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MEIO AMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Uso do plástico

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Omundo está produzindo uma quantidade recorde de resíduos plásticos descartáveis, principalmente feitos de polímeros criados a partir de combustíveis fósseis, apesar dos esforços globais para reduzir a poluição plástica e as emissões de carbono, segundo um novo relatório divulgado esta semana. O segundo Índice de Fabricantes de Resíduos Plásticos, compilado pela filantrópica Minderoo Foundation, constatou que o mundo gerou 139 milhões de toneladas métricas de resíduos plásticos de uso único em 2021, 6 milhões de toneladas a mais do que em 2019, quando o primeiro índice foi lançado. O relatório descobriu que o desperdício de plástico adicional criado nesses dois anos equivale a quase um quilograma (2,2 libras) a mais para cada pessoa no planeta e foi impulsionado pela demanda por embalagens flexíveis, como filmes e sachês. Nos últimos anos, governos de todo o mundo anunciaram políticas para reduzir o volume de plástico descartável, proibindo produtos como canudos e talheres descartáveis, recipientes para alimentos, cotonetes, sacolas e balões.

CONCESSIONÁRIA TAMOIOS

Jornada Amazônia

Serão abertas no próximo dia 13 as inscrições para o primeiro programa de 2023 da Jornada Amazônia, o Gênese, destinado a jovens talentos, com o objetivo de despertá-los para o empreendedorismo. A Jornada Amazônia é uma plataforma de inovação que visa promover negócios que apoiem a manutenção da floresta em pé. O Programa Gênese pretende incentivar também a pesquisa orientada para produtos e processos de impacto para a floresta. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site genese.jornadaamazonia.org.br até o dia 12 de março. A iniciativa é coordenada e executada pela Fundação Certi e conta com a coparticipação e investimentos do Bradesco, Fundo Vale, Itaú-Unibanco e Santander, dentro do Plano Amazônia, uma aliança entre os três bancos, e do Programa de Bioeconomia do Fundo Vale. A gerente do Centro de Economia Verde da Fundação Certi, Janice Rodrigues Maciel, informou que podem participar jovens talentos residentes nos nove estados da Amazônia Legal, maiores de 18 anos, estudantes do ensino médio, ensino técnico, graduandos e pós-graduandos de instituições de ensino superior da região. Segundo Janice, a meta é alcançar 2 mil inscritos. “O objetivo é despertar os jovens talentos e estimular o empreendedorismo e a pesquisa orientada para a geração de novas empresas que causem impacto positivo na floresta. Porque o nosso propósito é, justamente, ajudar a fortalecer a cultura empreendedora da região da Amazônia”.

Raposa no galinheiro

AGÊNCIA BRASIL

Visitante inusitado

Nas últimas semanas, as fortes imagens de indígenas yanomami

Um gavião-pombo-pequeno foi flagrado por câmeras de uma empresa contratada pela Concessionária Tamoios para monitorar animais na Rodovia dos Tamoios, no estado de São Paulo. De acordo com a INSITU Serviços Ambientais, o registro é da última semana, no trecho de serra da rodovia. O animal, que está na lista daqueles que estão ameaçados de extinção, foi visto revirando iscas alimentares deixadas por funcionários da empresa. A companhia responsável pelas imagens é contratada pela concessionária para fazer o monitoramento da fauna terrestre da estrada. Esse trabalho tem o objetivo de preservar a biodiversidade de animais da região, sendo um procedimento acordado e acompanhado por autoridades ambientais.

O deputado Ricardo Salles (PL-SP) negou na terça-feira que vá assumir a presidência da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Câmara dos Deputados. Segundo ele, seu partido nem deve ficar com o cargo. Não está entre as prioridades da sigla. O PL estaria pleiteando ter o relator da CMO (Comissão Mista de Orçamento).

A relatoria cabe à Câmara esse ano. O presidente será do Senado. Políticos foram às redes sociais criticar a possível indicação de Salles para a comissão. Deputados governistas afirmaram que, caso a indicação se concretize, seria como a “raposa cuidando do galinheiro”. Nos últimos dias, ventilou-se a ideia de Salles ser a indicação do Partido Liberal à comissão. O ex-ministro do Meio Ambiente tem 47 anos e foi eleito deputado federal em outubro do ano passado com 640 mil votos.

