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abril / maio 2 0 1 5 - A no 1 3 - n º 8 5
Recife comemora os 25 anos do Curso de Mama na Jornada de Radiologia
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Jornada Pernambucana de Radiologia, em sua 18ª edição. Os eventos serão realizados nos dias 12 e 13 de junho, no Mar Hotel Convention Center. Com a tradicional hospitalidade pernambucana, os inscritos terão a oportunidade de desfrutar de turismo e cultura, com inúmeros atrativos, como o Museu Brennand, o Recife Antigo e Olinda. Confira: pág.19.
endo à frente as dras. Maria de Fátima Vasco Aragão, presidente, e dra. Norma Maranhão, ex-presidente da entidade e idealizadora do Curso de Mama (fotos), a Sociedade de Radiologia de Pernambuco está mobilizada nas comemorações dos 25 anos desse evento, que reunirá os principais nomes da especialidade no País, juntamente com a
reportagem
Os desafios do radiologista na oncologia
Doses de radiação, controle e qualidade diagnóstica: em busca de novos parâmetros
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uidado na elaboração do laudo, que deve agregar valor ao processo integrado de atendimento ao paciente oncológico, passando por uma atenção especial à sua individualidade, foram alguns dos aspectos abordados pelos profs. David Panicek, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (Nova York), e Dushyant Sahani, da Harvard Medical School (Boston), convidados do dr. Marcos Menezes para o IMAGINE´2015. Em entrevista ao ID, eles falam sobre os novos desafios do radiologista frente aos avanços tecnológicos e a necessidade de participar enfaticamente da equipe oncológica. O assunto é tratado na pág. 10, sob uma perspectiva interdisciplinar que valoriza o profissional da imagem diagnóstica. “A oncologia é a especialidade em que as tecnologias de imagem causam maior impacto”, afirma Sahani (foto).
segurança nas doses de radiação recebidas pelos pacientes em exames radiológicos mobiliza, em todo o mundo, médicos e fabricantes de equipamentos, com atenção especial para a tomografia computadorizada. Os índices em vigor passam por uma revisão, novos parâmetros estão sendo definidos com o objetivo de resguardar o método e oferecer segurança para o pacientes. O ID – Interação Diagnóstica, atento a essa realidade, ouviu médicos e físicos da Universidade de São Paulo, que vêm trabalhando intensamente em programas de qualidade e controle das doses de radiação ionizante no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas. Uma pequena amostra do que estão fazendo é apresentada em reportagem nesta edição, com entrevistas com o prof. Marcos Nogueira Martins, a física Elisabeth Yoshimura, o físico Paulo Roberto Costa e o médico Fernando Uliana Kay, que analisaram os números e falaram sobre os cuidados necessários. O controle das doses também é o tema central da 45ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2015), que se abre neste dia 30 de abril, com ênfase no “Diagnóstico por imagem na dose certa”, e abriga um curso internacional sobre o assunto, intitulado Image Gently, Image Wisely, com os conferencistas George Bisset III, Donald P. Frush e a brasileira Maria Inês Boechat, que chamam a atenção sobretudo aos pacientes pediátricos. Págs. 6 e 7.
Subespecialização versus multiespecialização Nos Estados Unidos, a maioria dos grupos de radiologia atuam hoje como equipes integradas de radiologistas de subespecialidades. Em uma análise divulgada pela RSNA (Sociedade de Radiologia da América do Norte), especialistas observam que a competição, os interesses acadêmicos e econômicos motivam essa tendência. Pág. 5.
Congresso Brasileiro será em novo local
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44ª CBR – Congresso Brasileiro de Radiologia será realizado entre 8 e 10 de outubro no Rio de Janeiro. A primeira novidade divulgada sobre o evento é o local, o Centro de Convenções SulAmérica, situado na região central do Rio e próximo aos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, ao metrô e com fácil acesso às principais vias e bairros da cidade. A programação terá uma oferta ampla de cursos e atividades práticas em diferentes áreas do diagnóstico por imagem. O prazo para submissão de painéis eletrônicos e temas livres se encerra em 8 de junho. Pág. 25
RM de 7 Tesla será usada em autópsias virtuais em SP
Application Confira nesta edição: ✔ Síndrome da Desmielinização Osmótica, por autores do Setor de Neurorradiologia Diagnóstica do InRad-HCFMUSP (São Paulo) ✔ Ensaio pictórico sobre o linfoma do sistema nervoso central, por médicos do Hospital Sírio-Libanês (São Paulo). ✔ Ressonância magnética de corpo inteiro como alternativa diagnóstica importante para pacientes pediátricos, pela ausência de radiação ionizante – artigo da equipe do AC Camargo Cancer Center. ✔ Avaliação ultrassonográfica da nefrocalcinose medular, por membros do Serviço de Ultrassonografia – InRad HCFMUSP ✔ Mamografia com contraste – Hospital de Câncer de Barretos, SP.
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Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo apresentou em março seu novo equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla (o primeiro da América Latina). O equipamento integra a Plataforma de Imagem na Sala de Autópsia (Pisa), projeto multisciplinar que envolve diferentes grupos de pesquisa do complexo HC-FMUSP. Na área de diagnóstico por imagem, um dos objetivos é desenvolver técnicas que ajudem a identificar a causa da morte de modo menos invasivo do que uma autópsia convencional. Pág. 12
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ABR / MAI 2015 nº 85
Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
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editorial
Uma injeção de otimismo, com o pé na realidade
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o momento em que o maior evento da especialidade, a JPR´2015, abre suas portas, cercado de muita expectativa, num clima de muitas incertezas, ajustes e conflitos de interesses, é importante estar atento a todos os sinais. Quem vive e viveu as últimas décadas já adquiriu anticorpos e tenta levar adiante os seus projetos, apesar do governo e dos políticos. Não existem alternativas e são poucas as chances de colocar, com sucesso, nossas fichas nesse tabuleiro de xadrez que é a economia brasileira. Tem que ser mágico. Diante desse quadro, a JPR, neste ano especificamente, é a alternativa mais importante, tanto para o mercado como um todo, que precisa mostrar e vender seus equipamentos, como para aqueles que querem um espaço para se atualizar sem sair do País, com sua tradicional marca de qualidade. Ao longo dessas quatro décadas, a SPR conseguiu – nessa economia tão oscilante – criar uma ilha de segurança para os que investem em tecnologia, para os que investem na aquisição de equipamentos e para os que querem apreender e ganhar novos conhecimentos na especialidade. Durante quatro dias, o diagnóstico por imagem e a radiologia estarão com os olhos voltados para esse evento, criado modestamente em reuniões de radiologistas da Capital e do Interior, em Águas de São Pedro, primeiro para confraternizar, depois para trocar informações, conhecimentos e receber informações de convidados importantes. Eram outros tempos. Dessa união de esforços chegamos a essa realidade, que mobiliza mais de
20 mil pessoas, envolve mais de 1.000 professores, centenas de temas livres e trabalhos científicos e um número expressivo de convidados estrangeiros. Por tudo isso, o momento é de se concentrar no evento, para os que vão ensinar; atualizar o foco, para os que vão vender, e aguçar os sentidos, para os que querem aprender. O ID – Interação Diagnóstica, neste seu 14º ano de existência, já vive esse clima aberto a todas as tendências, concentrado em sua grande missão, “levar qualidade de informação, conteúdo atualizado e, se possível, boas novidades”. Fazer jornal neste Século XXI é como discursar para surdos. Há que se procurar formatos. Nesse sentido, o foco na qualidade é o primeiro instrumento para aguçar o interesse. Os artigos do AppliCation dão uma amostra qualificada da edição. Temas em discussão no evento, como redução de dose e controle de qualidade, que mostram a acuidade dos organizadores, são nossos assuntos de capa. Mas há também o lado econômico, onde empresários falam sobre projetos e até a principal agência de investimento do Governo do Estado de São Paulo traz uma boa nova para o setor. Com crises, percalços e dólar alto, a imagem ainda é um segmento muito atrativo. E a JPR é essa injeção de otimismo. Buscar boas notícias é o grande desafio, mas ficar remoendo crises não nos leva a nada. Por isso, temos certeza de que estamos no caminho certo, pensando com otimismo, mas com o pé na realidade. Bom evento para todos.
“Plano Saúde” para investimentos estrangeiros em SP Para atrair grupos internacionais da área da saúde, a agência Investe São Paulo, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de São Paulo, lançou o Projeto Saúde.
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aseada na lei 13.097/2015, a iniciativa tem o objetivo de viabilizar ao capital estrangeiro a oferta de serviços que vão desde a construção e gestão de hospitais à fabricação de equipamentos, dentre outras atividades. “Com isso, São Paulo será o eixo da inovação da saúde no Brasil”, diz Juan Quirós, presidente da agência. Atualmente, 56% da atividade já é financiada pelo setor privado. Na opinião Juan Quirós, da Investe São Paulo. de Juan Quirós, foi aberta uma janela de oportunidade que tornará São Paulo um para agregar experiências de sucesso ao centro de referência nacional e internacional setor de saúde paulista e brasileiro. Toda a em investimento em inovação. “É certo que cadeia será beneficiada, inclusive o setor de conseguiremos captar grandes investidores formação profissional e técnica”, explicou.
Segundo a agência, uma das principais expectativas é a contribuição que empresas mutinacionais poderão dar na gestão dos 46 hospitais filantrópicos do Estado de São Paulo. A mesma experiência poderá ser aplicada junto aos 568 estabelecimentos (133 deles públicos) de ensino voltados para a saúde. “A população vai sentir, na ponta, o resultado deste investimento”, Quirós. Até agora, a agência já captou investimentos de grandes empresas, como Bionovis, Orygen e Toshiba Medical.
Números do setor Na avaliação de Quirós, os investidores estrangeiros possuem interesse no mercado
paulista e brasileiro de saúde, pois é um dos setores que mais cresce no País. E os números demonstram isso: de acordo com informações do IBGE, os gastos da área giram em torno de R$ 289 bilhões/ano, o que equivale a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). E não é somente isso. A Investe São Paulo já fez mais de 100 captações de investimentos para o Estado de São Paulo, que somam R$ 28,1 bilhões e geraram 54 mil empregos diretos. Com o novo projeto, o órgão acionará sua equipe para atrair grandes grupos mundiais da área da saúde, com comprovada eficiência produtiva, tanto na gestão como em toda a cadeia, incluindo novas tecnologias, pesquisas, inovação e saúde suplementar.
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o bimestre
Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
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ão Paulo – SPR elege seu novo presidente – Durante reunião do Clube Manoel de Abreu, realizada em São José do Rio Preto, a Sociedade Paulista de Radiologia elegeu sua nova diretoria, que será presidida pelo dr. Antonio Soares de Souza. Por ser chapa única, a eleição se deu por aclamação, em Assembléia Geral presidida pelo dr. Antonio José da Rocha, e transcorreu num clima de confraternização. A nova diretoria será empossada na Jornada Paulista de Radiologia e os novos membros
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ão Paulo – Mudanças no Serviço de Radiologia do ICR-HCFMUSP – O dr. Luiz Antonio Nunes de Oliveira concluiu, no último dia 10, mais uma etapa em sua história na Radiologia Pediátrica, ao empossar sua sucessora no Serviço de Radiologia do Instituto da Criança – HCFMUSP, onde atuou por 18 anos. Ele será sucedido pela dra. Lisa Suzuki, médica assistente. O dr. Luiz Antonio foi saudado pela prof. Magda Carneiro-Sampaio, diretora do ICR, que enfatizou sua atuação na estruturação do serviço, sua contribuição para colocá-lo na vanguarda e toda sua dedicação aos pacientes e colegas. Procedeu, em seguida à entrega de placa alusiva à data, com os agradecimentos do ICR. Na sequência, o prof. Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia, também prestou homenagem ao dr. Luiz Antonio, lembrando de sua chegada ao ICR, para ajudar na solução de uma situação no Serviço de Radiologia. Enfatizou a dedicação do homenageado, seu empenho em fazer sempre o melhor, integrando o serviço e atuando ativamente pela valorização da Radiologia Pediátrica. Em seguida, deu boas vindas à dra. Lisa Suzuki, radiologista pediátrica de referência, com toda sua história ligada à FMUSP, que agora enfrenta esse novo desafio. Desejou sucesso a todos. Ao final, o dr. Luiz Antonio agradeceu pela homenagem, lembrando que continuará próximo à instituição sempre que necessário, dando continuidade ao seu trabalho na área da imagem. Também estava presente o prof. Manoel de Souza Rocha, diretor clínico do InRad-HCFMUSP.
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são os seguintes: vice-presidente, Carlos Homsi; secretários, Mauro José Brandão da Cosa, Cesar Higa Nomura e Henrique Simão Trad; tesoureiros, Décio Roveda Jr., Gustavo Skaf Kalaf e Douglas Jorge Racy; diretor de patrimônio, Cyro Padilha Balsimelli; presidente do Clube Roentgen, Pablo R. P. Santana; presidente do Clube Manoel de Abreu, Nelson M. G. Caserta; diretor de defesa profissional, Jaime Ribeiro Barbosa; diretora de assuntos culturais, Eloisa M. M. Santiago Gebrim; presidente SPR Jr., Renato H. Nunes e diretor de TI, Marcelo M. de Freitas. O comitê cientifico terá à frente os drs. Renato Adam Mendonça e Tufik Bauab Jr.
ão Paulo – DASA inaugura Escola de US e presta homenagem – Com o suporte de profissionais de referência e equipado com tecnologia de ponta, o Instituto de Ensino e Pesquisa da DASA inaugurou em São Paulo, no início de março, sua Escola de Ultrassonografia, que recebeu o nome de Escola de US “Prof. Giovanni Guido Cerri”, num reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento da especialidade. Na oportunidade, o prof. Giovanni, que esteve acompanhado de sua esposa, dra. Luciana de Oliveira Cerri, foi saudado pelo dr. Emerson Gasparetto, coordenador do Instituto de Ensino e Pesquisa, e pelo dr. Romeu Cortes Domingues, presidente do Conselho da DASA. “Esse é o primeiro passo para a DASA consolidar sua atuação na área do ensino, com um curso de aperfeiçoamento e treinamento na área de ultrassonografia”, enfatizou a dra. Maria Cristina Chammas, coordenadora da escola, que fica na unidade Ricardo Jafet do Delboni, em São Paulo. O curso segue as mesmas premissas do R4 e é chancelado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) em neuro, musculoesquelético e medicina interna. Para dar suporte à iniciativa, foi celebrada uma parceria com o Hospital Ipiranga, da Secretaria da Saúde do Estado, para envio de seus pacientes, e com o Hospital Santa Paula. Estiveram presentes ao ato o dr. Henrique Carrete Jr., representando o CBR, a dra. Claudia Cohn, presidente da ABRAMED, e os drs. Roberto Cortes Domingues, Romulo Cortes Domingues e Pedro A. Nascimento Daltro, entre outros.
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análise
Subespecialização ou multiespecialização: qual o caminho? “O desenvolvimento de radiologistas multiespecializados poderia ajudar também a radiologia a sobreviver como uma entidade distinta”. A mensagem é parte de uma política que a RSNA vem adotando, desde 2013, com ênfase no “fazer mais com menos”, e que, pelo menos em países menos desenvolvidos, deveria ser vista com mais atenção pelo poder público e pelos formadores de mão de obra.
Dr. Robert Strax, EUA.
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e acordo com o dr. Richard Strax, radiologista intervencionista e professor associado no Baylor College of Medicine em Houston, Estados Unidos, em entrevista concedida ao RSNA News, hoje, a realidade mostra que a maioria das equipes de radiologia atuam como grupos integrados de radiologistas de subespecialidades. “O desejo de se tornar subespecializado é valorizado em um sistema de saúde no qual subespecialistas são mais reconhecidos por seu trabalho”, afirmou. Resultados de um conjunto de pesquisas publicadas em março de 2009 no Journal of the American College of Radiology (JACR) mostraram que mais de 90% dos radiologistas seguem para obter um fellowship em áreas como neurorradiologia e imagem pediátrica. Na mesma pesquisa, 62% dos radiologistas reconheceram uma recente expansão da subespecialização em suas práticas. Competição e interesses acadêmicos estavam entre os fatores de motivação por trás da subespecialização, enquanto a economia era um condutor externo da tendência. “A subespecialização é rentável”, afirmou o Dr. Benjamin Strong, chefe médico da Virtual Radiologic. “Um radiologista de subespecialidade é capaz de ler um exame de forma mais acurada e eficiente, dando ao paciente
Atualize o seu endereço É bom para você que recebe o jornal e para nós que teremos a certeza que você quer continuar a recebê-lo. Em nosso site www.interaçãodiagnostica.com.br você encontrará um questionário que vai facilitar o acesso. Por favor, preencha-o. Será a certeza que continuarás a receber o ID Interação Diagnóstica e suas publicações e e-mails. Melhor ainda, sem nenhum custo.
uma interpretação mais clara e, à prática, um rendimento mais rápido”, explicou na reportagem da RSNA. O rápido crescimento de empresas de telerradiologia como a Virtual Radiologic, na última década, teria aumentado a necessidade por subespecialistas. Por outro lado, o dr. Strax notou que o radiologista geral não desapareceu, apesar das vantagens oferecidas ao modelo de subespecialidade. “É fácil ser um especialista se você está concentrado em um sistema, mas estamos fazendo imagens do corpo inteiro. Ao fazer imagem do abdômen e pélvis,
você está olhando para o sistema vascular, o trato gastrointestinal, a espinha, o órgão reprodutor – qual é a subespecialidade aqui? Cada sistema pode ter seus próprios subespecialistas”, explicou. De fato, um estudo do ACR citado no texto descobriu que apenas metade dos intervencionistas gastam 70% ou mais de seu tempo praticando radiologia intervencionista, e especialistas em imagem da mama interpretam apenas 30% de suas mamografias. Os parâmetros do futuro ainda serão definidos. Radiologistas gerais podem precisar de treinamento adicional, além
da residência, para levar valor agregado a uma empresa. Uma proposta popular é o desenvolvimento de um radiologista multiespecialista com treinamento em várias subespecialidades. Para o dr. Strax, o melhor cenário para a radiologia é o em que subespecialistas trabalham próximos a multiespecialistas: “Você vai precisar de radiologistas multiespecialistas para fazer muito do trabalho que fica entre os limites das especialidades. Colocar subespecialistas e multiespecialistas juntos é o caminho para manter a especialidade coerente”, finalizou. (Fonte RSNA News).
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reportagem
Por Karina Ninni (SP)
Radiação: quando menos é mais Físicos, médicos da imagem, indústria e profissionais da área de física médica vêm protagonizando, na última década, esforços em busca de um equilíbrio entre benefícios e riscos associados aos exames de diagnóstico por imagem. O tema recebe atenção especial na Jornada Paulista de Radiologia, que se realiza em São Paulo, de 30 de abril a 3 de maio, no Centro de Convenções Transamérica.
