Jornal do
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
nº 72 • 2º Semestre 2018
Editorial Queridos leitores, mais um Jornal do Yoga está sendo distribuído com diversos artigos especiais e reflexivos para a nossa caminhada. Começamos destacando a participação da artista plástica Cleonice Bertoncello, que ilustra de forma inspiradora as matérias desta edição. Mário Reinert, professor de Yoga do em São Paulo, nos concedeu uma entrevista contando a história milenar do Yoga, essa prática que desperta e transforma quem a pratica. “O que a história demonstra é que não há um Yoga único, verdadeiro e tradicional, mas sim que há uma tradição viva e por isso sujeito à mudanças e adaptações.” Essa frase dita por ele é, em essência, a busca por aquilo que já somos, pois o Yoga nos conduz para despertar a consciência que já existe em nós. Outro assunto relevante é sobre a respiração que não é o Prana. O Prana não é o ar, mas está intimamente ligado à respiração, sendo ele a maior fonte de movimentação dessa força vital presente em tudo que é vivo. A professora de Yoga, Maria Elisa escreve sobre essa movimentação de energia vital, Prana, por meio da aplicação do Reiki. Ainda nesta edição, temos um convite especial para todos os leitores: no dia 19 de agosto será feita uma grande meditação EKAM, Festival da Paz, através das redes sociais e presencial para participar de uma corrente pela Paz. Na página 19, Rachel nos convida a fazermos esse movimento interno, buscando despertar a consciência para a paz. Quando você desperta para o estado de paz em sua consciência, você gera um campo de força Divino e se torna um instrumento da Paz. Como dizia Gandhi: “Seja você a Paz que você deseja no mundo.” Inspire-se lendo o Jornal do Yoga.
Asanas Tadasana - a postura da montanha Página 4
Entrevista Descobrindo o Yoga com Mário Reinert Página 6
Saúde Homeopatia na Pediatria Página 10
Namaste! As editoras - Maria Helena Wegner e Lucy Hoffmann
Intercâmbio Uma Vivência na Índia Página 12
Terapia Somos feitos Um do Outro Errata edição 71 - página 6 Diferentemente do que foi publicado na edição anterior do Jornal do Yoga, o endereço correto do Kamigashima é rua Timbó, 51 - anexo a Dione Jair e Makeup.
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Jornal do Yoga - Responsáveis: Maria Helena Wegner e Lucy Hoffmann. Projeto Gráfico: Ivan Almeida. Jornalista Responsável: Taisa Rodrigues (MTB-RS 12.777). Revisão: Taisa Rodrigues, Lucy Hoffmann. Contato Comercial: Lucy Hoffmann (lucynaid@gmail.com). Ilustrações: Cleonice Bertoncello. Fotos: Taiuê Hoffmann. Impressão: Grafinorte. Tiragem: 3.000 exemplares. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade dos autores. Para anunciar ligue: (47) 3028-9607. Comentários e sugestões podem ser enviados para: jornaldoyoga@hotmail.com
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Filosofia
M. Laura Garcia Packer
A árvore do Yoga Assim como todo o processo de uma planta precisa ser cuidado, também a árvore do ser precisa ser cuidada. Os antigos sábios, ao vislumbrarem a alma, descobriram a semente dessa vivência no Yoga. Abaixo, um breve relato, baseado na obra “A árvore do Yoga”, de B.K.S Iyengar.
SÍNTESE DO LIVRO A ÀRVORE DO YOGA, de B.K.S Iyengar, POR M. LAURA GARCIA PACKER, Professora de Yoga desde 1986, fundou a Casa de Yoga Shanti OM e o Chacarananda Ashram. Autora de 3 livros essenciais para o desenvolvimento da vida yóguica
Essa semente tem oito segmentos:
1. A raiz da árvore do Yoga é Yama que abrange cinco princípios: o cumprimento dos ditames de Yama disciplina os cinco órgãos da ação, que são os braços, as pernas, a boca, os órgãos de ação, que controlam os órgãos da percepção, e a mente – alguém pensa em fazer algum mal, mas os órgãos da ação se recusam. Resultado: o mal não será praticado. Os yogues assim começam com o controle dos órgãos da ação: Yama, e por esse motivo a raiz da árvore do yoga. 2. O tronco é comparável aos princípios do Niyama, que controlam os órgãos da percepção: os olhos, os ouvidos, o nariz, a língua e a pele. 3. Do tronco da árvore saem diversos galhos: um é muito comprido, o outro cresce lateralmente, outro nasce reto, e assim por diante. Esses galhos são os asanas. 4. Dos galhos brotam as folhas, cuja interação com o ar fornece energia para toda a árvore. As folhas absorvem o ar, colocando-o em contato com as partes internas da árvore. Correspondem ao pranayama, a ciência da respiração que conecta o macrocosmo ao microcosmo e vice-versa. Observe como, em posição invertida, nossos pulmões têm a imagem de uma árvore.
5. Os galhos são todos cobertos pela casca. Sem a proteção da casca, a árvore seria devorada pelos vermes. Essa camada de revestimento protege a energia que flui dentro da árvore, entre as folhas e a raiz. Dessa maneira, a casca corresponde a prathyahara, que é a viagem interna dos sentidos, os quais se desligam da pele e se voltam para o âmago do ser. 6. A seiva da árvore, o suco que contém a energia dessa viagem para a interioridade do ser, é dharana. Dharana é concentração, é focalizar a atenção no cerne do ser. O fluído ou seiva da árvore, coliga a última pontinha da última folha à última pontinha da raiz. 7. A vivência dessa unidade do ser, da periferia ao centro, unidade em que observador e observado são um, é obtido com a meditação. Quando a árvore é saudável e o suprimento de energia fantástico, as flores nascem. Nesse sentido, dhyana, a meditação, é a flor da árvore do yoga. 8. Quando a flor se transforma em fruto, tem-se o samadhi. A essência da árvore está no fruto, e a essência da prática do Yoga está na liberdade, na paz e na beatitude do samadhi, em que corpo, mente e alma se unem e se fundem com o Espírito Universal. Jornal do Yoga • 2º Semestre 2018
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Asanas
Pedro Pessoa
Tadasana, a postura da montanha Tada signica montanha. Tadasana, portanto, é uma postura onde se esta em pé, firme e ereto como uma montanha. É a postura básica de pé, e a primeira postura que Guruji Iyengar ensina em seu livro “Luz sobre o Yoga”. Sama signica igualdade. Sthiti signica estabilidade. Quando em Tadasana conseguimos nos manter equilibrados, tanto na direita quanto na esquerda, na frente ou atrás, e encontramos o centro, o eixo, entramos em Samasthiti.
