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COLUNA

Devo, não nego

1- Alagoas enfrenta problemas de caixa não só pela gastança nas últimas eleições majoritárias que deram a vitória aos candidatos governistas. O aperto financeiro decorre também da isenção de ICMS dos combustíveis que reduziu a arrecadação em torno de R$ 350 milhões entre julho e dezembro do ano passado.

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Toma; o filho é teu

Da Reda O

Diferentemente do antecessor, que encerrou dois mandatos de cofres cheios e endeusado como bom gestor, Paulo Dantas começou seu mandato – propriamente dito – com caixa vazio e dívidas a pagar. No entanto, mais que o próprio governador, quem deve se preocupar com essa crise que se avizinha são os senadores Renan pai e Renan Filho, que mandam no estado, junto com o deputado Marcelo Victor, aliado dos três.

Boa pescaria

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Fernando Araújo

CONSELHO EDITORIAL

2- A União acenou que compensará os estados pela queda de receita, mas no caso de Alagoas essa compensação, se vier, não vai tirar o Estado do sufoco. Isto porque o pagamento das parcelas de sua dívida pública – que está suspenso temporariamente – pode voltar a ser cobrado a qualquer momento.

O MDB de Renan Calheiros está fazendo um arrastão nos municípios para fisgar o maior número possível de prefeitos dispostos a integrar as fileiras do partido dentro das negociações para as eleições do próximo ano. A campanha de filiação é comandada pelo próprio senador em dobradinha com o governador Paulo Dantas. A pescaria tem sido um sucesso; até agora o MDB já conta com a adesão de 62 dos 102 prefeitos e a meta é chegar a 74 ainda este ano.

À sombra do poder

Sem adversário

Servi Os Jur Dicos

Rodrigo Medeiros

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira ARTE

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3- Com uma dívida superior a R$ 10,3 bilhões junto à União e instituições financeiras, o Estado vinha pagando R$ 50 milhões por mês só de juros. Com a isenção tributária dos combustíveis o governo alegou dificuldade de caixa e em julho recorreu ao Supremo, que suspendeu o pagamento das parcelas através de liminar do ministro Luiz Fux.

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- O dilema é saber quando a decisão do ministro será julgada no pleno do tribunal, que certamente a derrubará. Dado que o argumento para suspender o pagamento da dívida é a queda de receita, essa defesa cairá tão logo o ICMS volte a ser cobrado.

5- Além de aliado de primeira hora do presidente

Lula, o governador Paulo Dantas acredita em uma solução política para resolver o impasse dessa dívida impagável. Até lá, é apostar na lentidão da justiça para engavetar a liminar de Fux por um bom tempo.

Pelo andar da carruagem, Arthur Lira vai ficar sem palanque nas eleições municipais. O último prefeito a cair nas redes dos Calheiros foi Abrahão Moura, de Paripueira, que reduziu à metade a bancada do União Brasil no estado. A presença do governador, de senadores e de outras autoridades do partido no palanque dos prefeitos é a isca que tem atraído os gestores municipais para as fileiras do MDB. Em tempos bicudos, os políticos sempre buscam ficar à sombra do poder.

Atrás do prejuízo

Enquanto Arthur Lira corre em Brasília para compensar o baque sofrido com o fim do orçamento secreto, Renan Calheiros dá tempo integral em Alagoas para reforçar as alianças do MDB e montar as bases das eleições majoritárias de 2026, quando disputará o governo do Estado ou a reeleição ao Senado.

Outros possíveis candidatos à sucessão de Paulo Dantas são o deputado Marcelo Victor, o senador Renan Filho e o próprio Arthur Lira, pela oposição. Lira também pode disputar uma das duas vagas ao Senado.

Pelos pretensos candidatos a prefeito de Maceió conhecidos até agora, JHC pode dormir tranquilo. Davi Davino Filho, Rui Palmeira, Alfredo Gaspar e outros menos conhecidos não devem tirar o sono do atual prefeito.

JHC não realizou, até agora, nenhuma obra marcante, mas se conseguir concluir o projeto “Renasce Salgadinho” e a urbanização da orla lagunar não terá concorrente no pleito do próximo ano.

Viva a democracia

Lula, Cabral, Zé Dirceu, Cerveró, Yusseff, Odebrecht e tantos outros. Faltam Beira-Mar, Marcola, André do Rap e Cia.

Elite unida

A cada eleição as elites política e econômica do país se unem para pilhar os cofres públicos e dividir o botim em nome do povo. E viva a democracia.

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