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mage Gently, Image Wisely logia vai conseguir trazer as doses das TCs mura, do Instituto de Física da USP (IF/ submetidos ao rastreamento anual”. – Diagnóstico por imagem para muito perto das doses de radiografias, USP), antigamente a TC não era tão empreKay descreve a situação como a busca na dose certa” é o tema ofisem prejuízo diagnóstico”. gada como agora. “Os primeipor um ponto de equilíbrio cial do evento, com grandes Uma tecnologia já estabelecida e disporos tomógrafos são da década entre os benefícios e riscos nomes da especialidade, nível em alguns modelos de aparelhos de de 70. Mas as aplicações do associados à radiação. como George Bisset III, Donald Frush e TC e Raios X são os dispositivos que leem a exame foram mudando e ele “No caso citado, que ena brasileira radicada nos Estados Unidos dosagem mínima de radiação para obtenção foi ficando mais acessível. volve imagem diagnóstica do Maria Inês Boechat. de uma imagem suficientemente boa para Como a imagem tomográfica pulmão, mesmo com a quaO ID – Interação Diagnóstica se antecidiagnóstico, como o Controle Automático dá mais informação que a lidade de imagem inferior, pa e mostra que o cuidado com as doses de de Exposição (AEC, na sigla em inglês). radiografia comum, as TCs a tomografia de menor dose radiação, controle de qualidade e avanços O sistema AEC tem a vantagem de fazer começaram a ser requisitadas resolveu. A imagem não é tecnológicos também é motivo de estudos e a leitura automática da quantidade de radiaàs vezes sem necessidade”, diz perfeita, mas é perfeitamente pesquisas no País, em especial na Univerção ionizante necessária para a obtenção de Elisabeth. diagnóstica”, resume. sidade de São Paulo, através do Instituto de uma imagem com baixo ruído. “DependenEla explica que o princíEle afirma que a preocupaFísica, e na Faculdade de Medicina, através do da densidade do tecido onde está sendo pio de exames como a TC e o ção maior é com perda, prejuíFísica Elisabeth Yoshimura do Instituto de Radiologia. Segurança nas realizado o procedimento, é necessário Raios-X é o mesmo da fotograzo ou equívoco de diagnóstico. indicações e no controle é um tema frequente aplicar mais ou menos radiação para se obter fia. “Quando há pouca luz, a foto fica ruim. “Estamos concentrados nessa quesna rotina dessas instituições. uma boa qualidade de imagem. O AEC faz Quando aumenta a quantidade de luz, a tão: o quanto esse protocolo de ultrabaixa A segurança relativa às dosagens de o cálculo de qual seria a menor quantidade qualidade da imagem melhora. Quem faz dose pode nos levar a perder diagnóstico? radiação ionizante necessárias para obtenção a aplicar para garantir uma imagem de boa o papel da luz são os raios emitidos. ApreExistem duas maneiras de avaliar: uma é de boas imagens em exames radiológicos, qualidade para fins diagnósticos”, diz a física endemos aquilo que atravessa o corpo e é a abordagem do estudo de 2011 que citei, especialmente os de Tomografia CompuThamiris Reina, que durante o doutorado captado por um detector do outro lado. E o avaliando o impacto do método de imagem tadorizada (TC), é um tema relativamente desenvolveu uma metodologia que possibisinal do detector é convertido em imagem.” sobre o desfecho clínico, ou no caso, na novo, que apareceu nos meios acadêmicos lita medir a dose de radiação ionizante em A popularização do exame e a reperredução da mortalidade. Outra é comparar ainda na década de 1980, mas só entrou aparelhos de tomografia computadorizada cussão dos diversos estudos publicados na os métodos: realiza-se um exame com dose em discussão e afetou o mercado no início equipados com sistema de AEC. A metoimprensa acabaram amplificando o debate ultrabaixa, e outro com baixa dose ou condos anos 2000. Em artigo intitulado “What dologia, testada em aparelhos do Instituto sobre a relação custo-benefício da técnica. vencional, no mesmo momento. Avalia-se Makes and Keeps Radiation Risks Associade Radiologia do Hospital das Clínicas (In“Muita gente, assustada, deixou de querer de maneira independente e compara-se as ted With CT a Hot Topic?” , o médico Madan Rad) e do Instituto do Câncer de São Paulo fazer TC. Isso não é razoável, a TC é um avaliações, para ver o quanto houve de perda M. Rehani afirma que o assunto ganhou a Octávio Frias de Oliveira (ICESP), pode se bom exame, permite um bom diagnóstico. ou equívoco de diagnóstico”, explica. mídia depois de veiculado um artigo no tornar uma aliada importante no controle Só tem de ser requisitada e aplicada com Doses para radiografia do tórax American Journal of Roentgenology (AJR) de qualidade dos serviços prestados por prudência”, diz Yoshimura. No passado: entre 4 e 7 milisieverts pontuando que, em alguns hospitais e laboratórios. O radiologista Fernando Hoje: 1,5 milisievert hospitais dos EUA, os fatoOrientada pelo físico Paulo Roberto Kay, do HC, lembra que coDose da radiografia (ultrabaixa dose res de exposição utilizados Costa, do Departamento de Física Nuclear meçou a haver pressão social para tomografia): 0,2 milisievert para varredura em crianças do IF/USP, Thamiris avaliou o desempenho para a redução de doses. E diz eram os mesmos usados para do AEC em três diferentes marcas de apaque hoje, essa pressão não está Tecnologia adultos, e vinculando futuros relhos. “De forma geral, o desempenho dos somente no meio acadêmico ou Segundo o artigo de Rehani, o desencânceres em crianças a Tomodispositivos testados foi bom, eles consena imprensa, mas nas clínicas volvimento da indústria de grafias Computadorizadas. guiram reduzir a dose confortambém. “Já há conscientização aparelhos de TC, pautado Já o radiologista do Hospital me os fabricantes propõem”, sobre o tema por uma parte anteriormente pela elaboração das Clínicas Fernando Uliana afirmaram a pesquisadora e dos radiologistas que está no de scanners mais rápidos, tamKay cita como referência um seu orientador. Mas em um mercado”, afirma. bém começou a incluir a dosaestudo divulgado nos EUA deles, o funcionamento estava Segundo ele, que estuda gem de radiação associada ao em 2006, reportando que cer- Dr. Fernando Uliana Kay fora do padrão. “As doses não doses ultrabaixas para tomoexame, e ela se tornou um fator ca da metade da radiação que um americano estavam tão baixas quanto grafias do tórax (próximas às do exame de competitivo na concorrência médio recebia na vida estava relacionada a poderiam estar”, resume Paulo radiografia), em sua área a primeira tentativa pela venda dos equipamentos. procedimentos médicos. Costa. de estudo com menor dose aconteceu em “A indústria teve que Seja qual for o marco a considerar, o fato A metodologia desen2011. “Foi feito nos EUA, com mais de 50 correr atrás e atualizar seus é que em meados dos anos 2000 já havia um volvida por Thamiris tem mil pacientes, fumantes, assintomáticos. Em padrões. De 2010 para cá ela consenso de que o uso muitas vezes indiscomo base a associação de metade deles foi aplicada anualmente uma vem tentando dar conta dessa criminado da TC poderia ter consequências fenômenos de interação da tomografia de baixa dose; na outra metade, Físico Paulo Roberto Costa equação, que é reduzir a dose e deveria ser monitorado, assim como se radiação com a matéria (ver a radiografia do tórax, com a mesma periosem piorar a qualidade da imagem”, condeveria cuidar das dosagens de radiação a box) a atributos técnicos dos equipamentos dicidade. E constatou-se que a tomografia foi firma Fernando Kay. “A cada ano sai uma se aplicar. de tomografia. Segundo o professor Paulo responsável por 20% de redução da mortanovidade. Não tenho dúvida de que a tecnoComo salienta a física Elisabeth Yoshilidade por câncer de pulmão nos pacientes Continua
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Radiação: quando menos é mais Conclusão
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Parâmetros atualizados X
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Foto Paulo Costa
interação entre radiação e matéria, que possibilita os diagnósticos por imagem, é um tema estudado há séculos, mas ainda com muitas lacunas. Um grupo reunido em torno do Laboratório do Acelerador Linear do IF/USP (LAL), coordenado pelo proCosta, o AEC é uma ferramenta relativarisco... Porque é sempre muito traumático fessor Marcos Nogueira Martins, está trabalhando para preencher algumas delas. Martins explica que no LAL são realizadas medidas de parâmetros fundamenmente nova, cujo funcionamento ainda não é esse processo de mudança de portarias. Essa tais que, entre outras coisas, têm aplicação em física médica. “As medidas, muitas delas, e os completamente dominado pelos operadores discussão ficou parada durante todo o ano parâmetros fundamentais foram feitos entre as décadas de 50 e 70. De lá para cá, o que acontece dos equipamentos. de 2014 e, em fevereiro de 2015, lançaram é que o pessoal faz medida usando acelerador de uso médico, não de pesquisa. E acelerador de “O lado bom é que agora há um método essa consulta pública, que propõe a extinuso médico não é bom para fazer pesquisa”. para detectar problemas como esse”, ressalta ção da 453 sem que haja outro instrumento O Microtron, acelerador do LAL, trabalha na faixa de 10 keV a 5 MeV. “Ele cobre uma área ele. “Já estamos incorporando a metodologia sólido para substituí-la”, alerta o professor de interesse muito grande. Um acelerador de uso médico irradia na faixa de 6 MeV”, esclarece ao programa contínuo de controle de qualido IF/USP. o físico. Segundo ele, saber a probabilidade de interação de um elétron de uma certa energia dade que nosso grupo de extensão univerEle afirma que o Brasil tem um prograquando passa por dentro de um material é importante para quem trabalha com física médica e sitária faz no ICESP e no InRad”. ma de controle de qualidade já avançado. dosimetria. “É isso que eles têm de saber, quando irradiam um paciente, por exemplo. E muitos “Na 453, o controle de qualidade é estrutudados são antigos ou não foram realmente medidos, mas calculados com base numa medida Regulamentação rado para que profissionais capacitados vemais antiga ainda”. rifiquem a qualidade e o funcionamento dos Existem normativas da International Martins atesta que as experiências feitas no LAL impactam diretamente os softwares de equipamentos. As propostas em consulta são Commission on Radiological Protection simulação para cálculo de transporte de radiação, usados para determinar a dose depositada, ou um recuo, pois fragilizam a implementação para onde a radiação vai quando deposta nos materiais. “Provemos dados para que eles possam (ICRP) quanto à exposição à radiação, mas fazer simulações mais precisas e com bases mais firmes”. estas são diretrizes Uma das medidas importantes é o espalhamento múltiplo, que é gerais, que não tracomo o feixe vai abrindo à medida que vai penetrando nos tecidos. tam especificamente Martins afirma que isso foi medido há 50 anos, e depois nunca mais. E da exposição precoforam feitas medidas somente em alguns materiais. “Existem vários tipos nizada pelos exames de espalhamento, é um termo genérico. O elétron entra no material radiológicos. e pode interagir com outro elétron, com o núcleo de um átomo... Mas “No Brasil, uma o mais provável é que, quando o elétron do feixe vai passando dentro legislação a respeito do material, interage fracamente com aquela multidão de elétrons que só surgiu em 1998: existem nesse material e vai sofrendo pequenos desvios. Esses pequenos a portaria 453, em desvios é que chamamos de espalhamento múltiplo. É preciso fazer cima justamente de um tratamento estatístico desse processo para saber em que direção diretrizes de proteção o elétron vai sair. O feixe tem um número muito grande de elétrons, em radiologia que a eles vão se espalhando e o feixe vai ficando maior. O quanto ele vai ficando maior corresponde à área que está sendo irradiada. O quanto ICRP havia lançado essa área aumenta é que precisamos saber calcular direito, coisa que em 1991. Em São não sabemos”, esclarece o professore do IF/USP. Paulo, a lei saiu logo Ele explica que há vários tipos de espalhamento e que um deles é depois da publicação a chamada radiação de freamento, ou bremsstrahlung, processo que da ICRP”, afirma Eliproduz o feixe de radiação de fótons em radioterapia. Os elétrons são sabeth Yoshimura, jogados no material, batem, são freados e produzem fótons. do IF/USP. “O Bremsstrahlung principal é quando o elétron bate no núcleo De acordo com do átomo. Mas tem o bremsstrahlung elétron-elétron também. Ele é Paulo Costa, a medibem menor do que o elétron-núcelo quando acontece em materiais de da 453 está ameaçada número atômico alto, como tungstênio, tântalo... Elementos pesados, por duas propostas que é o que se usa no acelerador médico para fazer o bremsstrahlung. Dispositivo para teste da eficiência do sistema de Controle Automático de Exposição (AEC) para equipade consulta pública mentos de Tomografia Computadorizada desenvolvido pelo Grupo de Dosimetria das Radiações e Física Nessas condições é possível desprezar o elétron-elétron. Só que nós não que dispõem sobre Médica do IF/USP. O dispositivo foi utilizado em pesquisa recente realizada em parceria entre o InRad, somos feitos de materiais pesados. Somos água, carbono, um pouquinho requisitos de boas o ICESP e o IF/USP sobre a correlação entre as diferentes opções de AEC e as doses administradas aos de cálcio e outras coisinhas que não são tão pesadas. Como o número atômico dos materiais que compõem nosso corpo é baixo, quando se práticas para funcio- pacientes nos procedimentos de tomografia. usa feixes de elétrons no corpo humano diretamente – o que acontece namento, segurança em vários tipos de tratamento –, o bremsstrahlung elétron-elétron é altamente não desprezível. e qualidade dos serviços de diagnóstico do controle de qualidade”, acredita. Mas os programas de simulação continuam ignorando essa parte. E mais: quando o elétron que por imagem na área da saúde, abertas pela Os profissionais aptos a realizar essa entra bate e faz um choque forte com um dos elétrons que está no material, são dois elétrons se Anvisa em fevereiro último e que aceitam tarefa atuam no campo da física médica. espalhando, porque um arranca o outro de lá. E em geral os programas de simulação existentes contribuições até maio deste ano. Paulo lembra que existiam, até 2013, 11 seguem só um elétron, o outro eles ignoram”, resume Martins. “A 453 tem de ser atualizada, isso é cursos de graduação em física médica no “Formularam a teoria em cima de elementos pesados e aplicaram-na pra calcular o que certo. Porque há ali exigências que hoje não Brasil e revela que o Instituto de Física e acontece no carbono. Mas aquela teoria só mede o que acontece no bremsstrahlung elétronfazem mais sentido, e também faltam outras a Faculdade de Medicina da USP encaminúcleo. No tungstênio, é desprezível. No carbono, não.” tantas, já que a tecnologia mudou. Vínhanharam à Reitoria, em conjunto, a proposta Por isso o LAL está medindo o espalhamento no carbono, usando como alvo folhas de grafite mos discutindo junto ao órgão regulador e de criação de um curso de graduação na finíssimas. “Depois vamos medir um óxido, estamos pensando em óxido de berílio, que é um sugerimos que a mudança fosse gradual, área, mas ainda aguardam deliberação a elemento muito leve, de número atômico 4. Como o bremsstrahlung depende fortemente do de acordo com prioridades, estimativas de respeito. número atômico, ao medir o óxido de berílio é o oxigênio que vai ser o dominante na medida”, diz o professor. “Assim, podemos ter uma medida para o oxigênio. Tendo a medida para o oxi“O que faz dos riscos associados à radiação em exames de Tomografia Computadorizada um assunto quente?” gênio, fica mais fácil saber o que acontece com a água. E assim vamos melhorando as medidas.” (AJR, 2014, disponível em http://www.ajronline.org/)
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entrevista
Por Priscila Lopes (SP)
Estudos com elastografia poderão melhorar a acurácia da ultrassonografia no diagnóstico do câncer de mama Os avanços da tecnologia ultrassonográfica, com recursos cada vez mais precisos e eficientes, tem intensificado as pesquisas na área da elastografia, com benefícios para pacientes e médicos na avaliação de órgãos como mama, próstata, tireoide e fígado. O assunto, abordado durante a 13ª edição do Encontro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InRad (Imagine), realizado em março em São Paulo, mereceu amplo destaque, com uma programação especial que reuniu profissionais do Brasil e da Itália, onde a técnica da elastografia está em pleno desenvolvimento.
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ntre os especialistas convidados, esteve a dra. Selma di Pace Bauab, diretora da Clínica MamaImagem, de São José do Rio Preto (SP), que se encarregou do tema elastografia da mama. Explicando que há diversos tipos de elastografia, a dra. Selma falou especificamente sobre a elastografia shear wave, que é utilizada em seu serviço e com a qual tem alguma experiência. “A elastografia mamária, associada ao modo B da ultrassonografia, pode ajudar a melhorar a especificidade da ultrassonografia, com a promessa de, futuramente, poder aumentar o VPP, evitando biópsias desnecessárias”, explicou a especialista. Apesar de ainda não estar amplamente difundida – até por ser ainda referida na quinta edição do BI-RADS como pesquisa em andamento e por não haver ainda um protocolo bem definido em relação à elastografia shear wave da mama –, essa tecnologia poderá vir a ser incorporada na prática diária. “A hipótese é que essa técnica pode aumentar a acurácia da classificação de lesões em benigna/maligna, melhorarando ainda mais a ultrassonografia, que é uma ferramenta extremamente útil”, explicou a dra. Selma. A especialista explicou a técnica para a execução do exame: “primeiro, deve-se colocar muito gel e permanecer imóvel. Deve-se mover a paciente, e não o transdutor, que deve ser colocado paralelo a ela. É necessário um aprendizado para conseguir medir bem a elasticidade do tecido utilizando a técnica da shear wave”. Para validar a elastografia shear wave, a dra. Wendie Berg, professora de radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh (EUA), e outros pesquisadores de 16 centros dos Estados Unidos e da Europa compararam, em um estudo com 939 nódulos, a ultrassonografia conven-
estudo semelhante ao da dra. Berg e colegas, comparando cional no modo B associada à elastografia shear wave com o modo B da ultrassonografia com o modo B + elastografia o uso apenas do modo B. shear wave. Realizado entre fevereiro de 2013 e março de “Eles conseguiram demonstrar, com a adição da elas2014, o estudo analisou 301 nódulos que seriam submetidos tografia shear wave ao modo B, a possibilidade de se fazer a biópsia percutânea guiada por ultrassom. Os primeiros 146 o upgrade de uma lesão na categoria BI-RADS 3 para 4A nódulos foram considerados curva de aprendizado da equie vice-versa”, esclarece a médica, enfatizando que o estudo pe. Assim, entre agosto de 2013 e março de 2014, quando demonstra que nódulos da categoria 3 do BI-RADS podea equipe já havia conseguido uniformizar a riam ser reconhecidos como malignos por forma de realizar o exame, foram analisados meio da shear wave e serem submetidos à 155 nódulos, que fizeram parte do estudo. A biópsia, enquanto os nódulos da categoria equipe era composta por três radiologistas 4A com aparência benigna na elastografia com dois anos de experiência em elastografia poderiam ser levados à categoria BI-RADS shear wave. Segundo enfatizou a dra. Selma, 3 e submetidos a seguimento. “Ou seja, se a experiência é muito importante, pois a pudermos, com a elastografia, fazer biópsia técnica é essencial para a obtenção de bons naquela paciente que é BI-RADS 3 e elevar resultados. para 4A, evitando o controle em seis meses Os resultados do estudo apontaram de uma lesão maligna, nós vamos melhorar cinco casos em que foi realizado o upgrade a especificidade. Por outro lado, o nódulo da de BI-RADS 3 para 4A, três deles benigcategoria 4A que nós levaríamos à biópsia, nos e dois malignos. Dos 13 nódulos que mas que a shear wave mostra ser benigno, sofreriam downgrade de 4A para 3, todos poderia sofrer downgrade para a categoria foram benignos na biópsia. “No entanto, 3”, explica. No entanto, apesar de ser um mé- Dra. Selma di Pace Bauab, diretora da Clínica MamaImagem não estamos autorizados ainda a evitar a todo demonstrado por estudos, a dra. Selma biópsia baseados apenas nos dados da elastografia shear acredita que sejam necessários mais trabalhos para validá-lo. wave. Para isso, precisamos de mais estudos”, avalia a es“Inclusive, os guidelines europeus da elastografia ainda não pecialista. “Como tudo em medicina, é preciso ter critério autorizam que se faça essa modificação de BI-RADS 4A para para não usarmos nenhum método de forma equivocada. 3 rotineiramente”, alerta. Ainda precisamos de mais estudos, sempre validando o Estudo comparativo método em sua própria prática, para vermos se é adequado Em sua clínica, a MamaImagem, que está comemorando ou não, e estarmos atentos à evolução desses métodos, para 15 anos de existência e atende uma ampla região do Estado podermos extrair o que eles oferecem de melhor, no sentido de São Paulo, a dra. Selma e sua equipe executaram um de beneficiar a paciente”, conclui a dra. Selma Bauab.