Em Tadasana buscamos o alinhamento do eixo cérebro espinhal, que é um dos objetivos do Yoga. Não apenas por que estamos alinhando nosso corpo, mas por que, quando alinhamos esse eixo cérebro-espinhal, existe uma repercussão na qualidade de todos os níveis do nosso corpo, físico, mental e emocional, que é fundamental para a realização Ser.
Orientações para a prática: 1. Una os pés, desde os calcanhares até os dedões. 2. Sola dos pés espalhadas contra o chão e dedos dos pés longos e relaxados. 3. Absorva os tornozelos externo para dentro, eleva os tornozelos internos fazendo com que o arco dos pés se torne firme e elevado. 4. Levar as patelas dos joelhos para trás e para cima. 5. Levar as coxas frontais superiores para trás e girar para dentro. 6. Com a mesma intensidade que as coxas frontais vão para trás, o cóccix vai para frente. Este é o alinhamento indireto da pélvis. 7. Elevar a coluna vertebral desde o cóccix até o topo da cabeça. 8. Elevar a lombar até a torácica e torácica para frente em direção ao peito. 9. Girar ombros para trás e para baixo. 10. Braços estendidos em linha com o tronco, palma das mãos voltadas para as laterais das coxas externas. 11. Olhar para frente na altura dos olhos. 12. Relaxar o rosto e respirar. Pedro Pessoa é coordenador do Centro de Iyengar Yoga Florianópolis e membro do comitê técnico da Associação Brasileira de Iyengar Yoga no Brasil
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Saúde
Flávia Sorg
Os benefícios da copaíba
A copaíba (Copaifera officinalis), nativa da floresta Amazônica, é muito conhecida, por suas propriedades medicinais. O gênero Copaifera possui 28 espécies catalogadas, das quais 16 são endêmicas do Brasil. Vale destacar que o bálsamo extraído de seu tronco é um poderoso remédio muito conhecido pelos índios da Amazônia há mais de 500 anos. Sua eficácia como anti-inflamatório e antibiótico tem sido comprovada por meio de muitas pesquisas, bem como sua notável atuação como antisséptico, expectorante, cicatrizante, laxativo, diurético, antimicótico, vermífugo e antitumoral. Podemos encontrar o bálsamo de copaíba em forma de resina bruta ou destilada, que nesse caso se chama óleo essencial. A diferença entre os dois é a concentração. O bálsamo na sua forma original pode ser usado interno e externamente, já o óleo essencial, por ser mais concentrado, é somente para uso externo.
Como podemos usar? O bálsamo pode ser ingerido com algumas gotas ao dia (com mel, diluído em óleo vegetal ou puro) para tratar infecções e inflamações. Nesse caso, se aconselha a orientação de um profissional para verificar a quantidade de gotas, pois varia conforme o peso da pessoa. Para irritações e inflamações de pele, por exemplo, pode ser usado uma gota diretamente sobre o local lesionado. Já o óleo essencial pode ser usado puro na quantidade de uma gota em pequenos ferimentos, frieiras, acne etc. Também pode ser adicionado em shampoos e sabonetes líquidos para tratar caspa, seborreia, psoríase e dermatites na proporção de quatro gotas para 10 ml de shampoo ou sabonete líquido. Também é conhecida a propriedade da Copaíba na prevenção de cáries. Nesse caso se utiliza uma gota na pasta de dente na hora da escovação. Para infecções de garganta, podem ser adicionadas três gotas em uma xícara de água morna para fazer gargarejo.
Se você gostou dessas dicas e quer usar a copaíba, procure sempre a orientação de um profissional e compre sempre de lojas especializas e de confiança, pois existe no mercado óleos falsificados e não puros.
