Jornal da FENPROF - Janeiro 2015

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editorial

sobe Municipalização: sobe o tom do protesto

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EM FOCO

2014 em revista FENPROF: 12 meses de ação, iniciativa e luta em defesa da escola pública e dos professores.

04. EM FOCO

CN da FENPROF Em defesa da lei de bases e dos estatutos de carreira

06. ATUALIDADE

Mobilidade especial aplicada aos professores ANABELA DELGADO

07. ATUALIDADE

Municipalização da educação: 2ª versão de contrato tenta tornear críticas mas mantém o essencial

08. AÇÃO

Greve a todo o serviço da PACC em fevereiro! JOÃO LOUCEIRO

14. SETORES

Uma Educação realmente Inclusiva exige políticas que respeitem todos os cidadãos ANA SIMÕES

15. ATUALIDADE

Legislação de concursos: Impõe-se a sua Revisão VÍTOR GODINHO

17. SETORES

Encontro de quadro dirigentes da Educação Pré-Escolar

18. SETORES

Concentração de professores das escolas públicas especializadas de ensino artístico

19. SETORES

Luta dos trabalhadores do ISS contra a “mobilidade” passou por São Bento

21. ENTREVISTA

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Vítor Ferreira CGA: um esclarecimento oportuno sobre “descapitalização” e “sustentabilidade” JPO

24. EM FOCO

Amianto: O problema está mesmo resolvido? JOSÉ JANELA

26. DEBATE

Acordo Ortográfico: Será necessário prolongar ainda mais esta amarga experiência? RUI VALENTE

28. CULTURAIS

Manuel Gusmão, Pequeno Tratado das Figuras, Assírio & Alvim, 2013 Um dialogismo fecundo PAULO SUCENA

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JORNAL DA FENPROF | JANEIRO 2015

O Governo está cada vez mais sozinho na intenção de avançar com a municipalização de diversas funções sociais do Estado. No que respeita à Educação, falhou redondamente a assumida intenção de assinar duas dezenas de contratos, com outras tantas câmaras municipais, antes de concluído o ano de 2014. Afirmam agora os governantes que pretendem assinar com apenas dez municípios, mas sem esclarecer quando o fará. No processo de contestação à municipalização da Educação, a FENPROF esteve na linha da frente do esclarecimento, do debate e do protesto. Este protesto alarga-se e, perante a forma autocrática como o governo tem agido, professores, pais e autarcas estão cada vez mais unidos num protesto que sobe de tom.

desce PACC: Crato de novo isolado Obstinação e falta de humildade são razões que levam Nuno Crato a manter a PACC, uma prova que insulta os professores, as instituições de formação de docentes e as escolas. Crato insiste nesta espúria prova, ainda que, para além da FENPROF e outras seis organizações sindicais, também o conselho científico do IAVE, a associação das escolas superiores de educação, o conselho das escolas, as confederações de pais e diversos académicos já tenham alertado para a inutilidade desta prova que constitui mais um fator de perturbação da vida das escolas. Crato, cada vez mais isolado, insiste nesta prova que terá contados os seus dias: tantos como os poucos que restam para a conclusão do mandato do ministro.

MÁRIO NOGUEIRA (Secretário-Geral da FENPROF)

Em ano de mudança

O

governo de Passos Coelho e Paulo Portas, este mesmo, Já estamos em 2015, ano eleitoral, logo, um ano em que os o que integra Crato, Albuquerque, Macedo, Mota e portugueses terão na mão a possibilidade de provocar mudanças tantos outros, quer fazer figura com dinheiro que não é políticas significativas e, assim, alterar o rumo descendente e seu. Vejamos este exemplo: em 2015, um trabalhador decadente que tem vindo a ser seguido pelo nosso país. da Administração Pública que, nos últimos três anos, Os exemplos acima – o corte salarial ou a vinculação extraorteve um corte salarial mensal de 200 euros, verá essa redução dinária – serviram apenas para denunciar práticas concretas que passar para 160 euros. Assim, no final deste ano, o trabalhador atingiram diretamente os professores. Infelizmente, muitos outros terá recebido mais 560 euros do que nos anteriores, é verdade, se poderiam dar, alguns ainda do domínio da Educação, outros nos mas o governo ainda “limpou” 2.240 euros ao seu salário ilíquido. mais diversos setores da vida de todos como na Saúde, onde as Este trabalhador, professor ou não, ao longo políticas já começaram a condenar à morte ou na de cinco anos de cortes salariais (2011 a 2015, Segurança Social onde a uma vida de elevados inclusive), viu serem-lhe subtraídos cerca de descontos corresponde uma pensão exígua. Na Educação percebe-se, porque é clara, a estra14.000 euros, o que significa que quem paga Iniciou-se 2015, tégia passa por desmantelar a Escola Pública os 560 euros a mais que receberá este ano é um ano eleitoral e, ele mesmo e com juros indecentemente elevaDemocrática e entregar o ensino a privados portanto, em que os dos. Será, porém, referido como um dádiva do que, vai-se confirmando, limpam milhões ao portugueses poderão Senhor, neste caso, do Senhor Passos Coelho. Estado e vão transformando o acesso ao ensino provocar mudanças É destas e outras “engenharias” que se superior num negócio lucrativo. políticas significativas fará o ano político de 2015. Por exemplo, foram Neste final de legislatura, pode afirmar-se estes governantes que inventaram a “vinculação que o governo PSD/CDS vai somando alguns e, assim, alterar o rumo extraordinária”, ou seja a entrada nos quadros descendente e decadente reveses. A reforma do Estado atrasa-se na através de concursos externos extraordinários concretização, os contratos com vista à munique tem vindo a ser que impedem a entrada direta em quadro cipalização ainda não foram assinados, a mobiseguido no nosso país. de escola ou agrupamento, como impedem lidade especial aplica-se, mas já se admitem, os docentes de ingressarem no escalão da algumas exceções, a Escola Pública resiste carreira a que tem direito. Mas vê-los-emos, com estoicidade e, portanto, chegados aqui, sem decoro, a elogiarem-se por terem sido os primeiros a aplicar exige-se que resistamos até às eleições, impedindo que avancem novas medidas negativas e depois, aproveitar o ato, para descartar um regime extraordinário de vinculação… e por aí fora. Neste ano eleitoral, os publicitários e responsáveis pela maqui- quem tão negativamente e com dolo tem governado Portugal. Nesse momento, teremos todos de manifestar uma inequílhagem dos partidos do poder procurarão ludibriar os portugueses para lhes caçarem de novo o voto, tentando fazê-los esquecer as voca vontade de mudança que se afirme em conteúdos e não se consequências das suas políticas, sejam as imediatas, como outras esgote no estilo ou na estética. Se o não fizermos… depois não com um pouco mais de tempo que procurarão associar a outros rostos. nos queixemos.

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