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2 de Abril, em Lisboa Marcha pela Qualidade da Educação e em Defesa da Escola Pública
12 de Março de 2011: Vamos voltar a encher o Campo Pequeno e sair à rua em protesto e exigência
Professores, alunos, funcionários não docentes, pais, psicólogos e inspectores de ensino uniram-se em defesa da Escola Pública e da qualidade da Educação. Em causa está o ataque que tem vindo a ser desferido ao sector tutelado pelo Estado, marcado por cortes orçamentais que levam ao desinvestimento efectivo, políticas economicistas sujeitas aos ditames do Ministro das Finanças, medidas tão graves que terão forte impacto na organização das escolas e no seu funcionamento e desvalorização do trabalho dos profissionais do sector, que provocará forte desemprego e terá implicação negativa na qualidade do ensino. “Este é um rumo que, a manter-se, conduzirá a Educação para um beco sem saída, para um buraco negro onde sabe que se entra, mas de onde não se sabe se será possível sair, ou, saindo, como se sairá.” — refere a nota das organizações promotoras da Marcha que se realizará em 2 de Abril, em Lisboa, e que promete encher as avenidas da capital num forte protesto contra as políticas de desvalorização desta função essencial do Estado. No dia em que se assinalam os 35 anos sobre a aprovação da primeira Constituição da República Portuguesa do pós-25 de Abril. | LL
06 Em foco Investir na Educação Defender a escola pública! Manuel Nobre
08 Em foco Subsídios para os Colégios penalizam a escola pública: recuo de Isabel Alçada revela orientação neo-liberal do governo
09 Financiamento FENPROF defende aprovação de uma lei Anabela Sotaia
10 Financiamento dos TEIP Quando a irresponsabilidade é uma arma de coacção António Nabarrete
11 Concursos 10.000 postais entregues no Ministério da Educação
14 Concursos Petição na AR: a palavra aos deputados
17 Acção Manifestação nacional a 19 de Março JPO
18 Avaliação Como exercer o direito à objecção de consciência José Manuel Costa
20 Administração Pública Sobe de tom a luta dos professores Envolvidos em várias frentes, o crescimento do protesto pela suspensão e revisão do modelo de avaliação, contra as alterações curriculares e contra todas as medidas economicistas que levarão ao despedimento de dezenas de milçhar de professores, motivam duas fortes jornadas de luta em defesa da profissão e da escola pública, em 12 de Março e 2 de Abril, respectivamente.
Investigação científica não escapa Os cortes verificados nos centros de investigação de, por vezes, 30% ou mais, sem aviso prévio aparente e sobre verbas que já deveriam ter sido recebidas, a par da crescente precarização do sector, designadamente através da utilização abusiva de bolseiros de investigação como docentes, são apenas pequenas mas siginficativas demonstrações da extensão do ataque aos vários domínios do interesse público. Assim vai a educação e a investigação em Portugal.
É uma vergonha o que estão a fazer a este país, a este povo, a estes jovens e a estas crianças. É uma vergonha a subserviência de governantes e outros políticos que desistiram do país, para o entregarem a chantagistas externos.
Defender os salários, os direitos, as pensões, os serviços públicos e a democracia
24 Nacional Greve às horas extraordinárias
É preciso parar esta pouca-vergonha!
O
s agiotas que roubam o nosso país estão a chegar longe demais. Os portugueses ganham cada vez menos, consomem cada vez menos, sacrificam-se cada vez mais, mas essa gente sem rosto que rouba indecentemente e se enche imoralmente não pára na sua louca espiral de ganância. Portugal está a atingir uma situação que, muito em breve, se traduzirá em rupturas sociais graves. O desemprego atinge valores nunca antes vistos e só o secretário de estado do emprego poderia fazer uma apreciação tão positiva, como idiota da situação que se vive. Oficialmente são mais de 620 mil os desempregados, mas, realmente, sabe-se que ultrapassam os 720 mil. O desemprego atinge níveis particularmente graves nos jovens e em grupos mais qualificados, tendo aumentado muito os desempregados de longa duração. Sabe-se ainda que cerca de 60% dos desempregados oficialmente registados não têm acesso a protecção no desemprego, vivendo do nada. De igual forma, a precariedade atinge níveis elevadíssimos e muito preocupantes. É esta a situação de um país desgraçadamente deitado aos bichos por Sócrates e o seu governo dito socialista, que conta, sempre que necessário, com a mãozinha amiga da bancada social-democrata e a bênção do PR. Todos eles desistiram de Portugal, deixando-o à mercê dos tais agiotas que salivam com o cheiro putrefacto da indigência.
editorial
04 Em foco
Na Educação, como não podia deixar de ser, a situação não é diferente. O governo começou por poupar à custa dos profissionais do sector, roubando nos seus salários e na sua estabilidade, e a caminho já vem o desemprego. As medidas que prepara para Setembro são violentíssimas para o sector. As escolas verão a sua organização pedagógica e as condições em que funcionarão postas em causa; os apoios sociais fragilizar-se-ão ainda mais neste país de fragilizações crescentes; os professores e outros trabalhadores da Educação engrossarão a extensa lista de desempregados e, não tarda, irão bater à porta da caridade por instinto de sobrevivência. É uma vergonha o que estão a fazer a este país, a este povo, a estes jovens e a estas crianças. É uma vergonha a subserviência de governantes e outros políticos que desistiram do país, para o entregarem a chantagistas externos. É uma vergonha que nos vendam a retalho, como estão a fazer, e se preparem para nos vender em pó, como decerto decorrerá do conselho europeu que reunirá em 24 e 25 de Março próximos, onde pretendem aprovar um designado Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) que, dizem, visa preservar a estabilidade na área do euro. Os PEC já não lhes chega, querem ir mais longe: comida a carne e roídos os ossos, esfregam as mãos decididos em chupar-nos o tutano. Que venham os polícias, até nos carros blindados. A onda de protesto tem de crescer e vai crescer contra estes vampiros que vêm em bandos da Europa e do mundo todo.
28 País real Ataque aos vínculos laborais: a mentira é a de sempre... JPO
31 Culturais
MÁRIO NOGUEIRA (Secretário-Geral da FENPROF)
ficha técnica
No País do Jazz
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