Flávia R. Neri Sorg é bióloga, Aromaterapeuta e proprietária da Cheiro de Mato Cosméticos Naturais
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Entrevista
Descobrindo o Yoga com Mário Reinert Muitos praticam e estudam o yoga; outros só praticam; outros são admiradores que leem e não chegaram a ter tempo para fazer alguma prática, mas todos estão convidados a entender um pouco mais sobre essa filosofia que trabalha corpo e mente e que, cada vez mais, ganha novos adeptos. O Sadhana Yoga, em Joinville/SC, recebeu recentemente o estudioso sobre o tema e fundador e professor do Namaskara Estúdio de Yoga Mário Reinert, que compartilhou um pouco sobre a história milenar do Yoga, incentivando os praticantes a conhecerem mais profundamente essa filosofia transformadora. Mário concedeu uma entrevista exclusiva sobre o tema para o Jornal do Yoga. Confira abaixo o bate-papo: JY – Na palestra você contou um pouco sobre a História do Yoga. O que podemos destacar nesta trajetória? MR – Os primeiros registros sobre o Yoga datam aproximadamente de 4000 a 5000 anos atrás. Nesta época, foram encontrados nas cidades do Vale do Hindu, região do atual Paquistão, selos em pedra sabão que representam figuras humanas em posturas sentadas de extrema dificuldade de execução, que se assemelham a posturas de yoga. O principal destes selos traz uma postura que na tradição do Hatha Yoga chamaríamos de Mūlabandhāsana e mostra uma figura cercado por animais, o que poderia representar um proto-Śiva, versão arcaica do Deus que é considerado o criador do yoga, segundo a tradição hindu. Outro momento importante é quando a palavra Yoga surge pela primeira vez com o sentido muito próximo do que utilizamos hoje. Isto ocorre na parte final dos Vedas, as Upanisads. O termo aparece também em partes anteriores no RG Veda, mas com o sentido de Jugo (Kanga), a peça que une uma parelha de cavalos à carruagem, metaforicamente a união da “mente” ao “Si Mesmo”. Mas é só nas Upanisads que o Yoga começa a se configurar com suas bases metafísicas como conhecemos hoje. Nas Upanisads o Yoga aparece como um estilo de vida que possibilita a pacificação da mente para a realização de Brahman, o absoluto e indivisível que está por trás de toda a existência. Vale destacar a Bhagavadgītā, parte do Mahābhārata, que populariza este conhecimento contido nas Upanisads num formato épico e mais popular, conciliando conceitos das Upanisads com o hinduísmo popular e, em oposição especialmente ao Jainismo e ao Budismo, prega a renúncia na ação e não uma renúncia absoluta. Assim os rituais devem ser preservados, bem como o dever para com a família e a sociedade, renunciando-se aos frutos da ação e não à ação em si. Alguns séculos depois os Yoga Sūtra de Patañjali aparece sistematizando o Yoga e é ele o texto responsável por tornar o Yoga um dos seis Darśanas ou escolas ortodoxas da filosofia indiana. São diferentes visões (Darśanas de Drs - Ver) dos Vedas.
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O tratado de Patânjali, portanto, não inventa o Yoga, mas o torna sistemático, dentro de uma filosofia e prática estabelecidas, sendo Patañjali considerado o compilador. Aqui também o Sānkhya aparece como filosofia que embasa o Yoga, pois o primeiro e mais importante comentário sobre os Sūtra, o comentário de Vyāsa, termina dizendo-se um comentário em Sānkhya.
“O que a história demonstra é que não há um yoga único, verdadeiro, tradicional e que deve ser preservado a qualquer custo, mas sim que há uma tradição viva e por isso mesmo sujeita à mudanças e adaptações no seu contexto histórico e em minha opinião isso é um dos mais belos atributos do que chamamos de yoga.”
JY – Você citou os vedas: Rgveda, Yajurveda, Sāmaveda e Atharvaveda. Que conhecimentos são esses? Qual a sua importância? MR – Estas quatro divisões compõem os Vedas, que são o conjunto de textos mais antigos e importantes da Índia. Eles são considerados “śruti” ou revelados aos sábios, chamados de rsis. São a base da cultura indiana, da religião, da medicina, da música, do teatro, das artes em geral e foram transmitidos oralmente. Cada um deles é dividido em quatro seções, Samhitā que são versos ou fórmulas litúrgicas, sendo1028 hinos no Rgveda; o Sāmaveda é praticamente o mesmo, mas musicado; e o Yajurveda é em prosa. O Atharvaveda é o que mais se diferencia, muitas vezes nem sendo considerado um dos vedas pelos ortodoxos, pois é nele onde vemos muitas referências sobre rituais de cura e de magia, tendo assim uma forte relação com a medicina Ayurvédica e o tantra. A próxima divisão são os Brāhmanas que são a explicação sobre a liturgia, seguido pelos os Āranyakas que são os nomes dados a algumas adições feitas aos Brāhmanas e trazem materiais com significados exotéricos. Eram textos para serem recitados fora do vilarejo, na floresta. Por fim a parte mais importante para o Yoga, são as Upanisads, a parte final dos vedas onde a palavra Yoga aparece pela primeira vez com o significado parecido de como a utilizamos hoje e que traz a base filosófica e metafísica do Yoga.
JY – Você falou sobre os quatro propósitos da vida. Como aplicar esses propósitos no nosso dia a dia? MR – Artha, Kāma, Dharma e Moksa são esses quatro propósitos. Artha é a segurança, que todos necessitamos, o mínimo para que possamos ter uma vida com saúde, condições para morar e nos alimentarmos. Kāma é o prazer e, apesar de estar presente em nossas funções fisiológicas básicas, nossa busca por ele se amplia no momento em que temos nossas condições de segurança atendidas. Se tenho muita fome, não estou muito preocupado com que tipo de comida comer, qualquer coisa neste momento será um néctar dos deuses. Mas se você estiver alimentado, começará a pensar em algo mais saboroso, sua exigência começa a mudar. Mas após um tempo, mesmo que você tenha segurança e muitos prazeres, a vida continua a parecer incompleta, é aí que surge o Dharma, que é aquilo sem o que nada permanece, é o que sustenta a vida. Dharma é traduzido nos textos de diferentes maneiras, como religião, como lei, como propósito entre outros termos. Podemos dizer que temos vários Dharmas, o de filhos, o de pais, o trabalho que fazemos, mas há sempre algo maior, uma função para o mundo, um propósito, algo que podemos realizar no mundo e sem esta realização é muito difícil um caminho de felicidade. Por fim o quarto Purushārtha, Moksa, que é do que o trata o yoga, é a liberação total do ciclo de samsāra e o maior propósito de nossa existência.
“Mesmo se atingirmos os três primeiros, é somente com Moksa que é possível a liberação do ciclo de renascimento e morte, e deste sentimento de inadequação que permanece conosco assim que passam os rápidos momentos de prazer e felicidade.” Em nosso dia a dia estamos lidando especialmente com os três primeiros Purushārthas quando trabalhamos para ter nossa casa e comida, ou quando nos sentamos a mesa para uma refeição deliciosa no restaurante que mais gostamos, ou quando exercemos nossa função social, seja junto ao nosso trabalho, ou como voluntários ajudando pessoas que precisam. Mas é em nossa prática de Yoga que podemos buscar Moksa – o propósito maior da existência. Todavia, se pensarmos bem, apenas uma hora ou uma hora e meia por dia é pouco se comparado às 23 horas restantes. Assim, a melhor maneira é que consigamos levar nossa prática de Yoga para nosso dia a dia e com isso tornar Moksa mais perto de nós mesmos.
