Fevereiro de 2013

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Março 2013: continuamos em luta, pois claro! Depois das lutas de janeiro e fevereiro, o caminho continua a ser... a luta. Os professores, conscientes da política de catástrofe dum governo assustado com os legítimos protestos dos cidadãos, não cruzam os braços e fazem ouvir a sua voz nas iniciativas promovidas pelo movimento sindical. Depois do Dia Internacional da Mulher, com ações nos locais de trabalho e nas ruas, em 8 de março, os educadores, professores e investigadores estarão, em força, na Manifestação Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública, no dia 15 de março, e na Manifestação do Dia Nacional da Juventude, em 27 de março, ambas em Lisboa. | JPO

Ação reivindicativa 04

Semana de Luto e de Luta Rica em avaliação do sistema e propostas para a resolução de problemas

Impressões 08

Mega-agrupamentos Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, se lhe dermos vime e tempo Francisco Almeida

Nacional 10

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas Um governante desenquadrado e desligado das obrigações governativas!

Escola Pública A defesa de uma Escola Pública democrática, de qualidade, gratuita e inclusiva ganhou ainda maior visibilidade depois de se perceber que, para além dos cortes orçamentais impostos através dos OE, a redução de 4.000 Milhões de euros nas funções sociais do Estado traduzir-se-á em novo corte, na ordem dos mil Milhões, na Educação. Em defesa da Escola Pública: a CGTP promoveu um Encontro Nacional, em Aveiro; mais de 40.000 professores manifestaram-se em Lisboa; um grupo de personalidades, encabeçado por membros do CNE, tornou público um importante Manifesto; a FENPROF promoveu, com grande êxito, uma Semana de Luto e Luta. Torna-se, assim, mais difícil a vida dos que pretendem destruir a Escola Pública.

ficha técnica

O exercício do cargo de ministro exige coragem política e assunção de responsabilidades. Porém, Nuno Crato parece sentir-se melhor quando foge a essas obrigações. Vivendo a Educação um período muito difícil e de incertezas, seria natural a disponibilidade do ministro para receber as organizações representativas da comunidade educativa, mas não o faz. O ministro limita-se a enviar recados pela comunicação social, através de entrevistas ou declarações públicas, mas recusa receber a FENPROF que é a mais importante e representativa organização sindical de docentes. Há dois meses que nega a reunião pretendida e, agora, aceitou o seu agendamento para data em que se encontra a 9.700 quilómetros de Lisboa. A Educação precisa de um ministro que assuma o cargo e as responsabilidades inerentes. Este, confirma-se, não serve!

Do luto à luta Por outro governo e outra política

A 11 Dossier Congresso 56

26 de Janeiro Grito de revolta encheu a Avenida!

Ministro da Educação e Ciência

Os Sindicatos da FENPROF irão ouvir os professores, conhecer as suas disponibilidades e registar os seus compromissos de luta para, a partir daí, levar a luta até ao fim e o fim será, por agora, o momento em que o atual governo cair e as suas políticas forem travadas.

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Encontro-debate promovido pela FENPROF “Sistemas de ensino europeus – o desafio da igualdade de oportunidades”

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16 de fevereiro Grande participação de professores

Divulgação 62

Serviço Educativo da Casa da Música

Culturais 63

3.º Prémio Escolar António Manuel Couto Viana

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editorial

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Semana de Luto e Luta dos Professores Portugueses foi muito importante para a denúncia da situação que se vive na Educação e para os professores manifestarem publicamente as suas preocupações e exigirem outro governo e outra política. Nessa semana, as atenções centraram-se na defesa da profissão de Professor e no futuro da Escola Pública, preocupações que deverão ser de toda a sociedade e causas que a todos compete abraçar. Algumas tónicas resultaram das denúncias feitas pela FENPROF ao longo da semana, sendo disso exemplo: • As consequências que os cortes orçamentais têm na qualidade do ensino superior, pondo em causa o funcionamento das universidades e politécnicos; • Os problemas com que se confrontam os docentes da Região Autónoma da Madeira, sujeitos que estão a todas as políticas e medidas gerais, mas também às que o governo da região desenvolve, tornando ainda mais grave a sua situação; • A forte redução do número de professores nas escolas, que lhes fazem falta, tendo, em apenas 2 anos, havido uma quebra da ordem dos 30.000. Entre 2012 e 2013, o desemprego registado de docentes aumentou cerca de 80%, o que significa que o MEC continua a tomar medidas que, embora gerando maiores dificuldades às escolas e quebrando níveis de qualidade educativa, se destinam unicamente a cortar nos professores; • Os salários dos docentes desvalorizaram-se, em apenas 3 anos, cerca de 30%, ou seja, o correspondente a 4 salários. A comparação de recibos de vencimento permite registar diferenças de menos 400 euros entre o que um professor recebia em 2009 e recebe em 2013. Há milhares de professores que pagam para trabalhar; • Os mega-agrupamentos continuam a ser medida emblemática do governo do PSD e CDS, com a curiosidade de estes partidos tanto terem criticado os 83 mega-agrupamentos criados pelo governo anterior. Entretanto, já criaram 217! Como escreveu o Conselho Nacional de Educação, os mega-agrupamentos não só agravaram velhos, como criaram novos problemas às escolas. O

MEC ignora as chamadas de atenção e os protestos, prosseguindo uma estratégia que esmaga completamente o interesse pedagógico; • Os horários de trabalho dos docentes já passaram o limite do suportável, como atestam milhares de professores. O seu agravamento, diretamente ou através da manipulação da sua organização, teria consequências catastróficas para a qualidade do desempenho dos docentes e, em consequência, a qualidade do ensino. Mas a intenção do governo português é clara e a mentira posta a circular (de que os horários de trabalho dos docentes portugueses seriam menos exigentes do que os dos seus colegas de outros países, o que é negado por relatório da OCDE) deixa a descoberto essa intenção. Foi muito importante, sem dúvida, a Semana de Luto e Luta dos Professores, mas essa luta, ainda que sem luto, terá de continuar com a mesma determinação. Esta semana de luto deverá dar lugar a um ano de muita luta, sendo com isso que a FENPROF se compromete. Os Sindicatos da FENPROF irão ouvir os professores, conhecer as suas disponibilidades e registar os seus compromissos de luta para, a partir daí, levar a luta até ao fim e o fim será, por agora, o momento em que o atual governo cair e as suas políticas forem travadas. Só então se iniciará uma nova fase, a da concretização de alternativas que, no entanto, devemos ir, desde já, construindo, como temos estado a fazer, até com o objetivo de demonstrar que há outros caminhos e que aquele que é trilhado por Passos Coelho e Paulo Portas não corresponde a uma inevitabilidade, mas a uma opção. Para já, concentremo-nos na luta contra as políticas de terra queimada que estão a ser desenvolvidas e pela demissão do atual governo que não age em defesa dos interesses dos portugueses, não tem sensibilidade social, despreza leis e já está extremamente descredibilizado perante os portugueses. Esta descredibilização resulta das muitas mentiras que disse e continua a dizer aos portugueses, as quais são permanentemente desmascaradas por práticas governativas e dados oficiais que vão sendo conhecidos. O futuro de Portugal justifica o nosso empenhamento na luta!

MÁRIO NOGUEIRA (Secretário-Geral da FENPROF)

JORNAL DA FENPROF | FEVEREIRO 2013


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