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reportagem
Rafael Bettega (SP)
O impacto da tecnologia na oncologia amplia o papel do radiologista Com uma programação científica diversificada, que mostrou o papel do radiologista na oncologia, abordando de forma transversal os benefícios de cada método, o IMAGINE, evento promovido pelo Instituto de Radiologia HC FMUSP, chegou ao seu final com uma avaliação positiva e um público diversificado.
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Entre palestras de atualização, relatos de experiências com técnicas avançadas de imagem e discussões contrapondo a visão do radiologista à do oncologista e à do cirurgião, o programa enfatizou o caráter interdisciplinar da oncologia e mostrou como os médicos de imagem vêm assumindo uma função cada vez mais importante dentro da especialidade, à medida em que a tecnologia oferece novas possibilidades para o diagnóstico e o acompanhamento do paciente com câncer. Os dois convidados internacionais do evento, drs. David Panicek e Dushyant Sahani, já convivem com essa realidade e trouxeram exemplos de como essas transformações se incorporaram à rotina de centros de referência em oncologia e radiologia nos Estados Unidos.
om a participação de cerca de 1.000 inscritos, o 13º Encontro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InRad venceu mais uma etapa na sua história. O evento mesclou profissionais experientes e jovens médicos, “atentos a essa nova realidade, preocupados em conhecer o Laudo deve agregar valor que se faz no principal complexo hospitalar do País, em associação com a experiência inO dr. David Panicek, vice-diretor clíternacional” , enfatiza o dr. Marcos Roberto nico do Departamento de Radiologia do de Menezes, coordenador do Memorial Sloan Kettering encontro, juntamente com os Cancer Center (Nova York), drs. Marcio R. Taveira Garabordou a responsabilidacia e Publio C. Cavalcante de cada vez maior que o Viana. radiologista que atua em Na abertura, quando oncologia tem ao elaborar descerrou a fita da exposição o laudo de seus exames. “O comercial, o prof. Giovanni radiologista deve ser um Guido Cerri, diretor do Inconsultor, não apenas um Rad, lembrou que “hoje, o leitor de exames”, enfatizou. médico tem que se adequar, Para elaborar um bom diante de tantas inovações, laudo, defende o médico e procurar colher os frutos norte-americano, o radiolodessa realidade que premia gista precisa compartilhar e valoriza o segmento e torna Dr. David Panicek. informações, se comunicar o profissional da imagem imcom os outros médicos de prescindível dentro da equipe que trabalha imagem que atuam no caso e comparar suas com o paciente oncológico. O IMAGINE, próprias observações com os resultados de dentro do contexto multidisciplinar da meexames anteriores – evitando, assim, que dicina, procurou mostrar essa nova realidade alterações sutis nos órgãos e tecidos obsere colocar todos esses desafios em discussão”. vados passem despercebidas. O especialista
determinado tratamento. É possível, por ressaltou ainda que as observações devem exemplo, obter indicações muito precoces da ser descritas no laudo de modo claro, direto e efetividade de um composto quimioterápico sucinto, enfatizando questões específicas do e, a partir daí, selecionar os pacientes para tumor. No Memorial Sloan Kettering Cancer tratamentos específicos subsequentes, ou Center, conforme relatou o palestrante, os ramesmo desenvolver terapias direcionadas diologistas seguem um modelo padronizado para diferentes órgãos ou tipos de tumor. de laudo. O documento é redigido de acordo “A oncologia é a especialidade em que com uma terminologia específica e traz um as tecnologias de imagem causam maior imresumo comparativo dos diferentes tipos de pacto”, afirmou Sahani em exame realizados. entrevista ao ID. Ele destaO laudo deve “agregar cou que esse impacto tende valor” ao processo de acoma ser ainda maior no futuro, panhamento de um paciente com o avanço da genética no oncológico, afirma Panicek. campo da imagem molecuPara isso, o relatório prelar – ou seja, a possibilidade cisa trazer interpretações de acompanhar, via imagem, significativas para todos os processos que ocorrem em envolvidos – o cirurgião quer órgãos e tecidos no nível saber se o tumor é operável; genético. “A genética é o o oncologista, se o paciente caminho para o atendimento melhorou ou piorou com médico customizado”, disse determinado tratamento; o o professor. especialista em radioterapia Essa não é, porém, a busca as regiões específicas Dr. Dushyant Sahani. única forma de obter bons em que deve atuar e, por fim, resultados personalizando o atendimento o paciente precisa de informações que o ajuao paciente de oncologia. Sahani contou dem a entender seu caso sem alarmismo. “O que no Hospital Geral de Massachusetts, radiologista precisa lembrar da importância onde atua como diretor da área de TC do de interpretar os exames no contexto indiviDepartamento de Radiologia, os pacientes dual do paciente, em vez de simplesmente oncológicos são convidados a participar de relatar observações”, resumiu o especialista. sessões de discussão com os radiologistas a Respeito à individualidade respeito de seus casos. A iniciativa começou do paciente há cerca de dois anos e tem dado ótimos resultados: segundo Sahani, os pacientes A importância da individualidade do participam com grande interesse dos enconpaciente na imagem oncológica também foi tros e passam a enfrentar o tratamento com abordada por Dushyant Sahani, professor mais tranquilidade, ou mesmo se tornam de radiologia da Harvard Medical School mais propensos a mudar o estilo de vida. (Boston). Sahani abriu sua participação no Para os radiologistas, o retorno também evento com uma apresentação sobre o uso é muito positivo, avalia o especialista: “é de biomarcadores funcionais em imagem uma forma de liberar o conhecimento que molecular. Essa abordagem tem como grantemos, de usar esse conhecimento para de benefício permitir a avaliação precisa – e ajudar as pessoas”. não invasiva – da resposta do paciente a um
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inovação
RM de 7 T em pesquisa, ensino e na humanização da morte Um projeto voltado para ensino e pesquisa da Faculdade de Medicina da USP, que prevê o uso da imagem na sala de autópsia, cumpriu mais uma etapa no seu processo de implantação, com a inauguração, em 13 de março, do equipamento de ressonância magnética de 7 Tesla.
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novo aparelho, denominado Magnetom 7T MRI, fabricado pela Siemens, está integrado à Plataforma de Imagem na Sala de Autópsia (Projeto PISA), iniciativa concretizada graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas e Secretaria da Saúde
do Estado de São Paulo. Foram investidos US$ 7,6 milhões. O evento oficial de inauguração ocorreu durante o IMAGINE’2015 e o 1º Encontro da Labman – Latin America Brain Mapping Network (Rede Latino-americana de Mapeamento Cerebral). A ressonância será usada para autópsia virtual, pesquisa e ensino na FMUSP. Prof. José Otavio Costa Auler, diretor da FMUSP, agradece o apoio das instituições envolvidas no Projeto PISA e na aquisição da RM de 7 Tesla junto a Siemens.
O alto nível de refinamento das imagens geradas pelo novo equipamento permitirá um maior detalhamento das autópsias virtuais e comparações precisas com os tecidos biológicos. Isso significará um avanço no diagnóstico por imagem, que ganhará em precisão. No ensino, os alunos poderão estudar anatomia por meio das imagens produzidas pela ressonância de 7T, podendo utilizar as técnicas tridimensionais e interagir com elas. O padrão 7 Tesla ainda não foi liberado para fins clínicos, mas já está sendo usado em vários centros de pesquisa no mundo. O uso do equipamento contará com a parceria do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), responsável pela autópsia de cerca de 14 mil mortos por causas naturais por ano. Um dos objetivos é desenvolver técnicas que ajudem a identificar a causa da morte de modo menos invasivo do que uma autópsia convencional.
Humanização da morte A inauguração do equipamento e da PISA, realizada no prédio do InRad, reuniu autoridades da política e de instituições científicas, além de professores diretamente envolvidos com o projeto, que muito comemoraram a iniciativa da FMUSP. Para todos, significa um marco no diagnóstico por imagem do Brasil e da América Latina, e a possibilidade de “humanização da morte”, como lembra o coordenador do projeto, prof. Edson Amaro Jr., do Departamento de Radiologia da FMUSP. Discursaram no evento: Armando Lopes, diretor da Siemens Healthcare do Brasil; prof. Celso Lafer, presidente da Fapesp; prof. Paulo Saldiva, ex-professor titular da FMUSP, um dos idealizadores científicos do projeto e vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP; prof. Giovanni Guido Cerri, professor titular da FMUSP; prof. José Otávio Costa Auler Jr., professor titular e diretor da FMUSP; David Uip, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo; e prof. Marco Antonio Zago, reitor da USP.
Atualize seu endereço. id@interacaodiagnostica.com.br (11) 32851444
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abril / maio 2 0 1 5 - A no 1 3 - n º 8 5 Gislene Rosa Silva e Luiz Carlos de Almeida (SP)
ponto de vista
Desenvolvimento sustentável, sem abrir mão da Ética Por Jaime Murata *
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om tantas empresas privadas envolvidas nos noticiários por conta de condutas antiéticas, as altas administrações têm investido cada vez mais na implantação de códigos e normas a fim de evitar que um comportamento errado ou até mesmo mal interpretado possa tomar grandes proporções e comprometer a reputação de uma organização. Na área de saúde a ética é uma questão particularmente ampla, visto que temos ao nosso lado diversos públicos – o paciente, o médico, provedores (hospitais e clínicas), fontes pagadoras e os órgãos regulatórios – que podem ter interesses comuns, mas também controversos, dependendo do caso. A Bayer, além de seguir o código de ética da Interfarma e da Advamed, conta com um programa de Compliance estabelecido desde 2008, o qual ano após ano se torna mais robusto. Por meio da constante prática de gestão de riscos voltados a este tema, o programa tem como objetivo resguardar e preservar a idoneidade e reputação da Bayer frente ao mercado, mostrando o comprometimento com suas relações comerciais. Como atuantes no combate à corrupção, sabemos da necessidade de garantir a credibilidade e transparência às atividades de pesquisa, desenvolvimento, distribuição, disponibilização e promoção de medicamentos e produtos para saúde no país, mesmo que o contato com profissionais da saúde seja limitado. No caso da área de Radiologia da Bayer, que foi pioneira na introdução dos meios de contrastes radiográficos em 1930 e do meio de contraste para ressonância magnética no final da década de 80, o grande desafio é adaptar aplicações dos nossos produtos em tecnologias de ponta, como a Tomografia Computadorizada de Fonte Dupla, e lutamos para ser uma das primeiras empresas a levar rastreadores específicos para exames de imagem molecular para a prática clínica. O recente progresso na área de pesquisas abriu novos horizontes, mas também suscitou questões referentes à aplicação responsável de novas tecnologias e as descobertas resultantes. Consideramos essas preocupações e sugestões e nos comprometemos com o comportamento ético para um tema extremamente relevante para a empresa. Com isso, estamos comprometidos em desenvolver e comercializar os nossos produtos dentro das altas exigências éticas e assim, independentemente dos obstáculos ou facilidades que se apresentem, sempre optaremos pelo desenvolvimento sustentável dos nossos negócios. * Jaime Murata Chefe da área de Radiologia e Intervenção da Bayer Brasil e América Latina
entrevista
Pixeon tem medicina diagnóstica em seu DNA Ousadia é a palavra-chave no momento atual da economia brasileira. E as empresas que querem encarar o mercado de soluções tecnológicas para a área de saúde têm que redobrar sua atenção, enfocar os problemas de gestão e custos e falar a linguagem do mercado. Sob esta ótica, a Pixeon, enfatiza o CEO, Roberto Ribeiro da Cruz, vive um momento de intensa atividade e planos bem ambiciosos. Em quase três anos de fundação, a companhia cresceu mais de nove vezes em faturamento e saltou de 50 para quase 400 colaboradores. Agora você deve estar se perguntando: como?
A
empresa especializada em PACS (sigla em inglês para Sistema de Gestão de Imagens Médicas) passou, em 2012, por um processo de fusão com a Medical Systems, que possuía a maior base de dados instalada no país de EPR (sigla em inglês para Ressonância Paramagnética Eletrônica), com foco em Centros de Medicina Diagnósticas, RIS (sigla em inglês para Sistemas de Informação Radiológica) e LIS (Sistemas de Informação Laboratorial). A união resultou em uma empresa nacional com uma carteira com mais de 1500 clientes espalhados pelo Brasil, Argentina e Chile. Ou seja, na contramão de todas as teorias pessimistas, a Pixeon tem investido cada vez mais na área e crescido junto com o setor. Atualmente a empresa possui soluções para as áreas de radiologia, laboratorial, prontuário eletrônico e gestão hospitalar. O fato da empresa ser brasileira é uma vantagem. “A nossa tecnologia é nacional, com isso conseguimos ser mais ágeis na entrega dos produtos. Outro ponto é que conhecemos bem os desafios do segmento no país. Nos últimos dois anos e meio, apostamos no mercado. Hoje a empresa é muito mais robusta, possui um grande time de suporte técnico que está bem estruturado”, diz Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon. Para se ter ideia, a companhia possui quase 100 pessoas trabalhando na área de inovação e desenvolvimento de software, isso mostra o quanto a empresa está apostando em tecnologia. Na opinião do CEO, a Pixeon está cada vez mais próxima dos clientes. “Acreditamos que isso seja necessário e benéfico para o setor que atuamos. Manter um bom relacionamento é fundamental. A empresa tem auxiliado os clientes a crescerem e nós estamos crescendo junto com eles. Queremos saber o que precisam hoje e quais as soluções que irão precisar nos próximos cinco, dez anos”, afirma Cruz.
DNA da companhia A Pixeon surgiu da medicina diagnóstica e ela está no DNA da empresa, em especial, a radiologia. “Nossos investimentos estão concentrados, em grande parte, na área. Porém, queremos, em cinco anos, ser uma das maiores empresas de software para o segmento de saúde no país”, explica Cruz. Em franca expansão, a Pixeon incorporou em 2014 duas outras empresas:
tem um custo benefício bem interessante. a Lablink e a MedicWare. A primeira O cliente paga por exame transacionado. atuava no segmento de interfaceamento Então, independentemente de qual PACS de equipamentos laboratoriais, ou seja, trabalhe, ele consegue usar a nuvem para fazia a comunicação entre equipamentos fazer esta transferência de imagens de laboratoriais e softwares de gestão. Com qualquer lugar para qualquer lugar. E a aquisição da Lablink, a Pixeon ampliou ainda é possível analisar e emitir laudos, sua presença física no mercado. Agora a reduzindo custos e ampliando o acesso a companhia está em São Paulo, Florianódiagnósticos especializados. O próprio polis, Salvador, Recife e Belo Horizonte, governo já colocou a tecnologia como além de ter em seu quadro de colaboradoprioridade para o país”. res diversos distribuidores posicionados estrategicamente para oferecer soluções Profisional remoto tecnológicas. Em 2014, durante a Jornada Paulista Já a MedicWare era a maior provede Radiologia (JPR), a empresa lançou a dora nacional em HIS (sigla em inglês plataforma ClickVita. Na prática, a ferrapara Sistema de Informação Hospitalar). menta permite que o paciente troque inA companhia desenvolvia softwares de formações diretamente com o médico pela gestão completos, desde marcação de internet. “Os pacientes consultas, internação, poderão ter acesso a até toda parte de farlaudos e imagens em mácias e prontuários qualquer lugar usaneletrônicos. Também do esta plataforma de englobava a área de telerradiologia. Por laboratórios. Outra outro lado, os médicos característica imporpoderão armazenar tante, além da como histórico de saúde plementariedade de dos pacientes. Essas portfólio, foi a regiofacilidades também nalidade geográfica. significam redução de Com base em Salvacustos”. dor, a MedicWare esPor meio do tava presente em todo ClickVita, o médiNorte e Nordeste. De co solicitante podeacordo com o CEO, a rá conversar com o aquisição da empresa médico radiologista foi importante porque O CEO, Roberto Ribeiro da Cruz e o paciente poderá a Pixeon trabalhava solicitar uma segunda opinião sobre um com os sistemas de RIS e PACS, mas não determinado diagnóstico. Em casos de possuía o PEP (prontuário eletrônico) e exames normais, o software permitirá nem o HIS (software capaz de interligar que o paciente não necessite ir à clínica todos os outros). “A MedicWare possuía conversar com o médico. esses dois últimos produtos de excelência Em sua segunda fase, a empresa lança em gestão hospitalar”, revela Cruz. o módulo de agendamentos via web do Telerradiologia já é uma ClickVita. A novidade permite que os realidade para Pixeon pacientes marquem consultas e exames pelo próprio sistema, o que torna o agenPara o CEO, um dos desafios da tedamento mais prático e rápido. No entanto lerradiologia no Brasil é a conectividade. é preciso prestar atenção a algumas regras “Temos trabalhando muito, pensando em como em qualquer agendamento. Ou seja, como fazer com que as imagens transitem saber se o convênio dá cobertura, se o de maneira eficiente para que possam equipamento ou a unidade faz aquele tipo chegar ao seu destino. Por outro lado, de exame e se o médico está disponível. temos que criar uma infraestrutura gran“Cada vez mais médicos e pacientes busde e acessível que permita que todos os cam ferramentas colaborativas que proradiologistas possam trabalhar.” piciem a visualização remota de imagens Segundo o Cruz, a Pixeon trabalha e laudos, agilizando o recebimento de com os radiologistas de duas maneiras. resultados, o aumento da produtividade e, “Eles podem ter uma rede própria e usar mais importante, o diagnóstico precoce”, nossos produtos, criando conexões ponto conclui Cruz. a ponto ou um produto na nuvem que
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entrevista
Lilian Mallagoli (SP)
Fujifilm: o gigante acordou Fundada no Japão em 1934 como fabricante de filmes para fotografia, a Fujifilm atua hoje em tantas divisões de negócios que fica difícil classificá-la como uma empresa de um setor específico.
