os olhos da consciência o asana pode ser sustentado permitindo ao praticante que se desligue do aspecto sensorial dos olhos físicos no ato de apontar o rosto para frente ou para o alto.

Halasana: este asana promove um alinhamento intenso da área posterior do corpo, trazendo elasticidade e flexibilidade à coluna vertebral inteira ao irrigar os centros nervosos superiores e tem um poder relaxante sobre o sistema nervoso. Com variação de bloco

Viparita Karani Mudra: Com sustentação do quadril mais ao alto, gera-se um bom alívio das tensões ao nível do abdômen e da respiração lombar. Nesta postura de invertida, o praticante exercita sua entrega e recebe os grades benefícios de uma invertida como o bom fluxo circulatório no corpo, boa circulação de oxigênio e prana, além de ser muito relaxante e revigorante.

Com apoio dos pés Jessica Santender é instrutora de yoga Lucy Naid C. Hoffmann é instrutora de yoga e coordenadora do Sadhana Yoga

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Estudo

Kenio R. Cabral Nogueira

Música e Iniciação – Parte II Mas o que é evoluir? Evoluir é transformar Vida Energia em Vida Consciência. E cada componente da humanidade pode fazer isso ao longo de várias encarnações1 ou acelerar esse processo por meio de práticas seguras e bem direcionadas de iniciação. Desta forma, cada homem e cada mulher no mundo encontrará dentro de si o Éden perdido há mais de 1.000.000 de anos. Com isso, através de sua vibração na vida, torna-se um ser diferente, espiritualmente maduro, com suas emoções em perfeito equilíbrio e mentalmente lúcido para realmente poder ajudar a humanidade de forma consciente, levando o seu entorno ao mesmo processo. O próprio termo Éden se assemelha ao termo nórdico Odin, da mitologia escandinava. “...é o ‘pai dos deuses’ e da Divina Sabedoria e como tal, é, portanto, Hermes ou a Sabedoria criadora. Odin, ou Wotan, ao criar o primeiro homem da árvore, [...] dotou-o de vida e alma; Honir dotou-o de intelecto e Lodur de forma e cor.” (BLAVATSKY, 1991)

O que confere com a expressão de um iniciado: “Deus cria geometrizando”. O termo Odin assemelha-se também ao termo Ode, onde podemos facilmente perceber a influência criadora desses dois termos. Segundo o dicionário, ode é poesia própria para canto; uma composição poética, laudativa ou amorosa, dividida em estrofes simétricas.2 Portanto, ao criar a sabedoria no íntimo de cada ser, a Ode ou a Música (dada a simetria da poesia e da música) atua como “ferramenta” sagrada no despertar de seus princípios superiores. A música sempre foi utilizada nos processos de iniciação ao longo da história da humanidade. E por quê?

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A música cria! E, dada a sua importância, assim como o próprio Odin, não importa o nome dado nas várias tradições, ao usá-la com sabedoria, respeitando os cânones sagrados e a métrica correta, estamos criando em nós, e no ambiente em torno de nossas vidas, uma esfera ou campo vibratório mais sutil e complementar à elevação que os nossos veículos de manifestação requerem. Decorre daí a existência dos Mantras, palavra inclusive que lembra, justamente, medida, métrica etc. Em virtude da correta utilização da música e dos cantos sagrados, vamos criando a vida e as condições para alcançarmos nosso objetivo. Impregnando a nosso aura de vibrações sattwa-rajásicas, em oposição complementar às vibrações tamásicas do mundo. Nos estudos de iniciação que a Sociedade Brasileira de Eubiose vem realizando desde 1924, o discípulo é ensinado a utilizar corretamente essa força poderosa que provém da música e dos mantras. Com isso, vamos alcançando maior estado de consciência e chegamos, realmente, a encontrar o nosso Jardim do Éden, sendo cada um de nós, o próprio Odin das tradições, pois ganhamos o direito de criar, sabiamente, formas de se viver em harmonia com as Leis Naturais, através de nosso poder mental. 1

777 para cada Ciclo ou Ronda. Nota do autor.

