Fevereiro de 2010

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DUAS PALAVRAS

SUMÁRIO

Luís Lobo

luis.lobo@sprc.pt

Director: Mário Nogueira Chefe de Redacção: Luís Lobo luis.lobo@sprc.pt Conselho de Redacção: Abel Macedo (SPN), António Baldaia (SPN), Fernando Vicente (SPRA), Luís Lobo (SPRC), Manuel Grilo (SPGL), Manuel Nobre (SPZS), Nélio de Sousa (SPM) Coordenação técnica e apoio à Redacção: José Paulo Oliveira (jornalista) | jpgo@sapo.pt Paginação e Grafismo: Tiago Madeira Revisão: Luís Lobo Impressão: Rafael, Valente & Mota, S.A. MULTIPONTO Tiragem média: 62.000 ex. Depósito Legal: 3062/88 ICS 109940 NIPC: 501646060 O “JF” está aberto à colaboração dos professores, mesmo quando não solicitada. A Redacção reserva-se, todavia, o direito de sintetizar ou não publicar quaisquer artigos, em função do espaço disponível. Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Sindicatos membros da FENPROF SINDICATO DOS PROFESSORES DA GRANDE LISBOA R. Fialho de Almeida, 3 - 1070-128 Lisboa Tel.: 213819100 - Fax: 213819199 E-mail: spgl@spgl.pt Home page: www.spgl.pt SINDICATO DOS PROFESSORES DO NORTE Edif. Cristal Park R. D. Manuel II, 51-3º - 4050-345 Porto Tel.: 226070500 - Fax: 226070595 E-mail: geral@spn.pt Home page: www.spn.pt SINDICATO DOS PROFESSORES DA REGIÃO CENTRO R. Lourenço Almeida de Azevedo, 20 3000-250 Coimbra Tel.: 239851660 - Fax: 239851666 E-mail: sprc@sprc.pt Home page: www.sprc.pt SINDICATO DOS PROFESSORES DA ZONA SUL Av. Condes de Vil’Alva, 257 7000-868 Évora Tel.: 266758270 - Fax: 266758274 Home page: www.spzs.pt E-mail: spzs.evora@gmail.com SINDICATO DOS PROFESSORES DA REGIÃO AÇORES Av. D. João III, Bloco A, Nº 10 9500-310 Ponta Delgada Tel.: 296205960 - Fax: 296629698 E-mail: spra.terceira@mail.telepac.pt Home page: www.spra.pt SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA Edifício Elias Garcia, R. Elias Garcia, Bloco V-1º A - 9054-525 Funchal Tel.: 291206360 - Fax: 291206369 E-mail: spm@netmadeira.com Home page: www.spm-ram.org SINDICATO DOS PROFESSORES NO ESTRANGEIRO 146, Boulevard de la Pétrusse L-2330 Luxembourg Sede Social: Rua Fialho de Almeida, 3 1070-128 Lisboa Tel.: 213833737 - Fax: 213865096 E-mail: spe.sindicato@gmail.com Home page: www.spefenprof.org

2 JORNAL DA FENPROF

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Horários de trabalho e progressão dos docentes do índice 245 FENPROF pode recorrer à negociação suplementar

Edição, Propriedade, Redacção e Administração Federação Nacional dos Professores Rua Fialho de Almeida, 3 1070-128 LISBOA Tels.: 213819190 - Fax: 213819198 E-mail: fenprof@fenprof.pt Home page: http://www.fenprof.pt