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como Diretor Executivo, e em janeiro de 2014 me tornei Diretor Presidente. Antes, estava na unidade de negócios de químicos e, antes disso, fui o responsável por cosméticos e suplementos, uma relativamente nova unidade de negócios da empresa, no Japão. Comecei mesmo em 1982, na divisão de marketing, e também fui secretário do presidente da empresa no Japão. Jornal ID – Quais são as áreas de atuação no Brasil? Mutsuki Tomono – Nosso maior negócio aqui é a Divisão Médica – cerca de 45% do total de tudo o que comercializamos no Brasil vem dela.
mento da Divisão Médica? Mutsuki Tomono – Globalmente, atendemos diversas áreas, desde as analógicas, passando por equipamentos de radiografia, radiografia digital, área de ultrassom com a SonoSite, endoscopia e o diagnóstico in vitro para análises clínicas. No mundo, nós nos estendemos mais para o lado farmacêutico; im, porque somos, na verinvestimos muito nessa área. Acreditamos dade, uma empresa de tecque a área médica será o negócio principal nologia”, afirma sorrindo, para a operação global da empresa no futuro com a simpatia característi– é nela que mais crescemos. ca dos japoneses, o executiTemos muita tecnologia investida na vo Mutsuki Tomono, diretor presidente da área de farmacêuticos. Ainda não importaempresa no Brasil. “A impressão de que é mos nada para o Brasil, mas há potencial uma empresa de filmes se consolidou de de fazermos. Atualmente, desenvolvemos tal forma, que muitas pessoas drogas para dez diferenaqui no Brasil não imaginam tes categorias terapêuticas, que ela atue em farmacêuticos como ebola, alguns tipos e cosméticos, por exemplo”, de cânceres e doença de completa. Alzheimer. A maior parte De fato, a introversão da está em desenvolvimento marca japonesa, avessa a grandes e em fase de testes, e deve anúncios marqueteiros, atrasou a ser comercializada no merdisseminação de seus produtos cado asiático e nos Estados e de sua capacidade de inovação Unidos em um futuro bree pioneirismo. Agora, a Fujifilm ve. Esta estratégia toda se vem recuperar o tempo perdido iniciou em 2006. Porém, é e mostrar a que veio. uma segunda fase de nosso Tomono, na empresa desde trabalho com farmacêuticos. 1982, explica como será feito Na década de 1980, iniciaesse reposicionamento da marca, mos o estudo de remédios aborda as áreas de atuação no Sr. Mutsuki Tomono, presidente da FujiFilm Brasil, e o executivo Eduardo Tugas. contra o câncer. Brasil e no mundo e fala sobre Estamos divulgando A segunda maior é a Divisão de Imaos lançamentos da companhia que fechou agora o Dri-Chem, equipamento muito gens, e depois a de Sistemas Gráficos. Há, o último ano fiscal com faturamento global compacto que analisa amostras de sangue. ainda, a Divisão de Recording Media, na de US$ 23,9 bilhões. É um analisador de bioquímica seca, que qual comercializamos fitas LTO, para back Jornal ID – Qual é sua trajetória na pode executar vários parâmetros de teste. up. Então, basicamente, são quatro divisões Fujifilm? Tem um sistema de autopipetagem emde operação. Mutsuki Tomono – Estou no Brasil há butido, não requer calibração nem água, Jornal ID – Como está o desenvolviquatro anos – cheguei em agosto de 2011, oferece preparo e manutenção fáceis. Ele
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entrega resultados em apenas três passos e tudo muito rápido, em até seis minutos. No Brasil, comercializamos os sistemas de diagnóstico de raios x, radiografia computadorizada, radiografia digital, sistemas de ultrassom e também endoscopia. Nesta, temos as mais altas tecnologias desenvolvidas – a tecnologia endoscópio transnasal, mais fácil de fazer e indolor, e a endoscopia Double Balloon, um procedimento que permite aos médicos alcançar partes do intestino delgado que não podem ser observadas na endoscopia convencional e que utiliza balões inflados internamente para garantir a precisão do exame. Jornal ID – A sua empresa rapidamente alcançou posição de destaque em PACS, CR e DR. Quais os próximos passos? Mutsuki Tomono – Quanto a produtos pretendemos focar em alta produtividade e redução da dose, especialmente para os produtos de DR. Trata-se de um grande benefício para o paciente, hospitais e clínicas. Do lado da Fujifilm Brasil, nosso foco é em educação e treinamento para as equipes que usam nossos equipamentos – faremos workshops, seminários e treinamentos nos sites. Jornal ID – Sua primeira mamografia digital foi lançada há três anos e meio. Qual resposta o mercado tem dado e quais as expectativas? Mutsuki Tomono – Apesar da pouca tradição em aparelhos de mamografia, nossos mamógrafos vieram para o mercado como a evolução do que já era reconhecida como a melhor imagem de mamografia em CRs. Por isso, a resposta do mercado foi muito positiva.
Continua
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Síndrome da desmielinização osmótica: Mielinólise pontina central e extrapontina Introdução A síndrome de desmielinização osmótica (SDO) refere-se a uma desordem desmielinizante aguda, no contexto de ajuste de distúrbios osmóticos, tipicamente relacionada à rápida correção de hiponatremia. A primeira descrição da síndrome foi denominada mielinólise pontina central, acometendo pacientes alcóolatras crônicos, certamente um cenário ainda comum. Contudo, nas décadas seguintes foram descritas formas da doença envolvendo outras localizações além da lesão pontina, como o cerebelo e o mesencéfalo, e presumivelmente dividindo o mesmo substrato (desmielinização), denominadas conjuntamente mielinólise pontina e extrapontina. Deste então, vários casos foram descritos, e apontam uma distribuição característica da desmielinização extrapontina, incluindo núcleos da base, tálamos, corpo geniculado lateral, cápsula interna / externa / extrema, comissura anterior, tegmento mesencefálico, substância branca cerebelar, e as camadas profundas / internas do córtex cerebral. Nestas regiões os tratos da substância branca estão mais suscetíveis à lesão da mielina. Ocorrendo de forma independente ou em combinação, a mielinólise pontina central e a mielinólise extrapontina apresentam um momento característico de início, mas características clínicas distintas.
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Figura 3. Mielinólise pontina subaguda. Homem de 85 anos. Imagens de RM em difusão (A), axial FLAIR (B) e sagital T1 (C) evidenciam lesão pontina com formato “em tridente” caracterizada por hipersinal em FLAIR / difusão, e hipossinal em T1 (seta em C), poupando as fibras dos tratos corticoespinhais.
Achados clínicos A SDO ocorre no curso de doença crônica. Essa condição não ocorre, usualmente, fora do hospital, e era desconhecida antes da terapia de reposição intravenosa de sódio. O curso clínico típico desta síndrome é de um paciente que se apresenta com complicações de hiponatremia (convulsões e encefalopatia), recuperação após rápida correção dos níveis séricos de sódio, e nova deterioração clínica cerca de 2 a 8 dias depois. Disartria e disfagia (envolvimento do trato corticobulbar) aparecem inicialmente, antes da evolução para paraparesia (trato corticoespinhal e base pontina). Com a progressão para o tegmento, pode ocorrer disfunção pupilar e dos nervos oculomotores. Outros sintomas encontrados são alteração de comportamento e doença psiquiátrica, normalmente relacionados ao acometimento corticossubcortical; além de distúrbios de movimento (parkinsonismo, distonia, tremores), convulsões, depressão, polirradiculopatia, e neuropatia.
Fisiopatologia
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Figura 4. Mielinólise pontina, fase subaguda. As imagens de RM em difusão (A), axial T1 antes (B) e após a administração do gadolínio (C) evidenciam lesão na região central da ponte, caracterizada por hipersinal na difusão (A) e realce pelo gadolínio.
No contexto de hiponatremia aguda, a queda da osmolaridade sérica promove fluxo de água para dentro da célula (edema celular), com consequente saída de solutos como sódio, potássio e cloreto para fora da célula. Contudo, esses eletrólitos são rapidamente
reacumulados e reestabelece-se o equilíbrio osmótico. Ao contrário, no contexto de hiponatremia crônica, as células também perdem metabólitos / osmólitos orgânicos (mioinositol, taurina, glutamina, creatina, dentre outros), mas inferiormente ao ponto de ajuste do equilíbrio osmótico. Na correção da hiponatremia crônica, apesar dos íons inorgânicos retornarem rapidamente ao compartimento intracelular, os orgânicos são reacumulados de uma forma mais lenta (5 dias a 1 semana), resultando em uma disfunção proteica neste intervalo. A rápida correção do sódio sérico está associada a uma elevação maior que a esperada da concentração cerebral de sódio e cloreto, na presença da baixa concentração de osmólitos orgânicos, resultando na desmielinização osmótica. Evidência indireta de suporte desta teoria é D encontrada no efeito protetor dos casos de falência renal, porque a ureia facilita a captação dos osmóA B C litos orgânicos. A associação entre mielinólise pontina e Figura 1. Mielinólise pontina recente em mulher de 83 anos. Imagens de RM em difusão (A), o mapa de ADC (B), axial T2 (C) e sagital FLAIR (D) eviextrapontina no curso clínico, e as similaridades denciam lesão pontina com formato “em tridente” caracterizada por hipersinal em T2 e FLAIR, poupando as fibras dos tratos corticoespinhais (seta em em relação aos seus fatores predisponentes, ao D). A restrição à difusão (hipersinal na imagem de difusão e hipossinal no mapa de ADC) corrobora o quadro clínico recente. tempo de aparecimento nos exames de imagem e à histopatologia, sugerem que essas entidades mantenham um substrato comum. Caracteriza-se perda de oligodendrócitos e mielina, de maneira simétrica e não inflamatória, com preservação dos corpos celulares dos neurônios e axônios, e ainda infiltração de macrófagos. Na mielinólise pontina, há preservação das fibras periféricas e dos axônios dos tratos corticoespinhais. O mecanismo tradicional proposto envolve D comprometimento da barreira hematoencefálica, com resultante edema vasogênico, compressão A B C de fibras de tratos e consequente mielinólise. A desidratação cerebral, edema intramielínico e Figura 2. Mielinólise pontina recente. Mulher de 54 anos, durante internação para tratamento de choque séptico de foco pulmonar, evoluiu para “estado vedegeneração dos oligodendrócitos têm sido imgetativo” após correção de hiponatremia em curto intervalo de tempo. Imagens de RM em difusão (A), o mapa de ADC (B), axial T2 (C) e sagital FLAIR (D) plicados como causa do processo. demonstram mielinólise pontina central, caracterizada por lesão extensa acometendo toda a ponte, de aspecto tumefativo, com hipersinal em T2 / FLAIR, e restrição à difusão. Notar que neste caso os tratos corticoespinhais não são poupados, o que pode ocorrer nas formas mais graves da doença.
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Síndrome da desmielinização osmótica: Mielinólise pontina central e extrapontina Conclusão
Acredita-se que a substância branca entremeada ou imediatamente subjacente à substância cinzenta seja mais suscetível aos fatores mielinotóxicos originados da substância cinzenta, ricamente vascularizada. Isso é caracterizado na porção central da ponte, núcleos cinzentos centrais, cápsula externa e extrema, tálamo e a medular dos giros corticais, áreas mais suscetíveis à mielinólise osmótica. As lesões corticossubcorticais podem ocorrer isoladamente na síndrome da desmielinização osmótica, e dificultar o seu diagnóstico. O substrato da lesão cortical propriamente dita é astrocitose e necrose cortical laminar, secundária à quebra da barreira hematoencefálica e deposição de macrófagos. Vale ressaltar que a hiponatremia pode aumentar a suscetibilidade da camada cortical à lesão hipóxico-isquêmica. Já as lesões subcorticais apresentam substrato semelhante ao citado anteriormente. Há desmielinização nas camadas profundas do córtex e na substância branca adjacente, com preservação da camada cortical superficial dos giros, também secundária à quebra da barreira hematoencefálica e deposição de macrófagos.
A
X
B
C
D
Figura 5. Mielinólise pontina e extrapontina, mesmo caso da figura 1. Imagens de RM coronal T2 (A), sagital (B) e axial FLAIR (C e D) evidenciam lesões extrapontinas, caracterizadas por hipersinal nestas sequências, acometendo bilateralmente o corpo geniculado lateral (cabeças de setas em A), o cerebelo (seta em B), amígdalas (setas em C), mesencéfalo (cabeça de seta em C) e núcleos da base (setas em D). A mielinólise pontina pode ser vista na imagem coronal T2 (seta em A).
Imagem Inicialmente, a imagem pode ser negativa, apesar da apresentação clínica dramática. Antigamente, o diagnostico era baseado na autópsia, pois a tomografia computadorizada (TC) não é sensível o bastante. A hipodensidade central da ponte na TC, se presente, pode ser obscurecida pelos artefatos de endurecimento dos feixes de raio-x. A B C D Foi a introdução da ressonância magnética (RM) no Figura 6. Mielinólise extrapontina, fase tardia. Mulher de 65 anos evoluiu com alteração do comportamento após internação para tratacenário clínico que permitiu o reconhecimento da síndrome. mento de diverticulite, quando foi corrigido quadro de hiponatremia em curto intervalo de tempo. As imagens de RM em axial T2 no plano A sequência de difusão foi reconhecida como sendo a moda ponte (A), axial T2 (B), FLAIR (C), e T1 sem contraste (D) no plano dos ventrículos laterais, obtidas cerca de 1 ano após o quadro, não dalidade de imagem mais precocemente alterada na SDO. demonstram lesão na ponte (A) ou região dos núcleos da base (B e C). Observam-se, porém, múltipas lesões corticossubcorticias com hiperEm um contexto clínico adequado, a aparência clássica é de sinal em T2 e FLAIR (setas em B), e hipossinal em T1 (D) difusas pelos hemisférios cerebrais, poupando a camada cortical superficial dos giros (sinalizando desmielinização), bem como acentuada atrofia corticossubcortical. Há ainda lesões nas camadas corticais mais externas restrição à difusão na região central da ponte, com a caractecom hipersinal em T1 (D), caracterizando necrose cortical. rística simétrica do padrão em tridente, separando as fibras periféricas e axônios dos tratos corticoespinhais. A restrição Figura 7. Mielinólise extraà difusão, caracterizada pelo aumento do sinal à difusão e o pontina subaguda. As imagens baixo sinal no mapa de coeficiente de difusão aparente (ADC), de RM axial T2 (A), T1 antes tem sido reportado dentro das primeiras 24 horas de instalação (B) e após a administração de gadolínio (C) demonstram da tetraplegia e aumenta significativamente dentro de uma múltipas lesões corticossubcorsemana até o retorno ao normal dos valores de ADC, cerca de ticias com hipersinal em T2 3-4 semanas depois. (seta em A), e hipossinal em Dentro de uma semana a 10 dias, seguida da resolução da T1 (D) difusas pelo parênquima encefálico, poupando a restrição à difusão, surge o alto sinal nas sequências ponderacamada cortical superficial dos das em T2 / FLAIR na região central da ponte. O baixo sinal giros e com realce pelo meio de na sequência ponderada em T1 também tem sido descrito no contraste (C). A B C cenário agudo, mas é inconsistente e não confiável. O realce pelo gadolínio pode estar presente na periferia da lesão em Com o correto reconhecimento desta afecção e instituição terapêutica, o resultado da uma minoria de casos. Com o tempo, a alteração na difusão se resolve completamente, e SDO tem melhorado dramaticamente desde quando a desordem foi primeiramente descrita, notam-se áreas de gliose. mas a prevenção ainda é terapia mais efetiva. Referente à mielinólise extrapontina, a marca é o acometimento simétrico das anormalidades de sinal em T2 / FLAIR, presente nas alterações metabólicas. As lesões mais comuAgradecimento mente ocorrem no cerebelo e no corpo geniculado lateral. Adicionalmente, há envolvimento À Dra. Cecilia Purcallas, de Montevidéu (Uruguai), por ceder algumas imagens para das cápsulas externa e extrema, núcleos da base, tálamos, junção substância branca-cinzenta este artigo. no córtex cerebral, e hipocampo. As lesões subcorticais são caracterizadas por hipersinal nas sequências ponderadas em T2 e hipossinal na sequência ponderada em T1, nas camadas profundas do córtex e na subsReferências Bibliográficas tância branca adjacente, com preservação da camada cortical superficial dos giros. Podem apresentar realce pelo meio de contraste. 1) Okeda, R; Kitano, M; 2, M. Sawabe, M et al. Distribution of Demyelinating Lesions in Pontine and Apesar de raras, também têm sido descritas lesões na medula espinhal, corpos mamilaExtrapontine Myelinolysis - Three Autopsy Cases Including One Case Devoid of Central Pontine Myelinolysis. Acta Neuropathologica.1986; 69: 259-266. res, colunas do fórnix, amígdalas, comissura anterior, tratos ópticos, e núcleos subtalâmicos. A presença de mielinólise extrapontina sugere a possibilidade de complicações a longo 2) Alleman, AM. Osmotic Demyelination Syndrome: Central Pontine Myelinolysis and Extrapontine Myelinolysis. Seminars in Ultrasound, CT and MRI. 2014; 35: 153-159. prazo, que não são características da mielinólise pontina, incluindo convulsões, declínio cognitivo, e desordens emocionais. Devido ao fato de que as alterações de sinal nas sequ3) Tatewaki, Y; Kato, K; Tanabe, Y et al. MRI findings of corticosubcortical lesions in osmotic myelinolysis: report of two cases. The British Journal of Radiology. 2012; 85: e87-e90. ências ponderadas em T2 demoram até 14-21 dias após o início dos sintomas para aparecer, imagens de follow-up são necessárias para que se documente a doença em pacientes com 4) Hoon, J; Roh; K, JH et al. Cortical Laminar Necrosis Caused by Rapidly Corrected Hyponatremia. Neuroimaging. 2009; 19: 185-187. imagem inicial negativa. Diagnósticos diferenciais para as alterações de imagem na SDO incluem encefalopatia 5) Cho AH; Choi, CG; Lee, SA. Cortical Laminar Necrosis associated with Osmotic Demyelination Syndrome. Journal of Clinical Neurology. 2005; 1: 174-176. posterior reversível, encefalopatia de Wernicke e doenças infecciosas.
