Abril de 2005

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DUAS PALAVRAS Manuel Grilo

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2 JORNAL DA FENPROF

Democracia

A

democracia exige a participação de todos. Um amigo meu dizia que só as ditaduras são “perfeitas”. A democracia pode sempre ser melhorada. Uma das condições para esta melhoria é a participação de um número cada vez maior de cidadãos na vida

pública. As escolhas que vamos fazer neste último período lectivo, no domínio da administração e gestão das escolas e agrupamentos serão tanto melhores quanto pudermos efectivamente escolher entre projectos diferentes. Significaria isso que muitos se mobilizaram, reflectiram e agiram. Os processos eleitorais são sempre escolhas, apaixonadas umas vezes, mais “racionais” outras. São, no entanto, momentos essenciais da vida democrática de que ninguém se pode alhear. Depois dos processos eleitorais há que construir condições de participação para todos. A democracia não se esgota nas eleições, é necessário encontrarmos os mecanismos de participação que levem a que um número cada vez maior de pessoas se sinta envolvido na vida pública, seja da sua escola ou agrupamento, do seu sindicato, da sua associação. Só assim se afirma e melhora a democracia. Com a participação empenhada e generosa, de todos.

O petróleo ou o modo de vida “ocidental”

O

preço do petróleo mantém-se acima dos 50 dólares e de repente toda a gente começa a gritar que estão em causa os fundamentos da nossa civilização. Não sei se é, em rigor, verdade, mas que o tipo de vida baseado, em grande medida, no desperdício e no uso desregrado dos recursos está em causa, isso parece-me já hoje irrecusável. A China entrou no clube dos consumidores sendo já hoje responsável pelo consumo de 8% do petróleo mundial e com tendência para subir. Afinal está ali cerca de 1/4 da população mundial. Algo a que ninguém pode ficar insensível, até porque a realidade acabará por se impor. Em Portugal perante a falta de chuva realizaram-se procissões e esperou-se pela intervenção do divino em vez de se exigir a quem podia medidas acertadas de poupança de água e de racionalização dos seus usos. Não podemos continuar a aguardar que as coisas se resolvam por si, porque não se resolvem. É tempo de começarmos a exigir escolhas racionais e opções corajosas (mesmo que dolorosas), neste como noutros domínios, sob pena de as decisões que nos afectam serem tomadas totalmente à nossa revelia. Vale a pena começarmos a reflectir (e a agir) sob um ponto de vista ambiental, de justiça social e de inclusão de todos nas decisões como forma de garantirmos as melhores opções. Aos que se mostram cépticos, desiludidos, aos que vão deixando cair os braços, aos que nos afirmam que já não vale a pena lutar é preciso contrapor uma atitude de esperança, de empenhamento, a afirmação de que todos juntos vamos ser capazes de construir um futuro melhor em que caibam todos, uma sociedade mais justa e fraterna. É imperioso construir e viver a dimensão da utopia.

ABRIL 2005


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