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Grifo do autor

Kenio R. Cabral Nogueira é representante da S.B.E. em Joinville - SC


Uma visão ayurvédica

Luana Ferrari

Relógio Biológico do Ayurveda Assim como o nosso corpo possui um relógio biológico, o qual dita as necessidades a serem atendidas tais como fome, sono, excreção etc. Na visão ayurvédica dos doshas são eles que ditam o ritmo com que devemos executar nossas atividades. Cada período do dia possui uma energia distinta que favorece as atividades desenvolvidas por nós, ou seja, cada período do dia é influenciado por um dosha, biotipo determinado pelos elementos da natureza (terra, fogo água, ar e éter) que formam não só o corpo, mas tudo o que existe. A presença ou ausência do sol determina os principais horários de influência desses doshas, que ocorrem de 4 em 4 horas. Das 6h às 10h, tanto da manhã quanto da noite é o dosha Kapha quem predomina. Das 10h às 2h é o dosha Pitta e das 2h às 6h quem prevalece é o dosha Vata. O horário traz consigo atributos semelhantes ao do dosha de influência. Portanto, o horário Kapha (6h às 10h) tem uma energia pesada, lenta, retentora e fria. Hora certa de estimular o agni (fogo digestivo) para iniciar os processos digestivos, praticar esportes, Yoga e fazer a limpeza do corpo. No horário Pitta (10h às 14h) tanto o sol quanto o fogo digestivo (agni) estão em alta, hora certa para fazer a principal refeição, pois é aí que devemos ter a maior fome do dia. Se não houver fome, deve-se estimular o agni com gengibre (chá ou pedaços mastigados). Não se deve comer sem fome, mas neste caso uma refeição leve e com especiarias trabalham para elevar o agni. Após a refeição, mastigar ou tomar chá de erva digestiva (cardamomo, erva doce) e descansar por 15 minutos, sem dormir, deitado para o lado esquerdo. Pode ser também uma caminhada leve, pois neste horário não é recomendado esforço excessivo. No horário Vata (14h às 18h) a energia é leve, mental e criativa. Horário ideal para trabalhar e atividades intelectuais. Após o trabalho fazer práticas de Pranayama (respiração) e Yoga ajudam a equilibrar as energias.

À noite, das 18h às 22h volta a predominar o horário Kapha em que devemos, assim como o sol, nos recolher e diminuir o ritmo para o descanso. O jantar deve ser a refeição mais leve e anteceder cerca de duas horas a hora de dormir. Das 22h às 2h Pitta volta a acelerar o metabolismo, digerindo toxinas do corpo em repouso e liberando o organismo a produzir hormônios como a serotonina. Se estivermos acordados, voltamos a ter fome, o que gera uma sobrecarga no sistema digestivo. É importante não ficar acordado até muito tarde vendo TV ou mexendo na internet, pois estimulam e agravam o dosha Vata, o que não propicia boa qualidade de sono. Das 2h às 6h da manhã é um ótimo horário para meditar, mas ruim para pegar no sono, pois Vata volta a predominar. De acordo com essa sabedoria milenar, manter a rotina e as atividades nos horários adequados fortalecem e desintoxicam o corpo e a mente, aumentam Prana (energia vital) e evitam desequilíbrios que podem levar a doenças e problemas de saúde.

Luana Ferrari é bióloga, terapeuta ayurveda formada pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya - Fundação Sri Vájera, da International Academy of Ayurveda. Atende atualmente no Sadhana Yoga Saúde Integral

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Educação

Gisele Becker

A vida que pulsa Quinta-feira: um dia de sol e calor, dia de caminhar. Eu e várias crianças entramos na mata até uma clareira. Lá estava fresco com a sombra das árvores, soprava uma brisa suave, havia cantoria dos pássaros e a luz do sol bailava entre as folhas. Eu estava fazendo crochê, sentada num tronco, e observava as crianças brincando. Algumas de três até seis anos brincavam em grupo descobrindo caminhos pela mata. Outras duas tocavam violino com pedaços de galhos secos e cantarolavam. Uma menina sentou-se ao meu lado e disse “eu estou costurando igual você”. Os dedos da menina entremeavam galhos, cipó, folhas e flor. De vez em quando me pedia para cuidar das suas costuras enquanto saía para buscar outras folhas. Tudo escolhido cautelosamente. Algum tempo passou até que ela me diz “olha, Gisele, a minha boneca”. Eu olhei e fiquei emocionada com o que vi. Ninguém havia pedido para ela criar ou para fazer uma boneca ou havia sugerido qualquer atividade. Foi algo que nasceu de dentro dela, um impulso, espontâneo, em total liberdade. Ela imaginou, projetou, selecionou os materiais com o que havia ao seu redor, se dedicou e fez algo único, com suas próprias mãos: uma boneca, a sua boneca. E não é esta a nossa busca constante? Trabalhar com algo que nos dê prazer, que nos conecte ao momento presente, que seja divertido e desafiador, que nos permita transformar, que seja único como nós, e que nos traga a tão sonhada liberdade?