Conclusões A SDO, caracterizada por mielinólise pontina e extrapontina, e suas características clínicas, estão usualmente associadas a anormalidades osmóticas séricas e intracranianas, e sua correção. Cenários clínicos típicos somados à anormalidade na sequência de difusão da RM permitem a documentação precoce da SDO. Clássico alto sinal nas sequências ponderadas em T2/FLAIR e baixa intensidade na TC podem demorar dias, necessitando exames de controle. Na forma de mielinólise extrapontina, o acometimento simétrico característico de doença metabólica e em locais típicos desta desmielinização específica, incluindo acometimento corticossubcortical, podem ser encontrados em associação ou não aos achados da ponte central.
6) Calakos, N; Fischbein, N; Baringer, J et al. Cortical MRI findings associated with rapid correction of hyponatremia. Neurology. 2000; 55(7): 1048-1051.
Autores Fernanda Ramos Carneiro Leandro Tavares Lucato Setor de Neurorradiologia Diagnóstica. Instituto de Radiologia do HC-FMUSP
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Linfoma do sistema nervoso central: ensaio pictórico Introdução O linfoma do sistema nervoso central (SNC) é uma variante incomum do linfoma nãoHodgkin, que subdivide-se em primário e secundário. O linfoma primário representa a forma mais comum de acometimento, sendo restrito ao cérebro, leptomeninges, olhos ou medula. A forma secundária corresponde à disseminação de um linfoma sistêmico, com envolvimento do SNC. Esse ensaio pictórico traz uma breve revisão sobre o tema ilustrando-o com casos típicos e atípicos de linfomas do SNC.
Linfoma Primário do SNC Corresponde a cerca de 4% dos tumores primários do SNC. A sua incidência aumentou de 1960 até 1990 com o aparecimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e com elevação do número de transplantes de órgãos sólidos e hematopoiéticos, mas tem diminuído nos últimos anos pela disseminação da terapia antirretroviral. O principal fator de risco é imunodepressão, seja pela SIDA, uso de drogas imunosupressoras ou mesmo deficiências congênitas. Sua patogênese ainda permanece obscura e o quadro clínico tem um espectro variado conforme o acometimento meningoencefálico, estendendo-se desde sintomas relacionados a déficit neurológico focal, sinais de hipertensão intracraniana, crises convulsivas, queixas oftalmológicas até mesmo sintomas neuropsiquiátricos. A avaliação por imagem constitui etapa fundamental no diagnóstico dessa afecção, sendo a ressonância magnética (RM) o método de imagem de escolha. A maioria das lesões são supratentoriais e o achado de imagem mais característico é o de uma ou mais nódulos com realce pelo meio de contraste localizadas junto aos núcleos da base ou na substância branca periventricular. Frequentemente cruzam o corpo caloso ou se encontram ao longo das superfícies ependimárias, sendo raro o envolvimento medular. A forma de apresentação radiológica da doença apresenta variações diretamente relacionadas com a imunidade do indivíduo. Em imuncompetentes, o mais comum é a presença de lesão sólida com realce homogêneo, hiperdensa na tomografia computadorizada (Fig 1), enquanto que nos pacientes imunossuprmidos é esperada a ocorrência de necrose e hemorragia, além de realce periférico ou anelar. A RM é o método de escolha e pode trazer informações adicionais, conforme sumarizado nos Quadros 1 e 2. quadro 1
Figura 2 - Paciente de 72 anos, sexo masculino. A. Difusão. B. Mapa ADC. C. Axial FLAIR. D. Coronal T2. E. Axial T1 pós-contraste. F. Sagital T1 pós-contraste. Lesão expansiva localizada na região tálamocapsular à esquerda, com intensa impregnação pelo meio de contraste, hipersinal do parênquima adjacente nas sequências FLAIR e T2 e marcada restrição à difusão das moléculas de água.
Figura 3 - Paciente de 81 anos, sexo masculino. A. Axial Difusão. B. Axial ADC. C. Axial Flair. D. Coronal T1 pós-contraste. Lesão infiltrativa/expansiva com áreas de baixo sinal em T2/FLAIR e focos nodulares de realce pelo meio de contraste, margeando o IV ventrículo, acometendo a ponte, os hemisférios e o vérmis cerebelar.
quadro 2
Figura 4 - Paciente de 71 anos, sexo feminino. A. Axial Difusão. A. ADC. B C. Coronal T2. D. Axial T1 pós-contraste. Lesão expansiva com realce intenso e homogêneo pelo meio de contraste, com leve restrição à difusão das moléculas de água observada no esplênio do corpo caloso, abaulando a superfície ependimária do corpo dos ventrículos laterais. No mapa de cores (E), observa-se discreto aumento do CBVr (ROI 2) no tumor em relação à substância branca normal (ROI 3), confirmado pelo gráfico (F).
Linfoma Secundário do SNC Tipicamente acomete indivíduos na sexta e sétima décadas de vida, com uma discreta predominância no sexo masculino. Pode envolver qualquer local do SNC, mas a leptomeninge é mais comumente acometida. Os principais sintomas são cefaléia e redução do nível de consciência. A presença de níveis elevados de desidrogenase lática (LDH), sintomas B (febre, sudorese noturna, perda ponderal) e envolvimento extranodal em mais de um local são marcadores prognósticos da doença. O envolvimento do fígado, bexiga, testículos e adrenais aumenta o risco de propagação do linfoma para o SNC. Figura 1 - Paciente de 68 anos, sexo feminino. A e B. TC axial sem contraste. Lesão espontaneamente hiperatenuante na região talamocapsular esquerda, com halo hipoatenuante (edema) no parênquima adjacente.
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Linfoma do sistema nervoso central: ensaio pictórico Conclusão
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Na avaliação por imagem os principais achados são: lesões únicas ou múltiplas envolvendo a duramater ou as leptomeninges, com ou sem envolvimento ósseo. Apesar de menos frequentes podem ocorrer sob a forma de lesões parenquimatosas ou infiltrativas e o realce pelo meio de contraste é típico (Figura 7). A TC contribui ao evidenciar uma lesão hiperdensa, com realce pós-contraste e a RM mostra nas imagens ponderadas em T1 e T2, uma lesão homogênea, variando de iso a hipointensa em relação ao córtex cerebral. Nas sequências ponderadas em FLAIR pode não haver supressão do sinal do líquor nos sulcos adjacentes a área acometida, evidenciando o acometimento meníngeo. O T1 pós contraste aponta realce intenso e homogêneo da lesão e das meninges.
Figura 7 - Paciente com linfoma não-Hodgking, apresentando diseminação secundária para o encéfalo. A e B: Axial T1 pós contraste. Várias lesões sólidas corticosubcorticais, com impregnação intensa pelo meio de contraste, localizadas na alta convexidade dos lobos frontais.
Conclusão O linfoma de SNC tem apresentações muito variáveis nos exames de imagem, sendo o seu diagnóstico diferencial muito amplo, de forma que a confirmação histopatológica é necessária na maioria dos casos. Esse ensaio pictórico mostra que o conhecimento dos seus aspectos de imagem típicos e atípicos que podem auxiliar no diagnóstico e no seguimento dos pacientes.
Referências Bibliográficas 1. Bataille B, Delwail V, Menet E, Vandermarcq P, Ingrand P, Wager M, Guy G, Lapierre F. Primary intracerebral malignant lymphoma: report of 248 cases. J Neurosurg. 2000;92(2):261. 2. Bierman P, Giglio P. Diagnosis and treatment of central nervous system involvement in non-Hodgkin’s lymphoma. Hematol Oncol Clin North Am 2005; 19:597–609.
Figura 5 - Espectroscopia do caso anterior. Aumento do pico de colina (Cho), inferindo aumento do “turn over” de membrana celular e redução do pico de N-acetilaspartato (NAA), inferindo redução da viabilidade neuroaxonal.
3. Miller DC, Hochberg FH, Harris NL, Gruber ML, Louis DN, Cohen H. Pathology with clinical correlations of primary central nervous system non-Hodgkin’s lymphoma. The Massachusetts General Hospital experience 1958-1989. Cancer. 1994;74(4):1383 4. Kasamon YL, Ambinder RF. AIDS-related primary central nervous system lymphoma. Hematol Oncol Clin North Am 2005;19:665–87 5. Senocak E, Oguz KK, Ozgen B, et al. Parenchymal lymphoma of the brain on initial MR imaging: a comparative study between primary and secondary brain lymphoma. Eur J Radiol 2010 Mar 2. 6. Thurnher MM,Rieger A, Kleibl-Popov C, et al. Primary central nervous system lymphoma in AIDS: a wider spectrum of CT and MRI findings. Neuroradiology 2001;43:29–35. 7. Toh CH, Castillo M, Wong AM, et al. Primary cerebral lymphoma and glioblastoma multiforme: differences in diffusion characteristics evaluated with diffusion tensor imaging. AJNR Am J Neuroradiol 2008;29:471–75.
Autores Diego José Leão de Oliveira 1 Pedro Sérgio Brito Panizza 1 Luís Filipe de Souza Godoy 2 Figura 6 - Paciente de 48 anos, sexo masculino, portador de SIDA, com linfoma de grandes células do tipo B. A. Axial FLAIR; B. Axial T1 pós-contraste; C. Mapa de cores representativo do rCBV. Observar lesão centro-encefálica esquerda, com a porção sólida apresentando sinal intermediário no FLAIR, realce anelar pelo meio de contraste e baixo rCBV (imagens gentilmente cedidas pelo Dr. Leandro Lucato).
1. Médico residente do Hospital Sírio Libanês 2. Médico assistente do Hospital Sírio Libanês
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Avaliação ultrassonográfica na nefrocalcinose medular Introdução Nefrocalcinose é o termo utilizado para descrever a deposição de sais de cálcio no parênquima renal, estando associada, geralmente a situações clínicas acompanhadas de hipercalcemia. Podem acometer o indivíduo em qualquer faixa etária, predominando no sexo masculino. Inúmeros estudos visam o diagnóstico precoce da doença, propondo o rastreamento em crianças com predisposição metabólica, já que ocorre diagnóstico acidental na infância com incidências variando de 15-40% dos casos. A nefrocalcinose tende a acometer ambos os rins, sendo as pirâmides renais, as áreas mais envolvidas no processo (0,1- 6% da população), porém, mais raramente, as calcificações podem estar distribuídas pelo córtex renal. A ultrassonografia é o método de imagem mais sensível no diagnóstico da doença, fornecendo imagens típicas em fases mais precoces da doença, além de ser amplamente disponível, de baixo custo e livre de radiação ionizante.
Fisiopatologia A teoria de Anderson-Carr-Randall sobre a progressão do cálculo, resumidamente , postula que quando a concentração de cálcio é elevada no fluido, em torno dos túbulos renais. esse excesso de cálcio é então removido por vasos linfáticos, e se a quantidade exceder a capacidade linfática, os depósitos de cálcio nas pontas dos fórnices e nas margens da medula vão se formar.
Clínica e laboratório Sua apresentação clínica é bastante variada, podendo ser assintomática ( maioria dos casos), ocorrer cólica renal, quando os cálculos migram para a via excretora, causando obstrução, infecção do trato urinário (ITU), hipertensão arterial (HA), e a perda de função renal pode também constituir a forma de apresentação inicial de nefrocalcinose. No entanto, a apresentação clínica na infância muitas vezes é assintomática, sendo a hematúria micro ou macroscópica, o aumento agudo da pressão arterial e a ITU sinais clínicos comuns. Os níveis de cálcio sérico e urinário podem estar elevados ou não, na dependência da etiologia da nefrocalcinose.
Classificação A nefrocalcinose classicamente é classificada em dois tipos, medular (95% dos
casos) e cortical (5 % dos casos), raramente havendo associação de ambas. A nefrocalcinose medular, tem apresentação bem definida, acometimento bilateral, envolvendo as pirâmides renais, tendo predileção pelo sexo masculino, podendo ser resultado de inúmeros processos metabólicos e anatômicos, estando em 40% dos casos associado ao hiperparatireoidismo, em 20% dos casos a acidose tubular renal tipo I e em 20% associado ao rim em esponja medular. A nefrocalcinose cortical, tende a apresentar-se como calcificações periféricas e em colunas de Bertin, poupando as pirâmides renais. Costuma estar associada aos quadros de necrose cortical aguda e principalmente aos casos de glomerulonefrite aguda, podendo também estar presentes nos quadros de gota, oxaloses, síndrome de Alport, infecções oportunistas pelo vírus HIV e associadas a rejeição ao transplante renal.
J Clin Endocrinol Metab, March 2013, 98(3):989–994
A nefrocalcinose cortical se apresenta como aumento homogêneo da ecogenicidade do parênquima renal.
Diagnóstico diferencial Tem como principais diagnósticos diferenciais a necrose papilar, nefrolitíase, pielonefrite enfisematosa e calcificões distróficas (calcificações em paredes de vasos, tumorais, parietais císticas, sequelares e hematomas).
A nefrocalcinose medular estratificada em 4 graus, sendo: A) Grau 0: ausência de ecogenicidade. B) Grau 1: hiperecogenicidade moderada ao redor da borda da pirâmide; C) Grau 2: hiperecogenicidade moderada na pirâmide inteira; D) Grau 3: hipercogenicidade intensa na pirâmide inteira.
Achados ultrassonográficos Para o diagnóstico de nefrocalcinose, a US é o método de eleição segundo Hoppe e cols, que além de alta sensibilidade, alia ampla disponibilidade, baixo custo e ausência de radiação ionizante durante o J Clin Endocrinol Metab, March 2013, 98(3):989–994 procedimento. A sensibilidade para o diagnóstico de nefrocalcinose é de 85-90% com o US, 81-86% com TC de rins e 63-66% com o Rx de abdome (Cheide). Apesar da US apresentar uma maior sensibilidade (96% vs 64%), a TC apresenta uma melhor especificidade (96% vs 85%) no diagnóstico da nefrocalcinose. A maior sensibilidade (92%) e especificidade (89%) são atingidas quando dois dos exames de imagem Nefrocalcinose Grau I. Leve ecogenicidade ao redor das Nefrocalcinose Grau II. Moderada ecogenicidade ao sugerem a presença de nefrocalcinose, pirâmides renais. redor e na projeção das pirâmides renais. já que nem sempre há uma concordância entre os resultados do US e da TC (Cheide). Nota-se que nos estágios iniciais (Grau 1 e Grau 2), as alterações são mais evidentes na Ultrassonografia, dificilmente avaliadas pela Tomografia.
Referências Bibliográficas Diagnostic ultrasound, fourth edition , Rumack, Copyright © 2011 by Mosby. Expert DDX ultrasound, first edition, Ahuja. Fundamentos de radiologia e diagnostic por imagem, Brant – Helms, Terceira edição. Ultra-sonografia abdominal, segunda edição, Chammas- Cerri, 2009. J Clin Endocrinol Metab, March 2013, 98(3):989–994- Ultrasound is Superior to Computed Tomography for Assessment of Medullary Nephrocalcinosis in Hypoparathyroidism Rev Port Nefrol Hipert 2004; 18 (1): 15-32 Nefrocalcinose medular humana, Adelaide Serra, Miguel Correia Radiographics 2010 ; 30: 1287- 1307, Renal Pyramids: Focused Sonography of Normal and Pathologic Processes - Alan daneman.
Nefrocalcinose Grau I. Leve ecogenicidade ao redor das pirâmides renais.
Nefrocalcinose Grau I. Leve ecogenicidade ao redor das pirâmides renais.
Autores Andréa Cavalanti Gomes Médica Assistente do Serviço de Ultrassonografia do INRAD HC-FMUSP. Igor Fontenele Sousa Médico Aperfeiçoando em Ultrassonografia do INRAD HC-FMUSP.
Nefrocalcinose Grau II. Moderada Ecogenicidade ao redor e na projeção das pirâmides renais.
Nefrocalcinose Grau III. Intensa ecogenicidade ao redor e na projeção de toda pirâmide renal.
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Ressonância Magnética de corpo inteiro (rmci): alternativa diagnóstica importante, especialmente em pacientes pediátricos Introdução
Aplicações Diversas
Referências Bibliográficas
A maioria dos exames de diagnóstico por imagem utilizam a radiação ionizante, que comprovadamente tem potencial de causar danos no DNA, com consequente aumento no risco de carcinogênese. Isto é especialmente verdadeiro em crianças, tendo em vista a maior radiosensibilidade de seus tecidos1,2,3,4. Outro importante aspecto da radiação ionizante, é que seus efeitos são cumulativos ao longo do tempo, sendo portanto, fundamental o uso judicioso em pacientes pediátricos, tendo em vista a sua maior expectativa de vida. Uma vez que a maioria dos tumores pediátricos apresentam níveis elevados de sucesso terapêutico e cura quando diagnosticados precocemente, estes pacientes são acompanhados por muito tempo com métodos de imagem, que emitem radiação ionizante, elevando os riscos do desenvolvimento de um segundo tumor primário. Neste sentido, há mais de uma década a RMCI vem sendo utilizada, como uma ferramenta isenta de radiação ionizante, que com o incremento tecnológico e evolução dos softwares e hardwares dos últimos anos, ganhou maior resolução de imagem, com redução no tempo de aquisição, reduzindo com isso artefatos (respiratório e peristático) que antes degradavam as imagens.
O exame de RMCI também tem inúmeras aplicações não oncológicas, sendo empregado na pesquisa de doenças reumatológicas, infarto ósseo, osteomielite e abuso infantil11,12,13,14. Suas indicações são diversas e crescentes com a popularização do método.
1 Brenner, D. J., & Hall, E. J. (2007). Computed tomography--an increasing source of radiation exposure. The New England Journal of Medicine, 357(22), 2277–84. doi:10.1056/NEJMra072149
Conclusão É fundamental o conhecimento dos riscos da radiação ionizante advinda dos exames radiológicos, sobretudo em crianças. A ressonância magnética do corpo inteiro parece ser uma ferramenta com performance semelhante aos demais métodos radiológicos, isenta destes riscos.
5 Stecco, A., Lombardi, M., Leva, L., Brambilla, M., Negru, E., Delli Passeri, S., & Carriero, A. (2013). Diagnostic accuracy and agreement between whole-body diffusion MRI and bone scintigraphy in detecting bone metastases. La Radiologia Medica, 118(3), 465–75. doi:10.1007/s11547-012-0870-2
B Figura 1: Paciente masculino, 13 anos, estadiando osteossarcoma osteoblástico. Imagem no plano coronal Stir (a) evidenciando volumosa formação expansiva no fêmur distal, com infiltração da medula óssea e extensão as partes moles adjacentes. Imagem ponderada em difusão no plano axial (b), demonstrando hipersinal, o que denota intensa hipercelularidade da lesão.