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JY – Você disse que é preciso fazer as coisas com verdade. Você acredita que falta verdade? Que verdade é essa? MR – Sat significa existência, e quando falamos em verdade, que é Satyam, é aquilo que existe, pois como está escrito na bandeira da Índia, Satyam eva jayate, somente a verdade triunfa ou permanece. Aquilo que não é verdade não tem realidade e não pode permanecer. Para que possamos ser felizes é necessário buscar algo verdadeiro em nossas vidas, pois isso será duradouro. Ter um compromisso com a verdade não é fácil, mas ela tem um poder imenso: nos dá tranquilidade, serenidade. Satyam é também o segundo dos yamas, que são as restrições do yogue, seu código de conduta. Yamas e Niyamas são as bases, a fundação da sua prática, sem isso tudo será construído sobre a areia como a passagem bíblica, no Yoga também queremos construir nossa casa sobra a pedra. No caminho do Yoga, a maior verdade é a de que já somos o que buscamos, a verdade de que nossa essência já é plena e absoluta, chamamos isso de Purusa. Diferentemente das religiões ocidentais onde há uma evolução espiritual, neste caminho, não há de fato uma evolução do espírito, há sim uma transformação na mente e no corpo para que esse reconhecimento aconteça. Mas em última instância, não há nada a ser transformado, apenas a ser reconhecido. JY – A frase “Não há nada que você precisa mudar, basta apenas reconhecer”. Como reconhecer? O que é preciso reconhecer? Qual caminho trilhar para chegar neste ponto? MR – O caminho é sua prática, é esta busca do conhecimento de si mesmo, e não há como conhecer a si mesmo se sua mente não for pacificada. O Yoga é esta pacificação da mente para a experiência direta de sua essência, sem intermediários. Costumo dizer que o Yoga é fazer, fazer e fazer para perceber que não é preciso fazer nada. Este e o caminho que acredito! JY – No seu ponto de vista é importante linkar prática e conhecimento? MR – Na minha opinião não existe diferença real entre ambos, assim como afirmado na Bhagavadgītā, Yoga (prática) e Sānkhya (conhecimento) são partes da mesma coisa. Algumas pessoas vão se identificar mais com a prática, outras com o estudo, mas ambas vão se beneficiar se equilibrarem os dois.
JY – Para que as pessoas ampliem o conhecimento, qual a dica? MR – A dica é fazer com que sua prática, tanto física, como intelectual, tome conta do resto de sua vida, isto não significa praticar āsana (postura), ou meditação, ou estudar filosofia 24 horas por dia, mas sim levar esta intenção, estes conceitos e esta verdade para tudo o que você faz em sua vida. Tire sua prática somente do tapetinho e espalhe pitadas dela por toda a sua existência.
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“Coloque em prática seus estudos e estude sua prática: o equilíbrio é sempre a chave!”
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Saúde
Diogo Vinicius Kroetz
A homeopatia na pediatria A observação de uma criança é cativante, pois podemos aprender e nos surpreender a todo o instante. Se nossos pensamentos estiverem direcionados para preocupações e intenções torna-se muito cansativo, porém, se permanecemos num ambiente seguro, livre de preocupações, focados exclusivamente naquele momento, a experiência torna-se inigualável. Em cada fase da vida surgem novos desafios: mamar, observar, mover o corpo, comer, engatinhar, emitir sons, caminhar, falar, vestir-se, controlar a urina, as fezes, ir à escola, relacionar-se com o mundo... enfim, a vida transforma-se a cada momento, e o percurso pode parecer penoso. Muitas vezes algumas fases chamam a atenção dos pais: surgem desequilíbrios e doenças, mas depois de algum tempo “foi tudo tão rápido!” Os agravos à saúde nas crianças geram preocupação e ansiedade por parte dos seus cuidadores. A identificação da origem e suas consequências são o passo inicial para as ações mais adequadas. Entre as possibilidades de tratamento estão a revisão de algumas crenças e hábitos, adequação da dieta, atividades lúdicas, exercícios individualizados, acupuntura e o uso de medicamentos.
A reflexão nos aspectos do cotidiano e o uso de medicamentos homeopáticos estão na base dos tratamentos que utilizo para reestabelecimento da saúde das crianças. Podem ser utilizados tanto para doenças agudas como crônicas e juntamente com outros medicamentos e tratamentos. Situações em que houveram lesões permanentes, por exemplo, vale destacar que a homeopatia não irá reverter a lesão, porém poderá ajudar na melhora do seu estado mental e de sua qualidade de vida. A função da homeopatia é equilibrar o indivíduo de forma que o corpo encontre o caminho da sua saúde.
Diogo Vinicius Kroetz é pediatra e homeopata
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Yoga
Maria Helena Wegner
Pranayama, a expansão da força vital Prana, a força vital, penetra e difunde por toda a existência. É a fonte da vida e uma expressão do Espírito Divino. Esta visão da Criação como energia é sustentada pela física moderna que descobriu o seguinte: mesmo os átomos que compõem toda matéria e a vida, 99% do espaço é vazio. Da perspectiva yóguica, este espaço não é realmente vazio, mas pleno de potencial criativo que chamamos prana.