Areias cor de neve, dos mares de Maceió

As belezas e riquezas do litoral brasileiro encantaram os piratas, mas principalmente pesquisadores ou viajantes de outros países que coletavam informações. Muitas destas viagens viraram livros, hoje obras raras e aos poucos traduzidas para o português.

Neste embalo, há descrições da Alagoas do século 19. Os missionários presbiterianos Daniel Parish Kidder e James Cooley Fletcher (ver pequena biografia no final deste texto), ambos americanos, vieram pregar a Palavra em Maceió. O trabalho deles é um extraordinário diário de campo, escrito em inglês, publicado na Filadélfia (EUA), com mais de mil páginas e duas delas exclusivamente falando de Maceió e do Quilombo dos Palmares.

O livro, em dois volumes, se chama Brasil e os BrasileirosEsboço Histórico e Descritivo, publicado em 1845, com mais de uma dezena de edições nos Estados Unidos, mas somente traduzidos para o português e publicados no Brasil em 1941, pela Editora Nacional.

A viagem pelo mar da Bahia a Alagoas durou 36 horas. No segundo dia, avistaram as falésias da Praia do Gunga descritas assim: “barrancos de 80 a 90 pés de altura denominados, devido à sua cor dominante, de Barreiras-vermelhas. Aproximámo-nos tanto dessas falejas que pudemos distinguir perfeitamente a sua estratificação, que semelha camadas sucessivas de tijolos”. Mantivemos a ortografia da tradução brasileira da época.

A chegada ao Porto de Jaraguá é um espetáculo à parte. É uma beleza que os olhos dos estrangeiros admiram: “A mais bem dotada das ilhas dos mares do Sul dificilmente apresentarão mais encantador aspeto que o porto de Maceió. É formado por um recife de pedra, visível na maré baixa, que se estende para o Norte e para o Sul a grande distância em linha reta, parecendo formar um ângulo com a ponta extrema de terra que fica ao Norte. Vista do mesmo local, a práia se volta para dentro formando um semicírculo. A areia das práias são de uma brancura de neve, como si fossem ‘branqueadas pela espuma das ondas do oceano que incessantemente as lavam”.

Aquela Maceió tinha pouco mais de 6 mil habitantes, recém-alçada à condição de capital. Na chegada, viram uma “fila de casinhas brancas, envolvidas por majestosos coqueirais”, mas a cidade estava mesmo “sobre a encosta de uma elevação a alguma distância atraz” provavelmen- te os missionários detalhavam a visão, pelo mar, do bairro do Farol.

Os missionários não deixam claro se estiveram pessoalmente em União dos Palmares, mas descrevem relatos da época sobre a “República dos Palmares”, parecida com um “romance”: “(...) colônia de escravos fugitivos, perfeitamente organizada, que saia de vez em quando em bandos depredadores, carregando dinheiro e gado, e fazendo cativas as mulheres e filhas dos portugueses, de quem exigiam pesados resgates”.

A vitória dos portugueses, destruindo o Quilombo, foi comparada pelos missionários às “deshumanas guerras da antiguidade”. E os negros que lutaram “homens dignos de melhor sorte pela sua coragem e sua causa”.

Essa eram as Alagoas, na visão dos viajantes.

QUEM ERAM?

Daniel Parish Kidder: missionário metodista americano, veio ao Brasil para propaganda evangélica em duas ocasiões: de 1836 a 1837 e de 1840 a 1842. James Cooley Fletcher: pastor e missionário presbiteriano estadunidense. Entre 1864 e 1865 Fletcher e o político liberal alagoano Aureliano Cândido Tavares Bastos estavam induzindo o governo brasileiro a estabelecer uma rota de navios a vapor entre o Rio de Janeiro e Nova Iorque.

Fonte

D. P. KIDDER e J. C. FLETCHER. O BRASIL E OS BRASILEIROS (ESBOÇO HISTORIOO E DESCRITIVO). Tradução de ELIAS DOLIANITI. Disponível em http:// brasilianadigital.com.br/obras/o-brasil-e-os-brasileiros-esboco-historico-edescritivo-v2

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