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6 Balliu, E., Boada, M., Peláez, I., Vilanova, J. C., Barceló-Vidal, C., Rubio, A., … Pedraza, S. (2010). Comparative study of whole-body MRI and bone scintigraphy for the detection of bone metastases. Clinical Radiology, 65(12), 989–96. doi:10.1016/j.crad.2010.07.002 7 Kwee, T. C., Vermoolen, M. A., Akkerman, E. A., Kersten, M. J., Fijnheer, R., Ludwig, I., … Nievelstein, R. A. J. (2014). Whole-body MRI, including diffusion-weighted imaging, for staging lymphoma: comparison with CT in a prospective multicenter study. Journal of Magnetic Resonance Imaging : JMRI, 40(1), 26–36. doi:10.1002/ jmri.24356 8 Littooij, A. S., Kwee, T. C., Barber, I., Granata, C., Vermoolen, M. A., Enríquez, G., … Nievelstein, R. A. J. (2014). Whole-body MRI for initial staging of paediatric lymphoma: prospective comparison to an FDG-PET/CT-based reference standard. European Radiology, 24(5), 1153–65. doi:10.1007/s00330-014-3114-0 9 Kembhavi, S. A., Rangarajan, V., Shah, S., Qureshi, S., Arora, B., Juvekar, S., … Kurkure, P. (2014). Prospective observational study on diagnostic accuracy of whole-body MRI in solid small round cell tumours. Clinical Radiology, 69(9), 900–8. doi:10.1016/j. crad.2014.04.006
Aplicação em oncologia Em muitos momentos o exame de RMCI é empregado no manejo do paciente oncológico, seja no estadiamento, avaliação de resposta terapêutica e seguimento. A avaliação da medula óssea é bem estabelecida pelo método, com estudos demonstrando sua não inferioridade em relação a cintilografia óssea na detecção de metástases5,6, lembrando que no paciente pediátrico, é fundamental o conhecimento do padrão de distribuição da medula vermelha, correlacionando as imagens ponderadas em Stir e T1, para sua correta interpretação (figura 1). A capacidade de diferenciação tecidual das sequências T1 e Stir, associada a sequência difusão, que demonstra tecidos hipercelulares, permite a caracterização de tecidos normais e patológicos, possibilitando a avaliação dos órgãos sólidos e tecidos moles com performance comparável aos demais métodos que utilizam radiação ionizante. Também há estudos demonstrando sensibilidade e especifidade da RMCI no estadiamento de doenças linfoproliferativas comparáveis as do PET-CT e tomografia computadorizada7,8 (figura 2). Até o presente momento, o uso da tomografia computadorizada do tórax parece ser essencial para acurada avaliação de pequenas metástases pulmonares 9, sendo as lesões maiores bem demonstradas (figura 3). Importante citar ainda, o emprego deste método no screening de neoplasias em crianças com síndrome de predisposição ao câncer, das quais as mais comuns incluem neurofibromatose tipo 1, síndrome de Beckwith-Wiedemann, neoplasia endócrina múltipla, Von Hippel-Lindau, polipose adenomatosa familiar e Li-Fraumeni 10, sendo esta última a mais amplamente reconhecida, cujos indivíduos afetados tem maior predisposição a osteossarcoma, sarcoma de partes moles, leucemia, câncer de mama, tumores cerebrais, melanoma e tumores corticais adrenais, sendo estes pacientes seguidos anualmente com RMCI em nossa instituição.
3 Pearce, M. S., Salotti, J. A., Little, M. P., McHugh, K., Lee, C., Kim, K. P., … Berrington de González, A. (2012). Radiation exposure from CT scans in childhood and subsequent risk of leukaemia and brain tumours: a retrospective cohort study. Lancet, 380(9840), 499–505. doi:10.1016/S0140-6736(12)60815-0 4 Newman, B., & Callahan, M. J. (2011). ALARA (as low as reasonably achievable) CT 2011--executive summary. Pediatric Radiology, 41 Suppl 2, 453–5. doi:10.1007/s00247-011-2154-8
Protocolo do exame Não existe ainda um protocolo padrão bem estabelecido na literatura, sendo o plano coronal e a sequência Stir mais universalmente empregados. A adição da sequência difusão, permite a detecção de tecidos hipercelulares, sendo que sua avaliação conjunta com as sequencias anatômicas, incrementa a detecção e caracterização de lesões. Em nossa instituição (AC CAMARGO CANCER CENTER) utilizamos mais frequentemente as sequências Stir no plano coronal, T1 nos planos coronal e axial, e difusão no plano axial. Não utilizamos rotineiramente meio de contraste venoso e antiespasmódicos, sendo que os pacientes menores muitas vezes precisam de procedimento anestésico.
2 Miglioretti, D. L., Johnson, E., Williams, A., Greenlee, R. T., Weinmann, S., Solberg, L. I., … Smith-Bindman, R. (2013). The use of computed tomography in pediatrics and the associated radiation exposure and estimated cancer risk. JAMA Pediatrics, 167(8), 700–7. doi:10.1001/jamapediatrics.2013.311
10 Monsalve, J., Kapur, J., Malkin, D., & Babyn, P. S. (2011). Imaging of cancer predisposition syndromes in children. Radiographics : A Review Publication of the Radiological Society of North America, Inc, 31(1), 263–80. doi:10.1148/rg.311105099 11 Von Kalle, T., Heim, N., Hospach, T., Langendörfer, M., Winkler, P., & Stuber, T. (2013). Typical patterns of bone involvement in whole-body MRI of patients with chronic recurrent multifocal osteomyelitis (CRMO). RöFo : Fortschritte Auf Dem Gebiete Der Röntgenstrahlen Und Der Nuklearmedizin, 185(7), 655–61. doi:10.1055/s-0033-1335283 12 Perez-Rossello, J. M., Connolly, S. A., Newton, A. W., Zou, K. H., & Kleinman, P. K. (2010). Whole-body MRI in suspected infant abuse. AJR. American Journal of Roentgenology, 195(3), 744–50. doi:10.2214/AJR.09.3364 13 Miettunen, P. M., Lafay-Cousin, L., Guilcher, G. M. T., Nettel-Aguirre, A., & Moorjani, V. (2012). Widespread osteonecrosis in children with leukemia revealed by whole-body MRI. Clinical Orthopaedics and Related Research, 470(12), 3587–95. doi:10.1007/s11999-012-2579-x
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Figura 2: Paciente feminina, 15 anos, estadiando linfoma de Hodgkin, tipo esclerose nodular. As imagens no plano coronal (a) difusão e (b) PET-CT, evidenciam linfonodomegalias mediastinais e supra-claviculares.
14 Axelsen, M. B., Eshed, I., Duer-Jensen, A., Møller, J. M., Pedersen, S. J., & Østergaard, M. (2014). Whole-body MRI assessment of disease activity and structural damage in rheumatoid arthritis: first step towards an MRI joint count. Rheumatology (Oxford, England), 53(5), 845–53. doi:10.1093/rheumatology/ket425
Autores Alex Dias de Oliveira1 Marcos Duarte Guimarães1 Rubens Chojniak2 Figura 3: Nódulo pulmonar bem caracterizado em paciente pediátrico em seguimento de sarcoma de Ewing.
1- Médicos radiologistas do AC Camargo Cancer Center 2- Médico radiologista e diretor do Departamento de imagem do AC Camargo Cancer Center
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Mamografia com contraste
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mamografia é, indubitavelmente, o principal componente no processo do diagnóstico do câncer de mama. Sua utilidade não reside apenas na alta sensibilidade para identificação de lesões suspeita mas também no baixo custo relativo quando se fala em um programa de rastreamento populacional. Com o advento da mamografia digital muitas ferramentas foram agregadas ao método porém persiste uma grande limitação: a alta densidade mamária obscurecendo lesões e, consequentemente, promovendo redução de sensibilidade diagnóstica1,2. O estudo de Kolb e colaboradores3 claramente demonstra que a sensibilidade da mamografia é significantemente reduzida com o aumento da densidade mamária (Figura 1). Muitas vezes o tecido fibroglandular denso pode sobrepor lesões dificultando a identificação das mesmas ou avaliação da sua extensão e, mesmo em tecidos de menor densidade, algumas lesões podem ficar radiologicamente ocultas. Nestas situações comumente utilizamos a ultrassonografia como exame complementar que, apesar de menos onerosa e inócua, é operador dependente necessitando assim de equipe treinada Figura 1: adaptada de Kolb et al. Radiology 2002. e muitas vezes dedicada à mama. Para uma avaliação mais completa tanto em termos de diagnóstico como estadiamento podemos também lançar mão da ressonância magnética4, que tem demonstrado ser a mais sensível das técnicas para diagnóstico do câncer de mama5. As limitações da ressonância magnética são bem conhecidas indo desde de disponibilidade e custo do exame até contraindicações pertinentes ao paciente. É neste cenário que surge a mamografia com contraste ou angiomamografia como método complementar à mamografia digital e à ultrassonografia objetivando a localização de lesão mamária conhecida ou suspeita. O princípio utilizado é o mesmo da ressonância magnética, ou seja, buscar lesões em que, devido à angiogênese, a permeabilidade tecidual esteja alterada. Atualmente existem basicamente duas modalidades de mamografia com contraste. A primeira, mais parecida com uma angiografia convencional, é denominada mamografia contrastada com subtração temporal (TCEM - temporal contrast-enhanced mammography). A segunda baseada na aquisição de duas imagens com diferentes energias é chamada de mamografia espectral com contraste ou de dupla energia (CESM - contrast-enhanced spectral mammography). Em ambos os casos é utilizado o mesmo contraste iodado da tomografia computadorizada, na mesma dose e velocidade de infusão, tendo assim os mesmos riscos e contraindicações. A TCEM é a técnica que mais se aproxima da ressonância magnética possibilitando geração das curvas cinéticas das lesões. Para tanto se obtém uma imagem basal (máscara), antes da injeção do contraste, e na sequência diversas imagens da mesma mama são adquiridas com intervalos de 1 minuto, sem descompressão da mama durante 4 a 14 minutos dependendo do que se quer avaliar (se apenas o padrão de captação ou também o lavado). Na sequência as imagens são subtraídas da máscara através de um software específico6. A CESM se baseia na atenuação da radiação ao atravessar materiais com coeficientes de atenuação diferentes, no caso o iodo e os tecidos mamários. Após a injeção do contraste são obtidas duas imagens consecutivas para cada incidência crânio caudal e médio lateral oblíqua, sendo uma de baixa e outra de alta energia. A de baixa energia (26 – 31 KVp) é a mesma usada para a obtenção da imagem convencional da mamografia porém não permite a identificação do material de contraste pois encontra-se abaixo do limite de absorção de energia do iodo (33,2 KVp). Para a obtenção da imagem de alta energia o mamógrafo que executa o exame deve possuir detectores de alta performance e tubo de raios-X com acréscimo de um filtro de Cobre aos tradicionais Ródio e Molibdênio, para que emita doses de até 49 kVp. As imagens de alta energia (45 – 49 KVp) subtraídas das imagens tradicionais de baixa energia geram imagens recombinadas, demostrando as estruturas que apresentam realce pelo contraste6 (figura 2). A administração do contraste é realizada com a paciente confortavelmente sentada e no 2º minuto após a injeção são iniciadas as aquisições de imagem, sendo adquirida praticamente uma incidência a cada minuto. Habitualmente aos 7 minutos do início da in- Figura 2: imagem de baixa energia (A), alta energia (B) e recombinada (C). jeção do meio de contraste o exame está finalizado. Desta forma se obtém rapidamente as mesmas incidências de um exame tradicional facilitando a curva de aprendizagem, com a possibilidade de estudo simultâneo de ambas as mamas, boa tolerabilidade pela paciente e sem artefatos de movimento, como demonstrado na comparação realizada abaixo (Tabela 1). Em nosso serviço utilizamos a técnica de CESM e estamos testamos uma modificação do protocolo inicialmente proposto nos estudos, conseguindo predizer a curva cinética da lesão. Os resultados preliminares demonstram resultados semelhantes aos da ressonância magnética em relação à sensibilidade e avaliação de extensão de lesão (Figura 03), despontando como exame para complementação diagnóstica devido ao seu relativo baixo custo e opção às pacientes com contraindicações como marca-passos, clipes metálicos, claustrofobia ou excesso de peso.
Tabela 1: Comparação das técnicas de TCEM e CESM* Duração do exame Compressão da mama Máscara Amplitude do estudo Tolerância da paciente Informação Suspeita diagnóstica Radiação recebida Artefatos
TCEM 15 min Desde o início Necessária Apenas uma mama em uma projeção Baixa Imagem contrastada e curvas cinéticas Sim Dose da mamografia convencional x número de exposições Excessivos (movimento)
CESM 7 min Após 2 min da injeção do contraste Desnecessária As duas mamas e nas duas projeções Alta Imagem de rotina acrescida da contrastada. Não se obtém curvas. Não 20 a 50% superior a mamografia convencional Escassos
* Adaptado de Travieso Aja MM, et al. Mamografía con realce de contraste mediante técnica de energía dual. Radiología. 2014.
Figura 3: mamografia digital à direta com marcador metálico em nódulo palpável (a). A complementação com CESM evidencia 2 nódulos irregulares com impregnação pelo contraste (b), confirmados pela ultrassonografia (c) e ressonância magnética (d).
O estudo por CESM é bem indicado na complementação diagnóstica de mamas densas, sendo as principais aplicações descritas no quadro abaixo: √ √ √ √ √ √ √ √ √
Rastreamento de mulheres de alto risco com mamas densas Avaliação de lesões suspeitas em mulheres com mamas densas Avaliação de lesões ocultas, multifocais, multicêntricas Avaliação de extensão de lesão Investigação de lesões palpáveis em exames mamográficos normais Avaliação de lesões mamárias sem correlação ultrassonográfica Correlação com achados de ressonância magnética para orientação de procedimentos mamográficos Avaliação de tratamento cirúrgico, quimio ou radioterápico Opção de avaliação em pacientes com contraindicação ao estudo através de ressonância magnética
A CESM oferece informações adicionais à mamografia, sobretudo trazendo maiores subsídios diagnósticos em mamas densas, com sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos superiores à mamografia isoladamente7-9, podendo ser empregada como ferramenta facilmente acrescentada à nossa prática clínica devido ao seu relativo baixo custo e rápida curva de aprendizagem.
Referências Bibliográficas 1. Nelson HD et al. Risk factors for breast cancer for women aged 40 to 49 years: a systematic review and meta-analysis. Annals of internal medicine 2012, 156(9), 635–648. 2. Buist DSM, Porter PL, Lehman C, Taplin SH, White E. Factors Contributing to Mammography Failure in Women Aged 40-49 Years. JNCI Journal of the National Cancer Institute 2004, 96(19). 3. Kolb et al. Comparison of the Performance of Screening Mammography, Physical Examination, and Breast US and Evaluation of Factors that Influence Them: An Analysis of 27,825 Patient Evaluations. Radiology 2002, 225:165-175 4. Kuhl CK. Current Status of Breast MR Imaging - Part 2. Clinical Applications. Radiology 2007, 244(3). 5. Peters NHGM, Borel Rinkes IHM, Zuithof NPA et al. Meta-analysis of MR imaging in the diagnosis of breast lesions. Radiology 2008, 246(1):116–124 6. Dromain C, Balleyguier C, Adler G, Garbay JR, Delaloge S. Contrast-enhanced digital mammography. European Journal of Radiology 2009, 69(1), 34–42. 7. Lobbes MBI et al. Contrast-enhanced spectral mammography in patients referred from the breast cancer screening programme. Eur Radiol 2014, 24(7):1668-76. 8. Cheung YC et al. Diagnostic performance of dual-energy contrast-enhanced subtracted mammography in dense breasts compared to mammography alone: interobserver blind-reading analysis. Eur Radiol 2014, 24(10):2394-403. 9. Barra FR, Barra RR, Barra Sobrinho A. Novos métodos funcionais na avaliação de lesões mamárias. Radiol Bras. 2012; 45(6):340–344.
Autora Silvia M. Prioli de Souza Sabino Médica Radiologista especialista em Disgnóstico Mamário Departamento de Prevenção - Hospital de Câncer de Barretos
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Fujifilm: o gigante acordou Conclusão Já vendemos mais de 20 unidades no Brasil e, para este ano, vamos apresentar a evolução da série Amulet, que é o Amulet Innovality, com os mais avançados recursos de tomossíntese. É a única unidade de mamografia do mercado que oferece tomossíntese padrão (± 7.5º) e de alta resolução (± 20º) no mesmo equipamento. As expectativas de venda desse produto são muito altas. Jornal ID – A SonoSite foi comprada pela Fujifilm também há cerca de três anos. Quais os planos de expansão dessa área no Brasil? Mutsuki Tomono – A SonoSite e a Fujifilm estão trabalhando em seu primeiro produto em conjunto, o ultrassom X-Porte, uma combinação da tecnologia das duas empresas. É a melhor solução para o point-of-care: móvel e compacta, mas de alta qualidade. O novo equipamento será comercializado no Brasil em breve. Por desenvolver ultrassom para uso militar, em acampamentos de campos de batalha, a SonoSite é conhecida mundialmente pela alta qualidade e durabilidade de todos os seus equipamentos. Jornal ID – A Fujifilm costumava ser muito conhecida por ser fornecedora de filme radiológico. Porém, o mercado mudou. Como vocês lidam com esse novo momento, que migra para o totalmente digital? Como mudar a imagem? Mutsuki Tomono – Trata-se de um grande desafio para nós, não só para a área médica, mas também para todas as outras divisões da Fujifilm. “Value from Innovation” é a nossa missão global. Estamos mudando o modo como o mercado nos vê. No Brasil, recentemente contratamos o Sr. Eduardo Tugas para nos
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ajudar nessa tarefa – seu dinamismo e sua experiência com equipamentos e serviços tem nos levado a migrar de uma empresa tradicional de consumo para uma empresa de equipamentos e soluções. Então, temos mudado nosso direcionamento. Em pouco mais de seis meses desde sua chegada, já tomamos atitudes significativas e mudanças importantes em nossa estratégia de canal de distribuição e em nossa estratégia interna de marketing, de um modo tradicional de fazer negócios para um novo modelo de soluções. Esta mudança será mostrada ao mercado em breve, já na JPR as pessoas perceberão a diferença. A Jornada deste ano será nossa primeira oportunidade de mostrar as mudanças que temos feito por aqui. Porém, na verdade, estamos preparados para o mundo digital há muitas décadas, e não só na área médica. A Fujifilm sempre foi uma empresa inovadora. Somos uma empresa de tecnologia, fomos pioneiros em muitos aspectos e precisamos firmar essa imagem. Utilizamos sistemas analógicos e digitais em todas as suas áreas, desde a década de 1970. A Fujifilm inventou a CR nessa mesma época, já se preparando para os negócios digitais. Então, mesmo com o mercado mudando, estávamos prontos e vivendo o digital há décadas. Muito de nossas soluções está relacionada à nanotecnologia – de impressão a produtos para a pele, tudo é advindo do filme. O antioxidante presente nos produtos de cuidados para a pele vem da tecnologia desenvolvida pelo filme fotográfico. Esse tipo de tecnologia também é aplicado aos farmacêuticos. Portanto, todos esses “novos” negócios não são assim tão
novos pra gente. Não temos que nos “preparar” para o digital, porque nós demos início a soluções digitais quando não se falava nisso. Trabalhamos com esse foco há décadas, e estamos mais do que preparados. Reinventamos nossas soluções, utilizando
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a tecnologia de uma área em outra. Jornal ID – Há planos de fabricar no Brasil? Mutsuki Tomono – Estamos considerando. Potencialmente, sim, mas nada confirmado.