Prana é algo que se pode experimentar no corpo. É percebido de várias formas: às vezes como uma sensação de prurido ou calor, frequentemente como uma percepção de energia em movimento. Quando o fluxo é mais intenso, há um senso de euforia, que pode fluir por todo o corpo, produzindo um estado de arrebatamento. De acordo com o yoga, esse estado de benção, combinado com um senso de ilimitado potencial, é o nosso estado verdadeiro e natural de ser, que é obliterado pelas tensões adquiridas no processo de perseguir o que desejamos e evitar aquilo que tememos. Yoga é o processo de eliminar essas tensões por meio do fluxo do prana. Como prana é a força fundamental que anima e sustenta nosso ser, há uma relação direta entre o livre fluxo do prana no corpo e na nossa saúde. Onde há um bloqueio no fluxo energético, haverá bloqueios no sistema físico, que é sustentado por essa energia. Exemplos: bloqueio na garganta, problemas de tireoide etc. O prana é responsável pelas funções da vida: sistemas fisiológicos, como o cardiovascular, digestivo, endócrino, assim como pela mente e pelos sentidos. Ele se liga à consciência. A respiração não é o prana. O prana não é o ar, mas está intimamente ligado à respiração. A respiração é a maior fonte de prana e serve de veículo para regulagem do fluxo de prana por meio do corpo. O pranayama é um método, uma alavanca para trabalhar o prana. A respiração é uma manifestação do prana; prana é a força vital que sustenta a respiração. Por meio do pranayama temos em mão um instrumento que, conduzido pela vontade, tem a possibilidade de dirigir-se até os processos inconscientes ou autônomos do nosso corpo. Exemplo: processo do estresse, depressão e até sinais vitais. A respiração correta promove agilidade ao corpo, vigilância do espírito e o equilíbrio da psique. Também uma maior capacidade do hemisfério direito do cérebro, centro da intuição, da fantasia, das capacidades criativas e que, negligenciado em prol do culto do intelecto, confere sentido e alegria à nossa individualidade. Pranayama é a ponte entre a consciência e a inconsciência, e integra o corpo, a mente e o espírito. Maria Helena Wegner é professora de Yoga Fonte: Integrative Yoga Therapy Manual * prana - força vital * ayama - expansão
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Intercâmbio
Victória H. Garcia e Silva
Uma vivência na Índia Deixar o país onde nasci e cresci para viver um ano fora, num país totalmente diferente, é um desafio no qual se aprende muito sobre outras culturas e, principalmente, sobre si mesmo. Essa minha jornada teve início em agosto de 2016 ao entrar no avião e embarcar rumo a Índia, berço de muitas religiões e culturas, que hoje se espalharam pelo mundo. Cada pedacinho desse lugar maravilhoso tem a sua peculiaridade, cada estado tem a sua própria língua, cada costume tem seus encantos que cativam a todos que se permitem abrir o coração. O primeiro dia na Índia foi cheio de novidades, comidas picantes, línguas diferentes e pessoas novas. A cada dia que passava eu me sentia mais em casa, já que os indianos são um povo muito alegre e acolhedor. A religiosidade na Índia é muito grande. Esse fato se comprova apenas olhando a quantidade de templos magníficos numa mesma rua. Participei de vários festivais indianos como o Rakshabandan, uma celebração entre irmãos, no qual a irmã amarra uma pulseirinha chamada Rakhi no braço do irmão, desejando para ele tudo de bom e o mesmo dá um presente para a irmã simbolizando que ele sempre cuidará dela. Nesse festival eu conheci a minha família indiana inteira e a parte mais difícil foi decorar os nomes diferentes tal como Devika, Priya, Viren. Em seguida vieram muitas outras festividades, o Krishna Janmashtami, o Festival de Ganesha, que é um dos maiores e mais celebrados festivais da Índia, o Navratri, o Diwali, conhecido como Festival das Luzes, e por último, o Holi, a chegada da primavera, com muitas cores e danças. Outros símbolos da Índia que me marcaram foram o mehendi, tradição de pintar as mãos com henna, o rangoli, desenhos de mandalas feitos no chão com areia colorida, e os rickshaws, famosos tuc-tucs que servem de táxi no complexo tráfego da Índia.
Esse foi o melhor ano da minha vida, pois tive inúmeras oportunidades e o contato com novas culturas abriu minha mente. A Índia me ensinou muito e eu sou grata por isso, afinal a Índia sempre esteve na minha vida. Quando estava na barriga da minha mãe e ela fazia yoga, quando na educação infantil eu fiz yoga, além das histórias dos deuses, as comemorações na Casa de Yoga, os mantras .... Tudo isso sempre esteve presente na minha vida e sempre me fascinou. Então, que lugar melhor para conhecer e viver por um ano? Foi assim que escolhi a Índia para fazer meu intercâmbio, onde vivi um dos melhores anos da minha vida.
Victória H. Garcia e Silva é estudante.
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Yoga
Olga Mirônova e Juliana Cardozo
Em dupla ou de interação Somos seres em constante evolução. Tudo a nossa volta se torna uma oportunidade quando estamos despertos. Dentro desta busca nossas relações são um almanaque completo, e é aí onde os conflitos da existência acontecem. A prática de yoga em dupla dá a oportunidade de desenvolver a sensibilidade dentro de si, a percepção se torna mais fina e a concentração aumenta porque percebemos não só nossas sensações, mas também a do nosso parceiro. Yoga em dupla pode ser praticado tanto para iniciantes como para praticantes avançados. Além do trabalho no corpo físico, os praticantes aprendem a confiar um no outro, facilitando os relacionamentos de modo geral. Sentindo o apoio do parceiro, o praticante tem a oportunidade de se soltar e se abrir. Nos Estados Unidos, yoga em dupla é chamado de Trust Yoga (Yoga da Confiança). Passando o peso do seu corpo para o parceiro (dupla), essa prática irá trabalhar a confiança, deixando que a entrega e fluidez atuem constantemente em sua vida. Quando aprendemos a confiar no outro o Universo se torna mais receptivo. Yoga em dupla proporciona durante a prática maior relaxamento nas posturas, pois um apoia no outro acontecendo uma compensação de peso, podendo ser mais relaxante e prazeroso, o parceiro irá atuar como uma alavanca e apoio para o outro. A prática em dupla pode enriquecer sua prática individual. A interação entre os alunos ocorre de várias formas, com toque suave, que auxilia na auto-observação e também as posturas que possibilita a integração e a percepção dos desafios a serem conquistados. Aqui em nossa casa, Soraya Oliveira Shakti Yoga, os professores usam conhecimentos de Thai Massagem e Shiatsu para enriquecer ainda mais a experiência dos alunos.