E não é curioso que a criança faça isso naturalmente? Que a mata, o barro, a terra, as árvores, pedaços de galhos sejam os melhores brinquedos, onde o brincar espontâneo viceja? E mais: que atualmente a gente tenha receio de a criança se machucar, se sujar, de que ela corra, suba, escale... brinque. E a gente vai enchendo a criança de atividades, distrações, “de brinquedos”, de conteúdo. Eu ouço “as crianças precisam distrair-se”. E sempre penso “não quero distrair ela dela mesma, quero que ela se conecte com seu próprio ser, com o outro e com o mundo”. Será que queremos pessoas distraídas? Ou buscamos pessoas donas de si? Atualmente, vemos tantos adultos (e até mesmo crianças) depressivos ou ansiosos, que estão no passado ou futuro, que não conseguem estar no presente. Ou ainda falamos que estamos num momento em que as pessoas têm pouca vontade e iniciativa. Ou que tem muita gente com dificuldade para encontrar outros caminhos, para imaginar uma solução. Ou adultos que não querem ter reponsabilidade, que neste quesito agem como crianças. E mais, que precisamos encontrar novos caminhos para o rumo da humanidade, na questão ambiental, política, de convivência social, de educação e tantas outras. Naquele dia, eu, boquiaberta, fiquei a admirar a boneca. Meus olhos se encheram de lágrimas. Chorei de emoção pela beleza do brincar livre que pulsa e vive naquela criança. Mas chorei também por tantas crianças que estão com seus olhos aprisionados em telas ou brinquedos projetados, prontos e acabados, que tem uma finalidade. Eu poderia lhe contar muitas histórias como esta, que acontecem diariamente. Crianças que decidem fazer o enterro de um pássaro que encontraram morto. E fazem todo um ritual, sem nenhuma ajuda de adultos. Crianças que constroem casas com panos, tábuas, pneus e caixas. Crianças que pegam galhos na floresta e formam uma orquestra com flauta, sax, piano e tudo o mais. Crianças que fazem bolo, pão, pastel com barro, areia, água e folhinhas do quintal. Crianças que têm imaginação. Crianças que brincam. Crianças que simplesmente são crianças. Gisele Becker é fundadora e professora da Escola Waldorf Relicário de Luz

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Yoga

Arjan Kaur

KUNDALINI YOGA E A ERA DE AQUÁRIO “A Era de Aquário está vindo ao nosso encontro. O vazio, a insanidade e a dor serão problemas de todos. As pessoas gostarão de bater em paredes para descobrir onde podem ir. Elas virão até vocês. Tão insanas estarão, que se vocês não tirarem a dor delas e em vez disso julgá-las, vocês serão as pessoas erradas. É por isso que gostaríamos de ensinar-lhes a permanecerem disciplinados no mundo mais indisciplinado. Como crescer, como brilhar. Como ser e ser. Primeiro, nós identificamos a nós mesmos: nós somos, nós somos. Segundo, nossas palavras deverão ser tais que possam aquietar qualquer fogo, desespero e depressão da pessoa. Terceiro, devemos ter o poder de elevar a alma a servir a pessoa, de sermos graciosos. E finalmente, devemos permanecer puros”. (Yogui Bhajan) Estamos na era da informação. “Ser ou não ser” não é mais a questão. Agora o lema é “ser para ser”! Você “já é” alguém, pela Graça do Criador. Aceite sua totalidade, a sua conexão com uma existência criativa maior e a expresse em cada ação compromissada. Somente estudar não será mais suficiente. O valor real virá da verdade incorporada nas ações práticas.

Esse, segundo o mestre indiano que trouxe o Kundalini Yoga para o ocidente, é o perfil de um ser humano realizado. Devemos encontrar antídotos para a onda das “novas enfermidades”. A fadiga, o estresse, a depressão, a ansiedade e diversos transtornos psicológicos têm a ver com a estruturas externas que estão ruindo (instituições, por exemplo) e que davam a significação interna. Na Era de Aquário, os seres humanos descobrirão que apenas o que “está dentro” é real. Esse “vazio” pode ser um sintoma do despertar para a necessidade premente de estar e agir de acordo, e constantemente, a partir da Alma, e não do Ego. Encontrar uma ferramenta que te ajude nesse sentido, pode ser a virada da chave para a saúde integral. Arjan Kaur (Camila Gessner) é professora de Kundalini Yoga, numeróloga tântrica, yogaterapeuta e Reiki Master

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