Open Innovation Hub
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a sede da empresa em Tóquio, foi criado o Open Innovation Hub: um centro de inovação que exibe as principais tecnologias da Fujifilm e mostra como se dá a integração de todas essas soluções. O espaço é aberto para toda e qualquer empresa que queira visitá-lo, além de instituições de pesquisas. O objetivo é compartilhar a tecnologia para que outros possam desenvolver novas soluções. Com isso, a empresa tem engajado mais a sua vasta gama de tecnologias à sociedade, na abordagem de suas necessidades e problemas. Diversos projetos de pesquisas e novas ideias de negócios conjuntos têm surgido. Em abril deste ano, será inaugurado um novo Open Innovation Hub no Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, onde há um grupo de fabricantes de dispositivos de tecnologia da comunicação. Essa iniciativa pretende acelerar o ritmo da inovação.
Sim, é da Fujifilm! • A Fuji começou a fabricar lentes para câmeras há mais de cinco décadas, inclusive as utilizadas para transmissões de televisão e cinema. Hoje, possui 50% do market share desse setor; • A empresa desenvolveu o primeiro sistema de imagem de raios x digital em 1981; • Em 1988, desenvolveu a primeira câmera digital do mundo, a DS-1P; • Em 2013, ultrapassou o marco de 100 milhões de cartuchos de dados LTO Ultrium, estabelecendo a liderança como principal fabricante mundial de fitas de dados; • Hoje, 80% dos televisores LCD do mundo têm tecnologia Fujifilm em suas telas; • As câmeras dos Smartphones utilizam um sensor que precisa de um filtro de cor, feito de produtos químicos – a Fuji possui 80% do mercado desses produtos para o sensor; • Globalmente, 40% a 50% de suas vendas são de soluções para documentos, máquinas e impressão para a Xerox – a maior parte do equipamento deles é feita pela Fujifilm. Essa parceria existe desde 1962.
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inovação
Por Rafael Bettega (SP)
PET/RM da GE será comercializada no Brasil Equipamento, que faz aquisição simultânea de imagens de tomografia por emissão de pósitrons e ressonância magnética, está liberado para comercialização no Brasil e será apresentado na JPR
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GE Healthcare aproveitará a Jornada Paulista cana já tem o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância de Radiologia (de 30 de abril a 3 de maio, em Sanitária) para comercialização do equipamento no Brasil São Paulo) para lançar oficialmente no mercaA tecnologia PET/RM procura tirar proveito das potendo brasileiro seu equipamento de PET/RM. A cialidades dos dois métodos de aquisição: a ressonância tem chegada desta tecnologia representa uma grande excelente desempenho na obtenção de imagens de tecidos e contribuição para o diagnóstico e o tratamento de doenças como detalhes morfológicos e funcionais, enquanto o PET permite o câncer, trazendo para um expressivo número de pacientes visualizar a atividade celular e metabolismo. Com a combinaa chance de um melhor prognóstico, uma ção dessas duas ferramentas, o radiologista avaliação mais precisa das condutas e um pode visualizar mudanças muito precoces pouco mais de conforto. na atividade celular, antes de que qualquer O equipamento, denominado SIGNA mudança anatômica possa ser observada. É PET/RM, faz a aquisição simultânea de possível, então, fundir as imagens anatômiimagens de tomografia por emissão de pócas e as informações de atividade bioquímisitrons (PET) e ressonância magnética (RM). ca para identificar as regiões de crescimento Enquanto o PET é a tecnologia padrão para celular anormal. visualização de fisiologia, a RM é melhor Ou seja, a atividade celular é mapeada para definição anatômica, imagens quanticom precisão nas imagens de ressonância tativas e funcionais. A combinação dos dois magnética – informação que permite reduzir meios proporciona novas oportunidades o tempo entre o diagnóstico e o tratamento. para o radiologista. Além disso, a combinação das duas tecnoloOs principais focos de estudo da nova gias de diagnóstico por imagem representa tecnologia no momento são as áreas de um grande benefício para o paciente, que oncologia, neurologia e pediatria, mas o faz dois exames ao mesmo tempo. avanço das pesquisas clínicas pode am- Caio Sanches, Diretor de Marketing e A alta sensibilidade dos detectores PET Produto de RM da GE Healthcare na pliar os segmentos de atuação. Lançado América Latina usados no novo sistema pode também conno RSNA em 2014, o sistema PET/RM da tribuir para a redução nas doses de radiação GE Healthcare ainda vem sendo utilizado principalmente em emitidas. Segundo informações da GE, os detectores do novo atividades de pesquisa e na elaboração dos protocolos que equipamento podem ser até três vezes mais sensíveis que os dos definirão as condutas. sistemas convencionais de tomografia por emissão de pósitrons. “As universidades de São Francisco e Stanford (EUA), O equipamento conta ainda com a chamada reconstrução timeZurique (Suíça) e Upsala (Suécia) já tiveram acesso a essa tecof-flight (TOF), recurso que permite maior precisão na obtenção nologia”, afirma Caio Sanches, Diretor de marketing e Produto do sinal PET e resulta em imagens de alta qualidade, com maior de RM da GE Healthcare na América Latina. A empresa ameridetalhamento estrutural e uma boa relação sinal-ruído.
registro
Clínica de Joinville investe em radiologia digital e tem bons resultados
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CMDI – Centro Médico Diagnósticos por Imagem, de Joinville (SC), ganhou agilidade e melhorou a qualidade de seus serviços com o investimento em radiologia digital. A empresa adquiriu, há cerca de um ano, uma mesa de radiologia digital direta da MED 7, que foi instalada em sua unidade principal, em Joinville (a segunda fica em São Francisco do Sul, SC). Até então, os exames de radiografia da clínica eram feitos por um sistema de CR, que agora está restrito a exames contrastados, com necessidade de uso prolongado das salas de raioX. “Foi uma mudança radical em nosso serviço, com a rápida aquisição das imagens e um pós processamento com qualidade de imagem impressionante”, afirma o dr. José Olavo Dugaich, um dos diretores da clínica, ao lado do dr. Sebastião Miotto. Ambos são especialistas em Radiologia graduados pela Universidade de São Paulo e membros do CBR – Colégio Brasileiro de Radiologia. “Acabaram as longas esperas para a realização de exames de tórax, abdome, extremidades, colunas e crânio. Os pacientes estão muito satisfeitos com o atendimento e os médicos solicitantes, com os resultados”, acrescenta Dugaich. Segundo ele, a empresa está ampliando seus serviços e pretende investir em breve em mais três mesas digitais.
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Por Luiz Carlos de Almeida e Lilian Mallagolli (SP)
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entrevista
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lançamentos
Por Rafael Bettega e Luiz Carlos de Almeida (SP)
Tecnologia SMI e elastografia shear wave ampliam os limites da ultrassonografia A Toshiba Medical do Brasil apresentará durante a Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2015), de 30 de abril a 3 de maio em São Paulo, novidades tecnológicas para a área de ultrassom.
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lguns dos novos equipamentos que a empresa introduzirá no mercado brasileiro serão dotados de recursos diferenciados, como a técnica de imagem vascular SMI (Superb Micro-Vascular Imaging) e Elastografia shear wave, que expandirão o potencial da ultrassonografia em diferentes aplicações. Seguindo sua tradição em desenvolvimento tecnológico em ultrassom, a Toshiba investe em novos recursos para Doppler, como estabeleceu com o “Advanced Dyna-
mic Flow” (ADF), que elevou o Doppler de alta resolução ao exibir com muita precisão pequenos vasos sanguíneos e fluxos complexos. Agora, com a tecnologia SMI, rompeu os limites na avaliação de fluxos de baixa velocidade, ao captar e mostrar fluxos antes invisíveis decorrentes de limitações do método Doppler. A técnica SMI emprega algoritmos que permitem a visualização da micro vascularização com baixa velocidade sem a necessidade de agentes de contraste. Segundo informações da Toshiba, o SMI é uma ferramenta importante para a avaliação do fluxo e da morfologia de pequenos vasos tumorais e para a diferenciação de lesões. Também pode ser usada no auxílio da análise do efeito terapêutico da quimioterapia e verificar a atividade de doenças inflamatórias, tais como colite ulcerativa e doença de Crohn. Além disso, o SMI tam-
bém pode ser empregado em conjunto com agentes de contraste (CEUS), aumentando a sensibilidade e a intensidade do sinal. A empresa também apresentará durante o evento novo sistema de elastografia shear wave. Trata-se de um recurso de alta tecnologia que mede a velocidade de propagação de ondas em diferentes tecidos para avaliar sua elasticidade. Foi desenvolvido para a avaliação não invasiva de órgãos como fígado, mama e rins, além da tireoide e tecidos moles em geral. Segundo Vanessa Perez, Vanessa Perez. Gerente de Produtos de ultrassom da Toshiba Medical do Brasil, a técnica tem alta precisão e reprodutibilidade e já esta sendo considerada “uma ferramenta diferenciada e funda-
mental” para avaliar a progressão da doença hepática difusa, por exemplo, (também nesta edição, na pág. 8, matéria relata estudos com resultados promissores sobre a aplicação dessa técnica na diferenciação de lesões malignas e benignas da mama). A tecnologia shear wave produz dados quantitativos e visuais – gerando mapas dinâmicos de propagação das ondas – e fornece medidas de velocidade (em m/s) ou elasticidade (kPa). Segundo informações da Toshiba, a técnica não causa desconforto para o paciente, é aplicada de forma simples e rápida e pode ser repetida quantas vezes forem necessárias para o acompanhamento e a avaliação do tratamento.
Gnatus promove lançamento da marca Figlabs
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Gnatus Group, de Ribeirão Preto (SP), apresentou oficialmente sua unidade de negócios Figlabs, fornecedora de equipamentos de ultrassom. Para marcar o lançamento a empresa realizou uma solenidade no Golf Club de Ribeirão Preto, ocasião em que o presidente, sr. Ricardo Novelini, falou sobre os planos e realizações. Em seguida, po prof. Giovanni Guido Cerri, da Faculdade de Medicina da USP e diretor do InRad HCFMUSP, fez uma conferencia sobre o tema Radiologia e Arte”. A nova empresa, que teve origem em uma startup encubada no Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, obteve no ano passado o registro de seus produtos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Hoje, possui seis aparelhos liberados
para comercialização, que serão demonstrados na JPR 2015. “Foi o primeiro processo de registro de equipamentos de ultrassom para diagnóstico médico feito por uma empresa genuinamente nacional”, comemora Carlos Banhos, Diretor de Inovação Industrial da Gnatus. O lançamento contou com a presença de outros nomes importantes da área, além do dr. Giovanni Guido Cerri. Estavam presentes também na cerimônia de lançamento: dr. Francisco Mauad Filho (Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia), dr. Mauro Brandão da Costa (representante do Colégio Brasileiro de Radiologia e da Sociedade Paulista de Radiologia) e dr. Adilson Cunha (representante regional da SBUS e do Centro Médico de Ribeirão Preto), entre outros.
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evento
Ciência e turismo em Recife: Curso de Mama e Jornada de Radiologia Recife sediará, nos dias 12 e 13 de junho, o 25º Curso de Diagnostico por Imagem da Mama e a 18ª Jornada Pernambucana de Radiologia, promovidos pela Sociedade de Radiologia de Pernambuco, com o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia.
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om temário multidisciplinar, os dois eventos serão realizados simultaneamente e oferecerão uma revisão completa dos principais temas da especialidade, por professores de centros de referência de Pernambuco e dos demais Estados. A Comissão Organizadora, que tem à frente a dra. Maria de Fátima Vasco Aragão, presidente da SRPE, e a dra. Norma Maranhão, coordenadora do Curso de Diagnóstcio por Imagem da Mama, está mobilizada em oferecer um evento com conteúdo cientifico interessante e a chance de desfrutar dos atrativos turísticos da cidade. O Curso de Diagnóstico por Imagem da Mama, idealizado pela dra. Norma Maranhão, comemorará seus 25 anos de história, como um dos eventos pioneiros no País nessa modalidade. Como de praxe, trará nomes de grande expressão de todo o País, como os drs. Luciano Chala, Ellyete Canela, Linei Urban, Radiá dos Santos, Alice Brandão, Rossana Araújo e Maria do Carmo C. Abreu Lima, de Recife, que abordarão um intensivo programa de aulas, culminando cada período com uma mesa redonda para discussão de casos. Essa dinâmica de trabalho, como enfatiza a coordenadora, dra. Norma Maranhão, permite ao médico participante um acesso a casos selecionados de instituições de referência, como Instituto de Radiologia, de São Paulo, Instituto do Câncer do Rio de Janeiro, Hospital Samaritano do Rio de Janeiro, DAPI, de Curitiba, PUC Rio Grande do Sul e instituições locais. A programação da Jornada Pernambucana de Radiologia foi estruturada de modo a oferecer aos profissionais de imagem diagnóstica um contato com a experiência de convidados como Giuseppe D´Ippolito, Manoel de Souza Rocha e Ayrton Pastore, de São Paulo, Ronaldo Lins, de Belo Horizonte, Alice Brandão e Luiz Celso Hygino, doRio de Janeiro, A.C. Matteoni de Athayde, de Salvador e Roberto Lemos, Fernando Gurgel, Pedro Pires,Lucilo Ávila, Glerystane de Andrade, Paulo Andrade, Fátima Aragão, Eolo Santana, Daniela Cruz, José Coelho, e Ana Carolina Chiappetta, de Pernambuco. Essa soma de talentos, ao lado do grupo de mama, ministrará aulas do Curso de Ultrassonografia, Temas de TC/RM do tórax, Abdome e Pelve, do Curso de Neurorradiologia, Curso de
MúsculoEsquelético, finalizados com discussão de casos. O evento terá ainda um Simpósio dos Intervencionistas de Pernambuco, com a participação dos drs. Carlos Abath, José Wellington, Gabriela Buril, Walter Von Sohsten, Laércio L Batista e Catarina Almeida. Haverá também uma gincana Gold Medic de Imagens Vasculares,coordenada pelos drs. Paulo Andrade e Silvio Litvin. Informações mais detalhadas podem ser obtidas em: www srpe.org.br
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MamaImagem completa 15 anos
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clínica MamaImagem, de São José do Rio elastografia shear wave, que tem um papel importante na Preto, completará 15 anos no mês de abril. avaliação de portadores de hepatites B e C podendo, em Segundo a diretora da clínica, a dra. Selma di muitos casos, substituir a biópsia do fígado. Pace Bauab, a instituição nasceu do sonho de Uma estrutura totalmente digital oferecer tecnologia de ponta no diagnóstico da mama, além de um atendimento personalizado e humanizaAlém disso, um dos diferenciais é que a MamaImagem do. Entre os planos para o futuro está a construção de uma não tem mais negatoscópios. “Nossa sala de laudos só tem sede própria. “A ideia é oferecer mais conforto, um fluxo de um negatoscópio para exames que venham em filmes de trabalho mais eficiente e continuar com o que é mais moderfora. Hoje só temos estações de trabalho e monitores para no em termos de tecnologia todos os médicos, além e educação continuada”, do PACS, que arquiva celebra. A empresa inias imagens desde 2007, ciou também, como parte e de um sistema de RIS, das comemorações, uma para laudos e auditorias”, campanha publicitária, completa. com inserções em jornais e Com toda essa estrurevistas, e outdoors cometura, a MamaImagem, ao morando a data. longo desses quinze anos Inicialmente, a MamaIse consolidou como um magem ofereceria apenas centro de referência, abrinserviços de diagnóstico por do espaço para estágios e imagem das mamas. No visitas, promovendo curentanto, devido à excelência Érika Abufares, Thais Bicudo, Samira El Hassan, Joslei Curtis, Selma sos e participando de reuno atendimento, as pacien- Bauab, Flavio Caldas, Tais Rotoli Baldelin, Paula Oshiro, Eliana Noniões. Atenta ao conteúdo gueira e Andressa Marchi. tes pediam frequentemente e à casuística que circula que as atividades fossem estendidas para as áreas de ultrassom em seus monitores, participou e produziu livros dedicados e densitometria. “Assim, resolvemos ampliar o atendimento ao ensino da mamografia, com importante contribuição para em ultrassonografia geral e densitometria óssea”. atualização científica. Tendo em vista o foco em tecnologia de ponta, a clínica Há muitos anos, mas se consolidando há pouco mais também conta com a tomossíntese e a tomossíntese sintetide três anos, a clínica MamaImagem celebrou importante zada (mamografia 3D), punção de tireoide, biópsias percuparceria com a Fundação Pio XII, para prestar serviços de tâneas de mama, tanto a “core biopsy”, como a mamotomia apoio e suporte no diagnóstico das pacientes do programa (biópsia assistida a vácuo) e a ultrassonografia hepática, com de rastreamento da instituição.
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Elastografia hepática: palestra
Clínica MamaImagem, em comemoração aos 15 anos de sua fundação, promoverá no dia 25 de abril, uma reunião cientifica, com a participação do dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde, que falará sobre o tema ”Elastografia Hepática Shear Wave”. Especialista em ultrassonografia, radicado em Salvador, o dr. Antonio Matteoni é presidente
do Colégio Brasileiro de Radiologia e detém grande experiência nessa técnica. A palestra será focada no tema: ”Avaliação da Fibrose Hepática por Imagem: Elastografia Hepática Shear Wave”. Após a palestra, haverá uma apresentação e discussão de casos clínicos, coordenada pelo dr. Flavio A. A. Caldas, radiologista da MamaImagem. O evento será no hotel Saint Paul.
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Ultrassonografista brasileira é homenageada nos EUA
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dra. Maria Cristina Chammas, diretora do Serviço de Ultrassonografia do InRad – Instituto de Radiologia do HC-FMUSP e presidente da Federação Latino-americana de Sociedades de Ultrassom em Medicina e Biologia (FLAUS), foi homenageada com o título de membro honorário do Instituto Americano de Ultrassom em Medicina (AIUM). A honraria foi oficializada durante o Congresso da Federação Mundial de Ultrassom em Medicina (WFUMB), realizado paralelamente à convenção anual do AIUM, em março passado, nos Estados Unidos. A homenagem é concedida anualmente a quatro ultrassonografistas, em reconhecimento às suas contribuições para a especialidade. A dra. Chammas é apenas a quarta profissional da América Latina a receber o título, e a segunda do Brasil (o primeiro foi o dr. Giovanni Cerri, também do InRad). “Me senti muito orgulhosa e muito feliz, não só em nome da instituição que represento, que é a Universidade de São Paulo, mas também em nome do Brasil e da América Latina. Na verdade, esse prêmio não é só meu, mas também de todas as pessoas que me proporcionaram essa oportunidade”, afirmou a especialista. O AIUM destacou a intensa atividade da dra. Chammas em ensino, pesquisa, participação em congressos e publicação científica. “Por sua paixão pela ultrassonografia e por seus esforços em garantir que essa modalidade de imagem tenha um futuro brilhante e positivo, o AIUM tem o orgulho de dar-lhe o título de membro honorário”, declarou a entidade, no texto de apresentação da homenageada.