Olga Mirônova é professora de yoga e terapeuta de Thai Yoga Massagem Juliana Cardozo é professora de yoga
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Saúde Arjan Kaur
Kombuchá Kombuchá (junção das palavras “kombu” + chá) é uma bebida de origem oriental (Índia ou China), com mais ou menos 2.000 anos. Mas desde “antes de Cristo” há relatos do uso de bebidas fermentadas com propriedades energéticas e refrescantes. Recentemente, durante a década de 70, que a bebida foi difundida pelos “hippies”, que eram adeptos da alimentação natural. A bebida oriunda do chá preto e chá verde adoçados usados na fabricação, juntamente com as propriedades doadas pela fermentação da Kombu, proporciona efeito probiótico, ajuda a regenerar a flora intestinal e ativar o sistema imunológico. A reação química que ocorre consome o açúcar, de modo que não sobram resíduos. Contudo, há uma receita original a ser seguida. De sabor adocicado e meio azedo, parece com cerveja para alguns, e frisante para outros. O sabor vai variar de acordo com diversos fatores, já que por ser feito artesanalmente sofre influência de fatores variados. A reação química resultante forma ácido glucurônico, ácido acético, ácido glucônico, ácido láctico, vitaminas (B1, B2, B3, B6, B12, C), aminoácidos e algumas substâncias antibióticas. Não é alcoólico. O Kombuchá não se presta a “substituir o refrigerante”. A ingestão do Kombuchá é um ritual de saúde e não deve ser visto como meio para saciar a tendência ao exagero. Arjan Kaur (Camila Gessner), é apreciadora e estudiosa do Kombuchá há dois anos, e promove oficinas sobre a bebida periodicamente
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Terapia
Cristiane Pereira da Silva
Somos feitos do outro De vez em quando ouvimos: “assim que acabar meus estudos, vou engravidar!”, “acho que meu filho vai ter muitos cabelos!”, “se for menino vai chamar...., mas se for menina terá o nome da minha avó!”, “ah, só volto para o trabalho depois que ela fizer um ano!”, “durante minha gravidez quero fazer hidroginástica, ou yoga, ou curso para gestantes; quero parto normal, cesárea etc etc!” Às vezes a mulher descobre que está grávida sem nenhum planejamento prévio e, em seguida, já esta resignificando o propósito de sua vida para acolher esse novo ser. Esses exemplos, tão comuns nas falas das mães, revelam que um sujeito antes mesmo de ser concebido, já existe! Essa presença na palavra e no imaginário materno é o início de uma relação que ela estabelece com seu filho e, portanto, compõe o início da constituição psíquica desse ser que ainda está por vir. Isso nos convoca a pensar que a existência desse novo ser depende de um outro que irá garantir não apenas o sustento e a higiene desse pequeno corpo, como também oferecerá para o bebê a palavra, o olhar, o toque, a voz, entre outros elementos que marcarão a experiência desse pequeno sujeito com seu cuidador. Essas marcas são fios que servem como base para o tecido psíquico que será desenvolvido durante toda a vida desse sujeito. Inicialmente, é importante pensarmos sobre a condição de extremo desamparo que o ser humano se encontra quando nasce. Ele não pode falar sobre suas dores, necessidades e espantos. Não pode se locomover e neste momento ele estará a mercê daquele que traduzirá seus sinais como: choro, movimentos do corpo, expressão facial, entre outros, e será justamente nessa relação de dependência absoluta na qual a mãe irá traduzindo os sinais emitidos pelo seu bebê que, aos poucos, vai se apropriando do seu corpo e seus sentidos, da palavra, dos afetos e seus significados. Portanto, é no campo do outro que um sujeito se faz! Quando um bebê chora a mãe busca dar um sentido para isso dizendo: “é fome!”, “é cólica!”, “quer um colinho!”, “está com sono!”. São essas traduções, seguidas de afetos, sons e toques que caracterizam as tentativas da mãe em nomear o que causa angústia no seu bebê, que irão inserí-lo no campo da linguagem, no mundo simbólico das representações. A mãe protagoniza um trabalho delicado de costura entre o corpo e a linguagem no qual possibilita a esse sujeito inserir-se na cultura.
Quando um bebê começa a demonstrar condições físicas para dar os primeiros passos há sempre um outro que o espera chamando de braços abertos “Venha! Venha, você consegue!” e assim o bebê caminha em direção ao abraço que o espera. Logo, no princípio, é o outro que diz que somos capazes! Na medida em que o bebê se desenvolve ele começa a corresponder a esse outro de uma maneira mais complexa, deixando sua posição passiva e se tornando um participante ativo nas trocas com os outros. A partir dessa nova interação começam a surgir outras formas de jogos constituintes que estruturam o psiquismo. Quem nunca brincou de “Cadê? – Achou!. Esses, entre outros jogos, introduzem nessa relação dual uma descontinuidade do olhar e da presença materna. A mãe possibilita ao pequeno experimentar sua ausência sem que este seja tomado por uma angústia excessiva, ensaiando e preparando ele para o processo de separação. Diante disso, vemos que são nas trocas mais cotidianas com seu cuidador que um sujeito se faz. É nesse jogo de palavras carregadas de sentidos, olhares, sons, toques, gestos que uma criatura aprende a ser criador! Uma vez que o laço entre a mãe e o bebê se estabelece e ambos tecem um percurso consistente de amor, afeto, desejo, palavras, toques e olhares esse pequeno vai se percebendo autônomo e capaz de, aos poucos, ir se tornando o autor de sua vida. O que me compete aqui é lançar uma reflexão articulada ao saber da Psicologia e diante dessa perspectiva eu afirmo: “somos feitos do outro!”