Negócio da Parque Escolar, EPE

Gestão Rever o modelo de gestão escolar Assegurar a democracia nas escolas

Interesse público em risco

H

á cerca de três anos, a FENPROF e os seus que existe, objectivamente, intencionalidade Sindicatos alertaram para as presumíveis e estratégia com o caminho agora seguido. consequências da criação de uma emO Governo conferiu à Parque Escolar a capapresa pública para gerir a requalificação cidade de vender bens do Estado e, por essa via, do parque escolar público. Chamava- bens de cada um de nós, sem que para tal lhe se, então, a atenção para a eventual tenha sido passada qualquer procuração. O que utilização de uma nova empresa pública que, é certo é que há alguém a fazer o “trabalhinho”. gerindo o parque escolar segundo as regras do E tudo isto debaixo de uma enorme falta de sector privado (ou seja, desprovidas de qualquer transparência e ocultação de informação, de intencionalidade no plano que só se sabe o resultado da melhor satisfação do das operações realizadas, interesse público do sisquase sempre com prejuízo tema de ensino), poderia O Governo conferiu para o erário público. cair nos vícios inevitáveis à Parque Escolar a Mas esta história tem ouda justificação dos seus capacidade de vender bens tros capítulos que são alguns actos através de negócios do Estado e, por essa via, dos sinais de favorecimento exteriores aos interesses bens de cada um de nós, da iniciativa privada que tem sem que para tal lhe tenha da Educação. vindo a acentuar-se desde O recente despacho sido passada qualquer 2005: milhões de euros, por que transfere para a Parque procuração. ano, do orçamento de estado Escolar, EPE todo o poder para as contas das sociedade alienar três quartos do des gestoras de instituições património edificado do de ensino privado, à margem ensino secundário no nosso do enquadramento legal aplipaís é escandaloso e ofencável para a manutenção, sivo dos legítimos interespor exemplo, de contratos de ses dos portugueses, para associação; transferência de além de confirmar, fatídica responsabilidades de orgae infelizmente, o que hanização, promoção e gestão víamos denunciado antes. das designadas actividades Considero que o Governo, de enriquecimento curricular, da esfera do Ministério da com esta decisão, não só põe em perigo a própria Educação para as autarquias autonomia das escolas, e destas para empresas primas, principalmente, atrivadas, criadas, muitas delas, bui a uma empresa pública expressamente para este um estatuto que, em caso efeito, num movimento de de privatização da própria milhões de euros por ano. empresa, se traduzirão na A Educação é um exceprivatização absoluta do que considero ser o lente negócio em que muitos e os mais vomais valioso segmento do património escolar lumosos investimentos, designadamente os construído no ensino não superior. Gostaria de agora revelados na requalificação do parque acreditar que se trata de uma operação que escolar, cria uma maior dependência do Estado não está a ser traçada ao milímetro e cujo do sector financeiro. Compromissos em que as desfecho se antevê, conhecendo todos nós os contrapartidas acabarão sempre por ser cobraobjectivos estratégicos do governo em relação das com custos para o património que, assim, à privatização das funções sociais do Estado. vai sendo desbaratado. É um “leilão” a que o Porém, há indícios que me levam a suspeitar país está entregue e que tem de ser parado.

FEVEREIRO 2010

10º Congresso Propostas globais sobre o Programa de Acção para o Triénio 2010/2013

Administração Pública Campanha da Frente Comum

Em apenas dois anos

Governo retirou os apoios da Educação Especial a mais de 20 000 alunos “O número de alunos afastados da Educação Especial nos 424 agrupamentos do estudo é de 2.933 alunos, o que significa uma média de 6,9 por agrupamento. Por projecção para a globalidade, calcula-se que o número total de alunos afastados da Educação Especial, em 2009/10, tenha sido próximo dos 5.300. Se tivermos em conta os cerca de 16.000 afastados no ano lectivo anterior, pode afirmar-se que o Governo, através da CIF, já afastou da Educação Especial, desde Janeiro de 2008 (com a entrada da CIF), cerca de 21.000 crianças e jovens com necessidades educativas especiais, pondo em causa o princípio da Escola Inclusiva”.

5 de Fevereiro Indignação na baixa lisboeta Internacional Semana de Acção, 1 Objectivo (1goal): Educação para Tod@s Dia Internacional da Mulher As mulheres estão e estarão no centro de grandes transformações sociais Culturais IV Bienal de Ilustração para a Infância e BragaJazz 2010: a não perder!

DESTACÁVEL 100 anos de caminhos e lutas pela igualdade

O alerta é dado no estudo realizado pela FENPROF, que foi divulgado recentemente, em conferência de imprensa, em Lisboa. Como sublinhou Mário Nogueira no diálogo com os jornalistas, os docentes dos quadros dos agrupamentos apenas respondem a metade das necessidades, num cenário marcado ainda pela falta de psicólogos, auxiliares, terapeutas e outros técnicos. Além do Secretário Geral da FENPROF, que lamentou a continuação dos medos do tempo da “lei da rolha”, inconcebíveis num Estado democrático vários directores de agrupamentos que colaboraram na realização do estudo pediram para não identificar as escolas... - participaram neste encontro com a comunicação social dirigentes que nos respectivos sindicatos acompanham esta frente de trabalho: Filomena Ventura (SPGL), Janette Ferreira e Vitor Gomes (SPN), Manuel Rodrigues (SPRC) e Ana Simões (SPZS). “Com estas políticas contrárias à Escola Inclusiva, há o perigo de um retrocesso de 50 anos”, alertou Vitor Gomes, coordenador do Departamento de Educação Especial da FENPROF. O grande número de docentes colocados na Educação Especial, em oferta de escola, sem especialização; a intervenção precoce que continua à margem da Educação Especial; e a situação difícil em que se encontram muitos alunos com fracos apoios (por exemplo em matéria de transportes e de alojamentos e assistência no caso dos deslocados), foram exemplificados nesta conferência de imprensa da FENPROF. Depois de apresentado o documento nas suas principais linhas de força, Mário Nogueira e os outros dirigentes sindicais responderam a diversas questões colocadas pelos jornalistas.

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JORNAL DA FENPROF 3


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