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Tese/FMUSP-RP
Avaliação pós contraste no Adenocarcinoma Ductal Pancreático Com o trabalho intitulado “Estudo da utilidade da imagem de difusão quantitativa e da avaliação dinâmica pós-contraste por ressonância magnética na caracterização e determinação do prognóstico do adenocarcinoma ductal pancreático”, o dr. Fernando Marum Mauad submeteuse a concurso no Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto.
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banca examinadora foi constituída pelos profs. Jorge Elias Jr., orientador, Fernanda Maris Peria, Luiz Ronan Ferreira de Souza,Rafael Kemp e Miguel J. Francisco Neto. Destaca o autor, ao definir os objetivos, que o estudo “avalia as características e as técnicas de difusão por ressonância magnética (DWI), através dos valores do coeficiente de difusão aparente (ADC) médio e ADC
notícia
Inscrições para Jornada Gaúcha e Encontro Brasileiro de US estão abertas
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cidade de Porto Alegre (RS) receberá, entre os dias 18 e 20 de junho próximo, a 25ª edição da Jornada Gaúcha de Radiologia. Paralelamente, será promovido o 5º Encontro Brasileiro de Ultrassonografia (Ebraus). Os eventos serão realizados no Hotel São Rafael, no centro da capital gaúcha, e já estão recebendo as inscrições pela Internet, no site congressocbr.com.br. A Jornada, promovida pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), com apoio da Associação Gaúcha de Radiologia (AGR), terá 99 palestrantes, que apresentarão temas de revisão e atualização em áreas como tórax, abdome, neurorradiologia, musculoesquelético e medicina nuclear, além de um módulo especial sobre o Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi). Na pré-Jornada, dia 18, haverá aulas de mama e física médica, além de temas voltados a enfermeiros, técnicos e tecnólogos em radiologia. Já a programação do Ebraus terá aulas teóricas e atividades de hands-on nas áreas de ultrassonografia geral e US em ginecologia e obstetrícia. Cada tema escalado nas atividades práticas estará disponível para duas turmas. A grade teórica, elaborada de maneira relacionada ao conteúdo do hands-on, terá apresentações de especialistas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas. O hands-on não tem custo adicional, mas as vagas são limitadas e é preciso reservá-las na inscrição. A programação completa dos dois eventos, bem como as informações sobre hospedagem e inscrições, estão disponíveis no site congressocbr.com.br.
entropia, em adenocarcinomas pancreáticos ductais, com os graus histopatológicos, estadiamentos e sobrevida dos pacientes. Foram estudados 51 pacientes com adenocarcinoma de pâncreas, diferenciado, com valores significativamente inferiores aos dos grupos de graus moderados e bem diferenciados (p<0,001 para ambos). O trabalho conclui que o ADC entropia não apresentou diferença significativa quanto ao estadiamento e às diferenciações histológicas. Ambos os ADCs não demonstraram correlação com a sobrevida dos pacientes.
Profs. Luiz Ronan, Fernanda Peria, Fernando Mauad, JORGE Elias Jr., Rafael Kemp e Miguel J. Francisco.
O autor também observou que somente o estadiamento apresentou diferença significativa na sobrevida (p<0,01) com o estadio I, diferença quase significativa em relação ao estádio II (p=0,07) e significativa em relação ao estádio IV (p<0,01). Quanto aos valores de ADC médio e ADC entropia, somente o primeiro difere para a histologia (p<0,01), enquanto o segundo apresentou relação para lesões definidas e quanto à sua localização (p=0,02 para ambos).
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atualização
Rio de Janeiro empossa diretoria em evento inovador “O grande desafio da nossa gestão é modernizar e alavancar a Associação Radiologia do Rio de Janeiro, e elevá-la ao nível de importância que sempre teve dentro do cenário da radiologia nacional e internacional. Sabemos que é um grande desafio, buscar iniciativas e soluções que visem: modernizar, renovar, inovar, dar sustentabilidade e transparência, aproximar os radiologistas da sua entiade.”
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om esta mensagem, a dra. Salete Rego, presidente da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro (SRad-RJ) abriu sua primeira sessão científica na entidade, com o tema “Como eu Laudo”, formalizando a sua posse à frente da Sociedade, após eleita em dezembro e trabalhando desde janeiro. O ato contou com a presença do presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, dr. Antonio Carlos Matteoni de Athayde; o primeiro secretário do CBR e ex-presidente da SRad-RJ, dr. Alair Sarmet dos Santos; outros ex-presidentes da entidade, como os doutores Walter Assis de Mello, Heloísa Martins e Mauro Esteves de Oliveira; além do cônsul da Alemanha, Joachim Schemel e do exembaixador da Alemanha, Hans Spohn. A nova presidente lembrou que, para reconquistar seu papel no cenário nacional, esses desafios passam por manter o dinamismo e fortalecer as parcerias, e conquistar novos apoios e patrocinadores. Agradeceu ao dr. Romeu Cortes e ao CDPI pela confiança e toda a força que propiciaram a realização da primeira edição do evento e à Pixeon pelo apoio com uma ferramenta inovadora de navegação, propiciando um evento interativo. Além de agradecer ao CBR, ex-presidentes, equipe de suporte e especialmente à sua Diretoria companheira, ativa e presente.
Parceiros de diretoria, ex-presidentes e colaboradores prestigiaram a posse da dra. Salete.
Encontro: Como eu Laudo No ambiente descontraído do Iate Clube do Rio de Janeiro, o Encontro sobre o tema “Como eu Laudo” teve como tema central a Neurorradiologia, tendo como convidados, os drs. Emerson Gasparetto (RJ) e Nelson Fortes (SP). Além de ser um curso com sessões práticas e interativas, conduzidas por radiologistas renomados em âmbito nacional, o encontro teve um grande diferencial, com o uso de uma ferramenta inovadora que facilita a interação durante o evento. Os participantes, puderam baixar os casos apresentados e navegar nas imagens em tempo real por meio de seus celulares,
tablets ou computadores pessoais. Essa dinâmica, acedita a presidente Salete Rego, desperta o interesse do jovem, sem abrir mão do profissional experiente, que prefere eventos presenciais. A proposta é fortalecer o presencial, com os atrativos digitais, usando ferramenta que tem grande apelo entre os mais jovens. Reconhece a presidente que a sessão Como Eu Laudo “é motivadora tanto para os residentes e aperfeiçoandos quanto para os radiologistas experientes, pois permite que os palestrantes compartilham suas experiências cotidianas. No caso do laudo, instrumento de trabalho do médico da imagem, os médicos assistentes podem opinar
e também dizer o que esperam do laudo, propiciando uma troca de informações muito interessante, tirando dúvidas e apontano soluções para a pratica diária. A presença de 90 participantes dá a dimensão do sucesso do evento, realizado no dia 28 de março, mesclando “residentes, aperfeiçoandos e radiologistas brilhantes e experientes”, finalizou a a dra. Salete.
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eventos
Barretos sedia simpósio internacional sobre oncologia mamária Será realizado nos dias 24 e 25 de julho, em Barretos, interior de São Paulo, o simpósio internacional “Personalização em Oncologia Mamária: do Diagnóstico ao Tratamento”. O evento será realizado no IRCAD América Latina – Centro de Treinamento em Cirurgia Minimamente Invasiva Abrigado pelo Hospital de Câncer de Barretos.
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câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, mas também é onde o diagnóstico e o tratamento mais apresentam avanços. A chave para abordar a doença hoje é a oncologia personalizada, que considera a individualidade e a genética de cada caso, por meio da identificação do perfil genético-molecular tumoral”, explica a dra. Silvia M. Prioli de
Souza Sabino, coordenadora do simpósio. “Essas práticas promovem avanços que estão revolucionando o diagnóstico e o tratamento do câncer em todo o mundo, como novos métodos diagnósticos aplicáveis tanto para o rastreamento quanto estadiamento da doença, modernas drogas quimioterápicas e hormonais denominadas ‘alvomoleculares’ ou ‘alvo-específicas’ e cirurgias minimamente invasivas radioguiadas”, afirma a médi-
Gustav von Schulthess, da Suíça.
ca, destacando alguns dos temas a serem tratados no evento. O simpósio abordará ainda técnicas como mamografia tridimensional, tomossíntese, PET-CT e imagem molecular em mama (MBI). Haverá também discussões sobre a realidade do câncer de mama no Brasil e no mundo, entre outros temas. O evento terá como convidados internacionais os drs. Gustav von Schulthess (Hospital Univer-
sitário de Zurique, Suíça) e Paul Goss (Harvard Medical School, EUA). A lista de palestrantes brasileiros inclui os drs. Alfredo Carlos S. D. de Barros, Alice Brandão, Jairo Wagner, Luciano Fernandes Chala, Marcos Duarte de Mattos, Selma de Pace Bauab, entre outros. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser realizadas pelo site www.oncoeventos. com.br. Para mais informações: eventos@hcancerbarretos.com.br.
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eventos
Congresso Brasileiro, em outubro, será em novo local A 44ª edição do CBR – Congresso Brasileiro de Radiologia será realizada entre os dias 8 e 10 de outubro de 2015, no Rio de Janeiro. Uma das principais novidades do evento neste ano será o local, o Centro de Convenções SulAmérica, na região central do Rio.
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nova sede é de fácil acesso: fica próxima aos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, ao metrô e tem fácil ligação com a zona sul e as principais vias da cidade. A programação completa ainda não foi divulgada, mas também terá novidades. Neste ano não haverá pré-congresso, portanto os cursos de um só dia (como BI-RADS, Física em Ressonância Magnética, Gestão de Clínicas) e as atividades de “hands-on” farão parte da programação regular. Outros exemplos de cursos e atividades práticas previstos na programação são o hands-on de ultrassonografia (distribuído em três cursos: geral, ginecologia/obstetrícia e musculoesquelético) e os cursos de Assistência à Vida em Radiologia – AVR e Densitometria Óssea. Essas atividades terão vagas limitadas. Estão todas incluídas na inscrição do congresso, mas é preciso manifestar interesse no ato da inscrição. O Congresso abrigará também o Curso Baseado em Casos e a 1ª RADPAT-RIO (Jornada Carioca de Correlação ClínicoRadiológica-Patológica), idealizada pela Associação de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Estado do Rio de Janeiro (SRadRJ), que reunirá todos os congressistas ao fim de cada dia do evento. Os convidados internacionais já divulgados são três dos Estados Unidos – Catherine Appleton (mama), da Escola de Medicina da Universidade de Washington, James C. Anderson (neurorradiologia), da Oregon Health & Science University, e Jon
TC e RM de Ossos temporais e Elastografia no InRad
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ois novos cursos abrem a programação do Centro de Estudos Radiológicos Rafael de Barros – InRad/HCFMUSP no mês de junho: Elastografia hepática, coordenado pelo Dr. Fernando Linhares, no dia 20 de junho, e o Curso de TC e RM dos ossos temporais, coordenado pelas dras. Eloisa Santiago Gebrim e Regina Lucia E. Gomes, de 26 a 28 de junho. Na sequência, no auditório do ICESP, será realizado o Curso de Radiologia Oncológica, ministrado pelos drs. Marcos Menezes e Marcio R. Taveira Garcia, programado para os dias 26 a 28 de junho. No mês de julho, de 3 a 5, a dra. Maria Garcia Otaduy ministrará o Curso de Física de RM, de grande interesse para quem pretende participar do Concurso para Título de Especialista do CBR. Informe-se pelo site: www.inrad,hcnet.usp.br/inrad ou pelo telefone: (11) 2661-7067 sobre a programação completa, com novos cursos e os temas tradicionais.
A. Jacobson (musculoesquelético), da Universidade de Michigan – e uma da França, Valérie Vilgrain (abdome), da Universidade Paris Diderot. O prazo para submissão de painéis eletrônicos e temas livres vai até 8 de junho. Os melhores painéis serão expostos no Encontro Anual da American Roentgen Ray Society (ARRS), em 2016, em Los Angeles (EUA), e os autores serão premiados com viagens a congressos nacionais e internacionais. A programação completa do CBR 15 será divulgada em breve no site congressocbr.com.br. As inscrições devem ser feitas no mesmo endereço.
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acontece
Curso da ESOR sobre neuroimagem tem inscrições abertas
O Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) realizará, entre os dias 18 e 20 de maio, em São Paulo (SP), o primeiro Curso de Formação de Auditor Interno do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi). O objetivo é qualificar profissionais para realizarem auditorias internas de gestão da qualidade em suas próprias clínicas, de acordo com os requisitos da Norma do Padi – programa desenvolvido pelo CBR para avaliar o cumprimento de requisitos mínimos de qualidade e segurança em serviços de radiologia e diagnóstico por imagem. Com duração de 24 horas, o curso não exige formação mínima aos participantes e é voltado exclusivamente para a formação de auditores internos, portanto não habilita para realização de auditorias externas em nome do Padi/CBR. Em agosto, entre os dias 3 e 7, o Colégio realizará o segundo Curso de Auditor Externo do Padi. Para este curso, o público-alvo são profissionais graduados na área da saúde (exceto técnicos e tecnólogos), administradores e economistas, com um mínimo de dois anos de experiência. O conteúdo incluirá os princípios da gestão da qualidade da Norma Padi, interpretação dos requisitos da norma no contexto de uma auditoria, perfil dos auditores e planejamento e condução de uma auditoria e seu relatório. A aprovação no Curso de Auditor Externo também não garantirá, no entanto, aprovação para a realização de auditorias do Padi. Os participantes que tiverem interesse em realizar auditorias precisarão participar de uma fase prática para concluir a sua formação. As vagas para os dois cursos são limitadas. As inscrições podem ser feitas pelo site www.cbr.org.br/padi. O Padi será lançado oficialmente pelo CBR em breve. Com adesão voluntária, o programa reúne requisitos aplicáveis a instituições públicas ou privadas de qualquer porte ou região do País, de modo a garantir que o serviço que receber a certificação tenha um desempenho de acordo com os padrões de referência definidos pelo CBR.
Congresso do Einstein será em agosto
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Hospital Israelita Albert Einstein realizará, dias 28 e 29 de agosto, através do seu Instituto de Ensino e Pesquisa, o II Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem do HIAE, o VI Simpósio de Ressonância Magnética e o IV Simpósio Internacional de Imagem Molecular e Radiofarmácia, com uma programação multidisciplinar distribuída por conferências, cursos e demonstrações para médicos, enfermeiros e técnicos. A área da imagem, coordenada pelos drs. Marcelo Buarque de Gusmão Funari, Ronaldo Hueb Baroni e Miguel José Francisco Neto e dr. Jairo Wagner pela área de
imagem molecular, já está definida, com cursos teóricos-práticos em abdome, pelve, intervenção, mama, musculoesquelético, neurorradiologia, cabeça e pescoço, pediatria, e tórax. Haverá ainda um espaço para ultrassonografia. Um espaço para Ultrassonografia, com enfoque em emergências ultrassonográficas, e um módulo de cardio, sistema vascular e neuroimagem. Estão previstos, também, cursos na área de tecnologia da informação e pós processamento de imagem em radiologia. Como já é uma tradição, o evento promoverá cursos para técnicos e tecnólogos em radiologia e para enfermagem focados na rotina da instituição e temas de atualização. Informe-se www.einstein.org.br
Interação Diagnóstica é uma publicação de circulação nacional destinada a médicos e demais profissionais que atuam na área do diagnóstico por imagem, espe cialistas correlacionados, nas áreas de ortopedia, urologia, mastologia, ginecoobstetrícia. Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian) Hilton Augusto Koch Dolores Bustelo Carlos A. Buchpiguel Selma de Pace Bauab Carlos Eduardo Rochite Omar Gemha Taha Lara Alexandre Brandão Nelson Fortes Ferreira Nelson M. G. Caserta Maria Cristina Chammas Alice Brandão Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial. Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313 Redação Rafael Bettega (SP) edição Alice Klein (RS) Denise Conselheiro (SP) Gislene Rosa Silva (SP) Lilian Mallagoli (SP) Priscilla Lopes (SP) Priscila Novaes (RJ) Arte: Marca D’Água Fotos: Cleber de Paula, André Santos, Lucas Uebel (RS) e Wilton Marcelino (PE) Imagens da capa: Getty Images Administração: Hybrida Consultoria Impressão: Duograf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.37A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das mensagens publicitárias e os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br
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Ultrassom HDI 5000
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contecerá no final de agosto mais uma edição do curso ESOR AIMS, promovido pela Escola Europeia de Radiologia (ESOR) em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR). O evento, que será realizado no Brasil pelo quinto ano consecutivo, terá neste ano o tema “Métodos Avançados de Neuroimagem”. A cidade de Curitiba (PR) receberá o curso nos dias 27 e 28 de agosto. Nos dias 29 e 30, o evento ocorrerá em Belo Horizonte (MG). As inscrições estão abertas até 10 de junho exclusivamente para associados adimplentes do CBR. Se ainda houver vagas (serão 90 por cidade), serão reabertas até 25 de agosto. O curso é destinado a radiologistas com título de especialista, residentes do último ano e profissionais interessados em neurorradiologia. A proposta é oferecer uma revisão e atualização da neuroimagem das mais importantes doenças do cérebro e da coluna, incluindo derrame, esclerose múltipla, epilepsia, demência, malformações congênitas, tumores e patologias vasculares. Além das aulas teóricas, haverá discussões de casos clínicos relacionados a cada tema, com foco na resolução de problemas práticos e o uso apropriado dos métodos de imagem. O evento terá a coordenação geral da dra. Luciana Costa Silva, do Departamento de Anatomia e Imagem da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Os coordenadores locais serão os drs. Heraldo de Oliveira Mello Neto (Curitiba) e Ronaldo Magalhães Lins (Belo Horizonte). No corpo docente, os brasileiros Cláudia da Costa Leite (São Paulo, SP), Emerson Leandro Gasparetto (Rio de Janeiro, RJ) e Leonardo Vedolin (Porto Alegre, RS) estarão ao lado de outros seis palestrantes europeus: Efrosini Papadaki (Grécia), Majda Thurnher (Áustria), Paul Parizel (Bélgica), Pia Sundgren (Suécia), Pedro Vilela (Portugal) e Igor Pronin (Rússia). Informações: www.cbr.org.br
Expediente
CBR promove cursos para formação de auditores do Padi
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