Cristiane Pereira da Silva é psicologa clínica
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Terapia
Reiki
Maria Elisa B. Crivellaro
Reposição energética
Reiki é um sistema natural de harmonização e reposição energética que mantém ou recupera a saúde, reduz o estresse e desperta o poder que habita dentro de nós, captando, modificando e potencializando energia. Funciona como instrumento de transformação das energias nocivas em benéficas. Historicamente, foi o monge budista japonês Mikao Usui que assimilou seus ensinamentos. Reiki é uma palavra japonesa que significa Energia Vital Universal (REI - universal e refere-se a parte espiritual e KI - energia vital individual presente em todos os organismos vivos). O Reiki atua profundamente no indivíduo, buscando dissolver a causa de seus males, restaurando o equilíbrio como um todo. A energia Reiki fluirá para onde estiver sendo requisitada pelo corpo, equilibrando os sete Chacras localizados entre a base da coluna e o alto da cabeça, favorecendo a saúde física, emocional, mental e espiritual. O Reiki pode e deve ser utilizado em complemento a outros tratamentos médicos ou terapêuticos para aliviar efeitos colaterais e promover recuperação mais rápida.
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É simples, curativo e poderoso. O tratamento é feito por meio do reikiano, através da imposição de mãos, sobre si mesmo ou sobre outra pessoa. A energia Reiki flui pelo terapeuta e é transmitida para quem a recebe, seja ser humano, animal ou vegetal. Pode-se fazer Reiki no ambiente, para cura mental e ainda Reiki de situação. Existe também o Reiki à distância. Para tornar-se um reikiano é preciso obrigatoriamente ser sintonizado por um mestre Reiki. Uma sessão dura, em média, 55 minutos. Conheça e comprove você mesmo os benefícios desta terapia milenar: calma, tranquilidade, equilíbrio, paz, serenidade, vitalidade, fortalecimento, diminuição do estresse, depressão e pânico, autocontrole, e melhor qualidade do sono. Para mudar sua vida, mude sua mente. Para mudar sua mente, mude seu coração. Para mudar seu coração use Reiki e deixe que a energia do amor incondicional flua através de você e o transforme. Reiki é amor e o trabalho, com a energia Reiki é sagrado!
Maria Elisa B. Crivellaro é instrutora de Yoga há 14 anos e Terapeuta Reiki há 6 anos
Publieditorial
Memórias: o fio da história da Aldeia do Sol “Juntos fazemos uma Aldeia do Sol e da Paz.” Escrever sobre os fatos e acontecimentos que compõem a história da Aldeia do Sol é viajar nas emoções e afetos, é relembrar pessoas, lugares e situações e, aprendendo com as aranhas, continuar tecendo o fio. Esse fio começou pequeno, tênue, frágil e foi aos poucos se transformando em tecido, tecitura esta, que vem sendo tecida a muitas mãos. Durante um seminário de Roberto Crema, do curso de Formação Holística de Base da Universidade Internacional da Paz, em Florianópolis, em setembro de 1998, tivemos a intuição de abrir uma escola para ensinar às crianças o que estávamos aprendendo e vivenciando na Unipaz. Com este objetivo em mente, escrevemos o projeto da escola e com seus princípios e valores, abrimos as portas para receber as crianças. Iniciamos com quatro alunos, tendo certeza de que a proposta inovadora era urgente e necessária, nos levando a acreditar que este sonho ou utopia, como muitos a chamavam e ainda chamam, era o caminho correto e verdadeiro. Com determinação e amorosidade, mantivemos este projeto e hoje temos mais três sócias-irmãs de conspiração – respirando juntas o mesmo propósito! Duas professoras um pouco frustradas com o sistema educacional do país, acreditando que as crianças merecem uma educação mais lúdica, interessante, mais dinâmica, mais ativa, escreveram uma proposta baseada na metodologia da FHB da Unipaz. Nesta proposta, as vivências acontecem antes da teorização, onde as crianças experimentam, brincam, fazem e só depois conversamos sobre o que fizeram e por último teorizamos e escrevemos e/ou desenhamos as aprendizagens feitas. Esse projeto possibilita que todos participem, se envolvam na experiência da aprendizagem de maneira ativa e dinâmica, e adquiram argumentos para contar suas descobertas. A escola passa a ser um espaço de grandes aventuras. Aprender passa a ser muito prazeroso e a professora e o professor são vistos como facilitadores-cúmplices deste processo. Nossas crianças amam a nossa escola e seus professores. Somos uma escola inclusiva e nossa convivência com crianças com necessidades especiais é fonte de riquíssimas aprendizagens. É claro também que nem todas as passagens foram de sucesso mútuo, mas assim como a aranha, também refazemos a teia rompida com mais cuidado. Nossos pilares são as Artes porque permitem o encantamento para aprender, as Ciências que são os conceitos e fundamentos e as Histórias da Humanidade em que honramos a ancestralidade e seus legados.
Temos certeza de que nossa Utopia é uma realidade possível e que sonhar com uma educação melhor e de qualidade às crianças é urgente e fundamental. Brincar, sonhar, ouvir contos de fadas, desenhar, modelar, subir em árvores, correr ao vento fazem uma infância feliz e saudável onde as crianças são o centro e seu desenvolvimento integral é nossa meta. Crianças felizes são nosso objetivo principal, e isso nós logramos com a ajuda das outras crianças, pois como diz Roberto Crema “ninguém muda sozinho, ninguém muda o outro, mas nos modificamos no Encontro” e nestes encontros criamos laços de amizade e carinho. Também nossas dependências físicas foram ampliadas nestes 20 anos. Hoje temos salas amplas com excelente ventilação, com todo o conforto que nossas crianças desejam e merecem, sem descuidar do conceito da simplicidade voluntária, além do cuidado com a natureza e sua sustentabilidade. Nestes 20 anos temos muito a agradecer aos pais, às crianças e aos professores que fizeram esta história conosco, bem como a todos os funcionários e colaboradores. Juntos, de “mãos dadas e coração aberto” sabemos que nossa Missão é levar adiante esta ideia de uma escola especial para crianças adoráveis, sensíveis, que merecem ser olhadas e admiradas pela sua essência divina.
