Revisão da Estrutura Curricular
Pedido de reunião urgente ao Ministro da Educação Foi com “muita preocupação e, em alguns aspetos, surpresa”, que a FENPROF tomou conhecimento da decisão do MEC sobre a estrutura curricular que vigorará, a partir de setembro, nos 2.° e 3.° Ciclos do Ensino Básico e no Ensino Secundário. “Surpreende-nos que, apesar dos cerca de 1.600 contributos recebidos, decerto propondo alterações à versão anteriormente apresentada pelo MEC, se tivesse mantido, no essencial, essa versão. Acresce que a alteração mais significativa em relação à primeira versão - supressão da Educação Tecnológica no 3.° Ciclo - não está fundamentada, faltando saber o que a motivou”, destaca um ofício recentemente dirigido pela Federação a Nuno Crato Na divulgação destas decisões do MEC, acrescenta a FENPROF, foram ainda referidas outras medidas, algumas de forma pouco explícita, que urge clarificar. São disso exemplo: a gestão, pelas escolas, das horas de redução por antiguidade; a aplicação de provas finais, nacionais e externas no Ensino Básico; a decisão, das escolas sobre a duração das aulas; o exercício de funções docentes em ciclos que não correspondem ao da formação dos professores. Face ao que antes se expôs, a FENPROF considera necessária a realização, com caráter de muita urgência, de uma reunião com o Ministro, para esclarecimento de alguns aspetos, compreensão de diversas opções e debate sobre as implicações, para as escolas e os docentes, da revisão, em curso, da estrutura curricular.
Protesto contra governantes
Porto, Guimarães, Gouveia foram palcos de recentes protestos das populações dirigidos a Passos Coelho. Mas em muitas outras localidades, diferentes governantes sentiram a indignação de quantos não se resignam perante os violentos ataques a que estão sujeitos e que são desferidos pelo governo. Passos Coelho afirmou, em dia de Greve Geral, que não é com greves com o país consegue resolver os seus problemas… deveria o Primeiro Ministro assumir que, o que impede a resolução dos problemas são, isso sim, as políticas ruinosas e socialmente criminosas do governo que integra.
Em foco 04
Greve Geral Muitas escolas encerradas e milhares de alunos sem aulas por todo o país
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Conselho Nacional da FENPROF Professores intervêm em defesa da sua profissão e do país
Em destaque 08
Em negociação, a FENPROF assume a sua responsabilidade de representar, o melhor possível, os professores, educadores e investigadores. Em caso algum a esquece, pelo que nunca assinará acordos que se destinem a servir interesses alheios àqueles que representa.
Documento do Governo Aplicação à administração pública do acordo para o setor privado
Setores 14
Denúncias e exigências para uma melhor escola no 1º Ciclo do Ensino Básico Albertina Pena
Entrevista 16
Mário Nogueira ao site da FENPROF: “O futuro depende de nós, da nossa determinação, da confiança que temos em nós mesmos”
Concursos 19
Negociação suplementar Propostas negociais da FENPROF
Nacional 23
Escolas FENPROF exige clarificação sobre futuro da Parque Escolar e exige do MEC soluções para o futuro
Desemprego 24
Cada vez mais desprotegidos
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Desemprego galopante Governo assobia para o lado… e aposta em “medidas” que agravam a situação
Sem acordo!
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á quem, nos últimos tempos, faça do “acordo” um fim em si, vá-se lá saber por que razões… sejam quais forem, fica a certeza que nenhuma delas se identifica com a defesa dos direitos e dos interesses dos professores e da Escola Pública. Olhamos para o projeto de diploma sobre os concursos, que mereceu o acordo de alguns (tendo a FENPROF decidido esgotar todas as possibilidades de diálogo e negociação para melhorar o conteúdo), e o que encontramos são alterações que fazem adivinhar o desemprego próximo, mecanismos que penalizam docentes dos quadros e contratados, omissões que tornam a precariedade norma e imprecisões que deixam em aberto as mais negativas interpretações impostas pelos avisos de abertura que serão publicados. Justificou-se o acordo com algumas ilusões que, como rapidamente se provará, não passam disso mesmo. Vemos o projeto de diploma sobre a gestão das escolas, que mereceu o acordo de alguns, e apenas encontramos ajustamentos, a par de um ou outro artifício que pretende esconder que pouco ou nada se altera, para além de estarem a ser criados mecanismos perversos, cujos resultados rapidamente se perceberão. Esse projeto de diploma legal é também o que refere a criação de agrupamentos de dimensão equilibrada e racional que, como se está a perceber
editorial
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pelas propostas que vão sendo conhecidas, serão unidades que, em muitos casos, terão mais de 3.000 alunos. É realmente lato o conceito do MEC… Damos conta do texto do acordo celebrado na concertação social, subscrito pela troika Governo – Patronato – UGT, e vemos que foi feito para tramar os mesmos de sempre: os trabalhadores. Trabalho gratuito, despedimentos fáceis e baratos, prestações sociais diminutas, mobilidades geográficas forçadas, horários flexibilizados e agravados pela criação de bancos de horas são as principais “prendas” oferecidas aos portugueses. São medidas muito gravosas que nem o documento político produzido pela UGT (distribuído em escolas), sobre os “benefícios” do acordo – e, já agora, com os logótipos do POPH, FSE e QREN –, consegue disfarçar. Para a FENPROF, o “acordo” não é um fim em si, mas algo que pode, ou não, verificar-se após um processo negocial. Em negociação, a FENPROF assume a sua responsabilidade de representar, o melhor possível, os professores, educadores e investigadores. Em caso algum a esquece, pelo que nunca assinará acordos que se destinem a servir interesses alheios àqueles que representa. É isso que os professores esperam e querem dos seus Sindicatos; a FENPROF corresponderá sempre a essa expetativa, demarcando-se de convergências que apenas servem interesses estranhos.
Nacional 28 Novas medidas contra os trabalhadores e o país
ficha técnica
Uma troika nacional (governo–patronato–UGT) chegou a acordo para tramar os trabalhadores. Desse acordo, resultam medidas que, na Assembleia da República, PSD e CDS votaram favoravelmente com o PS, embora não fosse necessário, a dar um sinal de viabilização. Daqui resultarão mais desemprego, mais perdas em remunerações, menos proteção social, logo, maior exploração, mais pobreza, exclusão e fome nas famílias portuguesas. Que lhes pese a consciência, já que preocupações não têm por quem só vive do seu trabalho. Dos trabalhadores exige-se que não calem a indignação nem reprimam a revolta!
Ensino Português no estrangeiro Eles comem tudo, e não deixam nada!!! Carlos Pato
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Docentes na RAM Cada vez mais penalizados, mas preparados para a luta Nélio de Sousa
MÁRIO NOGUEIRA (Secretário-Geral da FENPROF)
Internacional 29
O apetite voraz do imperialismo Eles comem tudo, e não deixam nada!!! Ana Pires
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