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Oráculo
Jorge Luiz Hoffman
I Ching
Nutrindo nossas percepções através da inteligência intuitiva Sou um pesquisador do Livro das Mutações, o I Ching. Em parte, porque busco orientações para organizar minha vida. Também pela curiosidade que me desperta, sua natureza mágica, suas histórias, suas relações com o Código Genético, com o Sistema Binário, com a Física Quântica, com a Antroposofia e com o Yoga. E há ainda uma terceira fonte de pesquisa, que são os atendimentos às pessoas que buscam orientação por meio da minha leitura e interpretação do livro. Atualmente, venho me dedicando a questão que diz respeito ao que acontece quando recebemos os resultados das nossas indagações. Minhas observações me levam a crer que é um processo que começa já na preparação do ambiente, onde vai acontecer a consulta. Passa pelo processo de interrogar o I Ching e a contagem das varetas. Ao expor nossas demandas, nos abrimos. No tempo de contagem das varetas nos preparamos para receber as orientações. Elas nos são apresentadas na forma de um retrato energético, nos mostrando o que estamos vivendo e como estamos situados na questão. Além disso, nos indica qual a melhor maneira de surfar a onda, de acordo com a nossa energia. Esse retrato se apresenta de duas maneiras: uma matemática, expressa pelos números binários do hexagrama; e a outra poética, através de analogias baseadas nas expressões fractais da natureza. Por meio de imagens da natureza planetária e cósmica, ele nos mostra aquilo que estamos vivenciando em nosso microcosmo. São informações arquetípicas que nutrem nossas percepções através da inteligência intuitiva. O I Ching é uma expressão da natureza. Ele representa por intermédio de suas linhas yin/ yang - jovens ou velhas - os estados e as alterações no curso das mutações. Para tanto, ele se baseia na estrutura fractal com que a natureza se expressa para retratar os movimentos energéticos. Sua ação é pacificadora, pois atinge exatamente aquele ponto de tensão entre o que nossa intuição já sabe e o que nossas paixões não nos permitem saber. Ao chegar a informação para o consciente há uma liberação de energia contida que se transforma em criatividade. Isso gera um sentimento de alívio e confiança, gerando a sensação de um recomeço.
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E para finalizar, é importante notar que essa sensação de confiança gerada pelas respostas do I Ching vai pouco a pouco nutrindo a relação com a nossa inteligência intuitiva. Onde antes víamos obstáculos passamos a enxergar novos desafios. Assim tenho pensado sobre a função terapêutica do I Ching. O prefácio de Carl Gustav Jung feito para a apresentação da tradução de Richard Wiihelm para o Livro das Mutações é um excelente aprofundamento sobre o assunto.
Jorge Luiz Hoffmann é educador e consultor de I Ching.
Meditação
Rachel Vargas
Ekam World Peace Festival participe dessa corrente pela paz
Esse é um convite especial para todos que desejam paz no seu coração, na sua família e no mundo. O mundo todo estará conectado ao Ekam do dia 9 a 19 de agosto de 2018. Ekam é um campo sagrado de intensa energia, situado no Sul da Índia. É o ponto central de onde será emanado a consciência da paz para todos neste período de agosto. Tudo que acontece no Ekam é multiplicado milhares de vezes. Quando você desperta para a consciência da paz e medita coletivamente, o poder Divino flui através de você. É gerado um campo de força capaz de minimizar guerras, conflitos, violência e você se torna um instrumento da paz. A sua paz é a paz do mundo, assim como o seu conflito interno também é o conflito do mundo. Essa é a visão de Krishnna Ji, criador do Ekam World Peace Festival, que começa no dia 9 de agosto e atinge seu ponto máximo de energia no dia 19 de agosto. Nesta data, 5000 pessoas estarão em meditação no Ekam, que estará conectado à 7000 pontos de Paz distribuídos pelo mundo. Esses lugares estarão preparados para receber todos aqueles que estão dispostos a despertar para a paz em si mesmo e impactar positivamente o meio onde vivem, sua comunidade, família, seu país e o planeta. O Ekam irá amplificar as energias de paz geradas por milhares de pessoas durante os dez dias do Festival. Haverá uma chama de Paz acesa nesses 7000 pontos do planeta onde, coletivamente, junto ao Ekam, no dia 19 de agosto, todos os participantes irão fazer uma meditação global especial para o despertar da Paz Mundial. Joinville será um desses pontos de paz e aqui fica o convite para que você junte-se a nós nesta data tão especial para ajudar a criar uma transformação na consciência humana. Vamos nos unir no Sadhana Yoga (Rua Prudente de Moraes, 1245) no dia 19 de agosto para celebrar a Paz junto ao Ekam World Peace Festival.
Para participar é preciso conhecer a meditação Soul Sync da paz e ter recebido a Deeksha da paz que está sendo compartilhada em diferentes lugares em Joinville, durante o período do festival. Para mais informações sobre os encontros de meditação e Deeksha, entre em contato com Rachel Vargas pelo número (47) 99987-7688 ou pelo e-mail rachel@rachelvargas.com.br. *Esse festival não tem nenhum propósito ativista, é um movimento livre de despertar da consciência da humanidade para a paz.
Rachel Vargas é psicóloga e instrutora de yoga.
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